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A construção da intersetorialidade: o caso da Rede Intersetorial Guarulhos Cidade que Protege / The construction of intersectoriality: the case of the Intersectoral Network Guarulhos Cidade que Protege (\"Guarulhos, the City that Protects\")Franceschini, Maria Cristina Trousdell 08 August 2019 (has links)
As sociedades contemporâneas passam por processos de transformação social rápidos e profundos. Essas põe em xeque as teorias, conceitos e modelos considerados eficazes para alavancar o desenvolvimento econômico e social e enfrentar as crises sociais decorrentes das iniquidades sociais. É necessário compreender como se dá a inserção de estratégias como a intersetorialidade e a formação de redes que instigam novas formas de gestão para superar as fragmentações sociais e transformar estruturas institucionais e dinâmicas políticas. A pesquisa realiza um estudo de caso sobre como as práticas intersetoriais e o trabalho em rede estão sendo incorporadas na Rede Intersetorial Guarulhos Cidade que Protege, implementada em Guarulhos, São Paulo, desde 2010 para enfrentar a violência que afeta crianças e jovens. Realizou-se um estudo qualitativo para compreender as concepções e significados da atuação intersetorial e em rede para os atores que a desenvolvem e implementam. Também teve como objetivo compreender a estrutura das redes criadas, identificar fatores que intervêm na produção da intersetorialidade e na formação de rede, quais as condicionam e como estas contribuíram para os resultados da iniciativa. A produção de dados baseou-se em 56 entrevistas semi-estruturadas, selecionando-se os sujeitos pela técnica Bola de Neve, observação, revisão documental e Análise de Redes Sociais. Identificaram-se 90 parceiros e 170 parcerias ativas. As atividades realizadas pelas parcerias incluíram discussão de caso, ações de encaminhamento e seguimento, reorientação de práticas de trabalho, matriciamento, projetos conjuntos, ações em conjunto tendo como grupo alvo as famílias e usuários dos territórios, entre outras. Os resultados indicam que as parcerias seguem a lógica da administração pública e das redes de serviços setoriais existentes, com poucas articulações com a sociedade civil e outros setores. Apontam também as potencialidades do trabalho em rede com a consolidação de estruturas de apoio à intersetorialidade, fortalecimento da capacidade dos atores sociais para o trabalho intersetorial, promoção de novas parcerias, fortalecimento de laços de confiança e relações entre atores sociais e ações direcionadas ao enfrentamento da violência. Constatou-se também a gestão intersetorial limitada pois esta se estabelece em estruturas setoriais e fragmentadas, fragilizando sua capacidade de ação e deliberação e a contribuição que esta poderia oferecer às ações de enfrentamento da violência no município. Coloca-se em dúvida a ideia da intersetorialidade como prática social compartilhada ou modelo de gestão de políticas públicas que promova a autonomia e interdependência dos setores envolvidos. Conclui-se propondo dois marcos analíticos: um para apoiar o planejamento da Rede Intersetorial para o enfrentamento da violência a partir do olhar ampliado ao território e em conexão com órgãos da Rede Municipal de Proteção da Criança e do Adolescente, e outro que sistematiza como a intersetorialidade e as redes podem contribuir para as transformações sociais, políticas e institucionais no contexto da sociedade em rede e informacional. / Contemporary societies are undergoing rapid and intense transformations. These challenge current theories, models and concepts that are considered effective to promote economic and social development and to address social crises that arise from social inequities. It is important to understand how strategies such as intersectoriality and network development are incorporated into such context as they promote new management models to address social fragmentation and transform institutional structures and political dynamics. The research conducted a case study on how intersectoral practices and network models are being developed within the Intersectoral Network Guarulhos Cidade que Protege (\"Guarulhos, City that Protects\"), implemented in the city of Guarulhos, São Paulo, since 2010 to tackle violence that affects children and adolescents. A qualitative study was conducted to understand the conceptualizations and significance of intersectoral action and networking for those who are developing and implementing them. The study also aimed to comprehend the structure of the networks created, which factors intervened in the production of intersectoriality and network development and which ones conditioned them, and how these processes contributed to the initiative´s results. Fifty-six (56) semi-structured interviews were conducted; subjects were selected through the snowball technique. The study also included observation and document analysis. Ninety partners and 170 partnerships were identified. Activities conducted by these partnerships included case discussions, community mapping, referrals and follow-ups, reorientation of work and team practices, joint projects, development of activities with families and users in territories, among others. Results pointed out that partnerships usually followed the logic of the public administration structure and service networks with few partnerships being developed with civil society and others. The data highlight the potential of networks to help consolidate supporting structures for intersectoral action, strengthening the capacity of social actors for intersectoral work, promoting new partnerships, increasing trust, improving relationships among social actors and fostering actions aimed at addressing violence. It also highlighted that intersectoral management was limited given that such arrangements took place within sectoral and fragmented structures, a situation which weakened the capacity of the intersectoral actions undertaken and the contribution that they could make to decreasing violence in the city. The results challenge the assumption that intersectorial collaboration is a socially shared practice or a management model of public policies that promotes autonomy and interdependence among the sectors involved. The study concludes with the proposal of two analytical frameworks: one aimed at supporting better planning for the Intersectoral Network to address violence by considering a greater scope of social actors in the territory and seeking better connections with other entities that conform the Municipal Network for the Protection of Child and Adolescents, and another model that synthesizes how intersectoral action and networks can contribute to social, political and institutional transformations in the context of our network and informational society.
