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A "comida da roça" ontem e hoje : um estudo etnográfico dos saberes e práticas alimentares de agricultores de Maquiné (RS)

Ramos, Mariana Oliveira January 2007 (has links)
A partir do registro etnográfico do cotidiano e de memórias relacionadas à alimentação de famílias de agricultores do município de Maquiné, litoral norte do Rio Grande do Sul, foram identificadas mudanças ocorridas na alimentação desses grupos nos últimos 30 anos. Para tal, foram utilizados como instrumentos de pesquisa: observação participante, diário de campo, registros fotográficos, entrevistas coletivas e histórias de vida. Como resultados, o trabalho aborda diferentes aspectos da comida para a família no mundo rural, ontem e hoje. Um primeiro aspecto diz respeito à redução da produção para o autoconsumo e da diversidade de alimentos consumidos, evidenciadas pelo abandono de cultivos (como do arroz e do trigo), pela substituição de sementes (caso do milho, cuja semente híbrida não faz “farinha boa”), pela redução no consumo de milho e de tubérculos (como o cará e o inhame), pelo aumento no consumo de carnes (especialmente de gado) e, sobremaneira, pelo aumento da participação da comida de mercado no cardápio cotidiano das famílias, o que ilustra dimensões do processo de modernização da agricultura e da alimentação de famílias locais. Além de mudanças em aspectos materiais da alimentação, a análise dos dados também explorou as relações entre comida, identidade e sociabilidade, para as quais participaram dados de duas festas do município etnografadas: a Festa da Polenta (“festa típica” do município) e a Festa de São José (festa tradicional da comunidade do Pinheiro). Nesse sentido, contradições na valorização de alimentos que carregam o símbolo do rural foram evidenciadas. Agricultores com distintas trajetórias de vida exprimem percepções também distintas em relação à auto-suficiência alimentar e a um passado em que esta não era uma questão de escolha, mas sim de sobrevivência. Ao sugerir que a comida da cidade é fraca sem que isso implique em uma recusa dos alimentos industrializados, que também são consumidos pelas famílias, os agricultores revelam a percepção de fronteiras entre os espaços rural e urbano, delimitadas por saberes, práticas e valores próprios de uma tradição rural que permanece.Por fim, um último aspecto da comida investigado identifica critérios locais que participam da escolha e classificação dos alimentos, delineando uma noção de comida boa fortemente relacionada a qualidades atribuídas à comida do gasto, como a força e a pureza. Assim, ainda que simbolize um passado áspero e severo para alguns, ou em alguns momentos, a produção para o autoconsumo também representa o acesso a um alimento de qualidade para essas famílias, chamando a atenção para seu significado do ponto de vista da segurança alimentar e nutricional nesses grupos rurais. O estudo finda apresentando a comida da roça a partir de elementos materiais e simbólicos que a compõem atualmente e que abarcam elementos de mudança social, salientando a relevância dos saberes e práticas alimentares na conformação do rural e da agricultura familiar hoje. / A partir del registro etnográfico de lo cotidiano y de memorias relacionadas a la alimentación de famílias de agricultores del municipio de Maquiné, litoral norte de Rio Grande del Sur, fueron identificados cambios propiciados en la alimentacion de esos grupos en los últimos 30 años. Para ello, fueron utilizados como instrumentos de pesquisa: observación participante, diario de campo, registros fotográficos, entrevistas colectivas e historias de vida. Como parte de los resultados, el trabajo aborda diferentes aspectos de la comida para la familia en el mundo rural, ayer y hoy. Un primer aspecto se refiere a la reducción de la producción para el autoconsumo y a la diversidad de alimentos consumidos, evidenciadas por el abandono de cultivos (como arroz y trigo), por la substitución de semillas (el caso del maíz, cuya semilla híbrida no produce “harina buena”), por la reducción en el consumo de maíz y de tubérculos (como cará y ñame), por el aumento en el consumo de carnes (especialmente de ganado) y sobre todo, por el aumento de la preferencia por la comida de mercado en el menú cotidiano de las familias. Esto ilustra algunas dimensiones del proceso de modernización de la agricultura y de la alimentación de las familias locales. Además de los cambios en los aspectos materiales de la alimentación, el análisis de los datos también exploró las relaciones entre comida, identidad y sociabilidad, para los cuales fueron importantes los datos de dos fiestas del municipio etnografiadas: La Fiesta de la Polenta (“fiesta típica” del municipio) y la Fiesta de San José (fiesta tradicional de la comunidad de Pinheiro). En ese sentido, algunas contradicciones en la valoración de alimentos que cargan el símbolo de lo rural fueron evidenciadas. Agricultores con diferentes trayectorias de vida revelan percepciones distintas con relación a la auto-suficiencia alimentaria y a un pasado en que ésta no era una cuestión de opción, pero sí de sobrevivencia. Al sugerir que la comida de la ciudad es “fraca”, sin que eso implique un rechazo por los alimentos industrializados, que también son consumidos por las familias; los agricultores revelan la percepción de fronteras entre los espacios rural y urbano, delimitadas por saberes, prácticas y valores propios de una tradición rural que permanece. Finalmente, un aspecto investigado sobre la comida, identifica criterios locales que hacen parte de la opción y clasificación de los alimentos, delineando la noción de comida buena altamente relacionada a las cualidades atribuídas para comida de gasto, como la fuerza y la pureza. Así, aunque simbolize un pasado áspero y severo para algunos, o en ciertos momentos, la producción para el autoconsumo también respresenta el acesso a un alimento de calidad para esas familias, llamando la atención para su significado desde el punto de vista nutricional y de seguridad alimentaria en esos grupos rurales. El estudio finaliza presentando la comida de la “roça”, a partir de elementos simbólicos que la componen actualmente y que abarcan aspectos de cambio social, destacando la relevancia de los saberes y prácticas alimentarias en la conformación de lo rural y de la agricultura familiar en la actualidad.
