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Estudo pioneiro do impacto da qualidade de vida em pacientes diabéticos submetidos ao transplante de medula óssea / Pioneering study of the impact on quality of life in diabetic patients submitted to bone marrow transplantation.

Silva, Amanda Ferraz Salomé 02 July 2008 (has links)
O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Existem dois tipos de diabetes: diabetes mellitus tipo 1 e diabetes mellitus tipo 2. As conseqüências do DM, a longo prazo, incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. O Transplante de Medula Óssea (TMO), na sua modalidade autóloga, é um procedimento utilizado no tratamento de doenças auto-imunes como o diabetes mellitus tipo 1, alternativa experimental ao tratamento convencional (insulinoterapia). Este procedimento, porém, é constituído por fases potencialmente estressoras para o paciente. O objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida e ajustamento psicológico de pacientes com diabetes tipo 1 que se submeteram ao TMO. As avaliações ocorreram em dois momentos distintos: admissão do paciente (pré-TMO) e retorno ambulatorial de cem dias após o transplante (pós-TMO). A população foi composta por 14 pacientes, sendo 10 homens e quatro mulheres, com idades entre 14 e 31 anos. Todos ficaram internados na enfermaria da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (UTMO-HCRP-USP) entre os meses de outubro de 2005 e dezembro de 2006. Os instrumentos aplicados para a coleta de dados consistiram em entrevista semi-estruturada, questionário específico pós-TMO, ISSL, HAD, SF-36 e Escala Específica de Funcionalidade do TMO - FACT-BMT. Os instrumentos foram aplicados individualmente na Enfermaria (pré-TMO) e no Ambulatório da UTMO (pós-TMO). A aplicação foi dividida em duas ou mais sessões, conforme a necessidade. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e literalmente. Os instrumentos aplicados foram analisados de acordo com as recomendações específicas de cada técnica e a entrevista foi analisada qualitativamente, por meio da análise de conteúdo. Os resultados obtidos demonstraram que a qualidade de vida no pós-TMO apresentou valores superiores ao pré, principalmente no que diz respeito aos aspectos físicos, vitalidade e saúde mental, que se mostraram comprometidos nas avaliações pré-transplante e preservados na avaliação posterior. Acompanhando a tendência de melhora na condição clínica dos pacientes, o ajustamento psicológico também se mostrou mais preservado, com destaque para diminuição de quadros instalados de estresse. Observou-se melhora significativa dos pacientes submetidos ao transplante 100 dias após o procedimento, tanto nos domínios da qualidade de vida, como no padrão adaptativo. Os resultados obtidos são relevantes para a confirmação do TMO como proposta promissora em relação à terapêutica tradicional no panorama do tratamento do diabetes mellitus tipo 1, contribuindo para a melhora de indicadores psicossociais. / The diabetes mellitus (DM) is a multiple etiology\'s syndrome caused by lack of insulin and/or inability of insulin perform adequately its effects. There are two diabetes types: type 1 and type 2 diabetes mellitus. The consequences of DM in long term include dysfunction and failure of various organs, especially kidneys, eyes, nerves, heart and blood vessels. Bone Marrow Transplantation (BMT), in autologous modality, is a procedure used to treat autoimmune diseases such as type 1 diabetes mellitus, experimental alternative to conventional treatment (insulin therapy). This procedure, however, consists in potential stressful phases for patient. This study aimed to assess the quality of life and Psychological adjustment of diabetes patients who decided to undergo BMT. The assessments were made at two distinct times: patient\'s admission and outpatient return one hundred days after the transplantation. The sample consisted of 14 patients, 10 men and four women, aged betweem 14 and 31 years. All of them were hospitalized at the nursing ward of the Bone Marrow Transplantation Unit (UTMO) at the University of São Paulo at Ribeirão Preto Hospital das Clínicas between October 2005 and December 2006. The instrument used for data collection was semi-structured interview, Post-BMT Recovery Interview, ISSL, HAD, SF-36 and Functional Assessment Cancer Therapy - Bone Marrow Transplantation (FACT-BMT). The instruments were applied individually in the nursing ward (pre-BMT) and ambulatory of UTMO (post-BMT). The application was divided into two or more sessions, as needed. The interviews were audio recorded and transcribed completely and literally. The instruments were scored according to the recommendations established by the specific literature for each technique and a qualitative approach was used for analysis of interviews, i.e. content analysis. The obtained results demonstrated that the quality of life escores post-TMO were higher than before, with significant differences for Physical Aspects, Vitality and Mental Health,which were committed in the pre-transplant evaluations and preserved in subsequent evaluation. Following the trend of improvement in clinical condition of patients, the psychological adjustment was preserved, with emphasis on reduction of clinical conditions installed of stress. There was significant improvement of patients undergoing transplant one hundred days after the transplantation, in quality of life domains and adaptation model. These results are relevant to confirm BMT as a promising proposal in relation to traditional therapy for treating type 1 diabetes, contributing to the improvement of psychosocial indicators.
