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Marés internas semi-diurnas na plataforma continental amazônica / Semidiurnal internal tides on the amazon continental shelf

Watanabe, Gilberto Akio Oliveira 26 February 2014 (has links)
Ondas internas são movimentos ondulatórios que ocorrem no interior da coluna de água, associadas à estratificação de densidade. Ondas internas cuja frequência de oscilação se assemelha à das marés são chamadas marés internas. Estas ocasionam escoamentos intensos que influenciam a dinâmica de sedimentos, os processos de mistura e a produtividade primária. Em um ambiente energético como a Plataforma Continental Amazônica (PCA), localizada na costa norte brasileira, a estratificação varia consideravelmente, tanto espacial quanto temporalmente, de acordo com o balanço entre as diversas forçantes presentes. Na região da PCA alguns autores sugerem a presença de marés internas, entretanto, estudos específicos acerca do tema não figuram na literatura. Dessa forma, desenvolvemos neste trabalho um estudo da maré interna na região da PCA. Como objetivo, procuramos comprovar a ocorrência de marés internas na PCA, caracterizar seu comportamento e verificar sua intermitência. Para tal foram realizadas análises de dados provenientes do programa AMASSedS (A Multidisciplinary Amazon Shelf Sediment Study). Para caracterizar as marés internas, aplicamos dois métodos distintos para obtenção do campo baroclínico. O primeiro foi fundamentado no estabelecimento de uma corrente barotrópica préviamente obtida atráves de simulações numéricas. O segundo método empregado embasou-se na aplicação das funções empíricas ortogonais para a separação em modos estatísticos. Verificamos que as ondas internas na PCA estão ligadas à vazão do Rio Amazonas e são observadas, principalmente, na frequência semi-diurna. Aparentemente, as marés internas semi-diurnas influenciam não somente a hidrodinâmica da PCA como também são responsáveis por parte da variabilidade da salinidade próximo à superfície. / Internal waves are oscillatory motions that occur within the density stratified ocean. The ones with tidal frequency are then called internal tides or baroclinic tides, and are, on several locations around the planet, responsible for strong fluxes that affect several processes, like sediment transport, mixing processes and primary production. In such a strong environment as the Amazon Continental Shelf (ACS), located at the northern brazilian coast, it\'s stratification changes considerably with time and space, accordingly with the balance between the several forcing variables present. In this region, some authors suggest that internal tides occur, however, none research have been made about it on the ACS. That being said, we propose a study on internal tides on the ACS. As we hypothesize that internal tides occur, we look forward to characterize it\'s behavior and verify it\'s intermittency on the ACS. To do so, the data collected during the AMASSedS project (A Multidisciplinary Amazon Shelf Sediment Study) is going to be analyzed. In order to characterize it, two different method were applied to obtain the baroclinic field. The first method was the definition of a modeled-based barotropic current of the ACS obtained on the literature. The second method was the application of Empirical Orthogonal Functions in order to split the field on statistical modes of variability and analyze them separately. Our results indicate that internal tides on the ACS occur preferentially on the semi-diurnal frequency and it\'s generation is intimately connected to river discharge. Also, the analysis of the salinity anomaly field indicates that internal tides are responsible for part of the variability of the later on the surface on mid-shelf.