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A "comida da roça" ontem e hoje : um estudo etnográfico dos saberes e práticas alimentares de agricultores de Maquiné (RS)

Ramos, Mariana Oliveira January 2007 (has links)
A partir do registro etnográfico do cotidiano e de memórias relacionadas à alimentação de famílias de agricultores do município de Maquiné, litoral norte do Rio Grande do Sul, foram identificadas mudanças ocorridas na alimentação desses grupos nos últimos 30 anos. Para tal, foram utilizados como instrumentos de pesquisa: observação participante, diário de campo, registros fotográficos, entrevistas coletivas e histórias de vida. Como resultados, o trabalho aborda diferentes aspectos da comida para a família no mundo rural, ontem e hoje. Um primeiro aspecto diz respeito à redução da produção para o autoconsumo e da diversidade de alimentos consumidos, evidenciadas pelo abandono de cultivos (como do arroz e do trigo), pela substituição de sementes (caso do milho, cuja semente híbrida não faz “farinha boa”), pela redução no consumo de milho e de tubérculos (como o cará e o inhame), pelo aumento no consumo de carnes (especialmente de gado) e, sobremaneira, pelo aumento da participação da comida de mercado no cardápio cotidiano das famílias, o que ilustra dimensões do processo de modernização da agricultura e da alimentação de famílias locais. Além de mudanças em aspectos materiais da alimentação, a análise dos dados também explorou as relações entre comida, identidade e sociabilidade, para as quais participaram dados de duas festas do município etnografadas: a Festa da Polenta (“festa típica” do município) e a Festa de São José (festa tradicional da comunidade do Pinheiro). Nesse sentido, contradições na valorização de alimentos que carregam o símbolo do rural foram evidenciadas. Agricultores com distintas trajetórias de vida exprimem percepções também distintas em relação à auto-suficiência alimentar e a um passado em que esta não era uma questão de escolha, mas sim de sobrevivência. Ao sugerir que a comida da cidade é fraca sem que isso implique em uma recusa dos alimentos industrializados, que também são consumidos pelas famílias, os agricultores revelam a percepção de fronteiras entre os espaços rural e urbano, delimitadas por saberes, práticas e valores próprios de uma tradição rural que permanece.Por fim, um último aspecto da comida investigado identifica critérios locais que participam da escolha e classificação dos alimentos, delineando uma noção de comida boa fortemente relacionada a qualidades atribuídas à comida do gasto, como a força e a pureza. Assim, ainda que simbolize um passado áspero e severo para alguns, ou em alguns momentos, a produção para o autoconsumo também representa o acesso a um alimento de qualidade para essas famílias, chamando a atenção para seu significado do ponto de vista da segurança alimentar e nutricional nesses grupos rurais. O estudo finda apresentando a comida da roça a partir de elementos materiais e simbólicos que a compõem atualmente e que abarcam elementos de mudança social, salientando a relevância dos saberes e práticas alimentares na conformação do rural e da agricultura familiar hoje. / A partir del registro etnográfico de lo cotidiano y de memorias relacionadas a la alimentación de famílias de agricultores del municipio de Maquiné, litoral norte de Rio Grande del Sur, fueron identificados cambios propiciados en la alimentacion de esos grupos en los últimos 30 años. Para ello, fueron utilizados como instrumentos de pesquisa: observación participante, diario de campo, registros fotográficos, entrevistas colectivas e historias de vida. Como parte de los resultados, el trabajo aborda diferentes aspectos de la comida para la familia en el mundo rural, ayer y hoy. Un primer aspecto se refiere a la reducción de la producción para el autoconsumo y a la diversidad de alimentos consumidos, evidenciadas por el abandono de cultivos (como arroz y trigo), por la substitución de semillas (el caso del maíz, cuya semilla híbrida no produce “harina buena”), por la reducción en el consumo de maíz y de tubérculos (como cará y ñame), por el aumento en el consumo de carnes (especialmente de ganado) y sobre todo, por el aumento de la preferencia por la comida