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Cosmologia e praticas rituais KaingangVeiga, Juracilda, 1956- 12 August 2018 (has links)
Orientador: Vanessa Rosemary Lea / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-12T01:45:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2000 / Resumo: Essa tese busca compreender a cosmologia Kaingang a partir de três rituais: A festa do Kuiâ (xamã), A festa do Kikikoi e o Ritual de purificação da viúva. Esses três rituais simbolizam diferentes tempos que estou chamando de os três tempos do mundo, considerando que a cosmologia Kaingang está assentada sobre ciclos de conflagração e regeneração da terra. Esses rituais que tomam de empréstimos alguns símbolos cristãos estão, no entanto, profundamente pautados sobre uma concepção própria do mundo, justificados por mitos que são atualizados durante suas celebrações. Esses três rituais estão relacionados à celebração da agricultura, à volta dos mortos numa festa de confraternização entre vivos e mortos e na posterior separação desses espaços. o estudo dos três rituais mencionadospermite perceber que as referências cosmológicas dos Kaingang estão sustentadasem símbolos multireferenciais que se recobrem. As variações encontradas podem ser explicadas como um mesmo ciclo ritual que se partiu, ou como o desenvolvimento de diferentes tradições que, no entanto, expressam uma mesma simbologia: A vida na terra é dependente do destino dos mortos porque a sociedade dos vivos é eternamente recriada pelos ancestrais mortos: "nossos troncos ", "nossos antigos ". A cosmologia Kaingang está também ancorada na possibilidade de contato, entre diferentes espécies de espíritos, que habitam o cosmos, realizados através da capacidade de comunicação dos humanos com eles e da metamorfose entre diferentes maneiras de ser / Abstract: This thesis aims at understanding Kaingang cosmology by studing three rituais: the Kuiâ (shaman) Celebration, the Kikikoi Festival, and the Widowed Person's Purification Ritual. These three rituais symbolize different times which I called the three times o, the world, taking in to account the fact that the Kaingang cosmology rests on cycles of earth conflagration and regeneration. These rituais, even though borrowing some Christian symbols, are profoundly supported on their own conception of the world. They are justified by myths that, at the same time, are updated during the ritual celebration. Such rituais are related to the agriculture's celebration, the return of the dead for a reunion festivity with the living, and the later return to their original places. The study of the three mentioned rituais allows us to realize that the cosmological references of the Kaingang are founded on multireferencial symbols which re-cover themselves. The variations found can be accounted for either as the same ritual cycle that has been splitted up, or as the development of different traditions which, on the other hand express the same symbology: life on earth depends upon the destiny of the dead because society of the living is eternally recreated by the dead ancestors ("our trunk", "our ancienr). The Kaingang cosmology is also anchored on the possibility of the contact between distinct species of spirits which inhabit the cosmos. These contacts are made by means of the human communication capacity with those spirits and by the possible metamorphosis between different conditions of being / Doutorado / Doutor em Antropologia Social
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Religião como tradução : missionarios, Tupi e "Tapuia" no Brasil colonialPompa, Maria Cristina 15 May 2001 (has links)
Orientador : John Manuel Monteiro / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-28T02:59:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: Este trabalho traz uma análise histórico-antropológica do processo de encontro entre indígenas e missionários no Brasil colonial. A pesquisa visa reconstruir os percursos históricos específicos através dos quais horizontes culturais diferentes (a religião cristã ocidental, por um lado, e os sistemas mítico:-rituais indígenas, por outro) constituíram-se como instrumentos conceituais para construir o sentido do "outro", que a realidade colonial colocava como problema. Identificando as linhas essenciais da releitura e da rearticulação destes horizontes, a tese procura mostrar que o encontro entre a religião ocidental e o mundo simbólico indígena foi, mais do que a simples imposição da primeira e o cancelamento do segundo, um processo de tradução recíproca, em que os símbolos de um e de outro constituíram uma linguagem de mediação. O que se propõe é uma análise que compara dois momentos sucessivos deste encontro: o primeiro entre missionários, viajantes e índios tupinambá do litoral, no século XVI, e o segundo entre missionários e índios " tapuia" do sertão do nordeste, nos séculos XVII e XVIII. O