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Evolução do cleptoparasitismo em Argyrodes elevatus (theridiidae, aranae)Silveira, Marco Cesar 01 June 2009 (has links)
O cleptoparasitismo é uma interação entre animais que consiste no furto ou roubo de itens alimentares já coletados ou processados. Este tipo de interação ocorre em diversos táxons animais. Entre aranhas, a subfamília Argyrodinae (Theridiidae) é um dos grupos com mais espécies cleptoparasitas. Neste estudo, apresentamos um apanhado de ações que o cleptoparasita Argyrodes elevatus foi capaz de realizar nas teias de aranhas hospedeiras. As principais espécies de hospedeiras observadas foram Latrodectus curacaviensis, Latrodectus geometricus e Achaearanea tepidariorum (Theridiidae); destas, apenas A. tepidariorum é uma hospedeira natural de A. elevatus. A maioria das observações se deu em laboratório, mas também relatamos dados de campo. Registramos que A. elevatus pode, na teia de sua hospedeira, furtar presas sem ser percebido ou roubá-las coercivamente. Ele pode ainda furtar ootecas; capturar presas por si próprio e até mesmo predar a aranha hospedeira. Em seguida, apresentamos as sequências de categorias comportamentais que A. elevatus executa durante o furto de presas em teias da hospedeira L. curacaviensis. A partir destas sequencias, o programa EthoSeq nos mostra os conjuntos de categorias com mais probabilidade de conexão entre si (rotinas comportamentais) e nos permite a elaboração de um fluxograma do comportamento de furto de presas. Posteriormente, comparamos as categorias e as rotinas comportamentais que ocorrem no furto de presas com as categorias e rotinas que ocorrem no forrageamento de aranhas não cleptoparasitas. Com isto, demonstramos que A. elevatus tem maior plasticidade comportamental e capacidade cognitiva mais alta que espécies não cleptoparasitas da mesma família. Esta maior plasticidade comportamental está associada à execução, em contexto de aquisição de alimento, de comportamentos que são típicos de outros contextos, como agonismo ou exploração de novos ambientes. A. elevatus, portanto, é adaptado a lidar simultaneamente com diferentes contextos na teia de uma hospedeira. Pudemos, desta maneira, acrescentar elementos às propostas atuais que procuram explicar a evolução do cleptoparasitismo em Argyrodinae, em especial no que se refere à plasticidade comportamental. Por fim, propomos um modelo que mostra que a causa imediata do aumento da capacidade cognitiva de A. elevatus pode ser um aumento na interação entre diferentes módulos cognitivos nesta espécie. / Kleptoparasitism is an animal interaction consisting in stealth of collected or processed food items. It occurs on many animal taxa. Among spiders, the subfamily Argyrodinae (Araneae) is one of the groups with more kleptoparasite species. In this study, we present a set of different actions that the kleptoparasite Argyrodes elevatus can do in host spiders webs. Observed host species were mainly Latrodectus curacaviensis, Latrodectus geometricus and Achaearanea tepidariorum (Theridiidae), but only A. tepidariorum is a natural host of A. elevatus. Most observations were made in laboratory, but we also included field data. We registered that A. elevatus, in a host web, can steal a prey item without being perceived by the host spider, or rob it coercively. We also observed A. elevatus stealing eggsac, capturing preys by himself, and killing the host spider. We present sequences of behavioural units that A. elevatus performs during the stealth of preys in L. curacaviensis webs. From these sequences, the software EthoSeq shows the sets of behavioural units with higher probability of connection. These sets are called behavioural routines. After that, we could build an ethogram and compare the units and routines of A. elevatus prey stealth behaviour with the units and routines of non-kleptoparasite spiders prey capture behaviour. With this comparison we show that A. elevatus has a higher behavioural plasticity and cognitive ability than non-kleptoparasite theridiid spiders. The higher behavioural plasticity is related to the occurrence; during foraging bouts, of behaviours typical of other contexts, such as agonism or site selection. Therefore, A. elevatus is adapted to behave in many different contexts simultaneously in a host web. Our results improve the current hypothesis concerning evolution of kleptoparasitism in Argyrodinae through the discovery of further plasticity in the taxa. Furthermore, we propose a model for the increase in the cognitive ability of A elevatus. In this model, cognitive increase is obtained through the interaction between distinct cognitive modules in this species.
