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[en] ON ERROR IN PERCEPTION: IN DEFENCE OF A RADICAL ENACTIVIST NON-REPRESENTATIONALIST APPROACH / [pt] SOBRE O ERRO NA PERCEPÇÃO: EM DEFESA DE UMA ABORDAGEM NÃO-REPRESENTACIONALISTA ENATIVISTA RADICALDEYVISSON FERNANDES BARBOSA 18 May 2020 (has links)
[pt] A percepção é inerentemente representacional? Esta é, como eu a penso, a
questão mais fascinante na filosofia da percepção. Para responder a essa pergunta,
eu analiso duas formas rivais de pensar a percepção, a saber: representacionalista
e anti-representacionalista ou, como prefiro, não-representacionalista. Assim, eu
discuto se a percepção é melhor compreendida em termos representacionais ou em
termos não-representacionais. Ao fazer isso, busco desenvolver uma variedade
radical de enativismo segundo a qual a percepção nem sempre envolve a posse
pelo próprio estado mental de conteúdo semântico representacional. Ao rejeitar a
visão de que a percepção sempre tem conteúdo representacional, sustento que a
percepção deve ser vista em termos de funcionalidade biológica. Ao fazer isso,
distingo dois tipos diferentes de normatividade. O primeiro é o que muitos
filósofos chamam de normatividade biológica. A segunda, a chamada
normatividade semântica, é aquela exibida por nossas habilidades linguísticas, tais
como julgamentos, crenças e inferências com conteúdo. Com essa distinção em
mente, clarifico em que sentido existem erros perceptuais. Como resultado,
defendo que existem erros perceptuais, embora de tipos diferentes. Finalmente,
tento explicar as ilusões ópticas, dado por excelência a ser explicado por qualquer
teoria da percepção. / [en] Is perception inherently representational? This is, I take it, the most
fascinating question in philosophy of perception. To answer it, I analyze two rival
ways of thinking about perception, namely: representationalism and
anti-representationalism or, as I would rather call it, non-representationalism.
Thus, I discuss whether perception is best understood in representational or in
non-representational terms. In doing so, I seek to develop a radical variety of
enactivism according to which perception has nothing to do with content,
representation, or semantic norms. In rejecting the view that perception always
has representational content, I hold that perception must be seen in terms of
biological functionality. In doing so, I distinguish two different types of
normativity. The first is what many philosophers call biological normativity. The
second, called semantic normativity, is the kind of normativity exhibited by our
linguistic abilities, such as judgments, beliefs, and content-involving inferences.
With this distinction in mind, I clarify the sense in which there are perceptual
errors. As a result, I argue that there are perceptual errors, albeit of different kinds.
Finally, I try to explain optical illusions, datum par excellence to be accounted for
by any theory of perception.
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[en] MACHINE LEARNING AND HUMAN LEARNING: AN ENACTIVIST ANALYSIS / [pt] MACHINE LEARNING E A APRENDIZAGEM HUMANA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO ENATIVISMOCAMILA DE PAOLI LEPORACE 26 January 2023 (has links)
[pt] Situada no campo da filosofia da educação, a tese dialoga também com o campo das tecnologias educacionais. O trabalho busca uma compreensão filosófica dos impactos da aprendizagem de máquina ou machine learning na educação. Para isso, dedica-se aos pressupostos subjacentes à aprendizagem de máquina em articulação com os pressupostos subjacentes à concepção de aprendizagem humana que descende do enativismo. Defende-se que a chegada da aprendizagem de máquina na educação encontra um campo em que ainda predomina o paradigma cognitivista, o qual é bastante profícuo para que germinem as tecnologias baseadas em dados e redes neurais. Avança-se para demonstrar que esse paradigma, no entanto, vem sendo desafiado por outras abordagens de pesquisa que se dedicam à mente humana, dentre as quais se destaca o enativismo. São explicitadas as bases teóricas fundamentais do enativismo, e como elas se desdobram em pressupostos para uma aprendizagem humana que é corporificada e essencialmente orientada ao acoplamento do ser com o mundo e com os outros agentes. É dedicada atenção especial aos impactos da aprendizagem de máquina na autonomia do cognoscente, a qual, sob a perspectiva do enativismo, somente pode existir e se manter nas trocas com o meio e com aqueles que habitam e formam esse ambiente. Demonstra-se que, para que as tecnologias algorítmicas sejam adequadas a uma concepção de cognição e de aprendizagem enativista, é preciso buscar um caminho de valorização ainda maior do corpo na aprendizagem, bem como da intersubjetividade, uma vez