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Ações intersetoriais de educação e saude : entre teoria e praticaSantos, Debora de Souza 29 April 2005 (has links)
Orientador: Mauro Antonio Pires Dias da Silva / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-05T20:55:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2005 / Resumo: O trabalho centrou-se no estudo de um projeto intersetorial desenvolvido por uma Escola e uma UBS da cidade de Campinas, em 2004, tendo como desafio fundamental analisar, a partir dos discursos dos atores sociais envolvidos, as aproximações e limitações de suas práticas com as respectivas propostas políticas oficiais de Educação e Saúde. Utilizou-se como referencial metodológico para análise dos discursos a noção de representação social de Moscovici, como forma de saber construído a partir das relações cotidianas individuais e sociais inseridas no coletivo. Assim, resgatamos nas falas dos sujeitos (profissionais de saúde e de educação) as percepções, conceitos e vivências relacionados às práticas intersetoriais, buscando correlacioná-las ao discurso formal das políticas a este respeito. A partir do estudo do discurso institucional das políticas de saúde e educação foi possível identificar que, no Brasil, ambos são constitucionalmente tidos como direitos fundamentais do cidadão, sendo de responsabilidade do Estado a criação e desenvolvimento de políticas que visem à promoção da saúde e a educação orientada para o exercício pleno da cidadania dos brasileiros. Além disto, o discurso formal evidencia a proposição de parcerias entre esses setores para alcance destas metas, conforme análise dos princípios fundamentais do SUS e do programa Paidéia de Saúde da Família da cidade de Campinas. O estudo empírico, realizado mediante entrevistas semi-estruturadas com profissionais de saúde e educação, buscou contrapor teoria e prática, a fim de levantar os principais avanços, perspectivas e limitações referentes a intersetorialidade. Ao estudar as falas dos sujeitos evidenciou-se que ainda prevalece entre eles uma explicação unicausal do processo saúde-doença, bem como a priorização de atendimentos médicos e individuais. Identificou-se ainda a prática cotidiana de ações educativas verticalizadas e fragmentadas, baseadas na transmissão ¿acabada¿ de conhecimentos. Houve também a conclusão de que os professores, pais e crianças não participaram de todo o processo do trabalho, ocupando duas funções centrais: apontar os problemas e receber as ações educativas do ¿pessoal do posto¿. No entanto, o trabalho multidisciplinar de saúde, a preocupação com a realidade escolar na construção do projeto e a busca por desenvolver um trabalho intersetorial sistematizado e contínuo entre Escola e UBS demonstraram significativos avanços no desenvolvimento do referido trabalho intersetorial, visando à promoção da saúde / Abstract: This paper has focused on the study of an intersectorial project developed by a school and a UBS (Primary Service's Health) in the city of Campinas, and has as its fundamental challenge to analyse, from the speeches of the social actors involved (professionals of health and education), which are the limitations and policies of their practices with the respective official political proposals of Health and Education. The notion for social representation of Moscovici, as a form of know-how built on the daily individual and social relations inserted in the collectivity, was used as a methodological referential to analyse the speeches. Thus, the perceptions, concepts and life experiences linked to intersectorial practices were drawn from the subjects¿ speeches, trying to correlate them to the speeches related to the formal policies in this respect. It was possible to identify, from the study of institutuional policies regarding the conceptions of health and education, that in Brazil both are constitutionally seen as fundamental rights of the citizen, being the responsibility of the State the creation and development of policies that aim to promote health and education oriented to the full exercise of Brazilian citizenship. Besides, the formal speech shows the proposition of partnerships between sectors to achieve these goals, according to the analysis of fundamental principles of the SUS (United Health System) and from the Family Health program Paidéia, from the city of Campinas. The empirical study, made through semi-structured interviews with the actors, tried show the differences between theory and practice, in order to find the main advances, perspectives and limitations regarding intesectoriality. As the subjects¿s speeches were studied, it was shown that there still prevails, among them, an explanation based on a single cause of the health-sickness process, as well as the priorization of individual and medical treatments. It was identified the daily practice of educational verticalized an fragmented actions, based on the ¿finished¿ transmission of knowledge. There was also the conclusion that teachers, parents and children do not take part in the whole work process, occupying two main functions: to show the problems and receive the educational actions from the ¿people from the station¿. However, the multidisciplinary health work, the preocupation with school reality in the building of the project and the search to develop a systematize and continuous intersectorial work between Scholl and UBS (Primary Service's Health) have shown significative advances in the development of the aforesaid intersectorial work, aiming the promotion of health / Mestrado / Enfermagem e Trabalho / Mestre em Enfermagem
