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Linguagem e surdez: a coesão em textos de surdos

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Previous issue date: 2014-03-25 / In this dissertation we use a methodology that explores the level of writing
comprehension of deaf considering the analysis of texts written in a test to get a
job to describe mechanisms of textual cohesion used by them. This study is
based on a descriptive research, which intend to demonstrate the
characteristics of a particular social segment to interpret a particular form of
behavior. We do not intend to interfere on the reality that was observed neither
modify it, at least not within the limits of this dissertation, which is exploratory.
On this research, which is configured as qualitative, we are searching for
meanings from assumptions and considerations of authors that deal with
aspects of Portuguese and Libras. Therefore, we are not concerned about
sample quantity, but rather about the evidences observed by reading the texts.
With regard to the sample chosen for analysis, three texts produced by Brazilian
deaf persons, submitted to a test to get a job in an insurance company, show
differences in linguistic structure of texts well-written by Portuguese speakers
that are not deaf persons. It was possible verify that the texts produced by deaf
persons, despite having formal problems, do not disregarded the principle of
coherence. However, the fact that the coherence did not be affect does not
mean that the surface structure should not be organize according to the rules of
the Portuguese written language, because in a society the knowledge of
standard written language becomes crucial to facilitate the interaction and social
insertion, especially in the corporate world. The listener that ignores the reality
of the deaf assumes that this writer has Portuguese as unique and/or native
language. Once that the perception of the deaf is primarily visual, he has
restricted access, or no access, to the oral modality of the Portuguese, the
listener is surprised by the fact that the scholarly deaf demonstrate such a
restrict command of the Portuguese. Informed that the deaf student has sign
language at his disposal and that, in school and in interactions situations, he
deals with sign language of non native speakers, with Portuguese signs, lip
reading, gestures, visual information and other strategies that can assist him in
acquiring oral language, it is hard to believe that the Portuguese language is so
opaque to the deaf or that years of schooling have no expected effect on him.
To support the analysis of the corpus and to show how the deaf write texts
using cohesion strategies, we are based on authors linked to the textual
linguistics as Fávero (1999) and Koch (1995). We also work with the concept of
retextualization (Marcuschi, 2000). By the analysis of the corpus, we observed a
progress of the deaf in the construction of coherent and cohesive texts.
Considering a profound knowledge of Libras acquired by the teacher, as well as
interactional exchanges with scholars, the deaf can develop written in
Portuguese and can be able to write well-structured, clear and meaningful texts / Nesta dissertação, por meio de metodologia que explora o nível da
compreensão escrita de surdos e por meio da análise de textos escritos em
situação de avaliação para obtenção de emprego em uma empresa,
descrevemos mecanismos de coesão textual utilizados por surdos. O trabalho
apoia-se nas premissas de uma pesquisa descritiva, que se empenha em
demonstrar as características de um determinado segmento social para
interpretar uma forma específica de comportamento. Não pretendemos
interferir na realidade estudada ou modificá-la, pelo menos não nos limites
desta dissertação que é, sobretudo, exploratória. Nesta pesquisa, que se
configura como qualitativa, buscamos significados a partir de pressupostos e
considerações de teóricos que tratam da língua portuguesa e da Libras. Em
função disso, não há preocupação com quantidade amostral, mas sim com as
evidências comuns observadas na leitura. No que diz respeito à amostra
escolhida para análise, três textos produzidos por surdos brasileiros, em
situação de testes de admissão para uma vaga numa companhia seguradora, é
possível verificar a existência de estrutura linguística diferenciada daquela
encontrada nos textos bem escritos por falantes não surdos de língua
portuguesa. Foi possível verificar que os textos produzidos por não ouvintes,
apesar de apresentarem problemas formais, não desrespeitam o princípio da
coerência. Entretanto, o fato de a coerência não ter sido relevantemente
prejudicada não significa que a estrutura superficial não deva ser organizada
de acordo com as regras da língua portuguesa escrita, pois, por conviver em
sociedade, o domínio da língua padrão escrita torna-se fundamental para
facilitar o convívio e para a constituição de meios de inserção social, sobretudo,
no mundo corporativo. O ouvinte que desconhece a realidade do surdo supõe
que esse escritor tenha como língua única e/ou materna a língua portuguesa.
Uma vez que a percepção sensorial do surdo é essencialmente visual, tendo
ele, portanto, acesso restrito, ou nenhum acesso, à modalidade oral do
português, o ouvinte ainda se surpreende pelo fato de o surdo escolarizado
demonstrar domínio tão restrito da língua portuguesa. Informado de que o
aluno surdo tem a língua de sinais à sua disposição e que, na escola e nas
situações de interação, lida com a língua de sinais de falantes não nativos, com
o português sinalizado, com a leitura labial, os gestos, as informações visuais e
outras estratégias que possam auxiliá-lo na aquisição da língua oral, ainda
assim, custa-lhe crer que a língua portuguesa seja tão opaca para o surdo ou
que anos de escolarização não tenham o efeito esperado sobre esse indivíduo.
Para fundamentar a análise do corpus selecionado e para mostrar como os
surdos estruturam o texto coesivamente, apoiamo-nos em autores ligados à
linguística textual, como Fávero (1999), Koch (1995), e no que diz respeito à
retextualização, apoiamo-nos em Marcuschi (2000). Observamos, com base na
análise do corpus, um avanço dos surdos na construção de textos coerentes e
coesos. A partir do conhecimento da Libras em sua profundidade linguística,
por parte do professor, bem como por meio das trocas interacionais com um
letrado, o surdo desenvolve-se cada vez mais no português escrito e torna-se
capaz de escrever textos bem estruturados, claros e com significação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/14295
Date25 March 2014
CreatorsSilva, Ayonan Santos e
ContributorsFerreira, Luiz Antonio
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa, PUC-SP, BR, Língua Portuguesa
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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