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Marés internas semi-diurnas na plataforma continental amazônica / Semidiurnal internal tides on the amazon continental shelf

Gilberto Akio Oliveira Watanabe 26 February 2014 (has links)
Ondas internas são movimentos ondulatórios que ocorrem no interior da coluna de água, associadas à estratificação de densidade. Ondas internas cuja frequência de oscilação se assemelha à das marés são chamadas marés internas. Estas ocasionam escoamentos intensos que influenciam a dinâmica de sedimentos, os processos de mistura e a produtividade primária. Em um ambiente energético como a Plataforma Continental Amazônica (PCA), localizada na costa norte brasileira, a estratificação varia consideravelmente, tanto espacial quanto temporalmente, de acordo com o balanço entre as diversas forçantes presentes. Na região da PCA alguns autores sugerem a presença de marés internas, entretanto, estudos específicos acerca do tema não figuram na literatura. Dessa forma, desenvolvemos neste trabalho um estudo da maré interna na região da PCA. Como objetivo, procuramos comprovar a ocorrência de marés internas na PCA, caracterizar seu comportamento e verificar sua intermitência. Para tal foram realizadas análises de dados provenientes do programa AMASSedS (A Multidisciplinary Amazon Shelf Sediment Study). Para caracterizar as marés internas, aplicamos dois métodos distintos para obtenção do campo baroclínico. O primeiro foi fundamentado no estabelecimento de uma corrente barotrópica préviamente obtida atráves de simulações numéricas. O segundo método empregado embasou-se na aplicação das funções empíricas ortogonais para a separação em modos estatísticos. Verificamos que as ondas internas na PCA estão ligadas à vazão do Rio Amazonas e são observadas, principalmente, na frequência semi-diurna. Aparentemente, as marés internas semi-diurnas influenciam não somente a hidrodinâmica da PCA como também são responsáveis por parte da variabilidade da salinidade próximo à superfície. / Internal waves are oscillatory motions that occur within the density stratified ocean. The ones with tidal frequency are then called internal tides or baroclinic tides, and are, on several locations around the planet, responsible for strong fluxes that affect several processes, like sediment transport, mixing processes and primary production. In such a strong environment as the Amazon Continental Shelf (ACS), located at the northern brazilian coast, it\'s stratification changes considerably with time and space, accordingly with the balance between the several forcing variables present. In this region, some authors suggest that internal tides occur, however, none research have been made about it on the ACS. That being said, we propose a study on internal tides on the ACS. As we hypothesize that internal tides occur, we look forward to characterize it\'s behavior and verify it\'s intermittency on the ACS. To do so, the data collected during the AMASSedS project (A Multidisciplinary Amazon Shelf Sediment Study) is going to be analyzed. In order to characterize it, two different method were applied to obtain the baroclinic field. The first method was the definition of a modeled-based barotropic current of the ACS obtained on the literature. The second method was the application of Empirical Orthogonal Functions in order to split the field on statistical modes of variability and analyze them separately. Our results indicate that internal tides on the ACS occur preferentially on the semi-diurnal frequency and it\'s generation is intimately connected to river discharge. Also, the analysis of the salinity anomaly field indicates that internal tides are responsible for part of the variability of the later on the surface on mid-shelf.
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O fitoplâncton na Zona Costeira Amazônica Brasileira: Biodiversidade, distribuição e estrutura no continuum estuário-oceano / Phytoplankton in the Brazilian Amazon Coastal Zone: Biodiversity, distribution and structure in estuary-ocean continuum

Lourenço, Caio Brito 04 November 2016 (has links)
A biodiversidade e a estrutura da comunidade fitoplanctônica na Zona Costeira Amazônica Brasileira foi avaliada com base em 272 publicações, relativas ao período entre 1861 e 2016, e a partir de oito cruzeiros oceanográficos realizados em diferentes fases do ciclo do Rio Amazonas entre os anos de 2013 a 2015. A seleção das publicações restringiu-se as que apresentaram identificação taxonômica, em diferentes níveis, e/ou quantificação, expressa em densidade celular, obtidas exclusivamente através de microscopia ótica. A composição específica e a densidade celular do fitoplâncton foram avaliadas através da metodologia Utermöhl (1958). As informações disponíveis, principalmente sob a forma de resumos em congressos (67%), monografias (13%) e artigos publicados em periódicos (11%), foram resgatadas de estudos desenvolvidos no litoral dos Estados do Pará (131), Maranhão (105) e Amapá (3), assim como na plataforma continental (36). Entre os ecossistemas mais bem estudados, estão os estuários (135 referências), plataforma continental (36 referências) e as praias (30), sendo o enfoque ecológico o principal objetivo das investigações científicas (96%). Atualmente, o inventário de espécies inclui 1157 táxons distribuídos em 612 diatomáceas, 252 dinoflagelados, 199 clorofíceas, 56 cianobactérias, 19 cocolitoforídeos, 19 euglenofíceas e uma criptofícea. Com base nesta revisão e nas amostragens realizadas neste estudo, a análise da estrutura da comunidade fitoplanctônica na Plataforma Continental Amazônica é característica de ambientes costeiros sob influência de plumas fluviais, com dois cenários ecológicos relacionados aos períodos de vazão do Rio Amazonas: um de maior influência, nos meses de abril e julho, e outro oposto, nos meses de outubro e janeiro. Observou-se uma distribuição em faixas, de acordo com as características ambientais e a estrutura da comunidade fitoplanctônica, divididas em plataforma interna sob influência da pluma, zona de transição e plataforma externa com influência oceânica. As Diatomáceas são responsáveis pelas altas densidades (105 cel.L-1) na região costeira, especialmente sob influência da pluma, contribuindo para o incremento de Clorofila a (>10 &mu;g.L-1). Na porção oceânica, sem influência da pluma, as concentrações de Cla são baixas (<2 &mu;g.L-1) e predominam (104 cel.L-1) as cianobactérias filamentosas e cocolitoforídeos. A variabilidade temporal da descarga do Rio Amazonas e, consequentemente, da dinâmica espacial da pluma, é o principal fator responsável por mudanças na salinidade e disponibilidade de nutrientes, determinando a estrutura da comunidade fitoplanctônica. Este estudo reforça a importância da manutenção de séries temporais e o levantamento da biodiversidade para a compreensão da dinâmica da comunidade fitoplanctônica em ambientes de alta complexidade, como a Plataforma Continental Amazônica. / Phytoplankton biodiversity and structure in the Brazilian Amazon Coastal Zone was evaluated based on 272 publications from the period between 1861 and 2016 and from eight oceanographic cruises carried out in different phases of the Amazon river hydrograph between the years 2013 to 2015. Selected publications were restricted to those which presented taxonomic identification at different levels, and / or quantification in terms of cell density, obtained exclusively by optical microscopy. Specific composition and phytoplankton cell density was evaluated by Utermöhl methodology (1958). Available information in the form of conference abstracts (67%), monographs (13%) and journal articles (11%) were rescued from studies developed on the coast of Pará (131), Maranhão (105) and Amapá (3), as well as on the continental shelf (36). Within these, the best studied ecosystems are estuaries (135 references), the continental shelf (36 references) and the beaches (30), with an ecological approach as the main research objective (96%). Currently, species inventories include 1157 taxa, distributed in 612 diatoms, 252 dinoflagellates, 199 chlorophytes, 56 cyanobacteria, 19 coccolithophorids, 19 euglenoids and one criptoficean. Based on this review and on the results obtained in this study, the structure of the phytoplankton community in the Amazon Continental Shelf is characteristic of coastal environments under the influence of river plumes, with two ecological scenarios related to the Amazon river discharge, one with greater influence in April and July and another with less influence in October and January. The distribution occurs in bands, according to the environmental characteristics and the structure of the phytoplankton community, divided into internal continental shelf under the influence of the plume, transition zone, and external continental shelf with oceanic influence. Diatoms are responsible for the high densities (105 cells.L-1) in the coastal region, especially under the influence of the plume, contributing with the increase of chlorophyll a (> 10 &mu;g.L-1). At the oceanic portion without influence of the plume, Cla concentrations are low (<2 &mu;g.L-1) and filamentous cyanobacteria (104 cells.L-1) and coccolithophorids dominate. The temporal variability of the discharge of the Amazon river and, consequently, the spatial dynamics of the plume, is the main factor responsible for changes in salinity and nutrient availability, determining the structure of the phytoplankton community. This study reinforces the importance of maintaining time series and biodiversity surveys to understand phytoplankton community dynamics in highly complex environments such as the Continental Amazon Shelf.