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Collaboration between health promoting actors in a rural community - Maciene, MozambiqueLidquist, Helene January 2008 (has links)
<p>In community health promotion intersectoral collaboration is essential. Important actors are the governmental health system, the civil society and Non-Governmental organisations (NGOs). The aim of this qualitative thesis was to examine what kind of cooperation existed in a rural community in Mozambique and to describe the actor’s experiences of collaboration and how it can be improved. This was done by conducting interviews. The result of the study showed that different ways of cooperation existed, intersectoral as well as side by side and intrasectoral. The extent of intersectoral collaboration was fairly loose, such as networks, alliances or partnership. All the informants were positive to collaboration, they had experienced that people had been helped and their knowledge in health issues was improved as an effect of joint efforts. The experience among the actors was that the collaboration had improved and that they had become closer together over the years. Problems to cooperation that were mentioned concerned dropouts and financial issues. The informants were unanimous that it was necessary to broaden the collaboration. They were concerned over the sustainability in the different projects as well as the sustainability in cooperation itself.</p> / <p>Para a promoção da saúde em comunidade a colaboração intersetorial é essencial. O sistema público de saúde, a sociedade civil e as organisações não governamentais (ONGs) são importantes agentes. O objetivo desta tese qualitativa foi examinar qual tipo de cooperação existiu em uma comunidade rural em Moçambique e descrever as experiências de colaboração dos agentes e como ela pode ser melhorada. Isto foi feito através de entrevistas. O resultado do estudo mostrou que existiram diferentes modos de colaboração: intersetorial assim como intrasetorial de forma paralela. O nível da colaboração intersetorial foi relativamente informal assim como redes de contato, alianças e parcerias. Todos os entrevistados foram positivos a colaborar e experienciaram que as pessoas tinham sido auxiliadas e que seus conhecimentos acerca de assuntos de saúde foi melhorado como resultado da união de esforços. A experiência entre os agentes foi de que a colaboração foi melhorada e que eles se tornaram mais próximos através dos anos. Problemas acerca de colaboração que foram mencionados foram devidos a desistências e questões financeiras. Os entrevistados foram unânimes sobre a necessidade de aumento do nível de colaboração. Eles estavam preocupados sobre a sustentabilidade de diferentes projetos assim como a sustentabilidade da cooperação em sí própria.</p>
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Collaboration between health promoting actors in a rural community - Maciene, MozambiqueLidquist, Helene January 2008 (has links)
In community health promotion intersectoral collaboration is essential. Important actors are the governmental health system, the civil society and Non-Governmental organisations (NGOs). The aim of this qualitative thesis was to examine what kind of cooperation existed in a rural community in Mozambique and to describe the actor’s experiences of collaboration and how it can be improved. This was done by conducting interviews. The result of the study showed that different ways of cooperation existed, intersectoral as well as side by side and intrasectoral. The extent of intersectoral collaboration was fairly loose, such as networks, alliances or partnership. All the informants were positive to collaboration, they had experienced that people had been helped and their knowledge in health issues was improved as an effect of joint efforts. The experience among the actors was that the collaboration had improved and that they had become closer together over the years. Problems to cooperation that were mentioned concerned dropouts and financial issues. The informants were unanimous that it was necessary to broaden the collaboration. They were concerned over the sustainability in the different projects as well as the sustainability in cooperation itself. / Para a