primeiro momento tem como pano de fundo o contexto cultural do debate filosófico e religioso sobre a natureza dos selvagens e a possibilidade de sua catequese. O segundo momento envolve uma análise das fontes voltada para uma nova leitura da história do sertão e de seus habitantes. A comparação mostra diversos processos desencadeados pelo encontro: em primeiro lugar, o processo de construção da "religião dos selvagens", no século XVI, a partir da adaptação dos esquemas conceituais medievais e renascentistas, processo este que de alguma forma acabou influindo nas ciências sociais contemporâneas; em segundo lugar, as transformações internas ao projeto missionário, ao longo de dois séculos, em suas relações com os objetivos catequéticos, com a realidade política colonial e com grupos indígenas diferentes; em
terceiro lugar, as diferenças nas estratégias de sobrevivência cultural e física dos diversos grupos indígenas, abrangendo a recusa, a aceitação e a transformação da mensagem cristã a partirde seus próprios universos simbólicos / Abstract: This thesis presents an historical-anthropological analysis of the encounter involving lndians and European missionaries in colonial Brazil. The text seeks to reconstruct specific historical trajectories through which distinct cultural horizons (Christianity, on the one hand, and the mythical and ritual universe of indigenous peoples, on the other) developed conceptual tools used in constructing a meaningful "other". In identifying key elements for rethinking these horizons, this thesis purports to show that the meeting between Westem religion and the symbolic universe of the Indians was far more than the simple imposition of the former or the total subversion of the latter; actually, it involved an intricate process of reciprocal translation, in which symbols fiom both traditions provided an idiom of mediation. Adopting a comparative focus, this work ana1yzestwo successive moments of this encounter: first, between missionaries, colonists, and Tupinambá lndians along the coast during the sixteenth century, and second between missionaries and "Tapuia" lndians in the northeastem sertão (backlands) during the seventeenth and eighteenth centuries. The first situation is discussed against the backdrop provided by the cultural context of the sixteenth-century philosophical and theological debate over the nature of the savages
and the prospects of their conversion to Christianity. The second situation requires a more elaborate analysis of documentary sources in order to reconstitute the littleknown history of the sertão and its inhabitants during this period. In each situation,
the encounter unleashed various processes. First of all, the sixteenth-century experience involved the construction of a "religion of the savages", based on the adaptation of medieval and renaissance conceptual schemes, which in fact have also
intluenced modern social science formulations. Second, missionary strategies and procedures underwent significant changes over the first two centuries, with respect to their goals regarding conversion, their relationship with broader colonial policies and
agents, and their relations with different indigenous societies. Third, indigenous groups themselves adopted different strategies for physical and cultural survival, which involved either refusing, accepting, or transforming the Christian message
based on resources derived from their own symbolic universe / Doutorado / Doutor em Antropologia Social
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Romhõsi'wai hawi rowa'õno re ihoimana mono : a criação do mundo segundo os velhos narradores XavanteShaker, Arthur, 1948- 12 November 2002 (has links)
Orientador: Robin Michael Wright / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-02T16:27:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2002 / Resumo: Apresentarei neste trabalho os frutos da pesquisa sobre os princípios fundantes da cosmogonia do povo Xavante, que desenvolvi junto aos velhos narradores e seus tradutores. Pretendo mostrar que o princípio maior da criação do mundo Xavante é o princípio da transformação, através do qual os criadores fazem vir à existência os entes e ritos que constituirão a tradição dos
Xavante. Para isto, os criadores têm o poder romhõ, por isso são referidos como os romhõsi'wa, aqueles que detêm o poder romhõ. A cosmogonia Xavante narra exatamente como através desse poder romhõ, os romhõsi'wa atuam: eles transformam-se a si mesmos na lua, no sol, nos animais e vegetais necessários à vida dos Xavante. Procurarei mostrar que eles fazem isto porque possuem os princípios de manifestação de certas possibilidades cósmicas, que estão contidas em sua natureza ontológica. Esta qualidade ontológica lhes confere o poder de se transformarem em múltiplos seres manifestando-os em suas formas específicas. Os seres míticos conjugam em sua natureza própria uma dupla natureza, de ser e devir, pois manifestamos seres fenomênicos a partir de si mesmos, e no caso de certos criadores especiais, sem perderem sua natureza original. Os romhãsi'wa possuem um saber prévio do quê eles têm que fazer para criar o mundo, e é este saber rowa'õno que os orientará, e cada um deles fará o que tem de ser feito. o poder de se transformarem nos seres advém desta qualidade ontológica que permite aos seres primordiais abrir as formas que estão contidas em princípio em sua natureza ontológica. Estes seres primordiais se manifestam no mundo como seres humanos, mas carregam em si a