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O fitoplâncton na Zona Costeira Amazônica Brasileira: Biodiversidade, distribuição e estrutura no continuum estuário-oceano / Phytoplankton in the Brazilian Amazon Coastal Zone: Biodiversity, distribution and structure in estuary-ocean continuum

Caio Brito Lourenço 04 November 2016 (has links)
A biodiversidade e a estrutura da comunidade fitoplanctônica na Zona Costeira Amazônica Brasileira foi avaliada com base em 272 publicações, relativas ao período entre 1861 e 2016, e a partir de oito cruzeiros oceanográficos realizados em diferentes fases do ciclo do Rio Amazonas entre os anos de 2013 a 2015. A seleção das publicações restringiu-se as que apresentaram identificação taxonômica, em diferentes níveis, e/ou quantificação, expressa em densidade celular, obtidas exclusivamente através de microscopia ótica. A composição específica e a densidade celular do fitoplâncton foram avaliadas através da metodologia Utermöhl (1958). As informações disponíveis, principalmente sob a forma de resumos em congressos (67%), monografias (13%) e artigos publicados em periódicos (11%), foram resgatadas de estudos desenvolvidos no litoral dos Estados do Pará (131), Maranhão (105) e Amapá (3), assim como na plataforma continental (36). Entre os ecossistemas mais bem estudados, estão os estuários (135 referências), plataforma continental (36 referências) e as praias (30), sendo o enfoque ecológico o principal objetivo das investigações científicas (96%). Atualmente, o inventário de espécies inclui 1157 táxons distribuídos em 612 diatomáceas, 252 dinoflagelados, 199 clorofíceas, 56 cianobactérias, 19 cocolitoforídeos, 19 euglenofíceas e uma criptofícea. Com base nesta revisão e nas amostragens realizadas neste estudo, a análise da estrutura da comunidade fitoplanctônica na Plataforma Continental Amazônica é característica de ambientes costeiros sob influência de plumas fluviais, com dois cenários ecológicos relacionados aos períodos de vazão do Rio Amazonas: um de maior influência, nos meses de abril e julho, e outro oposto, nos meses de outubro e janeiro. Observou-se uma distribuição em faixas, de acordo com as características ambientais e a estrutura da comunidade fitoplanctônica, divididas em plataforma interna sob influência da pluma, zona de transição e plataforma externa com influência oceânica. As Diatomáceas são responsáveis pelas altas densidades (105 cel.L-1) na região costeira, especialmente sob influência da pluma, contribuindo para o incremento de Clorofila a (>10 &mu;g.L-1). Na porção oceânica, sem influência da pluma, as concentrações de Cla são baixas (<2 &mu;g.L-1) e predominam (104 cel.L-1) as cianobactérias filamentosas e cocolitoforídeos. A variabilidade temporal da descarga do Rio Amazonas e, consequentemente, da dinâmica espacial da pluma, é o principal fator responsável por mudanças na salinidade e disponibilidade de nutrientes, determinando a estrutura da comunidade fitoplanctônica. Este estudo reforça a importância da manutenção de séries temporais e o levantamento da biodiversidade para a compreensão da dinâmica da comunidade fitoplanctônica em ambientes de alta complexidade, como a Plataforma Continental Amazônica. / Phytoplankton biodiversity and structure in the Brazilian Amazon Coastal Zone was evaluated based on 272 publications from the period between 1861 and 2016 and from eight oceanographic cruises carried out in different phases of the Amazon river hydrograph between the years 2013 to 2015. Selected publications were restricted to those which presented taxonomic identification at different levels, and / or quantification in terms of cell density, obtained exclusively by optical microscopy. Specific composition and phytoplankton cell density was evaluated by Utermöhl methodology (1958). Available information in the form of conference abstracts (67%), monographs (13%) and journal articles (11%) were rescued from studies developed on the coast of Pará (131), Maranhão (105) and Amapá (3), as well as on the continental shelf (36). Within these, the best studied ecosystems are estuaries (135 references), the continental shelf (36 references) and the beaches (30), with an ecological approach as the main research objective (96%). Currently, species inventories include 1157 taxa, distributed in 612 diatoms, 252 dinoflagellates, 199 chlorophytes, 56 cyanobacteria, 19 coccolithophorids, 19 euglenoids and one