Relação entre medidas fonológicas, de produção de fala e os potenciais evocados auditivos / Relationship between phonological measures, speech production and auditory evoked Potentials

INTRODUÇÃO: O Transtorno Fonológico (TF) é uma alteração de fala, de causa indefinida e de manifestações heterogêneas. OBJETIVO: Caracterizar crianças com TF, quanto à: habilidade fonológica (porcentagem de consoantes corretas - PCC; porcentagem de consoantes corretas revisada - PCC-R; densidade de processos fonológicos- PDI; tipos de processos fonológicos; número de diferentes tipos de processos fonológicos; número de sons ausentes), estimulabilidade, inconsistência de fala, habilidades metafonológicas, habilidades de discriminação auditiva e potenciais evocados e auditivos de curta (PEATE) e longa latências (PEALL). MÉTODO: Participaram 29 crianças, com idades entre 5;0 anos e 7;11 anos com TF e submetidas a avaliação do PEATE e PEALL com diferentes estímulos. Dois diferentes estudos foram realizados. As crianças foram agrupadas de acordo com a gravidade do TF GL (9 crianças), GM (10 crianças) e GL (10 crianças) e faixa-etária GL1(3), GL2(3), GL3(3), GM1(3), GM2(6), GM3(1), GG1(4), GG2(3), GG3 (3). No estudo 1 foi realizada a descrição das características fonológicas das crianças. No estudo 2 foi realizada a descrição e a caracterização dos PEATE e PEALL das crianças com TF. RESULTADOS: O estudo 1 mostrou que o sexo masculino foi o que predominou na amostra, sendo que o valor médio do índice PCC-R foi maior que o do PCC. A média dos diferentes tipos de processos fonológicos empregados pelas crianças foi 4,1 e o processo fonológico de maior ocorrência foi o SEC. As crianças com TF não apresentaram dificuldade na prova de discriminação auditiva, independentemente da idade e da gravidade. A habilidade metafonológica de rima foi a que as crianças demonstraram maior dificuldade. Em média as crianças tiveram cinco sons ausentes sendo três estimuláveis. No estudo 2 os resultados indicaram que no PEATE-fala não houve interação entre a amplitude do complexo V-A e a gravidade do TF. Em contrapartida encontrou que as crianças mais velhas e com TF mais grave apresentaram maior latência da onda V. Não foi encontrada interferência da faixa-etária na latência das ondas A, C, D, E, F e O. No PEATE-click as crianças com TF apresentaram normalidade na latência das ondas I, III e V e interpicos I-III, III-V e I-V. No PEALL-fala as crianças mais velhas e com TF grave tiveram as menores médias de latência da onda P2 e para a onda N2 as crianças mais velhas do Grupo Leve e do Grupo Grave mostraram latências menores para este potencial. Todas as crianças deste estudo atingiram valores normais para a latência de P3. Na análise dos PEALL-click os resultados indicaram que este potencial foi o com mais respostas ausentes. As crianças mais velhas demonstraram as menores latências para a onda P1. CONCLUSÃO: Neste estudo as crianças com TF mostraram valores dentro da normalidade para os potenciais de curta latência com o estimulo click. Além disso, no geral as crianças com TF mais grave evidenciaram latências aumentadas em todos os potenciais. Conclui-se que o PEATE-fala demostrou ser o potencial que melhor identificou as dificuldades de percepção auditiva de crianças com TF / INTRODUCTION: Speech Sound Disorder (SSD) is a speech disorder of unknown origin in which children are heterogeneous. AIM: To characterize children with SSD, according to phonological ability (Percentage of Consonants Correct (PCC), Percentage of Consonants Correct - Revised (PCC-R), density of phonological processes (PDI), type of phonological processes, number of different types of phonological processes; number of absent sounds), stimulability, speech inconsistency, metaphonological skills, auditory discrimination abilities, Auditory Brainstem Response (ABR) and Long Latency Auditory Potentials (LLAP). METHODS: Participants were 29 male and female children with SSD between 5:0 and 7:11 years old, submitted to the ABR and LLAP assessment by different stimuli: speech and click. Two different studies were performed. The children were grouped according to severity of the SSD, Mild Group (9 children), Moderate Group (10 children) and Severe Group (10 children) and, according to age, Mild Group 1 (3), Mild Group 2 (3), Mild Group 3 (3), Moderate Group 1 (3), Moderate Group 2 (6), Moderate Group 3 (1), Severe Group 1 (4), Severe Group 2 (3), Severe Group 3 (3). In study 1 the aim was to describe the phonological characteristics of children with SSD. In study 2, the aim was to describe and to characterize the ABR and LLAP of the children with SSD. RESULTS: Study 1 showed that males predominated, and the mean value of PCC-R index was higher than PCC. The mean of the different types of phonological processes used by the children was 4.1 and the most frequent phonological process was the cluster reduction. Children with SSD had no difficulty in hearing discrimination, regardless age and severity. Rhyme was the metaphonological ability that children demonstrated greater difficulty. Children had an average of five absent sounds and three of them were stimulable. In study 2 results indicated that in ABR-speech there was no interaction between the amplitude of V-A complex and severity of the SSD. In contrast, older children with severe SSD had higher latency of wave V. No age interference was found in latency of wave A, C, D, E, F, and O. In ABR-click the children with SSD presented normality in the latency of waves I, III and V and interpeaks I-III, III-V and I-V. In LLAP- speech, older children with severe SSD had the lowest mean of P2 wave latency and for N2 wave the older children of LG and SG showed lower latencies for the wave N2. All children in this study reached normal values for P3 latency. In the analysis of the LLAP-click the results indicated that this potential was the one with the most absent answers. Older children showed lower latencies for P1 wave. CONCLUSION: In this study children with SSD showed values within normality for the potentials of short latency with the stimulus click. In addition, in general, children with severe SSD showed increased latencies at all potentials. Final conclusion was that ABR-speech was the potential that best identified the difficulties of auditory perception in children with SSD

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-02082018-123059
Date02 May 2018
CreatorsTatiane Faria Barrozo
ContributorsHaydée Fiszbein Wertzner, Clara Regina Brandão de Ávila, Ana Catarina Baptista de Jesus Correia, Carla Gentile Matas, Luciana de Oliveira Pagan Neves
PublisherUniversidade de São Paulo, Ciências da Reabilitação, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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