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Avaliação de depressão, ansiedade, qualidade de vida e bem-estar psicológico em pacientes com diagnóstico de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 / Depression assessment, anxiety, quality of life and well-being psychological in patients diagnosed with cancer multiple endocrine type 2

Rodrigues, Karine Cândido 06 February 2015 (has links)
Introdução: A neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN2) é uma doença hereditária autossômica dominante causada por mutação germinativa RET, que cursa com carcinoma medular de tireóide (CMT), feocromocitoma (Feo) e hiperparatireoidismo. O CMT é uma neoplasia maligna, que se desenvolve já na 1ª década de vida, pouco responsiva a quimioterapia/radioterapia. Assim, tireoidectomia profilática é indicada antes dos 5 ou dos 10 anos, dependendo do códon mutado, para assegurar a cura. O CMT é um tumor de crescimento lento e os pacientes convivem com o diagnóstico de câncer por décadas. Além disto, podem desenvolver Feo, predispondoos ao risco de óbito por infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular em idade jovem. Somam-se situações de stress como risco de transmissão aos descendentes, expectativa de resultados de exames periódicos e risco de múltiplas cirurgias. Há poucos trabalhos enfocando os aspectos psíquicos em MEN2. O doente oncológico pode desenvolver sintomas psicológicos de: ansiedade, depressão, angústia, medo de recorrência da doença, perturbações psicossomáticas, stress decorrente das cirurgias e auto-conceito negativo. Objetivos: avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva, a qualidade de vida, o ajustamento psicológico, a presença de culpa auto-referida pela transmissão da doença aos filhos, o conhecimento da doença e a adesão ao tratamento. Casuística: Avaliação de 43 pacientes pertencentes a 12 famílias com diagnóstico clínico e gênico de MEN2. Metodologia: Avaliação psicológica por Entrevista semidirigida, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life, Escala de Ajustamento Mental para Câncer e Estrutura Fatorial. A análise dos dados foi realizada de modo quantitativo e qualitativo. Resultados: Todos os 43 pacientes com MEN2 apresentavam CMT (100%) e 19 deles tinham diagnóstico prévio ou atual de Feo (44%; 19/43). Dos 43 pacientes, 16 (37%) tratados por CMT eram considerados curados (calcitonina < 2 pg/mL) enquanto que os outros 27 (63%) apresentavam persistência ou recorrência do CMT (25) ou aguardavam tratamento cirúrgico (2). Ao todo, 41 pacientes tinham história de 59 procedimentos cirúrgicos relacionados à MEN2 (1,4 cirurgia/paciente; 1- 6 cirurgias). Também, 31 pacientes (72%) responderam que tiveram medo de morrer como reação à informação do diagnóstico de MEN2. A maioria concordou em realizar o teste genético de seus filhos (21/22; 95%). Dos 16 pacientes com MEN2 que tiveram filhos com resultados positivos para o gene RET 12 (75%) caracterizaram a informação como \"muito difícil\" e \"medo de perda\". Um terço dos pacientes (5/16; 31%) referiam sentimento de culpa pela transmissão genética aos seus filhos. A aderência ao uso contínuo de medicações prescritas foi elevada (37; 86%). Em relação à informação sobre a doença, 32 pacientes (77%) responderam que se sentiam bem informados. O valor médio do estado global de saúde foi 68,1 ± 22,3 (variação de escore: 0-100), considerando tanto os aspectos físicos como emocionais. As frequências de sintomatologia ansiosa e depressiva encontradas pela escala HAD foram, respectivamente, 42% (18/43) e 26% (11/43). Uma correlação positiva estatisticamente significativa foi observada entre depressão e ansiedade. Associação positiva foi observada de ansiedade e depressão com as sub-escalas: desânimo-fraqueza, preocupação ansiosa, evitamento cognitivo, fadiga, dor, insônia, náusea e vômito, dispnéia, perda de apetite e diarréia. Paralelamente, houve uma associação inversa com as sub-escalas de estado global de saúde, desempenho de atividades, funcionamento cognitivo e funcionamento emocional. Os tipos de enfrentamento mais usados pelos pacientes diante do diagnóstico de MEN2 foram o espirito de luta (3,3 ± 