criptoficean. Based on this review and on the results obtained in this study, the structure of the phytoplankton community in the Amazon Continental Shelf is characteristic of coastal environments under the influence of river plumes, with two ecological scenarios related to the Amazon river discharge, one with greater influence in April and July and another with less influence in October and January. The distribution occurs in bands, according to the environmental characteristics and the structure of the phytoplankton community, divided into internal continental shelf under the influence of the plume, transition zone, and external continental shelf with oceanic influence. Diatoms are responsible for the high densities (105 cells.L-1) in the coastal region, especially under the influence of the plume, contributing with the increase of chlorophyll a (> 10 &mu;g.L-1). At the oceanic portion without influence of the plume, Cla concentrations are low (<2 &mu;g.L-1) and filamentous cyanobacteria (104 cells.L-1) and coccolithophorids dominate. The temporal variability of the discharge of the Amazon river and, consequently, the spatial dynamics of the plume, is the main factor responsible for changes in salinity and nutrient availability, determining the structure of the phytoplankton community. This study reinforces the importance of maintaining time series and biodiversity surveys to understand phytoplankton community dynamics in highly complex environments such as the Continental Amazon Shelf.
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Dinâmica populacional e avaliação do estoque do camarão rosa (Farfantepenaeus subtilis Pérez-Farfante 1967) na plataforma continental amazônica brasileira / Population dynamics and stock assessment of the brown shrimp, Farfantepenaeus subtilis, (Pérez-Farfante 1967) in the Amazon continental shelf

Aragão, José Augusto Negreiros 12 September 2012 (has links)
O camarão rosa (Farfantepenaeus subtilis) explotado pela pesca industrial na plataforma continental amazônica brasileira possui um ciclo de vida curto, mas complexo, habitando áreas oceânicas, mais ao norte da área de ocorrência, na fase adulta e larval, e áreas estuarinas e lagunares na fase de pós-larva e juvenil. O período de maior intensidade de reprodução se estende de maio a setembro e logo após a reprodução as larvas eclodem e iniciam sua migração para áreas costeiras, passando por diversas fases, onde se assentam e residem principalmente entre junho e outubro. A partir de setembro até janeiro do ano seguinte é maior a intensidade de recrutamento de juvenis às áreas oceânicas, onde passam a amadurecer e, a partir de dezembro, começam a ser capturados pela pesca industrial. A maior abundância da população adulta em termos de biomassa vai de março a agosto quando também se verificam as maiores capturas. As fêmeas crescem mais que os machos e estão presentes sempre em maior proporção nas capturas (61%). Os comprimentos assintóticos foram estimados em 231 mm ( k = 1,6 \'ano POT.-1\') e 205 mm (k = 0,94 \'ano POT.-1\'), para fêmeas e machos respectivamente. A população apresenta taxa de mortalidade natural relativamente elevada, 2,53 \'ano POT.-1\' para fêmeas e 1,83 \'ano POT.-1\' para machos, sendo observadas acentuadas flutuações de recrutamento e abundância, com evidências de que são fortemente governadas pelas condições ambientais. O estoque vem sendo explotado em níveis moderados nos anos recentes (E = 0,45), embora tenha sofrido elevadas taxas de explotação na década de 80, o que levou a uma redução do tamanho da população. O rendimento máximo sustentável, considerado uma média de longo prazo, foi estimado em 4.032 toneladas de cauda por ano, para um esforço de pesca de 19.370 dias de mar. Nos últimos anos, se observa uma tendência de recuperação da biomassa populacional, mas com as oscilações anuais características da espécie. A vazão do rio Amazonas é o fator ambiental que governa com mais intensidade as condições do ambiente costeiro na região e verificou-se que suas flutuações estão correlacionadas a alterações na abundância da população da espécie. Postula-se que o aporte e sobrevivência das larvas e pós-larvas no ambiente costeiro seja influenciada pela intensidade da vazão do rio. O período em que se assentam nos berçários na zona costeira coincide com a estação de vazante do rio, sendo a sobrevivência favorecida por vazões abaixo da média e vice-versa. Portanto, medidas