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Diferenças sexo/etárias no Forrageamento de Cebus nigritus em área de Mata Atlântica / Age/sex differences in foraging behavior of Cebus nigritus in Atlantic ForestSantos, Lucas Peternelli Correa dos 05 February 2010 (has links)
Após anos do estudo moderno da ecologia e comportamento dos primatas, a juventude, definida como o período entre o desmame e a maturidade sexual, permanece sendo uma das fases menos compreendidas do ciclo de vida destes animais. Existem quatro teorias gerais para explicar os padrões de forrageamento e escolha da dieta de primatas juvenis. A primeira afirma que os juvenis adotam uma estratégia de aversão ao risco, evitando a competição por alimento, a segunda, que os padrões alimentares dos imaturos serão determinados pelas oportunidades de observação de outros indivíduos do grupo, a terceira afirma que as diferenças nos padrões alimentares entre imaturos e adultos se dão em virtude da falta de força e habilidade desses indivíduos para explorar recursos de difícil acesso e a quarta afirma que jovens e adultos exploram diferentes itens com base na demanda nutricional associada aos custos de crescimento cerebral e do corpo. O presente trabalho teve por objetivo investigar diferenças sexo/etárias nos padrões comportamentais e alimentares de um grupo de Cebus nigritus selvagem em uma área de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho, com enfoque nos imaturos, em especial nos juvenis, à luz das quatro teorias. Os resultados mostraram que as fêmeas e os infantes preferem frutos que são ricos em carboidratos, os machos preferem as folhas, que são um recurso abundante, enquanto os jovens preferem os invertebrados que são importantes fontes de proteínas e gordura. O comportamento alimentar dos jovens no PECB foi mais bem explicado pela teoria da demanda nutricional para crescimento do cérebro e corpo, mas alguns resultados também apóiam as teorias de aversão ao risco e oportunidade de aprendizagem. / After years of modern study of ecology and behavior of primates, juvenility, defined as the period between weaning and sexual maturity, remains one of the least understood stages of the life cycle of these animals. There are four general theories to explain the foraging patterns and diet choice in young primates. The first states that juveniles adopt a strategy of risk aversion, avoiding competition for food. The second states that the feeding patterns of immature will be determined by different opportunities for observational learning of other individuals in the group. The third states that the differences in feeding patterns between immature and adults is due to the lack of strength and ability of immature individuals to exploit difficult to access resources. The fourth states that young explore various items based on the nutrient demand associated with the costs of brain growth and body. This study aimed to investigate age/sex differences in feeding and foraging patterns of a group of Cebus nigritus wild in an area of Atlantic Forest in the Parque Estadual Carlos Botelho, focusing on immatures, especially in juveniles, in the light of four theories. The results showed that females and infants prefer fruits that are rich in carbohydrates, males prefer the leaves, which are an abundant resource, while young prefer the invertebrates, that are important sources of protein and fat. The feeding behavior of young PECB was best explained by the theory of nutrient requirements for growth of the brain and body, but some results also support theories of risk aversion and learning opportunity.
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Comer e armazenar no hamster: duas estrategias comportamentais que se integram / Not informed by the authorOtta, Emma 07 December 1984 (has links)
A maioria das teorias sobre regulação do consumo de alimento baseia-se em dados obtidos com ratos de laboratório, que, como muitos outros mamíferos, compensam períodos de privação aumentando o consumo de alimento e, desta forma, recuperam rapidamente o peso perdido. Hamsters diferem acentuadamente de ratos, na medida em que exibem pouca ou nenhuma compensação após privação (Silverman & Zucker, 1976). Quando submetidos a esquemas de privação, intermitente, não conseguem manter os níveis de peso corporal e muitos animais morrem. Silverman e Zucker propuseram uma hipótese funcional, sugerindo que compensação, no que diz respeito a consumo de alimento, pode não ter evoluído no hamster ou pode ter sido perdida em virtude do desenvolvimento do armazenamento como uma adaptação alternativa a condições de escassez de alimento. O armazenamento pode estar livre de consequências inibitórias internas eventualmente produzidas pela ingestão de alimento. No entanto, apesar de sua possível importância como parte de um sistema regulatório ligado à alimentação, o armazenamento não atraiu muita atenção. O objetivo do presente trabalho foi estudar o consumo e o armazenamento de alimento no hamster como duas adaptações a contingências de escassez de alimento. Foram realizados seis experimentos. No Experimento 1(N=30) e no Experimento 2 (N= 30) investigamos, respectivamente, efeitos a longo prazo (em 24 horas de realimentação) e a curto prazo (em 1 hora de realimentação) de três períodos de privação, 0, 6 e 24 horas. Hamsters machos e fêmeas, de 12 semanas, foram transferidos de gaiolas coletivas do biotério para caixas individuais, compostas de um compartimento pequeno e escurecido que podia ser usado como ninho, e uma área aberta adjacente, em que havia água, pelotas de alimento e sementes de girassol. A longo prazo, a privação não aumentou nem o consumo de alimento, nem o armazenamento. Foi encontrado, no entanto, efeito de sexo: o consumo de alimento, o descascamento de sementes e o armazenamento foram maiores nos machos que nas fêmeas. A curto-prazo a privação aumentou os níveis de consumo, mas não afetou o armazenamento. Um resultado inesperado do, nos dois experimentos, foi uma consistente perda de peso associada à transferência das caixas coletivas de biotério (em que os animais viviam em grupos de cinco ou seis) para as caixas experimentais, provavelmente um tipo de efeito de neofobia. Em virtude deste efeito, os animais não haviam recuperado os níveis de peso de linha de base ao ser introduzida a privação experimentalmente programada. No Experimento 3 procurou-se verificar se a duração do período de adaptação às novas condições de