0,77; variação de score: 1-4), o evitamento cognitivo (2,56 ± 1,17) e o fatalismo (3,1 ± 0,90). O espírito de luta apresentou correlação direta estatisticamente significativa com fatalismo (r = 0,369; p = 0,015). Conclusões: Pela elevada prevalência, sintomatologia ansiosa e depressiva devem ser ativamente investigadas em pacientes com MEN2. O impacto de ser portador de uma doença genética predispondo a câncer gerou: medo de morte e de perda dos filhos, evitamento cognitivo, fatalismo e forte espirito de luta. Este projeto poderá propiciar o início do desenvolvimento de um ambulatório multidisciplinar envolvendo tanto médicos como psicólogos com manejo em aconselhamento genético / Introduction: Multiple endocrine neoplasia type 2 (MEN2) is autosomal-dominant hereditary cancer syndrome caused by germline RET mutation with high susceptibility to develop tumors as medullary thyroid carcinoma (MTC), pheochromocytoma (Pheo), and hyperparathyroidism. The CMT is a malignancy that develops already in the 1st decade of life, poorly responsive to chemotherapy / radiotherapy. Thus, prophylactic thyroidectomy is indicated before 5 or 10 years, depending on the mutated codon to ensure healing. The CMT is a slow-growing tumor and the patients live with the diagnosis of cancer for decades. In addition, they can develop Pheo, predisposing them to risk of death from myocardial infarction or stroke at a young age. Add to stress conditions such as risk of transmission to offspring, expectative for results of periodic examinations and risk of multiple surgeries. It is known that cancer patients can develop psychological symptoms of anxiety, depression, distress, fear of recurrence, stress for surgery and negative self-concept. However, studies focusing on the psychological aspects in MEN2 are strict and mainly related with the time of RET genetic testing and genetic counselling. Objectives: To assess anxious and depressive symptoms, quality of life, psychological adjustment, presence of guilt by self-reported disease transmission to children, knowledge of disease and treatment adherence. Methods: Evaluation of 43 patients from 12 families with clinical and genetic diagnosis of MEN2. Methodology: Psychological assessment by semi-directed interview, Scale Hospital Anxiety and Depression (HAD), European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Scale, Mental Adjustment to Cancer and Factor Structure. Data analysis was performed quantitatively and qualitatively. Results: All 43 patients had CMT MEN2 (100%) and 19 had previous or current diagnosis of pheochromocytoma (44%, 19/43). Of the 43 patients, 16 (37%) treated by CMT were considered cured (calcitonin < 2 pg / ml) while the other 27 (63%) had persistent or recurrent MTC (25) or were awaiting surgery (2). Altogether, 41 patients had a history of 59 surgical procedures related to MEN2 (1.4 Surgery / Patient, 1-6 surgeries). Altogether, 31 patients (72%) responded that they were afraid to die as a reaction to the diagnosis of MEN2 information. Most agreed to conduct genetic testing of their children (21/22, 95%). Of the 16 patients with MEN2 who had children with positive results for the RET gene 12 (75%) characterized the information as \"very difficult\" and \"fear of loss\". One third of patients (5/16, 31%) reported feelings of guilt by genetic transmission to their children. Adherence to continuous use of prescribed medications was high (37, 86%). The frequencies of anxious and depressive symptoms found by the HAD scale were, respectively, 42% (18/43) and 26% (11/43). A statistically significant positive correlation was observed between depression and anxiety. There was a positive association of anxiety/depression with the sub-scales: weakness-dejection, anxious preoccupation, cognitive avoidance, fatigue, pain, insomnia, nausea and vomiting, dyspnea, loss of appetite and diarrhea. Inverse association occurred with the subscales of general health, performance activities, cognitive functioning and operation emocional. The more types of coping used by patients before the diagnosis of MEN2 were fighting spirit (3.3 ± 0.77; change of score: 1-4), cognitive avoidance (2.56 ± 1.17) and fatalism (3.1 ± 0.90). The mean global health status was 68.1 ± 22.3 (range of scores: 0-100), considering both the physical and emotional aspects. Conclusions: Due to its high prevalence, anxious and depressive symptoms should be actively investigated in patients with MEN2. The impact of being a carrier of a genetic disorder predisposing to cancer generated: fear of death and loss of children, cognitive avoidance, fatalism, strong fighting spirit. This project will promote the development of a multidisciplinary clinic involving both physicians and psychologists with management in genetic counseling
