Return to search

[en] MILITANT BLACK WOMAN: LIVE STORIES, IDENTITY AND RESISTANCE IN THE CONTEXTO OF AFFIRMTIVE ACTION AT THE STATE UNIVERSITY OF RIO DE JANEIRO / [pt] MULHER NEGRA MILITANTE: TRAJETÓRIAS DE VIDA, IDENTIDADE E RESISTÊNCIA NO CONTEXTO DA POLÍTICA DE AÇÕES AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

[pt] Este estudo visa contribuir para a compreensão do alcance do protagonismo
político da mulher negra militante, com ênfase nas estudantes beneficiárias do
programa de ação afirmativa da UERJ. Minha análise sustenta que o capitalismo
racista e sexista obscurece e naturaliza a violência racial e de gênero, invisibiliza
as históricas formas de resistências da mulher negra, mas não as aniquila. Neste
contexto, os estereótipos e representações negativas da mulher negra, criados e
naturalizados no imaginário social por processos educacionais de toda ordem, são
por ela incorporados, mas também negados no processo de construção identitário.
As lutas de resistência de mulheres negras ao longo da história brasileira têm
confrontado este padrão de dominação, e esta resistência tem criado condições
para a desconstrução de identidades legitimadoras para a afirmação de identidades
de projeto de acordo com Castells. O objeto da pesquisa é a construção da
identidade coletiva de raça e gênero e a compreensão de seus significados,
possibilidades e limites para a consolidação do sujeito social. O universo
investigado corresponde a cinco alunas do curso de graduação para o qual
ingressaram através da política de cotas raciais a partir de 2003, selecionadas a
partir dos seguintes critérios: a) ser, ou haver sido, aluna da UERJ; b) se autodeclarar
negra, e c) ter participado de organização do Movimento Negro ou de
Mulheres Negras durante o período da graduação. O trabalho de campo procurou
responder as seguintes questões: a) Como o racismo atua na construção da
identidade da mulher negra militante na UERJ? e b) Quais aspectos de sua história
de vida foram considerados relevantes para enfrentar o racismo na universidade?
A hipótese que norteou a pesquisa é de que o racismo é uma ideologia de
dominação importante no capitalismo, cujas funções são naturalizar as
desigualdades de classe e de gênero entre os grupos raciais. Além disso, este
mesmo capitalismo busca aniquilar as raízes culturais de matriz africana,
necessárias à formação da identidade racial, sendo esta a base sobre a qual a
identidade negra se consolida. A pesquisa utilizou- se de um aporte teóricometodológico
quantitativo e qualitativo, a saber: a) Análise das desigualdades
raciais e de gênero com base em pesquisas já realizadas, assim como a construção
de novos indicadores, segundo banco de dados da UERJ; b) Realização de
entrevistas narrativas e utilizando-se da fotografia como recurso da memória e; c)
Revisão bibliográfica sobre ação afirmativa, racismo e mulher negra. O estudo
concluiu que a experiência das entrevistadas é permeada pela violência racial.
Contudo, o que as distingue das outras mulheres negras é a escolha da política
como mediação para o enfrentamento das relações de poder que estruturam a
classe, a raça e o gênero na sociedade. / [en] This study aims at contributing to the understanding of black women s
political activism. It focuses on students that benefitted from affirmative action
programs at UERJ. My analysis posits that racist and sexist capitalism veils and
naturalizes racial and gender violence, renders invisible black women s historical
forms of resistance, but does not annihilate their resistance. Stereotypes and
negative representations of black women are both absorbed and negated by black
women. Black women s struggles throughout Brazilian history have confronted
domination patterns, thus creating, following Castells, the conditions for the
deconstruction of legitimizing identities as well as the affirmation of project
identities. This work wants to understand the meanings, limits and possibilities of
the collective construction of identities based on race and gender. It analyzes the
trajectories of five undergraduate female students who entered the university
through the racial quota system, beginning in 2003, under the following criteria:
a) that they are, or have been, students at Uerj; b) that they self-define as black
woman; c) and that they participate(d) in a Black Movement or Black woman
organization during their undergraduate years. The questions structuring field
work were: a) how does racism impact the process of the militant black women s
identity construction at Uerj? b) what aspects of their lives were considered
relevant when confronting racism at the university? Racism is an important
ideology of domination in capitalism: this is the hypothesis of the research.
Capitalism aims at annihilating the African-based cultural roots that are necessary
for the construction of a racial identity, and upon which a black identity is built.
The research utilized a series of methodological and theoretical approaches,
namely: a) based on available sources, the analysis of gender and racial
inequalities, as well as the construction of new indicators derived from Uerj data
bases; b) interviews and photographs; and c) bibliographic review on affirmative
action, racism, and black women. The work finds that the interviewee s
experiences are permeated by racial violence. However, what distinguishes them
from other black women is their choice of politics as a way to approach power
relations that structure class, race, and gender in society.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:27717
Date20 October 2016
CreatorsMAGALI DA SILVA ALMEIDA
ContributorsDENISE PINI ROSALEM DA FONSECA, DENISE PINI ROSALEM DA FONSECA
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTEXTO

Page generated in 0.003 seconds