manutenção influencia a reação do hamster a esquemas de privação. Os sujeitos foram hamsters adultos (28 semanas). Os animais do Grupo Adl (n= 6) foram privados de alimento por 24 horas na primeira semana do período de adaptação e aqueles do Grupo Ad4 (n= 6) foram privados na quarta semana. Nos dois grupos, não houve aumento dos níveis de consumo após uma privação de vinte e quatro horas; mas os animais no Grupo Adl recuperaram os níveis de peso pré-privação, presumivelmente através de mecanismos fisiológicos de regulação. Não houve recuperação os déficits de peso produzidos pela mudança nas condições de manutenção. No experimento 4, realizado com o objetivo de verificar a influência da variável idade, hamsters jovens (10 semanas) foram submetidos ao procedimento usado com o Grupo Ad4 no Experimento 3. Os hamsters jovens recuperaram o peso perdido pela mudança nas condições de manutenção, mas não aumentaram o consumo de alimento após privação. O Experimento 5 testou a possibilidade de que hamsters ajustassem seu armazenamento em função da quantidade de alimento acumulada. O acesso a uma quantidade pequena de alimento deveria produzir, como uma reação compensatória, aumentos subsequentes em armazenamento, restabelecidas condições de abundância. Hamsters machos de 12 semanas foram submetidos a um período de escassez (10 gramas de sementes de girassol e uma pelota de girassol diariamente na área aberta da caixa) e/ou a períodos de abundância (300 gramas de sementes de girassol e uma pelota de alimento diariamente na área aberta). Na condição Controle (n= 6), a abundância era permanente (semanas 1, 2, 3 e 4). Na condição Experimental (n= 6), programou-se abundância nas semanas 1, 2 e 4 e escassez na semana 3. Registrou-se diariamente a quantidade de sementes armazenada. Na condição experimental, quando se permitiu acesso a uma quantidade grande de sementes, após um período de escassez, o armazenamento aumentou ligeiramente, mas os resultados não apoiaram de maneira inequívoca a hipótese de um efeito de privação de armazenamento. O Experimento 6 foi urna tentativa adicional de verificar a existência de um efeito de privação de armazenamento em hamsters que diferiam quanto à experiência precoce. Os sujeitos foram hamsters machos. O Grupo A (n= 12) foi criado com alimento em abundância e o grupo E (n= 12) com escassez de alimento, embora nunca fosse submetido a restrição alimentar. Todos os animais foram transferidos para caixas individuais com 12 semanas. Após um período inicial de adaptação de nove dias, metade dos animais de cada grupo foi submetida ao procedimento de privação de armazenamento (como no Experimento 5). Encontrou-se um efeito fraco de privação de armazenamento. Os animais usados no Experimento 5,mantidos apenas com pelotas (antes dos testes experimentais) diferiam significativamente daqueles usados no Experimento 6, mantidos com pelotas e com sementes de girassol: armazenaram mais e exibiram maior descascamento durante os dias 1 a 9 do período de adaptação / Most theorizing about regu1ation of food intake has been based on data from 1aboratory rats which, as many other mammals, compensate for periods of deprivation by increasing food intake and thus rapidly regain lost body weight. Hamster differ markedly from rats as they show 1itt1e or no post-fast food compensation (Si1ver.man & Zucker, 1976). When on intermittent deprivation schedu1es, they do not maintain body weight leve1s and many even die. Silverman and Zucker\'s functional hypothesis is that food compensation may never have evolved in hamsters or may have been 1ost because of the development of hoarding as an alternative adaptation to food shortage. Hoarding behavior may be free from the inhibitory interna1 consequences eventual1y produced by food ingestion. In spite of its possib1e re1evance as part of a food regulatory system, hoarding has not attracted much attention. The purpose of the present work was to study eating and hoarding in the hamster as two, probably interacting, adaptations to contingencies of food shortage. Six experiments were performed. In Experiment 1 (N= 30) and Experiment 2 (N= 30), we investigated, respective1y, 1ong-term (24 hours of refeeding) and short-term (1 hour of refeeding) effects of O, 6 or 24 hours of food deprivation. Ma1e and fema1e hamsters, 12 wk-o1d, were taken from their co1ony cages and individually housed in cages containing a small darkened compartment which could be used as a nest, and an adjoining open area, with water, food pellets and sunflower seeds available. Deprivation failed to increase, on a long-term basis, either food intake or number of seeds hoarded. There was, however, a sex effect: food intake, unshelling of seeds and hoarding were higher in males than in females. On a short-term basis, deprivation led to higher levels of intake but did not influence hoarding. An unexpected result, in both experiment a, was the considerable weight loss contingent on transfer from colony cages (where animals lived in groups of 5 or 6) to the experimental cage, maybe a kind of neophobia effect. Due to this effect, animals had not regained their baseline weight levels when experimenter controlled deprivation began. Experiment 3 investigated wether length of\' adaptation to the new housing conditions influences the hamster\'s responsiveness to deprivation schedules. Subjects were \"aged\" (28-week old) hamsters. Animals in Group Adl (nm 6) were deprived of food for 24 hours on the first week, in Group Ad4 (n= 6) on the fourth week of the adaptation period. In both groups, hamsters failed to increase intake after a 24 hr fast; but animals in Group Adl recovered predeprivation weight levels, presumably through physiological regulation mechanisms. There was no recovery of weight deficits produced by changed housing conditions. In Experiment 4, the purpose of which was to assess the influence of the age variable, \"young\" (10-week old) hamsters were subjected to the procedure used with Group Ad4 in Experiment 3. \"Young\" hamsters recovered from weight losses induced by environmental change but didn\'t increase food intake after deprivation. Experiment 5 tested the possibility that hamsters adjust their hoarding activity in accordance with the amount of food hoarded. Lowered amounts of seeds available could. Procedure compensatory reaction, later increases in hoarding. 