Return to search

Nascimento na sociedade Bororo : saberes e fazeres no tecer do corpo da mulher

Submitted by Jordan (jordanbiblio@gmail.com) on 2017-01-18T14:04:44Z
No. of bitstreams: 1
DISS_2015_Renata Marien Knupp Medeiros.pdf: 1484082 bytes, checksum: 2251c48549d1b6c5dae71d2848847ac1 (MD5) / Approved for entry into archive by Jordan (jordanbiblio@gmail.com) on 2017-01-19T12:29:23Z (GMT) No. of bitstreams: 1
DISS_2015_Renata Marien Knupp Medeiros.pdf: 1484082 bytes, checksum: 2251c48549d1b6c5dae71d2848847ac1 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-19T12:29:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
DISS_2015_Renata Marien Knupp Medeiros.pdf: 1484082 bytes, checksum: 2251c48549d1b6c5dae71d2848847ac1 (MD5)
Previous issue date: 2015-05-18 / CAPES / Nota-se, nos últimos anos, uma maior afluência de gestantes indígenas para dar à luz
nos centros urbanos. Contudo, observa-se que, na lógica hegemônica de funcionamento
do sistema hospitalar, pautado no modelo biomédico, a atenção oferecida ao parto e
nascimento contrasta com as práticas tradicionais indígenas e com a forma como os
corpos são percebidos nas suas diferentes culturas. Atualmente, vivem em Mato Grosso
(MT) 42.525 indígenas pertencentes a 43 diferentes povos. Nesse contingente, o povo
Bororo soma 2.348 indivíduos e têm seus territórios localizados em cinco diferentes
municípios. O presente estudo teve como objetivo compreender os processos de
educação tradicional inscrita no corpo Bororo no que se refere à concepção, gestação,
parto e pós-parto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo etnográfica, que integra
a linha de pesquisa Movimentos Sociais, Política e Educação Popular do Programa de
Pós-Graduação em Educação da UFMT. Para a coleta de dados, utilizou-se da
observação participante, diário de campo e entrevistas etnográficas. O sujeito foi a
população Bororo da aldeia de Córrego Grande, localizada no município de Santo
Antônio do Leverger-MT. Com base nos contatos realizados neste espaço, houve a
indicação de mulheres que vivenciaram a gestação e o parto, bem como anciãos e anciãs
que educam e cuidam destas mulheres. De posse do material coletado, os dados foram
organizados em duas categorias principais. A primeira delas refere-se aos processos de
educação tradicional, que se inscrevem no corpo Bororo antes, durante e após o
período gestacional, e a segunda trata das práticas biomédicas introduzidas após a
institucionalização do parto Bororo. Os resultados obtidos indicam que o processo de
educação do corpo Bororo é contínuo e ocorre no coletivo da aldeia, sendo transmitido
por meio da oralidade, corporeidade e observação, sendo facilitada pela relação
intergeracional. Durante o período gravídico-puerperal, a educação Bororo dedica-se a
tecer corpos saudáveis, o que está relacionado com o ensinamento de valores morais e
éticos, e o faz mediante a prática de resguardos e um conjunto de prescrições e
proibições que, se não cumpridas, podem afetar a saúde dos pais e da criança, além de
impactar o desenvolvimento da pessoa. Após o contato com o modelo médico oficial, a
população Bororo passou a acessar tanto os saberes tradicionais como os saberes
biomédicos no que se refere à concepção, gestação, parto e pós-parto. Contudo, o
crescente processo de medicalização têm gerado incompreensões, principalmente pelas
contradições existentes entre a atenção hospitalar oferecida e as expectativas dessa
sociedade. O fato de algumas práticas tradicionais não serem mais realizadas
atualmente, em substituição a outras, típicas do modelo biomédico, leva à percepção,
entre os Bororo, de que o corpo de hoje não é o mesmo de antigamente. Assim, a
presente pesquisa pretende trazer contribuições para que se possa questionar a prática
hegemônica do atual modelo de atenção ao parto, bem como oferecer subsídios para a
reflexão crítica da importância e necessidade do estabelecimento de um diálogo
intercultural na atenção à saúde indígena, em especial aquela destinada ao ciclo
gravídico puerperal. / It´s been noticed, in recent years, a greater influx of indigenous pregnant women to give
birth in urban centers. However, it is observed that, in the mainstream logic of
procedures of the hospital system, based on the biomedical model, the care provided
during labor and birth contrasts with the traditional indigenous practices and how the
bodies are perceived in their different cultures. Currently living in Mato Grosso (MT)
there are about 42.525 indigenous individuals belonging to 43 different people. Among
them, the Bororo sum up to 2.348 individuals and have their territories located in five
different cities. This study aimed to understand the traditional education processes that
is perceived by Bororos with regards with body when experiencing conception,
pregnancy, childbirth and postpartum. This is a qualitative, exploratory-descriptive,
which is part of research on Social Movements, Politics and Popular Education of the
Graduation Program in Education UFMT. To collect data, we used the methodological
elements of ethnography as observation, field work reports and the ethnographic
interviews. The subject was the Bororo population of the village of Córrego grande
(Great stream), located in Santo Antonio do Leverger-MT. Based on contacts made in
this space, there was an indication of women who experienced pregnancy and
childbirth, as well as male and female elderly who educate and care for these women.
By analyzing the material collected, the data were organized into two main categories.
The first refers to the traditional education processes, which regards the Bororo body
before, during and after pregnancy, and the second deals with biomedical practices
introduced after the institutionalization of the Bororo birthprocess. The results indicate
that the Bororo body education process is continuous and takes place in the village
collective, being transmitted through oral, corporeality and observation and it is
facilitated by the intergenerational relationship. During the pregnancy and infant period,
the Bororo education dedicated to build healthy bodies, which is related to the teaching
of moral and ethical values, and by making the practice of guards and a set of
prescriptions and prohibitions which, if not met, could affect the health of parents and
child, and impact the development of the person. After contact with the official medical
model, the Bororo population began to access both traditional knowledge as biomedical
knowledge with regard to the design, pregnancy, childbirth and postpartum. However,
the growing process of medicalization has generated misunderstandings, especially the
contradictions between hospital care provided and the expectations of this society. The
fact that some traditional practices are no longer currently held in place to the other,
typical of the biomedical model, leads to the perception among the Bororo, that the
body of today is not what it used to. Thus, this research aims to bring contributions so
that we can question the hegemonic practice of current birth care model as well as
provide support for critical reflection of the importance and necessity of the
establishment of intercultural dialogue in indigenous health care, especially the one
aimed to pregnancy and childbirth.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:1/140
Date18 May 2015
CreatorsMedeiros, Renata Marien Knupp
ContributorsGrando, Beleni Salete, Grando, Beleni Salete, Passos, Luiz Augusto, Gualda, Dulce Maria Rosa
PublisherUniversidade Federal de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFMT CUC - Cuiabá, Brasil, Instituto de Educação (IE)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFMT, instname:Universidade Federal de Mato Grosso, instacron:UFMT
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.5427 seconds