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[en] AMAZONIAN CULTURE AND DESIGN: THE SYMBOLIC SPACE OF THE DESIGN FIELD IN AMAZONAS / [pt] DESIGN E CULTURA AMAZÔNICA: O ESPAÇO SIMBÓLICO DO CAMPO DO DESIGN NO AMAZONAS17 May 2017 (has links)
[pt] O presente trabalho busca identificar o processo de estruturação e a configuração do Campo do Design no Amazonas assim como as contribuições e consequências, concretas e simbólicas, deste para a cultura amazônica no contexto globalizado. O trabalho tem como enfoque o Campo do Design enquanto campo de produção de bens simbólicos e como principal produtor de bens e serviços na modernidade, como essa prática incide sob lugares historicamente tidos como periféricos, como a Amazônia, assim como o papel dessa prática no embate entre modernidade e tradição. A pesquisa parte do princípio de que a adoção irrestrita e
irreflexiva dos cânones e das soluções modernas resulta na reprodução de seus erros e arbitrários. Para demonstrar isso, primeiramente é apresentado o instrumental teórico-metodológico para a análise das noções de cultura, sociedade, modernidade e do Campo do Design enquanto produtor de bens simbólicos. Estando esse instrumental posto, ele é utilizado para discernir as relações do homem com o meio amazônico e a construção histórica usando como objeto às suas formas de representação – cultura visual –, significado e valores sociais estabelecidos e associados a essas produções, demonstra-se como o locus de sentido da cultura amazônica se constituiu na floresta e que essa cultura, apesar de dominante na região, é preterida pelos dominantes. Para isso, foram selecionadas imagens de períodos históricos distintos da Amazônia, – conquista,
colonização e da modernidade – como forma de ilustrar como essas ideias e noções determinavam a produção dessas formas de representação. Dessa forma foi possível circunscrever o modo como as elites econômicas, políticas e culturais do Amazonas produzem e legitimam as interseções das diferentes temporalidades históricas e como a ideologia comercial dominante globalmente – globalização – interfere na produção e circulação de bens simbólicos na região. Assim, a questão da configuração dos bens simbólicos não se pauta somente nem principalmente por uma deliberação formal, por um questionamento técnico e pelo avanço das técnicas de representação, mas sim, pelas ideias legitimadas pelas classes dominantes, pela relação do homem com o meio – principalmente na determinação das relações preferidas e preteridas –, e pelos recursos disponíveis para a realização dessa atividade. A partir das produções dos demais campos de produção de bens simbólicos, como a Arquitetura, a Arte, o Grafite e a Literatura, demonstra-se como o locus de sentido muda para a cidade a partir das últimas décadas do século XX e também a atualização, continuidade e desaparecimento de várias dessas noções, como as de Amazônia como infância do mundo, do progresso libertador, o impulso enciclopédico, a noção de que ver é conhecer, o determinismo natural, dentre outras. Por fim, é apresentado um modo de compreensão e valorização para o mercado de produção de bens simbólicos produzido pelo Design do Amazonas alternativo à ideologia comercial dominante globalmente, considerando-se especialmente as particularidades oriundas da cultura indígenas que foram hibridizados na para o surgimento cultura amazônica, sua forma de se relacionar com o meio, seu perspectivismo, seu entendimento de uma política cosmológica e os potenciais impactos dessas noções para o Campo do Design. / [en] The present work aims to identify the structuring and configuration process of the Design s Field in the Amazon as well the concrete and symbolic contributions and consequences of this practice for the Amazonian Culture in a globalized context. The research focuses on: the Design s Field as a field of production of symbolic goods in modernity in which it is the main responsible for the conformation of its goods and services; how this Field view and apprehends places that are historically regarded as peripheral, as the Amazon; as well analyse the responsibility of this Field in the clash between modernity and tradition. The research assumes that the unrestrained and unreflective adoption of modernity legitimated canons and solutions result in the reproduction of its slips and arbitraries. In order to demonstrate this statement, first it is presented the
theoretical-methodological instrumental tool for the analysis of the notions of culture, society, modernity, field and the relation between Design and the production of symbolic goods. After this, those notion are employed to: i) expose the relations between the man with the Amazonian environment and the historical construction of this relation trough its forms of representation – visual culture –; ii) the meanings and social established values and their association with these productions; iii) and also it is demonstrated how the locus of meaning of the Amazonian culture was constituted in the forest and how this culture, although qualitatively dominant in the region, is overpowered by the interests of the dominant ones. To do so, images from different historical periods of Amazonia, – conquest, colonization and modernity –, were selected as a way of illustrating how these ideas and notions determined the production of these forms of representation. Thereby, it was possible to circumscribe the manner in which the economic, political and cultural elites of the Amazon produce and legitimize the intersections of different historical temporalities and how the globally dominant commercial ideology – globalization – locally interferes with the production and circulation of symbolic goods. Then, the question of the configuration of symbolic goods is not only dictated by a formal deliberation, it is not a technical question related only with the advance of the techniques of representation but rather by ideas that are legitimated by the dominant classes, by the relation of man with the
environment keeping in mind the determination of favoured and deprecated relations, and by the amount of resources available to carry out this activity. Complementarily, from the other fields of production of symbolic goods and their productions, such as architecture, art, graphite and literature, it is shown how the locus of meaning moves to the city in the last decades of the twentieth century and also the modification, continuity and disappearance of several of these notions, such as the Amazon as the world s childhood, the univocal potential of the progress for man emancipation, the encyclopaedic impulse, the notion that seeing is knowing, natural determinism, among others. Finally, as a way of understanding and increase the market of symbolic goods produced by the Design Field in Amazonas as an alternative to the globally dominant commercial ideology it is presented another perspective to evaluate and understand its production. This alternative especially explores the particularities of the indigenous culture that were hybridized in the Amazonian culture, their way of relationship with the environment, their perspectivism, their understanding of a cosmological policy, and the potential impacts of these notions on the Design Field.
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