12-wk old males were subjected to periods of scarceness (10 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area of the cage) and/or periods of plentifulness (300 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area). In the Central condition (n= 6), plentifulness was permanent (weeks 1, 2, 3 and 4). In the Experimental condition (n= 6), plentifulness was scheduled on weeks 1, 2 and 4, and scarceness on week 3. Number of seeds hoarded was recorded daily. When, in the Experimental condition, access to a large amount of seeds was permitted after a period of scarceness, hoarding activity increased slightly, but the results did not support unequivocally the hypothesis of a deprivation of hoarding effect Experiment 6 was an attempt to further verify the existence of a deprivation of hoarding effect in hamsters differing in early experience. Subjects were male hamsters. Group P (n= 12) was reared with plenty of food, Group S (n= 12) with limited amounts of food, but were never subjected to food deprivation proper. All animals were transfered to individual cages at 12 weeks of age. After an initial, 9 day adaptation period, half of the animals in each group were submitted to the deprivation of hoarding procedure (as in Experirnent 5). A srnall deprivation of hoarding effect was found. The animals used in Experirnent 5, maintained on pellets only (prior to the experimental tests) differed significantly from those used in Experirnent 6, maintained on both pellets and sunflower seeds: they hoarded greater arnounts of seeds and unshelled more seeds over days 1 to 9 of the adaptation period
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Comer e armazenar no hamster: duas estrategias comportamentais que se integram / Not informed by the authorEmma Otta 07 December 1984 (has links)
A maioria das teorias sobre regulação do consumo de alimento baseia-se em dados obtidos com ratos de laboratório, que, como muitos outros mamíferos, compensam períodos de privação aumentando o consumo de alimento e, desta forma, recuperam rapidamente o peso perdido. Hamsters diferem acentuadamente de ratos, na medida em que exibem pouca ou nenhuma compensação após privação (Silverman & Zucker, 1976). Quando submetidos a esquemas de privação, intermitente, não conseguem manter os níveis de peso corporal e muitos animais morrem. Silverman e Zucker propuseram uma hipótese funcional, sugerindo que compensação, no que diz respeito a consumo de alimento, pode não ter evoluído no hamster ou pode ter sido perdida em virtude do desenvolvimento do armazenamento como uma adaptação alternativa a condições de escassez de alimento. O armazenamento pode estar livre de consequências inibitórias internas eventualmente produzidas pela ingestão de alimento. No entanto, apesar de sua possível importância como parte de um sistema regulatório ligado à alimentação, o armazenamento não atraiu muita atenção. O objetivo do presente trabalho foi estudar o consumo e o armazenamento de alimento no hamster como duas adaptações a contingências de escassez de alimento. Foram realizados seis experimentos. No Experimento 1(N=30) e no Experimento 2 (N= 30) investigamos, respectivamente, efeitos a longo prazo (em 24 horas de realimentação) e a curto prazo (em 1 hora de realimentação) de três períodos de privação, 0, 6 e 24 horas. Hamsters machos e fêmeas, de 12 semanas, foram transferidos de gaiolas coletivas do biotério para caixas individuais, compostas de um compartimento pequeno e escurecido que podia ser usado como ninho, e uma área aberta adjacente, em que havia água, pelotas de alimento e sementes de girassol. A longo prazo, a privação não aumentou nem o consumo de alimento, nem o armazenamento. Foi encontrado, no entanto, efeito de sexo: o consumo de alimento, o descascamento de sementes e o armazenamento foram maiores nos machos que nas fêmeas. A curto-prazo a privação aumentou os níveis de consumo, mas não afetou o armazenamento. Um resultado inesperado do, nos dois experimentos, foi uma consistente perda de peso associada à transferência das caixas coletivas de biotério (em que os animais viviam em grupos de cinco ou seis) para as caixas experimentais, provavelmente um tipo de efeito de neofobia. Em virtude deste efeito, os animais não haviam recuperado os níveis de peso de linha de base ao ser introduzida a privação experimentalmente programada. No Experimento 3 procurou-se verificar se a duração do período de adaptação às novas condições de manutenção influencia a reação do hamster a esquemas de privação. Os sujeitos foram hamsters adultos (28 semanas). Os animais do Grupo Adl (n= 6) foram privados de alimento por 24 horas na primeira semana do período de adaptação e aqueles do Grupo Ad4 (n= 6) foram privados na quarta semana. Nos dois grupos, não houve aumento dos níveis de consumo após uma privação de vinte e quatro horas; mas os animais no Grupo Adl recuperaram os níveis de peso pré-privação, presumivelmente através de mecanismos fisiológicos de regulação. Não houve recuperação os déficits de peso produzidos pela mudança nas condições de manutenção. No experimento 4, realizado com o objetivo de verificar a influência da variável idade, hamsters jovens (10 semanas) foram submetidos ao procedimento usado com o Grupo Ad4 no Experimento 3. Os hamsters jovens recuperaram o peso perdido pela mudança nas condições de manutenção, mas não aumentaram o consumo de alimento após privação. O Experimento 5 testou a possibilidade de que hamsters ajustassem seu armazenamento em função da quantidade de alimento acumulada. O acesso a uma quantidade pequena de alimento deveria produzir, como uma reação compensatória, aumentos subsequentes em armazenamento, restabelecidas condições de abundância. Hamsters machos de 12 semanas foram submetidos a um período de escassez (10 gramas de sementes de girassol e uma pelota de girassol diariamente na área aberta da caixa) e/ou a períodos de abundância (300 gramas de sementes de girassol e uma pelota de alimento diariamente na área aberta). Na condição Controle (n= 6), a abundância era permanente (semanas 1, 2, 3 e 4). Na condição Experimental (n= 6), programou-se abundância nas semanas 1, 2 e 4 e escassez na semana 3. Registrou-se diariamente a quantidade de sementes armazenada. Na condição experimental, quando se permitiu acesso a uma quantidade grande de sementes, após um período de escassez, o armazenamento aumentou ligeiramente, mas os resultados não apoiaram de maneira inequívoca a hipótese de um efeito de privação de armazenamento. O Experimento 6 foi urna tentativa adicional de