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Luta antimanicomial: da participação política à formação da personagem militante / Antimanicomial struggle: political participation to the training of activist personageDebora Cidro de Brito 11 September 2014 (has links)
As ações que resultaram na Reforma Psiquiátrica tiveram início no Brasil a partir da década de 1970 e, especialmente na década de 1980, favorecendo a abertura para a participação política de usuários dos serviços de saúde mental e familiares de usuários, possibilitando a formação de diversos coletivos antimanicomiais que partilham dos ideais de eliminação dos manicômios, das práticas segregadoras em relação à saúde mental e pelo reconhecimento dos direitos e das capacidades de uma pessoa portadora de sofrimento psíquico. Essas transformações que vem ocorrendo nos últimos anos colocaram o usuário e o familiar em outra relação, seja com a própria loucura, seja com a sociedade, pois, ao menos em tese, novas possibilidades de inserção no espaço público foram se mostrando. Ainda assim, reconhecemos também os interesses envolvidos na Reforma Psiquiátrica que podem esconder as práticas manicomiais ainda presentes na sociedade, podendo ser essas transportadas para espaços extra-muros. Diante disso, os usuários e familiares que participam de coletivos antimanicomiais encontram-se na encruzilhada das políticas de identidades que regulam seu modo de vida e os lugares de sua existência e, das identidades políticas que visam desconstruir naturalizações de desigualdades sociais a que alguns grupos estão submetidos. Entre esses dois polos, desejamos verificar como se dá as metamorfoses da identidade de militantes da luta antimanicomial. Para isso, utilizamos duas histórias de vida: Laura e Fernando, militantes da luta antimanicomial que vão nos contar, por meio de suas memórias da participação política, como as relações sociais se materializaram em suas individualidades. Para a análise de suas histórias, utilizamos o referencial teórico de autores que entendem a identidade pelo sintagma identidade-metamorfose-emancipação. Ao final, verificamos o potencial emancipador da luta por reconhecimento que ambos estiveram inseridos, evidenciando a busca por melhores condições de vida para outros indivíduos, assim como o reconhecimento de seu valor social. / The actions which resulted in the Psychiatric Reform began in the 1970s especially in the 1980s in Brazil and have favoured openness to the political participation for mental health service of users and their families. This fact has enabled the formation of various anti-asylum collectives which shared the ideals of eliminating not only the asylums but also the segregating practices regarding mental health and for the recognition of the rights and capacities of people with mental suffering. These transformations which have occurred in recent years have provided the users and their families the opportunity to establish a different relation with either the insanity or the society, once, at least in thesis, they were shown new possibilities of being inserted into the public space. Nevertheless, it is important to recognize to which extent the interests involved in the Psychiatric Reform can hide asylum practices still present in our society. Therefore, users and their families who participate in anti-asylum collective are at the crucial crossroads of polices of identity which rule and shape their way of life and the places they live in, and also the political identities which aim to deconstruct the naturalization of social inequalities some groups are submitted. Between these two poles, our aim is to check how the metamorphosis of anti-asylum fight activists identity is formed. For this purpose, we used two life stories: Laura and Fernando, anti-asylum fight activists who will tell us based on the memory they have of their political participation, such as social relations materialized in their individualities. For the analysis of their stories, we used the theoretical framework of authors who understand by the term identity identity-bubble-emancipation. Finally, we will analyse the emancipatory potential of the struggle for recognition both stories were inserted in and put the search for better conditions of life for others individuals in evidence, as well as the recognition of its social value.