que as relações entre os agentes cognitivos não são concebidas como articulações opcionais, mas como um elemento que está no cerne da atividade cognitiva humana e do qual essa atividade emerge. / [en] This work is situated in the field of philosophy of education, and also relates to the field of educational technologies. The thesis seeks a philosophical understanding of the impacts of machine learning in education. To do so, it addresses the assumptions underlying machine learning in conjunction with the premises underlying the conception of human learning that derive from enactivism. It is argued that the arrival of machine learning in education found fertile ground in which the cognitivist paradigm still prevails, a situation that is rather fruitful for technologies based on data and neural networks to thrive. The thesis demonstrates that this paradigm, however, has been challenged by other research approaches that are dedicated to the human mind, among which enactivism is emphasized. The fundamental theoretical underpinnings of autopoietic enactivism are explained, as well as how they unfold in assumptions for a notion of human learning that is embodied and essentially oriented towards the coupling of the human organism with the world and with other agents. Particular attention is drawn to the impacts of machine learning on the autonomy of the cognizer, which, from the perspective of enactivism, can only exist and be maintained in exchanges with the environment and with those who inhabit and shape this environment. It is shown that for algorithmic technologies to be suited to an enactivist conception of cognition and learning a greater appreciation of the body in learning is necessary, as well as intersubjectivity, since the connections between cognitive agents are not conceived as optional articulations, but as an element that is at the core of human cognitive activity and from which this activity emerges.
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[pt] A ABORDAGEM ENATIVISTA DA COGNIÇÃO EM DIÁLOGO COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL / [en] ENACTIVE APPROACH TO COGNITION AND ENVIRONMENTAL EDUCATION: A DIALOGUEVITORIA CARDOSO GONDIN DA FONSECA 12 July 2021 (has links)
[pt] A partir do Enativismo, perspectiva filosófica emergente no campo das ciências da mente, este trabalho investigou a dimensão cognitiva pertinente à Educação Ambiental (EA) no Brasil. Para tanto, foi desenvolvida uma leitura analítica e crítica do livro Mind in Life, de Evan Thompson, e posterior articulação de conceitos com o objetivo de questionar as premissas em cognição predominantes na EA no Brasil. Para tal, fiz um recorte de autoras brasileiras que discutem cognição em EA, destacando seus principais argumentos, e busquei explicitar os conceitos do Enativismo que julguei mais relevantes para o diálogo. Fiz uma sobreposição entre as autoras brasileiras e Thompson, indicando aproximações e afastamentos. Saliento que, investigando sobre cognição, encontrei as dicotomias humano/natureza, cultura/natureza e cognição/emoção apontadas como algo a ser revisto e superado em EA bem como o Antropocentrismo. Encontrei no Enativismo um arcabouço teórico denso e satisfatório para superar tais obstáculos. Como parte final, encontrei em Ailton Krenak, filósofo e indígena, uma fala que aponta na mesma direção. Buscando aplicar as descobertas em algo mais concreto, fiz uma releitura dos princípios orientadores em EA no Brasil. / [en] Based on the Enactive approach, an emergent philosophical perspective in the field of sciences of the mind, this work investigated the cognitive dimension pertinent to Environmental Education (EE) in Brazil. To this end, an analytical and critical reading of the book Mind in Life, by Evan Thompson, was undertaken and, subsequently, concepts were articulated in order to question the cognitive assumptions prevalent in EE in Brazil. In this regard, I selected Brazilian authors who discuss cognition in EE, highlighting their main arguments, aiming to explain the concepts of Enactivism that I found most relevant to the dialogue. I developed an analysis of the overlap between the Brazilian authors and Thompson, indicating approximations and differences. I found that, investigating cognition, the dichotomies human / nature, culture / nature and cognition / emotion, as well as Anthropocentrism, need to be reviewed and overcome in EE. I found in Enactivism a dense and satisfactory theoretical framework for overcoming such obstacles. Finally, I found in Ailton Krenak, philosopher and indigenous writer, a point of view that points in the same direction. Seeking to apply the findings to something more concrete, I reinterpreted the guiding principles in EE in Brazil.
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