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Avaliação de depressão, ansiedade, qualidade de vida e bem-estar psicológico em pacientes com diagnóstico de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 / Depression assessment, anxiety, quality of life and well-being psychological in patients diagnosed with cancer multiple endocrine type 2

Karine Cândido Rodrigues 06 February 2015 (has links)
Introdução: A neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN2) é uma doença hereditária autossômica dominante causada por mutação germinativa RET, que cursa com carcinoma medular de tireóide (CMT), feocromocitoma (Feo) e hiperparatireoidismo. O CMT é uma neoplasia maligna, que se desenvolve já na 1ª década de vida, pouco responsiva a quimioterapia/radioterapia. Assim, tireoidectomia profilática é indicada antes dos 5 ou dos 10 anos, dependendo do códon mutado, para assegurar a cura. O CMT é um tumor de crescimento lento e os pacientes convivem com o diagnóstico de câncer por décadas. Além disto, podem desenvolver Feo, predispondoos ao risco de óbito por infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular em idade jovem. Somam-se situações de stress como risco de transmissão aos descendentes, expectativa de resultados de exames periódicos e risco de múltiplas cirurgias. Há poucos trabalhos enfocando os aspectos psíquicos em MEN2. O doente oncológico pode desenvolver sintomas psicológicos de: ansiedade, depressão, angústia, medo de recorrência da doença, perturbações psicossomáticas, stress decorrente das cirurgias e auto-conceito negativo. Objetivos: avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva, a qualidade de vida, o ajustamento psicológico, a presença de culpa auto-referida pela transmissão da doença aos filhos, o conhecimento da doença e a adesão ao tratamento. Casuística: Avaliação de 43 pacientes pertencentes a 12 famílias com diagnóstico clínico e gênico de MEN2. Metodologia: Avaliação psicológica por Entrevista semidirigida, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life, Escala de Ajustamento Mental para Câncer e Estrutura Fatorial. A análise dos dados foi realizada de modo quantitativo e qualitativo. Resultados: Todos os 43 pacientes com MEN2 apresentavam CMT (100%) e 19 deles tinham diagnóstico prévio ou atual de Feo (44%; 19/43). Dos 43 pacientes, 16 (37%) tratados por CMT eram considerados curados (calcitonina < 2 pg/mL) enquanto que os outros 27 (63%) apresentavam persistência ou recorrência do CMT (25) ou aguardavam tratamento cirúrgico (2). Ao todo, 41 pacientes tinham história de 59 procedimentos cirúrgicos relacionados à MEN2 (1,4 cirurgia/paciente; 1- 6 cirurgias). Também, 31 pacientes (72%) responderam que tiveram medo de morrer como reação à informação do diagnóstico de MEN2. A maioria concordou em realizar o teste genético de seus filhos (21/22; 95%). Dos 16 pacientes com MEN2 que tiveram filhos com resultados positivos para o gene RET 12 (75%) caracterizaram a informação como \"muito difícil\" e \"medo de perda\". Um terço dos pacientes (5/16; 31%) referiam sentimento de culpa pela transmissão genética aos seus filhos. A aderência ao uso contínuo de medicações prescritas foi elevada (37; 86%). Em relação à informação sobre a doença, 32 pacientes (77%) responderam que se sentiam bem informados. O valor médio do estado global de saúde foi 68,1 ± 22,3 (variação de escore: 0-100), considerando tanto os aspectos físicos como emocionais. As frequências de sintomatologia ansiosa e depressiva encontradas pela escala HAD foram, respectivamente, 42% (18/43) e 