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[en] NARRATIVES OF GLOBAL GOVERNANCE: UN IDEAS THAT CHANGED THE WORLD AS POLICYMAKING / [pt] NARRATIVAS DA GOVERNANÇA GLOBAL: IDÉIAS DA ONU QUE MUDARAM O MUNDO COMO POLICYMAKING

CARLOS FREDERICO PEREIRA DA SILVA GAMA 13 May 2019 (has links)
[pt] Narrativas da Governança Global: Idéias da ONU que mudaram o mundo como policymaking aborda a Organização das Nações Unidas (ONU), organização internacional contemporânea, como um conjunto de práticas políticas. Seu objeto de estudo é uma coleção de livros, chancelada pela ONU, sobre idéias que mudaram o mundo em diversas áreas (Segurança, Desenvolvimento, Direitos Humanos) – o Projeto para uma História Intelectual da ONU (PHIONU). PHIONU apresenta a ONU como organização que aprende, capaz de inovar e exportar suas descobertas – produzindo ordem internacional para outros agentes sociais, no processo (governança global). Narrativas da Governança Global questiona criticamente essa afirmação – idéias da ONU mudaram o mundo. Informada por abordagens críticas das relações internacionais e sobre idéias, ela desvela narrativas contraditórias de governança na PHIONU. Ao invés de uma concepção simples de governança global, PHIONU é repleta de usos contraditórios de idéias. Elas são usadas para definir (algumas) práticas sociais como problemas e para autorizar (alguns) agentes sociais como solucionadores. PHIONU engloba uma cacofonia política. Apesar de incômodo, barulho não impede o ordenamento. Através de disputas políticas ambivalentes centradas em idéias, uma concepção específica do internacional é produzida, com a ONU como elemento central. Ela soluciona problemas dos estados, sem sofrer efeitos colaterais. Ela também leva demandas da sociedade civil, do plano doméstico para o internacional. Na caracterização da realidade social da PHIONU, a ONU, não-soberana, cujas práticas são frequentemente contestadas, torna-se quase onipresente. Ela transcende o espaço para aprender através do tempo e prever mudanças. Por um lado, PHIONU legitima a instituição da ONU (não-soberanos precisam de justificação extra). Por outro lado, a ONU como instituição é definida, legitimada via uma gramática de risco, ameaça, crise, tragédia. Ela é tornada um sujeito hipermoderno ajudando sujeitos modernos (estados, ONGs) a viver ordenadamente – governança. Depois dessa abordagem crítica, Narrativas da Governança Global expõe como PHIONU legitima a ONU via uma (aparentemente) simplista definição de idéias como commodities. Ao longo de suas metamorfoses, idéias usadas contraditoriamente conferem coerência à ONU – o mundo gira incessantemente, a organização permanece. Sabendo de antemão o que fazer para evitar problemas (alheios), a ONU não-soberana se torna a fonte autoritativa de governança, mediando níveis de atividade social. Global significa um arranjo ordenado de soberanos e não-soberanos com a ONU no meio – concepção territorializada e soberanista de um internacional reformado. Alegadamente orientada para o futuro, PHIONU extrai suas profecias do passado, recolocando mitos fundacionais conceituais. O contexto da produção da PHIONU é relevante. A ONU foi perturbada por mudança súbita, criticada por suas limitações e inadequação no pós-Guerra Fria. PHIONU provem respostas possíveis para críticas do passado recente, contando, retrospectivamente, como a ONU mudou o mundo adiante dos demais. Narrativas da Governança Global: Idéias da ONU que mudaram o mundo como policymaking enfoca como assertivas históricas são colocadas em movimento, questionando a perspectiva orientada pelo futuro da PHIONU, problematizando como práticas de produzir discursos sobre a História operam nas instituições. Adotando risco, ameaça, crise e tragédia como referências, PHIONU se afasta da Modernidade como crítica imanente, em prol da colonização do futuro. / [en] Narratives of Global Governance: UN ideas that changed the world as policymaking approaches the United Nations (UN), a contemporary international organization, as a set of political practices. Its object of inquiry is a collection of UN-sanctioned accounts of ideas that changed the world in several issue areas (Security, Development, Human Rights) – the United Nations Intellectual History Project (UNIHP). UNIHP presents the UN as a learning organization, able to innovate and to export its findings – in the process, producing international order for a variety of other social agents (global governance). Narratives of Global Governance puts this claim – UN ideas changed the world – under critical scrutiny. Informed by critical approaches to ideas and international relations, it unpacks contradictory narratives of governance running through UNIHP. Instead of a clear-cut conception of global governance, UNIHP is filled with conflicting uses of ideas. They are used to frame (some) social practices as problems to be solved, and to authorize (some) social agents as problem-solvers. UNIHP comprises a political cacophony. Despite unsettling, noise doesn t preclude ordering. Through ambivalent political disputes centered on ideas, a specific conception of the international is produced, with the UN as a pivotal element. It provides solutions to sovereign states problems, without partaking in side-effects. It also bridge civil society demands, from domestic settings to the international realm. In UNIHP-legitimated depiction of social reality, the UN, non-sovereign, whose practices are often contested, becomes quasi-omnipresent. It transcends space, in order to learn through time and forecast change. On the one hand, UNIHP legitimizes the institution of the UN (non-sovereign entities need extra justification). On the other hand, the UN as an institution is framed, legitimated, according to a grammar of risk, threat, crisis, tragedy. It is rendered a hyper-modern subject helping modern subjects (states, NGOs) live orderly. Governance follows. After its critical scrutiny, Narratives of Global Governance displays how UNIHP legitimizes the UN through a (deceptively) simplistic account of ideas as commodities. Across their metamorphoses, contradictory uses of ideas confer the UN coherence, as the world changes incessantly and the organization stands still. Knowing in advance what to do to avoid (others) problems, sovereign-deprived UN becomes the authoritative source of governance, bridging levels of social activity. Global stands for an ordered array of sovereigns and non-sovereigns, with the UN in-between – a territorialized, sovereign-informed account of a reformed international. Allegedly future-oriented UNIHP extracts its prophecies from the past, restating conceptual foundational myths. The context of UNIHP s production is relevant. After the Cold War, the UN was unsettled by sudden change, criticized for shortcomings and inadequacy. UNIHP provides a tentative answer to near-past criticisms, telling, retrospectively, how the UN changed the world ahead of the curve of the rest. Narratives of global governance: UN ideas as policymaking focuses how historical claims are made to work, disputing UNIHP s future-oriented perspective on grounds of how practices of making claims about History are worked in institutions. By adopting risk, threat, crisis and tragedy as referents, UNIHP departs Modernity as immanent critique, for the sake of colonizing the future.

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