de mercado en el menú cotidiano de las familias. Esto ilustra algunas dimensiones del proceso de modernización de la agricultura y de la alimentación de las familias locales. Además de los cambios en los aspectos materiales de la alimentación, el análisis de los datos también exploró las relaciones entre comida, identidad y sociabilidad, para los cuales fueron importantes los datos de dos fiestas del municipio etnografiadas: La Fiesta de la Polenta (“fiesta típica” del municipio) y la Fiesta de San José (fiesta tradicional de la comunidad de Pinheiro). En ese sentido, algunas contradicciones en la valoración de alimentos que cargan el símbolo de lo rural fueron evidenciadas. Agricultores con diferentes trayectorias de vida revelan percepciones distintas con relación a la auto-suficiencia alimentaria y a un pasado en que ésta no era una cuestión de opción, pero sí de sobrevivencia. Al sugerir que la comida de la ciudad es “fraca”, sin que eso implique un rechazo por los alimentos industrializados, que también son consumidos por las familias; los agricultores revelan la percepción de fronteras entre los espacios rural y urbano, delimitadas por saberes, prácticas y valores propios de una tradición rural que permanece. Finalmente, un aspecto investigado sobre la comida, identifica criterios locales que hacen parte de la opción y clasificación de los alimentos, delineando la noción de comida buena altamente relacionada a las cualidades atribuídas para comida de gasto, como la fuerza y la pureza. Así, aunque simbolize un pasado áspero y severo para algunos, o en ciertos momentos, la producción para el autoconsumo también respresenta el acesso a un alimento de calidad para esas familias, llamando la atención para su significado desde el punto de vista nutricional y de seguridad alimentaria en esos grupos rurales. El estudio finaliza presentando la comida de la “roça”, a partir de elementos simbólicos que la componen actualmente y que abarcan aspectos de cambio social, destacando la relevancia de los saberes y prácticas alimentarias en la conformación de lo rural y de la agricultura familiar en la actualidad.
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A "comida da roça" ontem e hoje : um estudo etnográfico dos saberes e práticas alimentares de agricultores de Maquiné (RS)

Ramos, Mariana Oliveira January 2007 (has links)
A partir do registro etnográfico do cotidiano e de memórias relacionadas à alimentação de famílias de agricultores do município de Maquiné, litoral norte do Rio Grande do Sul, foram identificadas mudanças ocorridas na alimentação desses grupos nos últimos 30 anos. Para tal, foram utilizados como instrumentos de pesquisa: observação participante, diário de campo, registros fotográficos, entrevistas coletivas e histórias de vida. Como resultados, o trabalho aborda diferentes aspectos da comida para a família no mundo rural, ontem e hoje. Um primeiro aspecto diz respeito à redução da produção para o autoconsumo e da diversidade de alimentos consumidos, evidenciadas pelo abandono de cultivos (como do arroz e do trigo), pela substituição de sementes (caso do milho, cuja semente híbrida não faz “farinha boa”), pela redução no consumo de milho e de tubérculos (como o cará e o inhame), pelo aumento no consumo de carnes (especialmente de gado) e, sobremaneira, pelo aumento da participação da comida de mercado no cardápio cotidiano das famílias, o que ilustra dimensões do processo de modernização da agricultura e da alimentação de famílias locais. Além de mudanças em aspectos materiais da alimentação, a análise dos dados também explorou as relações entre comida, identidade e sociabilidade, para as quais participaram dados de duas festas do município etnografadas: a Festa da Polenta (“festa típica” do município) e a Festa de São José (festa tradicional da comunidade do Pinheiro). Nesse sentido, contradições na valorização de alimentos que carregam o símbolo do rural foram evidenciadas. Agricultores com distintas trajetórias de vida exprimem percepções também distintas em relação à auto-suficiência alimentar e a um passado em que esta não era uma questão de escolha, mas sim de sobrevivência. Ao sugerir que a comida da cidade é fraca sem que isso implique em uma recusa dos alimentos