26% (11/43). Uma correlação positiva estatisticamente significativa foi observada entre depressão e ansiedade. Associação positiva foi observada de ansiedade e depressão com as sub-escalas: desânimo-fraqueza, preocupação ansiosa, evitamento cognitivo, fadiga, dor, insônia, náusea e vômito, dispnéia, perda de apetite e diarréia. Paralelamente, houve uma associação inversa com as sub-escalas de estado global de saúde, desempenho de atividades, funcionamento cognitivo e funcionamento emocional. Os tipos de enfrentamento mais usados pelos pacientes diante do diagnóstico de MEN2 foram o espirito de luta (3,3 ± 0,77; variação de score: 1-4), o evitamento cognitivo (2,56 ± 1,17) e o fatalismo (3,1 ± 0,90). O espírito de luta apresentou correlação direta estatisticamente significativa com fatalismo (r = 0,369; p = 0,015). Conclusões: Pela elevada prevalência, sintomatologia ansiosa e depressiva devem ser ativamente investigadas em pacientes com MEN2. O impacto de ser portador de uma doença genética predispondo a câncer gerou: medo de morte e de perda dos filhos, evitamento cognitivo, fatalismo e forte espirito de luta. Este projeto poderá propiciar o início do desenvolvimento de um ambulatório multidisciplinar envolvendo tanto médicos como psicólogos com manejo em aconselhamento genético / Introduction: Multiple endocrine neoplasia type 2 (MEN2) is autosomal-dominant hereditary cancer syndrome caused by germline RET mutation with high susceptibility to develop tumors as medullary thyroid carcinoma (MTC), pheochromocytoma (Pheo), and hyperparathyroidism. The CMT is a malignancy that develops already in the 1st decade of life, poorly responsive to chemotherapy / radiotherapy. Thus, prophylactic thyroidectomy is indicated before 5 or 10 years, depending on the mutated codon to ensure healing. The CMT is a slow-growing tumor and the patients live with the diagnosis of cancer for decades. In addition, they can develop Pheo, predisposing them to risk of death from myocardial infarction or stroke at a young age. Add to stress conditions such as risk of transmission to offspring, expectative for results of periodic examinations and risk of multiple surgeries. It is known that cancer patients can develop psychological symptoms of anxiety, depression, distress, fear of recurrence, stress for surgery and negative self-concept. However, studies focusing on the psychological aspects in MEN2 are strict and mainly related with the time of RET genetic testing and genetic counselling. Objectives: To assess anxious and depressive symptoms, quality of life, psychological adjustment, presence of guilt by self-reported disease transmission to children, knowledge of disease and treatment adherence. Methods: Evaluation of 43 patients from 12 families with clinical and genetic diagnosis of MEN2. Methodology: Psychological assessment by semi-directed interview, Scale Hospital Anxiety and Depression (HAD), European Organization for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Scale, Mental Adjustment to Cancer and Factor Structure. Data analysis was performed quantitatively and qualitatively. Results: All 43 patients had CMT MEN2 (100%) and 19 had previous or current diagnosis of pheochromocytoma (44%, 19/43). Of the 43 patients, 16 (37%) treated by CMT were considered cured (calcitonin < 2 pg / ml) while the other 27 (63%) had persistent or recurrent MTC (25) or were awaiting surgery (2). Altogether, 41 patients had a history of 59 surgical procedures related to MEN2 (1.4 Surgery / Patient, 1-6 surgeries). Altogether, 31 patients (72%) responded that they were afraid to die as a reaction to the diagnosis of MEN2 information. Most agreed to conduct genetic testing of their children (21/22, 95%). Of the 16 patients with MEN2 who had children with positive results for the RET gene 12 (75%) characterized the information as \"very difficult\" and \"fear of loss\". One third of patients (5/16, 31%) reported feelings of guilt by genetic transmission to their children. Adherence to continuous use of prescribed medications was high (37, 86%). The frequencies of anxious and depressive symptoms found by the HAD scale were, respectively, 42% (18/43) and 