possibilidade de se transformarem nos múltiplos seres, que passam a existir como tais, e no caso de alguns seres primordiais, eles retomam à sua forma humana. Isto nos levará a examinar a fundamental questão da forma humana. O quê exatamente isso significaria na cosmogonia Xavante, e como isto se liga à natureza ontológica dos seres primordiais, o que nos conduzirá a abrir um horizonte mais amplo sobre o tema da humanidade. Acompanhando o modo de atuação dos criadores romhõsi'wa, procurarei trazer uma contribuição
para a questão do transformismo, repensando qual sua real distinção com o criacionismo. Orientado pelos velhos e seus tradutores, escolhi do vasto corpo dos relatos cosmogônicos dez mitos centrais com os quais trabalharemos na etapa desta tese. Desses dez mitos, um deles (o Tempo da Escuridão) engloba dois mitos (a Criação da Luae do Sol, e a História do Céu), mas que são relatados dentro de um mesmo contexto narrativo, de modo que de fato temos onze grandes relatos. Penso que eles permitirão uma visão valiosa da cosmogonia Xavante, e sua contribuição para a compreensão de outras cosmologias indígenas. Espero poder, num próximo
trabalho, ampliar a visão da cosmologia Xavante com os demais mitos / Abstract: In this work, I shall present the results of research on the founding principles of the cosmogony of the Xavante people that I have developed with elder narrators and their translators. I intend to show that the major principie of creation of the Xavante world is transformation through which the creators bring into being the entities and ritual that constitute Xavante tradition. To do this, the creators have the power of romhõ and are referred to as romhõsi'wa, those who have power romhõ. Xavante cosmogony narrates exactly how, through this power, the romhõsi'wa act: they transform themselves into the moon, the sun, the animals and plants necessary for the life of the Xavante. I shall seek to show that they do this because they possess the principles of manifestation of certain cosmic possibilities that are contained in their ontological nature. This ontological quality confers to them the power to transform themselves into multiple beings manifesting themselves in their specific forms. The mythical beings conjugate in their very nature a double capacity to be and to become, for they manifest their phenomenal beings deriving from their very nature or essence. In the case of specific creators, they do this without losing their original nature. The romhõsi'wa possess a pre-science of what it is they have to do in order to create the world, and it is this knowing rowa'õno that will guide them, and each one of them will do what has to be done. The power of transforming themselves into beings derives from this ontological quality that allows the primordial beings to open the forms that are contained in principie in their ontological nature. These primordial beings are manifest in the world as human beings but contain within themselves the potential of transforming into multipIe beings that come into existence as such and, in the case of severa! primordial beings, they then retum to their human form. This leads us to examine the fundamental question of human form. What exactly does this mean in Xavante cosmogony, and how is it connected to the nature of the primordial beings, which Ieads us to examine more broadly the theme of humanity. By accompanying the modes in which the romhõsi'wa creators act, I hope to make a contribution to the question of transformationism, rethinking what its real difference is with creatiotúsm. Guided by the Xavante elders and their translators, I have chosen from the vast corpus of cosmogonic stories, ten key myths with which I will work in this thesis. Of these ten myths, one of them (The Time of Darkness) actually contains two myths (the creation of the Moon and the Sun, and the story of the Sky) but which are told in the same narrative context, such that in fact we have eleven myths. These provide us with a valuable view of Xavante cosmogony and contribute to the understanding of other indigenous cosmologies. I hope to be able, in a future work, to expand the view of Xavante cosmology by considering other myths / Doutorado / Doutor em Ciências Sociais
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