industrializados, que também são consumidos pelas famílias, os agricultores revelam a percepção de fronteiras entre os espaços rural e urbano, delimitadas por saberes, práticas e valores próprios de uma tradição rural que permanece.Por fim, um último aspecto da comida investigado identifica critérios locais que participam da escolha e classificação dos alimentos, delineando uma noção de comida boa fortemente relacionada a qualidades atribuídas à comida do gasto, como a força e a pureza. Assim, ainda que simbolize um passado áspero e severo para alguns, ou em alguns momentos, a produção para o autoconsumo também representa o acesso a um alimento de qualidade para essas famílias, chamando a atenção para seu significado do ponto de vista da segurança alimentar e nutricional nesses grupos rurais. O estudo finda apresentando a comida da roça a partir de elementos materiais e simbólicos que a compõem atualmente e que abarcam elementos de mudança social, salientando a relevância dos saberes e práticas alimentares na conformação do rural e da agricultura familiar hoje. / A partir del registro etnográfico de lo cotidiano y de memorias relacionadas a la alimentación de famílias de agricultores del municipio de Maquiné, litoral norte de Rio Grande del Sur, fueron identificados cambios propiciados en la alimentacion de esos grupos en los últimos 30 años. Para ello, fueron utilizados como instrumentos de pesquisa: observación participante, diario de campo, registros fotográficos, entrevistas colectivas e historias de vida. Como parte de los resultados, el trabajo aborda diferentes aspectos de la comida para la familia en el mundo rural, ayer y hoy. Un primer aspecto se refiere a la reducción de la producción para el autoconsumo y a la diversidad de alimentos consumidos, evidenciadas por el abandono de cultivos (como arroz y trigo), por la substitución de semillas (el caso del maíz, cuya semilla híbrida no produce “harina buena”), por la reducción en el consumo de maíz y de tubérculos (como cará y ñame), por el aumento en el consumo de carnes (especialmente de ganado) y sobre todo, por el aumento de la preferencia por la comida de mercado en el menú cotidiano de las familias. Esto ilustra algunas dimensiones del proceso de modernización de la agricultura y de la alimentación de las familias locales. Además de los cambios en los aspectos materiales de la alimentación, el análisis de los datos también exploró las relaciones entre comida, identidad y sociabilidad, para los cuales fueron importantes los datos de dos fiestas del municipio etnografiadas: La Fiesta de la Polenta (“fiesta típica” del municipio) y la Fiesta de San José (fiesta tradicional de la comunidad de Pinheiro). En ese sentido, algunas contradicciones en la valoración de alimentos que cargan el símbolo de lo rural fueron evidenciadas. Agricultores con diferentes trayectorias de vida revelan percepciones distintas con relación a la auto-suficiencia alimentaria y a un pasado en que ésta no era una cuestión de opción, pero sí de sobrevivencia. Al sugerir que la comida de la ciudad es “fraca”, sin que eso implique un rechazo por los alimentos industrializados, que también son consumidos por las familias; los agricultores revelan la percepción de fronteras entre los espacios rural y urbano, delimitadas por saberes, prácticas y valores propios de una tradición rural que permanece. Finalmente, un aspecto investigado sobre la comida, identifica criterios locales que hacen parte de la opción y clasificación de los alimentos, delineando la noción de comida buena altamente relacionada a las cualidades atribuídas para comida de gasto, como la fuerza y la pureza. Así, aunque simbolize un pasado áspero y severo para algunos, o en ciertos momentos, la producción para el autoconsumo también respresenta el acesso a un alimento de calidad para esas familias, llamando la atención para su significado desde el punto de vista nutricional y de seguridad alimentaria en esos grupos rurales. El estudio finaliza presentando la comida de la “roça”, a partir de elementos simbólicos que la componen actualmente y que abarcan aspectos de cambio social, destacando la relevancia de los saberes y prácticas alimentarias en la conformación de lo rural y de la agricultura familiar en la actualidad.