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Por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial: o papel estratégico da Atenção Básica para um projeto de transformação social / Towards an Anti-Asylum Psychiatric Reform: the strategic role of Primary Health Care for a project of social transformationRosa , Elisa Zaneratto 30 March 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-08-08T14:35:18Z
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Previous issue date: 2016-03-30 / This study analyzes challenges for the advancement of the anti-asylum radicality in the Brazilian psychiatric reform, standing for the strategic role of Primary Health Care and the inter-sector policies of access to rights. It is a development of the work carried out by the Pró-PET-Saúde, between the years of 2012 and 2104, through the agreement signed by PUCSP and the Health Technical Supervision in FÓ/Brasilândia. Resorting to theoretical references from the Italian Psychiatric Reform, the anti-asylum radicality is placed in the rupture within the concept of mental illness, whose determinations refer back to the socio-economic system. As a consequence, it is recommended that the strategies for care be directed to the transformation of the relationships between society and madness. The study aims to analyze, in Singular Therapeutic Projects of the community care to mental health, the overcoming of the concept of mental illness, the transformation of therapeutic itinerary of patients and the obstacles for the production of interventions derived from the territory and the community, emphasizing the role of Primary Health Care. Four cases in the realms of PET-Saúde and associated to the population of one of the Primary Health Care Units of Brasilândia were selected. Data was analyzed in the light of a categorization that accounted for the circuit of medicalization/hospital admission and the examination and questioning of the concept behind mental illness in the ways these cases were handled by the network; the social vulnerability, the intersections of gender and race, and the impacts in therapeutic projects; the relevance of the work in the experience of pain of the subjects and the answers offered by the services. The methodology was supported by the fundaments of Sociohistorical Psychology and the materialistic historical dialectical method. The analysis acknowledges historicity as a fundamental category and aims to comprehend the care in mental health offered by the network from its multiple constituent determinations. Throughout this process, the analysis of the historical development of the Psychiatric Reform in Brazil signals towards the advancement of the substitutive network and, at the same time, the effects of the neoliberal pacts for the integral and continuous care in mental health. The comprehension of the conditions of the territory highlights important indexes of poverty, vulnerability and violence, accompanied by the precarious state of inter-sectorial policies for the enforcement of rights in the region. With regards to the implementation of the mental health network in the territory, it is noticed that the administration models imposed a discontinuity with consequences in the consolidation of the matrix support. In the therapeutic projects, these processes stand out in the obstacles to a radical rupture within the concept of mental illness and the production of interventions centralized in the territory, which associates with the acknowledgement of the singular features in the production of the care. The field of Primary Health Care, especially through the Family Health Strategy, presents itself as a powerful item in the offering of guided orientations to the needs of the subjects from their concrete living conditions, impacting the community and articulating inter-sectorial networks. In order to do so, the study points towards the need to invest in the qualification of the mental health care carried out by Primary Health Care, understanding the need to prioritize, in the therapeutic projects, the relationship between society and madness, towards a commitment with the historical process of social transformation / Esta pesquisa analisa desafios para o avanço da radicalidade antimanicomial da Reforma Psiquiátrica brasileira, defendendo o papel estratégico da Atenção Básica e das políticas intersetoriais de acesso a direitos. Ela é um desdobramento do trabalho realizado pelo Pró-PET-Saúde, entre os anos de 2012 e 2014, por meio do convênio firmado entre a PUCSP e a Supervisão Técnica de Saúde da FÓ/Brasilândia. Resgatando referências teóricas da Reforma Psiquiátrica italiana, a radicalidade antimanicomial é localizada na ruptura com a concepção de doença mental, cujas determinações remontam ao sistema socioeconômico. Em decorrência, preconiza-se que as estratégias de cuidado estejam orientadas para a transformação da relação entre sociedade e loucura. A pesquisa objetivou analisar, em Projetos Terapêuticos Singulares da rede comunitária de atenção em saúde mental, a superação da concepção de doença mental, a transformação dos itinerários terapêuticos dos usuários e os obstáculos para a produção de intervenções a partir do território e da comunidade, com ênfase no papel da Atenção Básica. Foram selecionados quatro casos acompanhados no percurso do PET-Saúde, pertencentes à população adstrita à região de uma Unidade Básica de Saúde da Brasilândia. Os dados foram analisados a partir de uma categorização que considerou o circuito medicalização/internação e a problematização da concepção de doença mental na abordagem dos casos pela rede; a vulnerabilidade social, as intersecções gênero e raça e seus impactos nos projetos terapêuticos; a relevância do trabalho na experiência de sofrimento dos sujeitos e as respostas ofertadas pelos serviços. O percurso metodológico apoiou-se nos fundamentos da Psicologia Sócio-Histórica e do método materialista histórico dialético. Reconhecendo a historicidade como