verificar a existência de um efeito de privação de armazenamento em hamsters que diferiam quanto à experiência precoce. Os sujeitos foram hamsters machos. O Grupo A (n= 12) foi criado com alimento em abundância e o grupo E (n= 12) com escassez de alimento, embora nunca fosse submetido a restrição alimentar. Todos os animais foram transferidos para caixas individuais com 12 semanas. Após um período inicial de adaptação de nove dias, metade dos animais de cada grupo foi submetida ao procedimento de privação de armazenamento (como no Experimento 5). Encontrou-se um efeito fraco de privação de armazenamento. Os animais usados no Experimento 5,mantidos apenas com pelotas (antes dos testes experimentais) diferiam significativamente daqueles usados no Experimento 6, mantidos com pelotas e com sementes de girassol: armazenaram mais e exibiram maior descascamento durante os dias 1 a 9 do período de adaptação / Most theorizing about regu1ation of food intake has been based on data from 1aboratory rats which, as many other mammals, compensate for periods of deprivation by increasing food intake and thus rapidly regain lost body weight. Hamster differ markedly from rats as they show 1itt1e or no post-fast food compensation (Si1ver.man & Zucker, 1976). When on intermittent deprivation schedu1es, they do not maintain body weight leve1s and many even die. Silverman and Zucker\'s functional hypothesis is that food compensation may never have evolved in hamsters or may have been 1ost because of the development of hoarding as an alternative adaptation to food shortage. Hoarding behavior may be free from the inhibitory interna1 consequences eventual1y produced by food ingestion. In spite of its possib1e re1evance as part of a food regulatory system, hoarding has not attracted much attention. The purpose of the present work was to study eating and hoarding in the hamster as two, probably interacting, adaptations to contingencies of food shortage. Six experiments were performed. In Experiment 1 (N= 30) and Experiment 2 (N= 30), we investigated, respective1y, 1ong-term (24 hours of refeeding) and short-term (1 hour of refeeding) effects of O, 6 or 24 hours of food deprivation. Ma1e and fema1e hamsters, 12 wk-o1d, were taken from their co1ony cages and individually housed in cages containing a small darkened compartment which could be used as a nest, and an adjoining open area, with water, food pellets and sunflower seeds available. Deprivation failed to increase, on a long-term basis, either food intake or number of seeds hoarded. There was, however, a sex effect: food intake, unshelling of seeds and hoarding were higher in males than in females. On a short-term basis, deprivation led to higher levels of intake but did not influence hoarding. An unexpected result, in both experiment a, was the considerable weight loss contingent on transfer from colony cages (where animals lived in groups of 5 or 6) to the experimental cage, maybe a kind of neophobia effect. Due to this effect, animals had not regained their baseline weight levels when experimenter controlled deprivation began. Experiment 3 investigated wether length of\' adaptation to the new housing conditions influences the hamster\'s responsiveness to deprivation schedules. Subjects were \"aged\" (28-week old) hamsters. Animals in Group Adl (nm 6) were deprived of food for 24 hours on the first week, in Group Ad4 (n= 6) on the fourth week of the adaptation period. In both groups, hamsters failed to increase intake after a 24 hr fast; but animals in Group Adl recovered predeprivation weight levels, presumably through physiological regulation mechanisms. There was no recovery of weight deficits produced by changed housing conditions. In Experiment 4, the purpose of which was to assess the influence of the age variable, \"young\" (10-week old) hamsters were subjected to the procedure used with Group Ad4 in Experiment 3. \"Young\" hamsters recovered from weight losses induced by environmental change but didn\'t increase food intake after deprivation. Experiment 5 tested the possibility that hamsters adjust their hoarding activity in accordance with the amount of food hoarded. Lowered amounts of seeds available could. Procedure compensatory reaction, later increases in hoarding. 12-wk old males were subjected to periods of scarceness (10 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area of the cage) and/or periods of plentifulness (300 gr. of sunflower seeds and a food pellet daily in the open area). In the Central condition (n= 6), plentifulness was permanent (weeks 1, 2, 3 and 4). In the Experimental condition (n= 6), plentifulness was scheduled on weeks 1, 2 and 4, and scarceness on week 3. Number of seeds hoarded was recorded daily. When, in the Experimental condition, access to a large amount of seeds was permitted after a period of scarceness, hoarding activity increased slightly, but the results did not support unequivocally the hypothesis of a deprivation of hoarding effect Experiment 6 was an attempt to further verify the existence of a deprivation of hoarding effect in hamsters differing in early experience. Subjects were male hamsters. Group P (n= 12) was reared with plenty of food, Group S (n= 12) with limited amounts of food, but were never subjected to food deprivation proper. All animals were transfered to individual cages at 12 weeks of age. After an initial, 9 day adaptation period, half of the animals in each group were submitted to the deprivation of hoarding procedure (as in Experirnent 5). A srnall deprivation of hoarding effect was found. The animals used in Experirnent 5, maintained on pellets only (prior to the experimental tests) differed significantly from those used in Experirnent 6, maintained on both pellets and sunflower seeds: they hoarded greater arnounts of seeds and unshelled more seeds over days 1 to 9 of the adaptation period
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Diferenças sexo/etárias no Forrageamento de Cebus nigritus em área de Mata Atlântica / Age/sex differences in foraging behavior of Cebus nigritus in Atlantic ForestLucas Peternelli Correa dos Santos 05 February 2010 (has links)