de ordenamento voltadas para o uso sustentável do recurso devem estar associadas ao conhecimento das condições ambientais nesta fase, bem como a estudos sobre a abundância de pós-larvas e juvenis na faixa costeira. / The brown shrimp (Farfantepenaeus subtilis) exploited by the industrial fishery on the continental shelf of the Brazilian Amazon has a short but complex life cyele, inhabiting oceanic areas, at the north of the area of occurrence, during the adult and larval stages, and estuarine areas and lagoons in post-larval and juvenile. The period of highest intensity of reproduction extends from May to September and soon after the hatch, the larvae start their migration to coastal areas, passing through several stages, where they settle and remain resident between June and October. From September to January of the following year the intensity of recruitment to ocean areas is higher, and once there they start to mature and are caught by the industrial fishery from December on. The highest abundance of the adult population in terms of biomass is observed from March to August when the largest catches also occur. Females grow larger than males and are always present in greater proportion in catches (61%). The asymptotic lengths were estimated at 231 mm (k = 1.6 \'year POT.-1\') and 205 mm (k = 0.94 \'year POT.-1\') for females and males respectively. The population has a natural mortality rate relatively high, 2.53 \'year POT.-1\' for females and 1.83 \'years POT.-1\' for males, and pronounced fluctuations in recruitment and abundance are observed, with evidence of being strongly governed by environmental conditions. The stock has been exploited at moderate levels in recent years (E = 0.45), although it has suffered high rates of exploitation in the 80\'s, which led to a reduction in population size. The maximum sustainable yield, considered a long-term average, was estimated at 4,032 ton of tail per year for a fishing effort of 19,370 days at sea. In recent years, it is observed a tendency of recovering of the population biomass, but annual fluctuations are characteristics of the species. The flow of the Amazon River is the main environmental facto r that governs the conditions of the coastal environment in the region and it was found that it is correlated with the fluctuatícn of the brown shrimp population abundance. It is postulated that the uptake and survival of larvae and post larvae in the coastal environment is lnfluenced by the intensity of river flow, The period during which they settle at the nurseries in the coastal zone coincides with the dry season and their survival is favored when the flow of the river is below the average, and vice versa. Therefore, management measures aimed at sustainable use of the resource must be associated with the knowledge of environmental conditions during this phase, as well as studies on the abundance of post-larvae and juveniles in the coastal zone.
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Dinâmica populacional e avaliação do estoque do camarão rosa (Farfantepenaeus subtilis Pérez-Farfante 1967) na plataforma continental amazônica brasileira / Population dynamics and stock assessment of the brown shrimp, Farfantepenaeus subtilis, (Pérez-Farfante 1967) in the Amazon continental shelf

José Augusto Negreiros Aragão 12 September 2012 (has links)
O camarão rosa (Farfantepenaeus subtilis) explotado pela pesca industrial na plataforma continental amazônica brasileira possui um ciclo de vida curto, mas complexo, habitando áreas oceânicas, mais ao norte da área de ocorrência, na fase adulta e larval, e áreas estuarinas e lagunares na fase de pós-larva e juvenil. O período de maior intensidade de reprodução se estende de maio a setembro e logo após a reprodução as larvas eclodem e iniciam sua migração para áreas costeiras, passando por diversas fases, onde se assentam e residem principalmente entre junho e outubro. A partir de setembro até janeiro do ano seguinte é maior a intensidade de recrutamento de juvenis às áreas oceânicas, onde passam a amadurecer e, a partir de dezembro, começam a ser capturados pela pesca industrial. A maior abundância da população adulta em termos de biomassa vai de março a agosto quando também se verificam as maiores capturas. As fêmeas crescem mais que os machos e estão presentes sempre em maior proporção nas capturas (61%). Os comprimentos assintóticos foram estimados em 231 mm ( k = 1,6 \'ano POT.