promoção da saúde em comunidade a colaboração intersetorial é essencial. O sistema público de saúde, a sociedade civil e as organisações não governamentais (ONGs) são importantes agentes. O objetivo desta tese qualitativa foi examinar qual tipo de cooperação existiu em uma comunidade rural em Moçambique e descrever as experiências de colaboração dos agentes e como ela pode ser melhorada. Isto foi feito através de entrevistas. O resultado do estudo mostrou que existiram diferentes modos de colaboração: intersetorial assim como intrasetorial de forma paralela. O nível da colaboração intersetorial foi relativamente informal assim como redes de contato, alianças e parcerias. Todos os entrevistados foram positivos a colaborar e experienciaram que as pessoas tinham sido auxiliadas e que seus conhecimentos acerca de assuntos de saúde foi melhorado como resultado da união de esforços. A experiência entre os agentes foi de que a colaboração foi melhorada e que eles se tornaram mais próximos através dos anos. Problemas acerca de colaboração que foram mencionados foram devidos a desistências e questões financeiras. Os entrevistados foram unânimes sobre a necessidade de aumento do nível de colaboração. Eles estavam preocupados sobre a sustentabilidade de diferentes projetos assim como a sustentabilidade da cooperação em sí própria.
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Discursos normativos e de profissionais da rede de proteção à infância: o trabalho intersetorial contra a violência em uma região de São Paulo - SP / Normative and professional\'s discourses of the child protection network: intersectoral work against violence in a region of Sao Paulo - SPPeretti, Andrezza Gomes 09 March 2018 (has links)
O entendimento de que toda criança é sujeita de direitos é historicamente recente no Brasil. O paradigma atual, pautado nos direitos humanos, preconiza o fim da exploração e de quaisquer tipos de abusos a essa fase da vida. Entretanto, o fenômeno ainda ocorre e as consequências podem ser de curto a longo prazo, sendo um dos fatores de risco associado à problemas cognitivos, linguísticos, afetivos e acadêmicos. O enfrentamento da questão no Brasil se estabelece a partir de várias instituições que fazem parte da Rede de proteção à criança vítima de violência, como disposto desde 1990 pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e melhor estruturado em 2006 pelo Sistema de Garantia de Direitos, que prevê um trabalho considerado intersetorial. Todavia, a literatura aponta certa falha na comunicação entre os seus componentes. Entender o funcionamento da Rede e em que medida ela compõe um trabalho intersetorial é importante para refletir acerca de sua dinâmica e suas potencialidades. Para tanto, o objetivo desta pesquisa é compreender a composição e funcionamento da Rede de proteção. Para a realização da pesquisa utilizamos duas fontes de informação: 1) normas, orientações e diretrizes voltadas aos profissionais de grandes áreas que fazem parte da rede protetiva, separando-as pelos seguintes setores: Direitos Humanos, Justiça e Segurança Pública, Saúde, Educação e Assistência Social; e 2) entrevistas semiestruturadas com profissionais que atuam nesses setores e trabalham em uma mesma região na zona Sul da cidade de São Paulo. O material foi analisado de forma qualitativa utilizando a análise discursiva para compreender como a articulação das diferentes esferas atuantes na proteção infantil emerge como um dispositivo para o enfrentamento da violência contra crianças. Notamos que há algumas diferenças entre as atribuições esperadas por cada setor e há uma maior flexibilização dos fluxos de atendimento nos discursos dos profissionais quando comparados aos discursos normativos. Quanto às notificações de violência, destacamos desafios para sua ocorrência relacionados a falta de capacitação dos profissionais para lidar com a temática, insegurança para notificar e ainda ausência de confiança no Conselho Tutelar. Quanto a este órgão, observamos falta de legitimidade quanto a eficácia de suas ações, tornando-se apenas uma instituição necessária para a Rede protetiva porque as normas e leis assim determinam. No que se refere ao funcionamento da rede, notamos que embora os documentos afirmem a sua importância, conceituem a violência de maneira homogênea e definam encaminhamentos a serem tomados, a rede funciona de forma ainda frágil, como constatam os discursos dos profissionais. Para a construção de uma política intersetorial torna-se necessário uniformizar o fluxo de atendimento, os sistemas de informação e notificação de violência e capacitar os profissionais para este processo. Estratégias promissoras para a construção de planos intersetoriais de atendimento na região são as audiências concentradas e outras reuniões semelhantes. A institucionalização desses mecanismos poderia facilitar uma maior articulação entre os setores / The knowledge that every child is a