categoria fundamental, a análise buscou apreender o cuidado em saúde mental ofertado pela rede, a partir de suas múltiplas determinações constitutivas. Nesse processo, a leitura da trajetória histórica da Reforma Psiquiátrica no Brasil sinaliza o avanço da rede substitutiva e, ao mesmo tempo, os efeitos dos pactos neoliberais para a integralidade e a continuidade do cuidado em saúde mental. A apreensão das condições do território salienta importantes índices de pobreza, vulnerabilidade e violência, acompanhados pela precariedade de políticas intersetoriais de garantia de direitos na região. Do ponto de vista da implantação da rede de saúde mental no território, destacam-se os modelos de gestão que impuseram uma descontinuidade, com desdobramentos na consolidação do apoio matricial. Nos projetos terapêuticos, esses processos se singularizam nos obstáculos à ruptura radical com a concepção de doença mental e à produção de intervenções centradas no território, o que convive com o reconhecimento das singularidades na produção do cuidado. O campo da Atenção Básica, especialmente por meio da Estratégia Saúde da Família, apresenta-se como potente para a oferta de intervenções orientadas às necessidades dos sujeitos, a partir de suas condições concretas de existência, impactando a comunidade e articulando redes intersetoriais. Para tanto, a pesquisa aponta a necessidade de investimentos voltados à qualificação do cuidado em saúde mental pela Atenção Básica, entendendo a necessidade de priorizar nos projetos terapêuticos a relação entre sociedade e loucura, na direção do compromisso com o processo histórico de transformação social
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Luta antimanicomial: da participação política à formação da personagem militante / Antimanicomial struggle: political participation to the training of activist personageBrito, Debora Cidro de 11 September 2014 (has links)
As ações que resultaram na Reforma Psiquiátrica tiveram início no Brasil a partir da década de 1970 e, especialmente na década de 1980, favorecendo a abertura para a participação política de usuários dos serviços de saúde mental e familiares de usuários, possibilitando a formação de diversos coletivos antimanicomiais que partilham dos ideais de eliminação dos manicômios, das práticas segregadoras em relação à saúde mental e pelo reconhecimento dos direitos e das capacidades de uma pessoa portadora de sofrimento psíquico. Essas transformações que vem ocorrendo nos últimos anos colocaram o usuário e o familiar em outra relação, seja com a própria loucura, seja com a sociedade, pois, ao menos em tese, novas possibilidades de inserção no espaço público foram se mostrando. Ainda assim, reconhecemos também os interesses envolvidos na Reforma Psiquiátrica que podem esconder as práticas manicomiais ainda presentes na sociedade, podendo ser essas transportadas para espaços extra-muros. Diante disso, os usuários e familiares que participam de coletivos antimanicomiais encontram-se na encruzilhada das políticas de identidades que regulam seu modo de vida e os lugares de sua existência e, das identidades políticas que visam desconstruir naturalizações de desigualdades sociais a que alguns grupos estão submetidos. Entre esses dois polos, desejamos verificar como se dá as metamorfoses da identidade de militantes da luta antimanicomial. Para isso, utilizamos duas histórias de vida: Laura e Fernando, militantes da luta antimanicomial que vão nos contar, por meio de suas memórias da participação política, como as relações sociais se materializaram em suas individualidades. Para a análise de suas histórias, utilizamos o referencial teórico de autores que entendem a identidade pelo sintagma identidade-metamorfose-emancipação. Ao final, verificamos o potencial emancipador da luta por reconhecimento que ambos estiveram inseridos, evidenciando a busca por melhores condições de vida para outros indivíduos, assim como o reconhecimento de seu valor social. / The actions which resulted in the Psychiatric Reform began in the 1970s especially in the 1980s in Brazil and have favoured openness to the political participation for mental health service of users and their families. This fact has enabled the formation of various anti-asylum collectives which shared the ideals of eliminating not only the asylums but also the segregating practices regarding mental health and for the recognition of the rights and capacities of people with mental suffering. These transformations which have occurred in recent years have provided the users and their families the opportunity to establish a different relation with either the insanity or the society, once, at least in thesis, they were shown new possibilities of being inserted into the public space. Nevertheless, it is important to recognize to which extent the interests involved in the Psychiatric Reform can hide asylum practices still present in our society. Therefore, users and their families who participate in anti-asylum collective are at the crucial crossroads of polices of identity which rule and shape their way of life and the places they live in, and also the political identities which aim to deconstruct the naturalization of social inequalities some groups are submitted. Between these two poles, our aim is to check how the metamorphosis of anti-asylum fight activists identity is formed. For this purpose, we used two life stories: Laura and Fernando, anti-asylum fight activists who will tell us based on the memory they have of their political participation, such as social relations materialized in their individualities. For the analysis of their stories, we used the theoretical framework of authors who understand by the term identity identity-bubble-emancipation. Finally, we will analyse the emancipatory potential of the struggle for recognition both stories were inserted in and put the search for better conditions of life for others individuals in evidence, as well as the recognition of its social value.