-1\') e 205 mm (k = 0,94 \'ano POT.-1\'), para fêmeas e machos respectivamente. A população apresenta taxa de mortalidade natural relativamente elevada, 2,53 \'ano POT.-1\' para fêmeas e 1,83 \'ano POT.-1\' para machos, sendo observadas acentuadas flutuações de recrutamento e abundância, com evidências de que são fortemente governadas pelas condições ambientais. O estoque vem sendo explotado em níveis moderados nos anos recentes (E = 0,45), embora tenha sofrido elevadas taxas de explotação na década de 80, o que levou a uma redução do tamanho da população. O rendimento máximo sustentável, considerado uma média de longo prazo, foi estimado em 4.032 toneladas de cauda por ano, para um esforço de pesca de 19.370 dias de mar. Nos últimos anos, se observa uma tendência de recuperação da biomassa populacional, mas com as oscilações anuais características da espécie. A vazão do rio Amazonas é o fator ambiental que governa com mais intensidade as condições do ambiente costeiro na região e verificou-se que suas flutuações estão correlacionadas a alterações na abundância da população da espécie. Postula-se que o aporte e sobrevivência das larvas e pós-larvas no ambiente costeiro seja influenciada pela intensidade da vazão do rio. O período em que se assentam nos berçários na zona costeira coincide com a estação de vazante do rio, sendo a sobrevivência favorecida por vazões abaixo da média e vice-versa. Portanto, medidas de ordenamento voltadas para o uso sustentável do recurso devem estar associadas ao conhecimento das condições ambientais nesta fase, bem como a estudos sobre a abundância de pós-larvas e juvenis na faixa costeira. / The brown shrimp (Farfantepenaeus subtilis) exploited by the industrial fishery on the continental shelf of the Brazilian Amazon has a short but complex life cyele, inhabiting oceanic areas, at the north of the area of occurrence, during the adult and larval stages, and estuarine areas and lagoons in post-larval and juvenile. The period of highest intensity of reproduction extends from May to September and soon after the hatch, the larvae start their migration to coastal areas, passing through several stages, where they settle and remain resident between June and October. From September to January of the following year the intensity of recruitment to ocean areas is higher, and once there they start to mature and are caught by the industrial fishery from December on. The highest abundance of the adult population in terms of biomass is observed from March to August when the largest catches also occur. Females grow larger than males and are always present in greater proportion in catches (61%). The asymptotic lengths were estimated at 231 mm (k = 1.6 \'year POT.-1\') and 205 mm (k = 0.94 \'year POT.-1\') for females and males respectively. The population has a natural mortality rate relatively high, 2.53 \'year POT.-1\' for females and 1.83 \'years POT.-1\' for males, and pronounced fluctuations in recruitment and abundance are observed, with evidence of being strongly governed by environmental conditions. The stock has been exploited at moderate levels in recent years (E = 0.45), although it has suffered high rates of exploitation in the 80\'s, which led to a reduction in population size. The maximum sustainable yield, considered a long-term average, was estimated at 4,032 ton of tail per year for a fishing effort of 19,370 days at sea. In recent years, it is observed a tendency of recovering of the population biomass, but annual fluctuations are characteristics of the species. The flow of the Amazon River is the main environmental facto r that governs the conditions of the coastal environment in the region and it was found that it is correlated with the fluctuatícn of the brown shrimp population abundance. It is postulated that the uptake and survival of larvae and post larvae in the coastal environment is lnfluenced by the intensity of river flow, The period during which they settle at the nurseries in the coastal zone coincides with the dry season and their survival is favored when the flow of the river is below the average, and vice versa. Therefore, management measures aimed at sustainable use of the resource must be associated with the knowledge of environmental conditions during this phase, as well as studies on the abundance of post-larvae and juveniles in the coastal zone.

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