Após anos do estudo moderno da ecologia e comportamento dos primatas, a juventude, definida como o período entre o desmame e a maturidade sexual, permanece sendo uma das fases menos compreendidas do ciclo de vida destes animais. Existem quatro teorias gerais para explicar os padrões de forrageamento e escolha da dieta de primatas juvenis. A primeira afirma que os juvenis adotam uma estratégia de aversão ao risco, evitando a competição por alimento, a segunda, que os padrões alimentares dos imaturos serão determinados pelas oportunidades de observação de outros indivíduos do grupo, a terceira afirma que as diferenças nos padrões alimentares entre imaturos e adultos se dão em virtude da falta de força e habilidade desses indivíduos para explorar recursos de difícil acesso e a quarta afirma que jovens e adultos exploram diferentes itens com base na demanda nutricional associada aos custos de crescimento cerebral e do corpo. O presente trabalho teve por objetivo investigar diferenças sexo/etárias nos padrões comportamentais e alimentares de um grupo de Cebus nigritus selvagem em uma área de Mata Atlântica no Parque Estadual Carlos Botelho, com enfoque nos imaturos, em especial nos juvenis, à luz das quatro teorias. Os resultados mostraram que as fêmeas e os infantes preferem frutos que são ricos em carboidratos, os machos preferem as folhas, que são um recurso abundante, enquanto os jovens preferem os invertebrados que são importantes fontes de proteínas e gordura. O comportamento alimentar dos jovens no PECB foi mais bem explicado pela teoria da demanda nutricional para crescimento do cérebro e corpo, mas alguns resultados também apóiam as teorias de aversão ao risco e oportunidade de aprendizagem. / After years of modern study of ecology and behavior of primates, juvenility, defined as the period between weaning and sexual maturity, remains one of the least understood stages of the life cycle of these animals. There are four general theories to explain the foraging patterns and diet choice in young primates. The first states that juveniles adopt a strategy of risk aversion, avoiding competition for food. The second states that the feeding patterns of immature will be determined by different opportunities for observational learning of other individuals in the group. The third states that the differences in feeding patterns between immature and adults is due to the lack of strength and ability of immature individuals to exploit difficult to access resources. The fourth states that young explore various items based on the nutrient demand associated with the costs of brain growth and body. This study aimed to investigate age/sex differences in feeding and foraging patterns of a group of Cebus nigritus wild in an area of Atlantic Forest in the Parque Estadual Carlos Botelho, focusing on immatures, especially in juveniles, in the light of four theories. The results showed that females and infants prefer fruits that are rich in carbohydrates, males prefer the leaves, which are an abundant resource, while young prefer the invertebrates, that are important sources of protein and fat. The feeding behavior of young PECB was best explained by the theory of nutrient requirements for growth of the brain and body, but some results also support theories of risk aversion and learning opportunity.
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Evolução do cleptoparasitismo em Argyrodes elevatus (theridiidae, aranae)Marco Cesar Silveira 01 June 2009 (has links)
O cleptoparasitismo é uma interação entre animais que consiste no furto ou roubo de itens alimentares já coletados ou processados. Este tipo de interação ocorre em diversos táxons animais. Entre aranhas, a subfamília Argyrodinae (Theridiidae) é um dos grupos com mais espécies cleptoparasitas. Neste estudo, apresentamos um apanhado de ações que o cleptoparasita Argyrodes elevatus foi capaz de realizar nas teias de aranhas hospedeiras. As principais espécies de hospedeiras observadas foram Latrodectus curacaviensis, Latrodectus geometricus e Achaearanea tepidariorum (Theridiidae); destas, apenas A. tepidariorum é uma hospedeira natural de A. elevatus. A maioria das observações se deu em laboratório, mas também relatamos dados de campo. Registramos que A. elevatus pode, na teia de sua hospedeira, furtar presas sem ser percebido ou roubá-las coercivamente. Ele pode ainda furtar ootecas; capturar presas por si próprio e até mesmo predar a aranha hospedeira. Em seguida, apresentamos as sequências de categorias comportamentais que A. elevatus executa durante o furto de presas em teias da hospedeira L. curacaviensis. A partir destas sequencias, o programa EthoSeq nos mostra os conjuntos de categorias com mais probabilidade de conexão entre si (rotinas comportamentais) e nos permite a elaboração de um fluxograma do comportamento de furto de presas. Posteriormente, comparamos as categorias e as rotinas comportamentais que ocorrem no furto de presas com as categorias e rotinas que ocorrem no forrageamento de aranhas não cleptoparasitas. Com isto, demonstramos que A. elevatus tem maior plasticidade comportamental e capacidade cognitiva mais alta que espécies não cleptoparasitas da mesma família. Esta maior plasticidade comportamental está associada à execução, em contexto de aquisição de alimento, de comportamentos que são típicos de outros contextos, como agonismo ou exploração de novos ambientes. A. elevatus, portanto, é adaptado a lidar simultaneamente com diferentes contextos na teia de uma hospedeira. Pudemos, desta maneira, acrescentar elementos às propostas atuais que procuram explicar a evolução do cleptoparasitismo em Argyrodinae, em especial no que se refere à plasticidade comportamental. Por fim, propomos um modelo que mostra que a causa imediata do aumento da capacidade cognitiva de A. elevatus pode ser um aumento na interação entre diferentes módulos cognitivos nesta espécie. / Kleptoparasitism is an animal interaction consisting in stealth of collected or processed food items. It occurs on many animal taxa. Among spiders, the subfamily Argyrodinae (Araneae) is one of the groups with more kleptoparasite species. In this study, we present a set of different actions that the kleptoparasite Argyrodes elevatus can do in host spiders webs. Observed host species were mainly Latrodectus curacaviensis, Latrodectus geometricus and Achaearanea tepidariorum (Theridiidae), but only A. tepidariorum is a natural host of A. elevatus. Most observations were made in laboratory, but we also included field data. We registered that A. elevatus, in a host web, can steal a prey item without being perceived by the host spider, or rob it coercively. We also observed A. elevatus stealing eggsac, capturing preys by himself, and killing the host spider. We