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Sophia de Mello Breyner Andresen: militância antifascista a partir da crise do Estado Novo (1958-1974), análise do conto \'O jantar do bispo\' e atuação na Assembleia Constituinte (1975-1976) / Sophia de Mello Breyner Andresen: antifascist militancy during the crisis of Estado Novo (1958-1974), analysis of the short story \"O jantar do bispo\" (The bishops dinner) and proceedings at the Constituent Assembly (1975-1976)Aragão, Eloisa da Silva 27 November 2017 (has links)
No clima de coerção e censura em que vivia a sociedade portuguesa durante o período ditatorial, Sophia de Mello Breyner Andresen assinalou a marca de sua oposição ao regime salazarista em numerosos poemas e contos, desse modo incorporando as contradições da vida social em sua obra. Suas iniciativas não estancaram nesse campo, pois Sophia se envolveu na realidade dos conflitos mediante uma atuação direta em âmbito político, que se deu antes e depois do 25 de abril de 1974. Eis o objetivo desta tese: estudar como se desenvolveu a trajetória militante antifascista de Sophia de Mello Breyner Andresen, inscrevendo sua participação ao lado de outras vozes femininas que se empenharam contra o regime e nesse sentido pretende-se também fazer um contributo à história das mulheres. O ano de partida é 1958, quando ela rompeu com o regime salazarista, em sintonia com um movimento mais amplo de oposição, o dos chamados católicos progressistas. Observando criticamente os desmandos do regime e as desigualdades sociais que durante sua vigência só faziam aumentar, em especial mediante as mobilizações efetivadas por Dom António Ferreira Gomes, o Bispo do Porto, e o padre Abel Varzim, Sophia escreve O jantar do bispo, e neste doutorado a análise apresentada sobre essa narrativa aborda não somente os dilemas que afetam as personagens principais, mas igualmente as secundárias, as que no estatuto social encontram-se numa posição de subalternidade, atentando para uma reflexão em diferentes níveis a que é chamado o leitor do conto. Outras formas assumidas pela militância antifascista da poeta, reunida a outros intelectuais em oposição ao salazarismo, foram os abaixo-assinados, e relativamente a eles nos debruçamos buscando explicitar o teor de denúncia e mobilização que encerraram, assim como apresentamos um recorte político das cartas trocadas por Sophia e seu amigo Jorge de Sena. Na perspectiva de abarcar um leque mais amplo do engajamento político de Sophia, valendo-nos da metodologia da história oral, fizemos entrevistas com figuras que com ela conviveram ou dela estiveram próximos. Isso possibilitou melhor compreender os significados de seu desempenho cívico em entidades como o Centro Nacional de Cultura (CNC), a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP), a Associação Portuguesa de Escritores (APE); e o percurso de sua consciência crítica que se intensificou ao longo dos anos, tendo sido candidata pela Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD) nas eleições legislativas de 1969, além de ter participado na Vigília de São Domingos e na Vigília da Capela do Rato. Após a Revolução de Abril de 1974, integrou-se ao Partido Socialista, foi eleita deputada da Assembleia Constituinte (1975-1976), tema de nossa investigação por meio dos discursos que ela proferiu naquela casa. Assim, tomando o conjunto desses assuntos mediante uma sequência cronológica, procedemos a uma análise em que buscamos demonstrar de que maneira Sophia de Mello Breyner Andresen firmou seu ativismo antifascista, tanto por meio da escrita literária como pelo desempenho em frentes políticas, não se furtando ao compromisso dos problemas de seu tempo. / Sophia de Mello Breyner Andresen made her mark against Salazars regime and the coercion and censorship characteristic of the dictatorship in Portugal. In many of her poems and short stories, she succeeded in incorporating the contradictions of social life as she saw them. She did more, though, taking part in the political confrontations before and after April 25th, 1974. The aim of the present work is to focus on Sophia de Mello Breyners antifascist militant activities side by side with other women who fought against the regime, thus contributing with a chapter to womens history. Sophia made the first step in 1958 by speaking out against the regime and adhering to the progressive Catholics, a large spectrum opposition movement. She observed critically the regimes many missteps as well as the growth of social inequalities in the country. She followed the mobilizations called by Bishop António Ferreira Gomes, the Bishop of Porto, and Father Abel Varzim, synthesizing her perceptions in the short novel \"The bishops dinner\", hereby analyzed through the quandaries the main characters find themselves in and the social differences the secondary characters make explicit to the readers. The poet, together with other intellectuals, signed important expostulations against Salazarism, which are here explained in their criticism and call for mobilization. She exchanged many letters with her friend Jorge de Sena, by which we can point to her political actions. We also interviewed people who knew her well to clarify her political positions making use of the methodology of oral history. The interviews allowed us a better understanding of her work at CNC-Centro Nacional de Cultura (National Center for Culture), as a member of CNSPP-Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (National Committee for Help to Political Prisoners), at APE-Associação Portuguesa de Escritores (Portuguese Writers Association), and the intensification of her political involvement by becoming a candidate by the CEUD-Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (Electoral Committee for Democratic Union) at the 1969 local elections. After the Revolution of Abril 1974, she became a member of the PS-Partido Socialista (Socialist Party) and was elected as congresswoman for the Constituent Assembly (1975-1976), which we analyze by means of her speeches at that house. The sum of the themes we study, presented in chronological order, help us demonstrate how Sophia de Mello Breyner Andresen exercised her activism, by her pen and her political engagement, facing with courage the problems of her time.