26% (11/43). A statistically significant positive correlation was observed between depression and anxiety. There was a positive association of anxiety/depression with the sub-scales: weakness-dejection, anxious preoccupation, cognitive avoidance, fatigue, pain, insomnia, nausea and vomiting, dyspnea, loss of appetite and diarrhea. Inverse association occurred with the subscales of general health, performance activities, cognitive functioning and operation emocional. The more types of coping used by patients before the diagnosis of MEN2 were fighting spirit (3.3 ± 0.77; change of score: 1-4), cognitive avoidance (2.56 ± 1.17) and fatalism (3.1 ± 0.90). The mean global health status was 68.1 ± 22.3 (range of scores: 0-100), considering both the physical and emotional aspects. Conclusions: Due to its high prevalence, anxious and depressive symptoms should be actively investigated in patients with MEN2. The impact of being a carrier of a genetic disorder predisposing to cancer generated: fear of death and loss of children, cognitive avoidance, fatalism, strong fighting spirit. This project will promote the development of a multidisciplinary clinic involving both physicians and psychologists with management in genetic counseling
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Determinantes psicossociais da capacidade adaptativa: um modelo teórico para o estresse

Santos, André Faro January 2010 (has links)
Atualmente, diversos modelos de saúde consideram o estresse um agente que potencializa a vulnerabilidade ao adoecimento. Tanto a área da saúde, como as ciências humanas, situam-no como um fator psicossocial que eleva a probabilidade de indivíduos e grupos apresentarem problemas de saúde em virtude de suas experiências psicológicas e sociais. Conceitualmente, o estresse é derivado de avaliações sucessivas dos estímulos percebidos, ocorrendo quando pressões ambientais, psicológicas ou desajustes biológicos imprimem a necessidade de ativar recursos adaptativos, até que seja dissipado o caráter estressor da situação, ou o organismo sucumba à magnitude e/ou ao tempo de exposição ao elemento avaliado como estressógeno. Embora seja encontrado maior volume de estudos acerca das características dos estressores ou sobre as consequências do estresse, o estado atual do conhecimento é parco no que tange ao processo de mediação do estresse, principalmente quando se enfatiza o efeito multidimensional das diversas facetas da capacidade de adaptação. Além disso, percebe-se que grande parte das investigações realizadas priorizou a comprovação de impacto sobre a saúde em contextos específicos; no entanto, poucas pesquisas detalharam a ação interativa das diferenças individuais e do ambiente social na vulnerabilidade ao estresse. Diante desse quadro, o presente estudo objetivou testar empiricamente um modelo teórico da capacidade de adaptação psicossocial, sob a perspectiva da arquitetura explicativa do estresse. Para tanto, avaliou-se o impacto isolado e conjunto das características do contexto psicossocial e dos mecanismos psicossociais de adaptação na variabilidade do estresse. A amostra compôs-se de 471 indivíduos e foram aplicados seis instrumentos: Escala de Locus de Controle Multidimensional de Levenson (MHLC), Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala de Resiliência, Escala de Modos de Enfrentamentos de Problemas (EMEP), Escala de Suporte Social (SSQ-6), Escala de Estresse Percebido (PSS), além de um questionário acerca do contexto psicossocial. Foram desenvolvidos dois modelos teóricos para testagem sob a técnica do Modelo de Equações Estruturais. O primeiro modelo serviu à análise da mediação do estresse, exclusiva aos mecanismos psicossociais de adaptação, e o segundo, denominado como Modelo da Capacidade Adaptativa, testou o impacto conjunto do principal preditor do contexto psicossocial e os mediadores do estresse. Os resultados mostraram que no Modelo de Mediação apenas os construtos locus interno, afetos negativos, resiliência e o foco no problema foram mediadores do estresse. No Modelo da Capacidade Adaptativa, o principal preditor do contexto psicossocial foi a renda média individual, exibindo efeito