subject of rights is historically recent in Brazil. The current paradigm, based on human rights, advocates the end of exploitation and any other type of abuse in this stage of life. However, the phenomena still occurs and its lead to short or long term consequences, and is one of the risk factors associated to cognitive, linguistic, affective and academic problems. The coping to that question in Brazil is established from many institutions that are part of a child abuse network protection, as it is recommended since 1990 by Child and Adolescent Statute (Estatuto da Criança e do Adolescente) and better organized in 2006 by the Rights Guarantee System (Sistema de Garantia de Direitos), that seeks a work considered intersectoral. Nevertheless, the literature points some failure in the communication of its components. Understand how the network works and to what extent it makes up an intersectoral work is important to reflect about its dynamic and possibilities. Therefore, the objective of this research is to understand the composition and operation of the Protection Network. In order to carry out the research, we used two sources of information: 1) standards, orientation and guidelines for professionals in large areas that are part of the protection network, separating them by the following sectors: Human Rights, Justice and Public Security, Health, Education and Social Assistance; and 2) semi-structured interviews with professionals who work in these sectors and acts in the same region in the southern part of Sao Paulo city. The material was analysed by qualitative methods using discursive analysis to understand how the articulation of the different spheres of child protection emerges as a device for coping with violence against children. We note that there are some differences between the attributions expected by each sector and there is a greater flexibility of the service flows in the professionals\' discourses when compared to normative discourses. Regarding the notifications of violence, we highlight challenges to its occurrence related to the lack of capacity of professionals to deal with the issue, insecurity to notify and still lack of trust in the Tutelary Council. Concerning this institution, we observe a lack of legitimacy regarding the effectiveness of its actions, becoming only a necessary institution for the Protective Network because the rules and laws so determine. Regarding the functioning of the network, we note that although the documents affirm their importance, conceptualize violence in a homogeneous way and define guidelines to be taken, the network works in a still fragile way, as evidenced by the professionals\' discourses. In order to build an intersectoral policy, it is necessary to standardize the flow of attendance, the information and notification systems of violence, and to empower professionals for this process. Promising strategies for building intersectoral service plans in the region are concentrated audience and other similar meetings. The institutionalization of these mechanisms could facilitate greater articulation between sectors
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Discursos normativos e de profissionais da rede de proteção à infância: o trabalho intersetorial contra a violência em uma região de São Paulo - SP / Normative and professional\'s discourses of the child protection network: intersectoral work against violence in a region of Sao Paulo - SPAndrezza Gomes Peretti 09 March 2018 (has links)
O entendimento de que toda criança é sujeita de direitos é historicamente recente no Brasil. O paradigma atual, pautado nos direitos humanos, preconiza o fim da exploração e de quaisquer tipos de abusos a essa fase da vida. Entretanto, o fenômeno ainda ocorre e as consequências podem ser de curto a longo prazo, sendo um dos fatores de risco associado à problemas cognitivos, linguísticos, afetivos e acadêmicos. O enfrentamento da questão no Brasil se estabelece a partir de várias instituições que fazem parte da Rede de proteção à criança vítima de violência, como disposto desde 1990 pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e melhor estruturado em 2006 pelo Sistema de Garantia de Direitos, que prevê um trabalho considerado intersetorial. Todavia, a literatura aponta certa falha na comunicação entre os seus componentes. Entender o funcionamento da Rede e em que medida ela compõe um trabalho intersetorial é importante para refletir acerca de sua dinâmica e suas potencialidades. Para tanto, o objetivo desta pesquisa é compreender a composição e funcionamento da Rede de proteção. Para a realização da pesquisa utilizamos duas fontes de informação: 1) normas, orientações e diretrizes voltadas aos profissionais de grandes áreas que fazem parte da rede protetiva, separando-as pelos seguintes setores: Direitos Humanos, Justiça e Segurança Pública, Saúde, Educação e Assistência Social; e 2) entrevistas semiestruturadas