present sequences of behavioural units that A. elevatus performs during the stealth of preys in L. curacaviensis webs. From these sequences, the software EthoSeq shows the sets of behavioural units with higher probability of connection. These sets are called behavioural routines. After that, we could build an ethogram and compare the units and routines of A. elevatus prey stealth behaviour with the units and routines of non-kleptoparasite spiders prey capture behaviour. With this comparison we show that A. elevatus has a higher behavioural plasticity and cognitive ability than non-kleptoparasite theridiid spiders. The higher behavioural plasticity is related to the occurrence; during foraging bouts, of behaviours typical of other contexts, such as agonism or site selection. Therefore, A. elevatus is adapted to behave in many different contexts simultaneously in a host web. Our results improve the current hypothesis concerning evolution of kleptoparasitism in Argyrodinae through the discovery of further plasticity in the taxa. Furthermore, we propose a model for the increase in the cognitive ability of A elevatus. In this model, cognitive increase is obtained through the interaction between distinct cognitive modules in this species.
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O estímulo ao forrageamento como fator de enriquecimento ambiental para lobos guarás: efeitos comportamentais e hormonais / The stimulus to foraging as an environmental enrichment factor for maned wolvesVasconcellos, Angélica da Silva 14 October 2009 (has links)
O lobo guará (Chrysocyon brachyurus), uma espécie vulnerável, tem apresentado problemas reprodutivos e de bem-estar em cativeiro. Buscando técnicas eficazes para melhorar os níveis de bem estar destes animais, e dando continuidade a estudo anterior, procurou-se investigar os efeitos da dispersão do alimento e variáveis possivelmente relacionadas à variabilidade individual e de gênero nas respostas comportamentais e hormonais ao enriquecimento. Foram aplicadas, a 11 animais de três instituições, técnicas de enriquecimento ambiental que consistiam na manipulação da variedade, quantidade e complexidade de estímulos alimentares, com registro do comportamento e dosagem de metabólitos fecais de glicocorticóides. Condições de linha de base e experimentais foram intercaladas no delineamento experimental. Foram aplicados testes de Objeto Novo para mensurar diferenças individuais e de gênero possivelmente envolvidas na resposta ao enriquecimento, e Testes de Escolha para avaliar a preferência dos animais pela busca do alimento. O enriquecimento levou, durante a sua aplicação, a um aumento significativo na frequência de comportamentos de forrageamento, sendo mais marcado o efeito nos indivíduos que tiveram concentrações de glicocorticóides diminuídas durante o enriquecimento. Observou-se que o gênero dos animais influenciava as respostas hormonais aos procedimentos e registrou-se correlação entre o perfil comportamental das fêmeas e sua reação hormonal ao enriquecimento (fêmeas com perfil exploratório tiveram aumento na concentração de metabólitos de glicocorticóides; as com perfil cauteloso, uma redução), um resultado não replicado com os machos. Os Testes de Escolha demonstraram preferência dos animais por uma forma de forrageamento que demandava investimento de esforço, em x detrimento da alternativa de acesso ad lib ao alimento, dando assim uma indicação do valor desses procedimentos para os lobos guarás cativos. O registro de perfis emocionais e a correlação destes com diferentes respostas hormonais ao enriquecimento são inéditos para a espécie e relevantes para as áreas de bem-estar e conservação. Os dados apontam para a importância de uma avaliação dos perfis emocionais individuais de animais cativos, como forma de se delinearem procedimentos que sejam efetivos para a promoção do bem-estar dos mesmos. Em adição a este achado, a preferência registrada pela busca do alimento, assim como o aumento na frequência de forrageamento produzido pelas técnicas de enriquecimento usadas sugerem ser estas técnicas eficazes para o aumento dos níveis de bem-estar de lobos-guarás em cativeiro. / The maned wolf, a vulnerable species, has presented problems related to reproduction and welfare in captivity. This study aimed to find efficient techniques to improve the welfare levels of these animals, as a continuation of previous studies. In order to achieve this objective, we investigated the effects of dispersion of food and possible variables related to individual and gender variability in the behavioural responses to environmental enrichment. We applied environmental enrichment techniques to 11 animals, in three institutions. These techniques consisted of the manipulation of the variety, quantity and complexity of feeding stimulus, with evaluation of behaviour and glucocorticoid metabolites. Baseline and experimental conditions were intercalated in the experimental design. Novel Objects were applied in order to measure individual and gender differences, possibly involved in the responses to the environmental enrichment. Choice Tests were used to evaluate the preference of the animals for searching for food. Enrichment promoted a significant increase in foraging. This increase was stronger in the individuals who had diminished glucocorticoid metabolites concentrations during the enrichment. The gender of the animals had affected the hormonal responses to the procedures. There was also a correlation between the behavioural profiles of females and their hormonal reaction to the enrichment (exploratory females had an increase in the glucocorticoid concentrations, whilst cautious ones had a decrease), a result that was not observed in the males. The Choice Tests indicated a preference for a form of laborious foraging, indicating the great value of these procedures to the captive maned wolves. The emotional profiles and the correlation of these profiles with different hormonal responses to the enrichment are original and relevant to the welfare and conservation areas. Our outcomes point to the importance of an xii evaluation of emotional profiles of captive animals to effectively design procedures to improve welfare of captive animals. In addiction to that, the observed preference for the searching of food, as well as the increased foraging promoted by the techniques suggest that these procedures are efficient to improve the welfare in captive maned wolves.