indireto sobre o estresse ( d=- 0,10). Quanto aos mediadores desse modelo, tiveram efeito indireto o locus interno ( d= 0,09), os afetos negativos ( d= 0,09) e a resiliência ( d= -0,33) e, com efeito direto, o foco no problema exibiu impacto negativo sobre o índice de estresse ( d= -0,52), enquanto os afetos negativos denotaram efeito positivo ( d= 0,59). Conclui-se que a análise do impacto conjunto dos preditores e dos mediadores pode contribuir com os estudos sobre o ajustamento psicossocial, pois a testagem simultânea das variáveis discriminou de que modo a variabilidade do estresse é produzida, além de ter sido apresentada uma proposta teórica de como ocorre a ativação das diversas facetas da responsividade adaptativa._________________________________________________________________________________________ ABSTRACT: Nowadays, several health models consider stress an agent that increases the vulnerability to illness. Researches in health sciences and humanities regard stress as a psychosocial factor that increases the probability of individuals and groups have health problems induced by psychological and social experiences. The stress derived from successive evaluations of the perceived stimulus, that occur when environmental pressures, psychological or biological maladjustment evokes activate of adaptive resources until stressor character decreases or the body succumbs to the magnitude and/or time of exposure to the stressor. Although it is found greater volume of studies regarding the characteristics of the stressors or the consequences of stress, the current state of knowledge is scant regarding the mediation process of stress, especially when it emphasizes the effect of the various facets of the multidimensional ability adaptation. Moreover, most investigations prioritized the evidence of impact on health in specific contexts. However, few studies detailed the interactive action of individual differences and the social context on vulnerability to stress. This study aimed an empirical test of a psychosocial adaptability theoretical model, according to the perspective of explanatory architecture of stress. We have studied conjoint and isolated impact of characteristics of psychosocial context and the psychosocial adjustment resources in the stress variability. The sample consisted of 471 participants and six instruments were applied: Multidimensional Health Locus of Control (MHLC), Positive and Negative Affects Scale, Resilience Scale, Ways of Coping (EMEP), Social Support Scale (SSQ-6), Perceived Stress Scale (PSS), and a questionnaire about the psychosocial context. We developed two theoretical models for testing with Structural Equation Modeling. The first model analyzed the mediation of psychosocial adjustment resources of stress. The second model, defined as Adaptive Capacity Model, tested the conjoint impact of the main predictor of psychosocial context and the mediators of stress. The results showed that in the Mediation Model only internal locus, negative affect, resilience and problem-focused coping were mediators of stress. In Adaptive Capacity Model, the main predictor of psychosocial context was the individual income, exhibiting indirect effect on stress ( d =-0,10). As the mediators of this model, internal locus ( d =0,09), negative affect ( d =0,09) and resilience ( d =-0,33) had indirect effect. With direct effect, the problem-focused coping exhibited negative impact on stress levels ( d =-0,52), while negative affect denotes positive effect ( d =0,59) on stress levels. We conclude that the analysis of the combined impact of predictors and mediators can contribute to studies on the psychosocial adjustment, because simultaneous testing of the variables discriminated how the variability of stress is produced, and has been introduced a theoretical proposal of activation of the various facets of adaptive responsiveness.
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Estudo pioneiro do impacto da qualidade de vida em pacientes diabéticos submetidos ao transplante de medula óssea / Pioneering study of the impact on quality of life in diabetic patients submitted to bone marrow transplantation.

