Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / O objetivo do presente trabalho à fazer uma reflexÃo sobre a funÃÃo do educador como protagonista de uma educaÃÃo de resistÃncia. A reflexÃo sobre a educaÃÃo de resistÃncia se pauta no modelo adorniano de pensar a realidade social sob o prisma da dialÃtica negativa. A realidade refletida pelo educador à a educaÃÃo social do sujeito que determina o seu modo de ser a partir dos primeiros contatos com a sua cultura por meio dos familiares ou por quem o cerca. A educaÃÃo de resistÃncia reflexiona a educaÃÃo social à medida que desconstrÃi a identidade do princÃpio da dominaÃÃo que subsiste na sociedade moderna atravÃs do modelo de produÃÃo capitalista. A dominaÃÃo se expressa no capitalismo tardio por meio da indÃstria cultural cujo corolÃrio à fabricar no sujeito necessidades que o leve, compulsivamente, a consumir mercadorias como um meio de inserÃÃo social. A indÃstria cultural transforma o coletivo social em instrumento de pressÃo sobre os indivÃduos. Para Adorno, ao tentar abranger todo o corpo social a indÃstria cultural age como falsa totalidade. A educaÃÃo de resistÃncia faz um mergulho dialÃtico sob a pretensÃo da indÃstria cultural em se tornar totalidade fabricando comportamentos agregados aos anÃncios de venda de mercadorias. A dialÃtica negativa atuando como suporte da educaÃÃo de resistÃncia reflexiona a aÃÃo controladora da indÃstria cultural que inibe a autonomia do sujeito e ao mesmo tempo a vende como comportamento fabricado. A educaÃÃo de resistÃncia à um modelo de educaÃÃo em que o educador insta o sujeito a ter o pensar como prÃxis à medida que se relaciona com a multiplicidade que compÃe o mundo social. Adorno entende que pensar à agir. Para a educaÃÃo de resistÃncia pensar a educaÃÃo social à criar a possibilidade de agir contra o princÃpio da dominaÃÃo que se manifesta na sociedade administrada pelo capital.

FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / A presente Tese compreende um exame crÃtico da estrutura de funcionamento do sistema do capital, à luz da contradiÃÃo central assinalada por Karl Marx nos Grundrisse. A contradiÃÃo vai se tornando visÃvel com a substituiÃÃo do trabalho vivo (trabalho humano direto) pelo trabalho morto (mÃquinas). Em decorrÃncia, esvazia-se a substÃncia do valor e os trabalhadores diretos sÃo reduzidos à condiÃÃo de apÃndice de mÃquinas que trabalham, restando-lhes as atividades de reguladores e de suportes para complexos automÃticos. O movimento lÃgico do valor e o transcurso histÃrico do processo de subsunÃÃo do trabalho ao capital, propiciam a hipÃtese de que o conjunto dos trabalhadores estaria sendo submetido a uma tendÃncia perversa que qualifica desqualificando suas aptidÃes e habilidades. Ao mesmo tempo, simplifica o trabalho e desvaloriza a forÃa-de-trabalho. A fim de averiguar tal processo de disrupÃÃo do mundo do trabalho, constituiu-se um objeto de pesquisa que permitisse checar a atuaÃÃo de trabalhadores tidos, pelo senso comum, como altamente qualificados. Eis a razÃo pela qual se tomou como plano investigativo, a âbusca dos egressos do CEFETCEâ no mercado de trabalho, centrando a investigaÃÃo nos haveres tecnolÃgicos de mecatrÃnicos e telemÃticos. A questÃo bÃsica à verificar atà que ponto esses operadores high-tech ativam a gama dos conhecimentos obtidos em sua formaÃÃo teÃrico-prÃtica cefeteana, no dia-a-dia das atividades profissionais. Foram entrevistados sessenta tecnÃlogos, alÃm de professores, administradores industriÃrios e operÃrios de fÃbrica vinculados a dÃspares ramos de produÃÃo de mercadorias. As entrevistas foram sempre secundadas por visitas a vÃrias plantas produtivas. Como resultado, o pesquisador foi premiado com um fÃrtil material sociolÃgico, prenhe de expressÃes simbÃlicas e de constructos tÃcnicos. A materialidade e a imaterialidade das experiÃncias, explÃcita e implicitamente vivenciadas, evidenciaram a âcontradiÃÃo em processoâ no coraÃÃo de sistemas de produÃÃo automÃticos. Nestes, estÃo reservados para os trabalhadores imediatos atos fetichistas como âcuidarâ (de mÃquinas), âassistirâ (linhas de produÃÃo), âolharâ (supervisÃrios) e âtrocar placasâ (eletrÃnicas) etc. / The present Thesis comprises a critical examination of the structure of the working of the system of the capital, in the light of the central contradiction indicated by Karl Marx in the Grundrisse. The expression of the contradiction gets visibility with the substitution for dead labor (machines) of live labor (human direct labor). Therefore, the substance of value becomes empty and the direct laborers are reduced to the condition of appendix of machines they work with, remaining to them the activities of regulating and supporting the automatic complexes. The logical movement of value and the historical course of the process of subsumption of labor to capital provide the hypothesis that the working class were being submitted to a perverse trend that qualifies in a disqualifying manner its aptitudes and abilities. At the same time, that process simplifies the labor and devaluates labor-force. In order to investigate such process of disruption of the world of labor it was crucial to choose an object of research that allowed checking the performance of workers recognized by common sense as highly qualified. That is the reason for which the âsearch of the egresses of the CEFETCEâ in the labor market was the core of the investigation. Technological assets of mechathronics and telematics technicians were investigate. The basic question of the inquiry is to verify to what extent these high-tech operators activate, the gamma of knowledge acquired during theoretical and practical formation at CEFETCE, to their everyday professional activities. Sixty technologists were interviewed, as well as, professors, industrial managers and laborers of various branches of merchandise production. The interviews always were seconded by visits to some productive plants. As a result, the researcher was awarded with a fertile sociological material, pregnant of symbolic expressions and technological constructs. The materiality and the immateriality of the experiences evidenced âthe contradiction in processâ in the heart of automatic systems of production. In those systems, fetishist production acts are set aside for the direct workers, in the form âcaring ofâ (machines), âwatchingâ (production lines), âlooking atâ (monitors) and âchanging platesâ (electronics) etc.