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Aprender a comer: Procesos de socialización y “Trastornos del Comportamiento Alimentario”

Zafra Aparici, Eva 14 December 2007 (has links)
El objetivo de este estudio es conocer cómo influyen los procesos de socialización en los comportamientos alimentarios de la población infantil y adolescente de Catalunya, así como en los denominados Trastornos del Comportamiento Alimentario (TCA). Actualmente es reconocida la importancia que el contexto sociocultural tiene en las maneras de comer, tanto individuales como colectivas. En este sentido, mediante metodología cuantitativa y cualitativa, la tesis trata de desmenuzar parte de la complejidad biopsicosocial inherente al “hecho alimentario”. La intención es obtener un conocimiento lo más exhaustivo posible de los aspectos socioculturales que explican los comportamientos alimentarios de infantes y adolescentes que viven en Catalunya, ya que sólo así las campañas de prevención pueden ir acorde con las características de la población y garantizar su impacto. El estudio obtiene resultados interesantes. En primer lugar visibiliza el carácter indisociable de la dimensión nutricional y sociocultural de la alimentación. Las maneras de comer no responden únicamente a motivos de salud, sino que tienen que ver con todas aquellas cuestiones que hacen que comer o no comer tomen sentido en nuestro contexto actual: el placer, la estética, la economía, la autoimagen, la afectividad, la autonomía, la identidad, etc. Por eso el estudio aboga por una educación alimentaria que enfoque la salud y la prevención desde perspectivas más amplias y holísticas que permitan definir y actuar sobre los complejos vínculos que existen hoy en día entre cuerpo, alimentación y salud; que relacione adecuadamente los aspectos biológicos y socioculturales inherentes al "hecho alimentario"; y que tenga en cuenta las diferencias y similitudes de la diversidad de opciones alimentarias existentes en nuestro contexto socioalimentario actual. El estudio también pone de manifiesto que el punto de partida de los TCA es el cuerpo, entendido este último desde una perspectiva fenomenológica. Por un lado se evidencia la estrecha relación existente entre la comida como modo de expresión y control social y el cuerpo como una medida de evaluación social y personal desigual según género. En este sentido, se ve cómo el significado que va adquiriendo el comer y el no comer para niños y niñas es distinto -y desigual- en tanto que también lo es su contexto socializador. De esta forma, la alimentación se suele convertir en una “herramienta” de (auto) control y expresión corporal más contundente en las mujeres que en los hombres. Para ellos, no obstante, suele ser el ejercicio físico y la práctica de actividad física la “herramienta” más aprehendida e interiorizada a la hora de construir y poner de manifiesto sus identidades corporales. Por otro lado, además de “herramienta” de expresión y control corporal, cabe señalar que el estudio también da a conocer de qué manera la alimentación puede servir de elemento contestatario, reivindicativo y de liberación. Por último, el estudio compara los procesos de socialización alimentaria de personas diagnosticadas de TCA con el de no diagnosticadas. Este análisis comparativo lleva a plantear los TCA -al menos las formas más leves- como “ESTARes alimentarios” en la medida en que se trata de prácticas y actitudes alimentarias que toman sentido dentro del continuum relacionado con la lógica sociocultural que explica las formas de “ESTAR” y comer de nuestro contexto actual y que implican un diálogo bidireccional entre el sufrimiento o displacer (“malESTAR”) y el placer o satisfacción (“bienESTAR”) corporal que es expresado a través de la alimentación. / “Learning to eat: socialization processes and Eating Disorders” The objective of this study is to know the sociocultural factors that, in the socialization process, influence in eating behaviors of children from 6 to 16 years in Catalonia, as well as to analyze the relation between these learning processes and specific eating problems presented in our society as they are the denominated Eating Disorders (ED). The study obtains interesting results. For exemple, it visualizes the intrinsic link between nutrition and sociocultural dimension of feeding. Ways to eat not only respond to health reasons, but they have to do with all issues that make eating or not eating make sense in our present context: the pleasure, aesthetics, economy, self image, affectivity, autonomy, identity, etc. Therefore the study advocates to feeding education that focuses health and prevention from a holistic perspective that allows to define and to act on the current and complex links between body, feeding and health; that relates the inherent biological and sociocultural aspects of “feeding fact”; and that considers the differences and similarities of different eating options that exist in each concrete socioalimentary context. The study also shows that the starting point of ED is “the body”, understood from a phenomenological perspective. On one hand it demonstrates the relationship between food as a way of expression and social control, on the other hand, the body as an unequal way of social and personal evaluation, and it finally shows that food can be used as a replay, claim and a way of liberation. Finally, the study compares feeding socialization processes between people diagnosed with eating disorders and people not diagnosed with eating disorder. This raises the Eating Disorders as “ESTARes alimentarios” because this kind of eating behaviors make sense in the continuum related to sociocultural logic that explains the ways of “ESTAR” (being) and eat in our current context and involve a two-way dialogue between the suffering (“malESTAR”) and pleasure (“bienESTAR”) corporal that is expressed through food.

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