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Sophia de Mello Breyner Andresen: militância antifascista a partir da crise do Estado Novo (1958-1974), análise do conto \'O jantar do bispo\' e atuação na Assembleia Constituinte (1975-1976) / Sophia de Mello Breyner Andresen: antifascist militancy during the crisis of Estado Novo (1958-1974), analysis of the short story \"O jantar do bispo\" (The bishops dinner) and proceedings at the Constituent Assembly (1975-1976)Eloisa da Silva Aragão 27 November 2017 (has links)
No clima de coerção e censura em que vivia a sociedade portuguesa durante o período ditatorial, Sophia de Mello Breyner Andresen assinalou a marca de sua oposição ao regime salazarista em numerosos poemas e contos, desse modo incorporando as contradições da vida social em sua obra. Suas iniciativas não estancaram nesse campo, pois Sophia se envolveu na realidade dos conflitos mediante uma atuação direta em âmbito político, que se deu antes e depois do 25 de abril de 1974. Eis o objetivo desta tese: estudar como se desenvolveu a trajetória militante antifascista de Sophia de Mello Breyner Andresen, inscrevendo sua participação ao lado de outras vozes femininas que se empenharam contra o regime e nesse sentido pretende-se também fazer um contributo à história das mulheres. O ano de partida é 1958, quando ela rompeu com o regime salazarista, em sintonia com um movimento mais amplo de oposição, o dos chamados católicos progressistas. Observando criticamente os desmandos do regime e as desigualdades sociais que durante sua vigência só faziam aumentar, em especial mediante as mobilizações efetivadas por Dom António Ferreira Gomes, o Bispo do Porto, e o padre Abel Varzim, Sophia escreve O jantar do bispo, e neste doutorado a análise apresentada sobre essa narrativa aborda não somente os dilemas que afetam as personagens principais, mas igualmente as secundárias, as que no estatuto social encontram-se numa posição de subalternidade, atentando para uma reflexão em diferentes níveis a que é chamado o leitor do conto. Outras formas assumidas pela militância antifascista da poeta, reunida a outros intelectuais em oposição ao salazarismo, foram os abaixo-assinados, e relativamente a eles nos debruçamos buscando explicitar o teor de denúncia e mobilização que encerraram, assim como apresentamos um recorte político das cartas trocadas por Sophia e seu amigo Jorge de Sena. Na perspectiva de abarcar um leque mais amplo do engajamento político de Sophia, valendo-nos da metodologia da história oral, fizemos entrevistas com figuras que com ela conviveram ou dela estiveram próximos. Isso possibilitou melhor compreender os significados de seu desempenho cívico em entidades como o Centro Nacional de Cultura (CNC), a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (CNSPP), a Associação Portuguesa de Escritores (APE); e o percurso de sua consciência crítica que se intensificou ao longo dos anos, tendo sido candidata pela Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD) nas eleições legislativas de 1969, além de ter participado na Vigília de São Domingos e na Vigília da Capela do Rato. Após a Revolução de Abril de 1974, integrou-se ao Partido Socialista, foi eleita deputada da Assembleia Constituinte (1975-1976), tema de nossa investigação por meio dos discursos que ela proferiu naquela casa. Assim, tomando o conjunto desses assuntos mediante uma sequência cronológica, procedemos a uma análise em que buscamos demonstrar de que maneira Sophia de Mello Breyner Andresen firmou seu ativismo antifascista, tanto por meio da escrita literária como pelo desempenho em frentes políticas, não se furtando ao compromisso dos problemas de seu tempo. / Sophia de Mello Breyner Andresen made her mark against Salazars regime and the coercion and censorship characteristic of the dictatorship in Portugal. In many of her poems and short stories, she succeeded in incorporating the contradictions of social life as she saw them. She did more, though, taking part in the political confrontations before and after April 25th, 1974. The aim of the present work is to focus on Sophia de Mello Breyners antifascist militant activities side by side with other women who fought against the regime, thus contributing with a chapter to womens history. Sophia made the first step in 1958 by speaking out against the regime and adhering to the progressive Catholics, a large spectrum opposition movement. She observed critically the regimes many missteps as well as the growth of social inequalities in the country. She followed the mobilizations called by Bishop António Ferreira Gomes, the Bishop of Porto, and Father Abel Varzim, synthesizing her perceptions in the short novel \"The bishops dinner\", hereby analyzed through the quandaries the main characters find themselves in and the social differences the secondary characters make explicit to the readers. The poet, together with other intellectuals, signed important expostulations against Salazarism, which are here explained in their criticism and call for mobilization. She exchanged many letters with her friend Jorge de Sena, by which we can point to her political actions. We also interviewed people who knew her well to clarify her political positions making use of the methodology of oral history. The interviews allowed us a better understanding of her work at CNC-Centro Nacional de Cultura (National Center for Culture), as a member of CNSPP-Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos (National Committee for Help to Political Prisoners), at APE-Associação Portuguesa de Escritores (Portuguese Writers Association), and the intensification of her political involvement by becoming a candidate by the CEUD-Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (Electoral Committee for Democratic Union) at the 1969 local elections. After the Revolution of Abril 1974, she became a member of the PS-Partido Socialista (Socialist Party) and was elected as congresswoman for the Constituent Assembly (1975-1976), which we analyze by means of her speeches at that house. The sum of the themes we study, presented in chronological order, help us demonstrate how Sophia de Mello Breyner Andresen exercised her activism, by her pen and her political engagement, facing with courage the problems of her time.
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