com profissionais que atuam nesses setores e trabalham em uma mesma região na zona Sul da cidade de São Paulo. O material foi analisado de forma qualitativa utilizando a análise discursiva para compreender como a articulação das diferentes esferas atuantes na proteção infantil emerge como um dispositivo para o enfrentamento da violência contra crianças. Notamos que há algumas diferenças entre as atribuições esperadas por cada setor e há uma maior flexibilização dos fluxos de atendimento nos discursos dos profissionais quando comparados aos discursos normativos. Quanto às notificações de violência, destacamos desafios para sua ocorrência relacionados a falta de capacitação dos profissionais para lidar com a temática, insegurança para notificar e ainda ausência de confiança no Conselho Tutelar. Quanto a este órgão, observamos falta de legitimidade quanto a eficácia de suas ações, tornando-se apenas uma instituição necessária para a Rede protetiva porque as normas e leis assim determinam. No que se refere ao funcionamento da rede, notamos que embora os documentos afirmem a sua importância, conceituem a violência de maneira homogênea e definam encaminhamentos a serem tomados, a rede funciona de forma ainda frágil, como constatam os discursos dos profissionais. Para a construção de uma política intersetorial torna-se necessário uniformizar o fluxo de atendimento, os sistemas de informação e notificação de violência e capacitar os profissionais para este processo. Estratégias promissoras para a construção de planos intersetoriais de atendimento na região são as audiências concentradas e outras reuniões semelhantes. A institucionalização desses mecanismos poderia facilitar uma maior articulação entre os setores / The knowledge that every child is a subject of rights is historically recent in Brazil. The current paradigm, based on human rights, advocates the end of exploitation and any other type of abuse in this stage of life. However, the phenomena still occurs and its lead to short or long term consequences, and is one of the risk factors associated to cognitive, linguistic, affective and academic problems. The coping to that question in Brazil is established from many institutions that are part of a child abuse network protection, as it is recommended since 1990 by Child and Adolescent Statute (Estatuto da Criança e do Adolescente) and better organized in 2006 by the Rights Guarantee System (Sistema de Garantia de Direitos), that seeks a work considered intersectoral. Nevertheless, the literature points some failure in the communication of its components. Understand how the network works and to what extent it makes up an intersectoral work is important to reflect about its dynamic and possibilities. Therefore, the objective of this research is to understand the composition and operation of the Protection Network. In order to carry out the research, we used two sources of information: 1) standards, orientation and guidelines for professionals in large areas that are part of the protection network, separating them by the following sectors: Human Rights, Justice and Public Security, Health, Education and Social Assistance; and 2) semi-structured interviews with professionals who work in these sectors and acts in the same region in the southern part of Sao Paulo city. The material was analysed by qualitative methods using discursive analysis to understand how the articulation of the different spheres of child protection emerges as a device for coping with violence against children. We note that there are some differences between the attributions expected by each sector and there is a greater flexibility of the service flows in the professionals\' discourses when compared to normative discourses. Regarding the notifications of violence, we highlight challenges to its occurrence related to the lack of capacity of professionals to deal with the issue, insecurity to notify and still lack of trust in the Tutelary Council. Concerning this institution, we observe a lack of legitimacy regarding the effectiveness of its actions, becoming only a necessary institution for the Protective Network because the rules and laws so determine. Regarding the functioning of the network, we note that although the documents affirm their importance, conceptualize violence in a homogeneous way and define guidelines to be taken, the network works in a still fragile way, as evidenced by the professionals\' discourses. In order to build an intersectoral policy, it is necessary to standardize the flow of attendance, the information and notification systems of violence, and to empower professionals for this process. Promising strategies for building intersectoral service plans in the region are concentrated audience and other similar meetings. The institutionalization of these mechanisms could facilitate greater articulation between sectors
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