[pt] Em 2021, o Dia da Sobrecarga da Terra ocorreu em 29 de julho e, desde então, a população passou a estar em débito com o planeta, já que aquilo que é consumido, não corresponde ao que ele é capaz de produzir no período de 12 meses. Trata-se de uma relação desarmônica que corrobora com o estado de emergência climática atual, onde a busca por recursos naturais mostra-se cada vez mais predatória. Neste estudo observamos, a partir de revisão bibliográfica, que alguns grupos sociais suportam os efeitos da emergência do clima de maneira desigual, e nos propusemos a observar o tema a partir da ótica da justiça climática. Foi o Acordo de Paris o responsável por introduzir, em 2015, este conceito nas discussões sobre o meio ambiente e o clima, ainda que sem determinar seu significado. O presente trabalho discute esses aspectos a partir da visão do Sul-Global e lê o Decrescimento como possível opositor ao Antropoceno. Concluímos que uma construção epistemológica unificada do termo justiça climática pode não ser tão factível quanto uma perspectiva que abrange múltiplas possibilidades. / [en] In 2021, Earth Overshoot Day took place on July 29 and, since then, the population has been in debt to the planet, as what is consumed does not correspond to what it is capable of producing in the period of 12 months. It is a disharmonious relationship that corroborates the current state of climate emergency, where the search for natural resources is increasingly predatory. In this study, we observed, based on a literature review, that some social groups bear the effects of the climate emergency in an unequal way, and we proposed to observe this from the perspective of climate justice. The Paris Agreement was responsible for introducing this concept in discussions on the environment and climate in 2015, although without determining its meaning. The present work discusses these aspects from the perspective of the Global South and reads Degrowth as a possible opposition to the Anthropocene. We conclude that a unified epistemological construction of the term climate justice may not be as feasible as a perspective that encompasses multiple possibilities.

[pt] O envolvimento de militares em operações de resposta a desastres, emergências e crises vem aumentando, pois além dessas situações apresentarem complexidades cujo enfrentamento faz parte de sua doutrina, os militares possuem infraestrutura e treinamento necessários à prestação de assistência humanitária. O Comando e Controle (C2) exercido nas operações militares é considerado essencial dada a complexidade para realização dessas operações. A literatura científica sobre C2 é, em sua maior parte, registrada como doutrina militar, baseada no empirismo. O presente estudo objetiva compreender como o C2 é realizado pelos militares em duas operações humanitárias acionadas pelo Ministério da Defesa. E com tal propósito, é realizada uma revisão da literatura sobre elementos essenciais do C2, como sua definição, ações, funções, níveis, meios e ativos para sua realização e agentes envolvidos. A partir de 22 documentos resultantes da revisão da literatura, são apresentados uma taxonomia, uma proposta de definição de C2 e um framework que visa auxiliar acadêmicos, profissionais da área e as Forças Armadas. Posteriormente, para verificar a factibilidade dos elementos identificados na literatura e sua aplicação nessas operações, são propostos dois estudos de caso: um sobre a Operação Acolhida, que oferece assistência emergencial aos imigrantes e refugiados venezuelanos, e outro sobre a Operação Carro-pipa, que contempla ações de distribuição de água potável às populações rurais atingidas pela estiagem e seca. Como resultado, essa pesquisa identifica que a forma como o C2 é realizada pelos militares depende do tipo de desastre e do nível em que o C2 está sendo exercido, além de contribuir academicamente pela proposição de uma definição de C2, uma taxonomia e um framework acerca do C2 exercido pelos militares em operações de resposta a desastres, emergências e crises. / [en] The involvement of the military in disaster, emergency, and crisis response operations has been increasing, as in addition to these situations presenting complexities similar to those faced on the battlefield, they have the infrastructure and training necessary to provide humanitarian assistance. The Command and Control (C2) exercised by the military is considered essential given the complexity of carrying out these operations. The scientific literature on C2 is, for the most part, registered as military doctrine, based on empiricism. This study aims to understand how C2 is performed by the military in two humanitarian operations triggered by the Ministry of Defense. And with this purpose, a literature review is carried out on essential elements of C2, such as its definition, actions, functions, levels, means, and assets for its realization and agents involved. From 22 documents resulting from the literature review, a taxonomy, a proposed definition of C2, and a framework that aims to support academics, professionals in the field, and the Armed Forces are presented. Subsequently, to verify the feasibility of the elements identified in the literature and their application in these operations, two case studies are proposed: one on Operação Acolhida, which offers emergency assistance to Venezuelan immigrants and refugees, and another on Operação Carro-pipa, which includes actions for the distribution of drinking water to rural populations affected by drought and dry season. As a result, this research identifies that the manner C2 is performed by the military depends on the type of disaster and the level at which C2 is being exercised, in addition to contributing academically by proposing a definition of C2, a taxonomy, and a framework about of the C2 exercised by the military in disaster, emergency, and crisis response operations.