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[en] POSTCOLONIAL READING OF THE UNITED NATIONS NEW PEACE OPERATIONS: THE CASE OF SOMALIA / [pt] UMA LEITURA PÓS-COLONIAL SOBRE AS NOVAS OPERAÇÕES DE PAZ DA ONU: O CASO DA SOMÁLIAMARTA REGINA FERNANDEZ Y GARCIA MORENO 13 May 2019 (has links)
[pt] A tese oferece uma leitura pós-colonial sobre as novas operações de paz da ONU a partir do caso da Somália. O argumento central é o de que tais operações são informadas por uma velha lógica, a da teoria da modernização, a qual, por sua vez, deita suas raízes nas teorias racistas e evolucionistas do século
XIX. Nesse sentido, a tese sugere que essas novas operações são guiadas pela mesma lógica logocêntrica que informou o imperialismo europeu e a ação subseqüente do Conselho de Tutela das Nações Unidas. A tese visa a desestabilizar o ineditismo das novas operações de paz por meio da análise genealógica de um caso específico, o somali. Argumenta-se que a construção discursiva das sociedades alvo de tais operações como atrasadas, falidas ou pré-modernas cria as condições de possibilidade para as operações de paz conduzidas pelas Nações Unidas em nome da salvação, do progresso e da modernização das mesmas. Logo, a produção da descontinuidade/inovação das operações de paz em relação ao passado colonial depende da construção da continuidade das sociedades alvo de tais operações vistas como sujeitas a conflitos ancestrais e endógenos, ligados a um passado pré-colonial; revelando, desse modo, uma dependência mútua entre as identidades moderna e tradicional. A tese sugere que o reconhecimento do caráter híbrido das sociedades pós-coloniais, presente na perspectiva pós-colonial, nos permite desestabilizar o discurso logocêntrico subjacente às novas operações de paz da ONU. / [en] This dissertation offers a postcolonial reading about the new UN peace operations from the case of Somalia. The central argument is that these operations are informed by an old logic, namely: the modernization theory, which, in turn, lays its roots in evolutionary and racist theories of the nineteenth century. Thus, this dissertation suggests that these new operations are guided by the same logocentric logic that informed the European imperialism and the subsequent action of the United Nations Trusteeship Council. This research aims at destabilizing the novelty of the new peace operations through the genealogical analysis of a particular case: Somalia. It is argued that the discursive construction of the target societies of these operations as backward, failed or pre-modern creates the conditions of possibility for peace operations undertaken by the United Nations on behalf of salvation, progress and modernization of such societies. It is argued that the production of discontinuity and innovation of the new peace operations in relation to the colonial past depends on the construction of the continuity of the societies subject to these operations which are seen as under ancestral and endogenous conflicts tied to a pre-colonial past; revealing therefore the mutual dependency between the identities modern and traditional. Finally, the dissertation suggests that the recognition of the hybrid character of the postcolonial societies by the postcolonial perspectives allows us to destabilize the logocentric discourse underlying the new peace operations.
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