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[en] WAR AND PEACE AT THE ANTHROPOCENE: AN ANALYSIS OF THE ECOLOGICAL CRISIS BASED ON BRUNO LATOUR S WORK / [pt] GUERRA E PAZ NO ANTROPOCENO: UMA ANÁLISE DA CRISE ECOLÓGICA SEGUNDO A OBRA DE BRUNO LATOUR

ALYNE DE CASTRO COSTA 14 July 2015 (has links)
[pt] Esta dissertação tem por objetivo analisar a crise ecológica de nosso tempo à luz da obra do filósofo e antropólogo francês Bruno Latour, considerando especialmente seus estudos sobre a modernidade e seu conceito de guerra dos mundos. Em trabalhos recentes, Latour ampliou a noção de guerra dos mundos, apresentada originalmente em seu livro War of the Worlds: What about Peace?, de 2002, para se referir à disputa ontológica entre dois povos – os Humanos e os Terranos – que deve ser declarada para fazer frente à situação de grave desequilíbrio de diversos parâmetros ambientais que permitiram o florescimento das formas de vida existentes e que vinham se mantendo estáveis havia milhares de anos. Tal desequilíbrio, asseguram inúmeros cientistas, é causado pelo impacto da ação humana sobre a Terra, e acarretou a entrada do planeta em uma nova época geológica, o Antropoceno. Latour insiste que esta guerra precisa ser declarada para que se possa pensar a paz, entendida como a construção, por meio de um trabalho de diplomacia, de um mundo comum no qual diversas ontologias e cosmologias possam conviver. Este acordo de paz é exequível? Eis a pergunta que este trabalho se propõe a responder. / [en] This dissertation aims to analyze the ecological crisis of our time in the light of the oeuvre of French philosopher and anthropologist Bruno Latour, considering especially his writings on modernity and his concept of war of the worlds. In recent works, Latour has expanded the notion of war of the worlds, presented for the first time in his book War of the Worlds: What about Peace? (2002), referring to the ontological dispute between two people – the Human and the Earthbound – that must be declared for confronting the situation of deep unbalance of the planet environmental parameters that allowed the flourishing of the current forms of life, and that had been relatively steady for thousands of years. Such unbalance, most of scientists assure, is caused by the impact of human action upon the Earth, and brought about its entry in a new geological epoch, the Anthropocene. Latour insists that this war must be declared in order to think about the peace, understood as the composition, through a diplomatic work, of a common world in which diverse ontologies and cosmologies can coexist. Is this peace agreement feasible? That is the question this work seeks to answer.
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[en] COSMOPOLITICS OF THE EARTH: MODES OF EXISTENCE AND RESISTANCE IN THE ANTHROPOCENE / [pt] COSMOPOLÍTICAS DA TERRA: MODOS DE EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA NO ANTROPOCENO

ALYNE DE CASTRO COSTA 18 February 2020 (has links)
[pt] Esta tese tem por objetivo investigar, sob um ponto de vista filosófico, possíveis caminhos para pensar o que significa resistir diante da chamada crise ecológica, isto é, o conjunto das graves alterações de origem antropogênica observadas nos processos biogeoquímicos da Terra, a ponto de ter suscitado a entrada do planeta numa nova época geológica, o Antropoceno. Esse acontecimento coloca em xeque a própria validade universal das categorias que sustentam a epistemologia dita ocidental – a qual, segundo Bruno Latour (1994), se caracteriza pela admissão de apenas dois modos de existência para os seres, isto é, como entes naturais ou culturais. De maneira que, para investigar as possibilidades de resistência, sugerimos ser necessário considerar os modos próprios de outras ontologias conceberem os entes que habitam o mundo, bem como suas maneiras particulares de descrever os processos e interferências que ameaçam destruí-lo. Tal consideração da pluralidade ontológica existente se faz necessária também porque, como este trabalho pretende esclarecer, a Terra pode ser compreendida como o solo comum que só existe a partir das versões divergentes dela mesma. A unidade que constitui esse solo comum, no entanto, não pode ser vislumbrada sem um cuidadoso trabalho de composição: foi uma tentativa malsucedida de fabricar um mundo comum que deflagrou a atual guerra de mundos (Latour, 2002) que a crise ecológica torna incontornável. Assim, seguindo ainda a terminologia de Latour, de um lado da disputa estão os Humanos, aqueles que, presumindo deter o conhecimento definitivo sobre a realidade objetiva do mundo e se arrogando o direito de explorar impiedosamente os seres naturais (além de outros humanos), conduziram-nos ao estado atual de desordem ecológica; do outro, há os Terranos, indivíduos e povos que reconhecem na Terra e em seus seres verdadeiros aliados na existência, e não meros recursos a explorar. Esta tese, portanto, traça um panorama, ainda que não exaustivo e em larga medida especulativo, dos múltiplos modos terranos de existir e resistir, permitindo assim entrever as possíveis insurreições cosmopolíticas da Terra e de seus povos contra a barbárie eco-política que se anuncia. / [en] This thesis aims to investigate, from a philosophical standpoint, possible ways of thinking about what it means to resist in the so-called ecological crisis - that is, the severe anthropogenic changes to Earth s biogeochemical cycles that pushed the planet into a new geological epoch: the Anthropocene. This crisis calls into question the very validity of the main categories that structure what we call western epistemology – which, according to Bruno Latour (1994), is characterized by the distribution of all beings into two (and only two) modes of existence, i.e., either as natural or as cultural entities. Therefore, in order to investigate different manners of resisting, we suggest that it is crucial to consider the particular ways in which other ontologies conceive the beings that inhabit the world, as well as how they describe the processes and interferences that threaten to destroy it. Another reason why we need to adopt this ontological pluralism is that, as this thesis aims to demonstrate, the Earth can be understood as a common ground which exists only through the diverging versions of itself. The unity that constitutes this common ground, however, requires a careful labour of composition: it was precisely an attempt at fabricating a common world whithout this composition that unleashed the current war of worlds (Latour, 2002) that the ecological crisis makes inescapable. Thus (still keeping to Latour s terminology), on one side of this war, stand the Humans - those who, by presuming to possess the definitive knowledge over objective reality, have all along claimed their right to unscrupulously exploit the natural beings (as well as other human beings), thus leading us to the present situation of ecological disorder. On the other side stand the Earthbound, those peoples who consider the Earth and its beings as their true allies in existence, rather than just an infinite source of materials to exploit. This thesis outlines a panorama - a non-exhaustive and, to a large extent, speculative one - of the multiple Earthbound modes of existence and resistance, which provides a glimpse of the possible (cosmo)political uprisings of the Earth and its peoples against the eco-political barbarism ahead.

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