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Gênero e Saúde Mental: a vivência de identidades femininas e masculinas e o sofrimento psíquico na sociedade brasileira contemporânea. Algumas reflexões a partir de relatos dos pacientes diagnosticados como portadores de transtornos mentais severos do CAPS- Araraquara SP. / Gender and mental health: the experience of female and male identities and the psychological suffering in the contemporary Brazilian society. Some reflections based on testimonies of patients with severe mental illness of the CAPS - Araraquara - SPSantos, Anna Maria Corbi Caldas dos 24 September 2008 (has links)
Analisa-se a experiência do sofrimento psíquico a partir de relatos de homens e mulheres usuários de um serviço público de saúde do município de Araraquara-SP. Considera-se a construção social do sofrimento psíquico e, portanto a conformação dos valores e normas de uma determinada sociedade e época histórica. Em outras palavras, aquilo que parece ser algo extremamente individual, ou seja, a vivência de um conjunto de mal-estares no âmbito subjetivo, expressa regularidades que são conformadas por uma dada configuração social. Utilizou-se entrevistas semiestruturadas com usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) homens e mulheres, analisadas na perspectiva das relações sociais de gênero e sob o contexto das mudanças no sistema psiquiátrico brasileiro a partir da Luta Antimanicomial. Conclui-se que o desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira contemporânea na construção de políticas públicas na área de saúde mental deve levar em consideração as questões postas pela perspectiva das relações sociais de gênero / This research analyses the experience of the psychological suffering based on the testimonies of men and women users of a public health service of the municipality of Araraquara SP. It is considered the social construction of the psychological suffering and, therefore, the arrangement of values and norms of a certain society and historical epoch. In other terms, what seems to be something extremely individual, that is to say, the experience of a whole of illnesses in the subjective scope, expresses regularities that are conformed by a certain social configuration. It was used semistructured interviews with users of the Center of Psychosocial Attention (CAPES) men and women, analyzed through the perspective of the social gender relations and under the context of the changes of the Brazilian psychiatric system starting from the Anti Asylum Fight. The conclusion is that the challenge to be faced by the contemporary brazilian society in the construction of public policies in the field of mental health must take into account the questions raised by the perspective of the social gender relations
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Gênero e Saúde Mental: a vivência de identidades femininas e masculinas e o sofrimento psíquico na sociedade brasileira contemporânea. Algumas reflexões a partir de relatos dos pacientes diagnosticados como portadores de transtornos mentais severos do CAPS- Araraquara SP. / Gender and mental health: the experience of female and male identities and the psychological suffering in the contemporary Brazilian society. Some reflections based on testimonies of patients with severe mental illness of the CAPS - Araraquara - SPAnna Maria Corbi Caldas dos Santos 24 September 2008 (has links)
Analisa-se a experiência do sofrimento psíquico a partir de relatos de homens e mulheres usuários de um serviço público de saúde do município de Araraquara-SP. Considera-se a construção social do sofrimento psíquico e, portanto a conformação dos valores e normas de uma determinada sociedade e época histórica. Em outras palavras, aquilo que parece ser algo extremamente individual, ou seja, a vivência de um conjunto de mal-estares no âmbito subjetivo, expressa regularidades que são conformadas por uma dada configuração social. Utilizou-se entrevistas semiestruturadas com usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) homens e mulheres, analisadas na perspectiva das relações sociais de gênero e sob o contexto das mudanças no sistema psiquiátrico brasileiro a partir da Luta Antimanicomial. Conclui-se que o desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira contemporânea na construção de políticas públicas na área de saúde mental deve levar em consideração as questões postas pela perspectiva das relações sociais de gênero / This research analyses the experience of the psychological suffering based on the testimonies of men and women users of a public health service of the municipality of Araraquara SP. It is considered the social construction of the psychological suffering and, therefore, the arrangement of values and norms of a certain society and historical epoch. In other terms, what seems to be something extremely individual, that is to say, the experience of a whole of illnesses in the subjective scope, expresses regularities that are conformed by a certain social configuration. It was used semistructured interviews with users of the Center of Psychosocial Attention (CAPES) men and women, analyzed through the perspective of the social gender relations and under the context of the changes of the Brazilian psychiatric system starting from the Anti Asylum Fight. The conclusion is that the challenge to be faced by the contemporary brazilian society in the construction of public policies in the field of mental health must take into account the questions raised by the perspective of the social gender relations
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