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Bioética em discurso

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Enfermagem / Made available in DSpace on 2012-10-23T20:28:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1
260422.pdf: 1034359 bytes, checksum: 83a518a343cca4f8d2540829fe57b3df (MD5) / Investigação qualitativa, balizada na analítica foucaultiana com aproximações ao referencial pós-estruturalista, tendo como objetivos: analisar a constituição histórica do discurso da bioética em sua articulação com o discurso da tecnobiomedicina e o modo como os desdobramentos estratégicos e tecnológicos deste discurso atravessam o processo de produção do sujeito enfermeiro/a gerando determinados modos de conceber e intervir deste sujeito no contexto da terapia intensiva; conhecer as tensões no fazer/saber enfermagem que podem ser discursivamente articuladas à bioética, ou problematizadas a partir da emergência deste discurso. A tese utilizou fontes documentais e de entrevistas com enfermeiros/as intensivistas e teve sua proposição aprovada por Comitê de Ética (Parecer n° 186/07/CEP/UFSC). O corpus documental foi composto por 113 artigos publicados no período de 1984-2007, nos periódicos nacionais de enfermagem: Revista Latino-Americana de Enfermagem, Revista Acta Paulista, Revista Texto & Contexto Enfermagem, Revista Escola de Enfermagem USP), Revista Brasileira de Enfermagem, além da Revista o Mundo da Saúde (multidisciplinar). A busca foi orientada pelos descritores bioética e UTI e enfermagem, ética e UTI, bioética e enfermagem e ampliada para artigos com temas relacionais com a bio/ética. Foram entrevistados/as 20 (vinte) enfermeiros/as inseridos/as no contexto da terapia intensiva, utilizando-se o critério de saturação de dados. Com baliza ao corpus de análise, foram exploradas as temáticas das iatrogenias, autonomia e responsabilidade no cuidar. Na temática iatrogenias, ativou-se uma reflexão sobre o agir do/a enfermeiro/a em um contexto permeado pela possibilidade sempre latente de falhar tanto no procedimento como na conduta; e do encontro deste profissional com a obrigação de corrigir esta falha, não tanto ou não apenas no conhecimento ou na lei, mas na prática de si mesmo. O tema da autonomia foi analisado a partir do conceito de cuidado de si, desdobrando-se em categorias que expressaram o privilegiamento da moral como obediência à Lei; da conduta e da moral sobre o conhecimento técnico; e da governabilidade de si no confronto com a técnica. Estas se configuraram como possibilidades éticas do sujeito enfermeira/o intensivista, não como etapas seqüenciais ou concorrentes, mas coligadas e confluentes na experiência atual. A questão da responsabilidade do cuidar desdobrou-se em categorias que expressaram a responsabilidade frente às novas linguagens e a enfermagem como guardiã de certos atributos da UTI. Autonomia e responsabilidade no cuidar, de um lado, evidenciaram algumas possibilidades éticas do sujeito enfermeira/o, constituídas e desfeitas estrategicamente na contingência histórica; de outro lado, permitiram mapear um dos desdobramentos estratégicos e tecnológicos do discurso da bio/ética, gerando modos de conceber e intervir do sujeito enfermeiro/a na UTI. Uma autonomia como prática de si; uma responsabilidade do cuidar que evidencia uma #sutileza# na obrigação do dever ser, em um tempo de viver a enfermagem, também, como perita, conselheira, autoridade patente. Ao contrário de um apagamento da relação paradoxal entre a responsabilidade e a autonomia dos/as enfermeiros/as, sinalizou-se as múltiplas possibilidades de combinações de graus de autonomia e de responsabilidade, nem sempre ideais ou caminhando no mesmo sentido.

This qualitative investigation, landmarked in Foucaltian analysis with approximationg to post-structuralist theory, explores iatrogenias as one of the tensions of nursing performance/knowledge which can be discursively articulated to bioethics and to techno biomedicine. Documental sources and interviews with intensive care nurses permitted an activation of reflection upon a nurse#s actions in a context permeated by the always latent possibility of failing, in both procedure and conduct. Based on such possibility, intensive care nurses find themselves obligated to correct their failure, not as much or merely in knowledge, nor law, but in self practice.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/91243
Date January 2008
CreatorsVargas, Mara Ambrosina de Oliveira
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Ramos, Flavia Regina Souza
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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