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O estímulo ao forrageamento como fator de enriquecimento ambiental para lobos guarás: efeitos comportamentais e hormonais / The stimulus to foraging as an environmental enrichment factor for maned wolvesAngélica da Silva Vasconcellos 14 October 2009 (has links)
O lobo guará (Chrysocyon brachyurus), uma espécie vulnerável, tem apresentado problemas reprodutivos e de bem-estar em cativeiro. Buscando técnicas eficazes para melhorar os níveis de bem estar destes animais, e dando continuidade a estudo anterior, procurou-se investigar os efeitos da dispersão do alimento e variáveis possivelmente relacionadas à variabilidade individual e de gênero nas respostas comportamentais e hormonais ao enriquecimento. Foram aplicadas, a 11 animais de três instituições, técnicas de enriquecimento ambiental que consistiam na manipulação da variedade, quantidade e complexidade de estímulos alimentares, com registro do comportamento e dosagem de metabólitos fecais de glicocorticóides. Condições de linha de base e experimentais foram intercaladas no delineamento experimental. Foram aplicados testes de Objeto Novo para mensurar diferenças individuais e de gênero possivelmente envolvidas na resposta ao enriquecimento, e Testes de Escolha para avaliar a preferência dos animais pela busca do alimento. O enriquecimento levou, durante a sua aplicação, a um aumento significativo na frequência de comportamentos de forrageamento, sendo mais marcado o efeito nos indivíduos que tiveram concentrações de glicocorticóides diminuídas durante o enriquecimento. Observou-se que o gênero dos animais influenciava as respostas hormonais aos procedimentos e registrou-se correlação entre o perfil comportamental das fêmeas e sua reação hormonal ao enriquecimento (fêmeas com perfil exploratório tiveram aumento na concentração de metabólitos de glicocorticóides; as com perfil cauteloso, uma redução), um resultado não replicado com os machos. Os Testes de Escolha demonstraram preferência dos animais por uma forma de forrageamento que demandava investimento de esforço, em x detrimento da alternativa de acesso ad lib ao alimento, dando assim uma indicação do valor desses procedimentos para os lobos guarás cativos. O registro de perfis emocionais e a correlação destes com diferentes respostas hormonais ao enriquecimento são inéditos para a espécie e relevantes para as áreas de bem-estar e conservação. Os dados apontam para a importância de uma avaliação dos perfis emocionais individuais de animais cativos, como forma de se delinearem procedimentos que sejam efetivos para a promoção do bem-estar dos mesmos. Em adição a este achado, a preferência registrada pela busca do alimento, assim como o aumento na frequência de forrageamento produzido pelas técnicas de enriquecimento usadas sugerem ser estas técnicas eficazes para o aumento dos níveis de bem-estar de lobos-guarás em cativeiro. / The maned wolf, a vulnerable species, has presented problems related to reproduction and welfare in captivity. This study aimed to find efficient techniques to improve the welfare levels of these animals, as a continuation of previous studies. In order to achieve this objective, we investigated the effects of dispersion of food and possible variables related to individual and gender variability in the behavioural responses to environmental enrichment. We applied environmental enrichment techniques to 11 animals, in three institutions. These techniques consisted of the manipulation of the variety, quantity and complexity of feeding stimulus, with evaluation of behaviour and glucocorticoid metabolites. Baseline and experimental conditions were intercalated in the experimental design. Novel Objects were applied in order to measure individual and gender differences, possibly involved in the responses to the environmental enrichment. Choice Tests were used to evaluate the preference of the animals for searching for food. Enrichment promoted a significant increase in foraging. This increase was stronger in the individuals who had diminished glucocorticoid metabolites concentrations during the enrichment. The gender of the animals had affected the hormonal responses to the procedures. There was also a correlation between the behavioural profiles of females and their hormonal reaction to the enrichment (exploratory females had an increase in the glucocorticoid concentrations, whilst cautious ones had a decrease), a result that was not observed in the males. The Choice Tests indicated a preference for a form of laborious foraging, indicating the great value of these procedures to the captive maned wolves. The emotional profiles and the correlation of these profiles with different hormonal responses to the enrichment are original and relevant to the welfare and conservation areas. Our outcomes point to the importance of an xii evaluation of emotional profiles of captive animals to effectively design procedures to improve welfare of captive animals. In addiction to that, the observed preference for the searching of food, as well as the increased foraging promoted by the techniques suggest that these procedures are efficient to improve the welfare in captive maned wolves.
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