Amanda Ferraz Salomé Silva 02 July 2008 (has links)
O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Existem dois tipos de diabetes: diabetes mellitus tipo 1 e diabetes mellitus tipo 2. As conseqüências do DM, a longo prazo, incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. O Transplante de Medula Óssea (TMO), na sua modalidade autóloga, é um procedimento utilizado no tratamento de doenças auto-imunes como o diabetes mellitus tipo 1, alternativa experimental ao tratamento convencional (insulinoterapia). Este procedimento, porém, é constituído por fases potencialmente estressoras para o paciente. O objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida e ajustamento psicológico de pacientes com diabetes tipo 1 que se submeteram ao TMO. As avaliações ocorreram em dois momentos distintos: admissão do paciente (pré-TMO) e retorno ambulatorial de cem dias após o transplante (pós-TMO). A população foi composta por 14 pacientes, sendo 10 homens e quatro mulheres, com idades entre 14 e 31 anos. Todos ficaram internados na enfermaria da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (UTMO-HCRP-USP) entre os meses de outubro de 2005 e dezembro de 2006. Os instrumentos aplicados para a coleta de dados consistiram em entrevista semi-estruturada, questionário específico pós-TMO, ISSL, HAD, SF-36 e Escala Específica de Funcionalidade do TMO - FACT-BMT. Os instrumentos foram aplicados individualmente na Enfermaria (pré-TMO) e no Ambulatório da UTMO (pós-TMO). A aplicação foi dividida em duas ou mais sessões, conforme a necessidade. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e literalmente. Os instrumentos aplicados foram analisados de acordo com as recomendações específicas de cada técnica e a entrevista foi analisada qualitativamente, por meio da análise de conteúdo. Os resultados obtidos demonstraram que a qualidade de vida no pós-TMO apresentou valores superiores ao pré, principalmente no que diz respeito aos aspectos físicos, vitalidade e saúde mental, que se mostraram comprometidos nas avaliações pré-transplante e preservados na avaliação posterior. Acompanhando a tendência de melhora na condição clínica dos pacientes, o ajustamento psicológico também se mostrou mais preservado, com destaque para diminuição de quadros instalados de estresse. Observou-se melhora significativa dos pacientes submetidos ao transplante 100 dias após o procedimento, tanto nos domínios da qualidade de vida, como no padrão adaptativo. Os resultados obtidos são relevantes para a confirmação do TMO como proposta promissora em relação à terapêutica tradicional no panorama do tratamento do diabetes mellitus tipo 1, contribuindo para a melhora de indicadores psicossociais. / The diabetes mellitus (DM) is a multiple etiology\'s syndrome caused by lack of insulin and/or inability of insulin perform adequately its effects. There are two diabetes types: type 1 and type 2 diabetes mellitus. The consequences of DM in long term include dysfunction and failure of various organs, especially kidneys, eyes, nerves, heart and blood vessels. Bone Marrow Transplantation (BMT), in autologous modality, is a procedure used to treat autoimmune diseases such as type 1 diabetes mellitus, experimental alternative to conventional treatment (insulin therapy). This procedure, however, consists in potential stressful phases for patient. This study aimed to assess the quality of life and Psychological adjustment of diabetes patients who decided to undergo BMT. The assessments were made at two distinct times: patient\'s admission and outpatient return one hundred days after the transplantation. The sample consisted of 14 patients, 10 men and four women, aged betweem 14 and 31 years. All of them were hospitalized at the nursing ward of the Bone Marrow Transplantation Unit (UTMO) at the University of São Paulo at Ribeirão Preto Hospital das Clínicas between October 2005 and December 2006. The instrument used for data collection was semi-structured interview, Post-BMT Recovery Interview, ISSL, HAD, SF-36 and Functional Assessment Cancer Therapy - Bone Marrow Transplantation (FACT-BMT). The instruments were applied individually in the nursing ward (pre-BMT) and ambulatory of UTMO (post-BMT). The application was divided into two or more sessions, as needed. The interviews were audio recorded and transcribed completely and literally. The instruments were scored according to the recommendations established by the specific literature for each technique and a qualitative approach was used for analysis of interviews, i.e. content analysis. The obtained results demonstrated that the quality of life escores post-TMO were higher than before, with significant differences for Physical Aspects, Vitality and Mental Health,which were committed in the pre-transplant evaluations and preserved in subsequent evaluation. Following the trend of improvement in clinical condition of patients, the psychological adjustment was preserved, with emphasis on reduction of clinical conditions installed of stress. There was significant improvement of patients undergoing transplant one hundred days after the transplantation, in quality of life domains and adaptation model. These results are relevant to confirm BMT as a promising proposal in relation to traditional therapy for treating type 1 diabetes, contributing to the improvement of psychosocial indicators.

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