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[pt] A CONSTRUÇÃO DO OUTRO ATRAVÉS DA CRIMINOLOGIA POSITIVISTA DE NINA RODRIGUES: A PERPETUAÇÃO DO DISCURSO DOS SABERES OCIDENTAIS NA MARGEM DO MUNDO / [en] THE CONSTRUCTION OF THE OTHER THROUGH THE POSITIVIST CRIMINOLOGY OF NINA RODRIGUES: THE PERPETUATION DISCOURSE OF WESTERN KNOWLEDGE ON THE MARGINS OF THE WORLDNICOLE EMANUELLE CARVALHO MARTINS 16 May 2022 (has links)
[pt] O presente trabalho tem por objetivo compreender a perpetuação do discurso dos saberes ocidentais na margem do mundo, através da criminologia positivista, com a tradução de Lombroso feita por Nina Rodrigues, expoente no país da Escola Positivista. A partir da revisão bibliográfica buscou-se compreender, sob a perspectiva da colonialidade do saber e do ser, a invasão e colonização da América como fenômeno criador da segregação racial, constituindo-se nas primeiras demarcações da raça como conhecemos. Com essa ideia de construção do outro, Lombroso partiu dos estudos científicos para explicar o controle repressivo das sociedades centrais. A criminologia positivista partiu da ideia de degeneração dos
indivíduos e na inferioridade biológica para explicar as razões da criminalização. Levando-se em conta a técnica do centro do mundo, os países latino-americanos importaram os estudos de criminologia para a margem, fortalecendo a relação de dependência centro-margem. No Brasil, as elites precisavam criar mecanismos ideológico-políticos para a manutenção no poder após a abolição da escravidão e
instauração da república. A questão racial foi o ponto central nesse projeto racista confirmado pelos estudos de Nina Rodrigues, dividindo as raças, posicionando o problema do negro e o mestiço como fatores preocupantes para o futuro do país. A personificação do outro criminalizável influenciou a formação sócio-política brasileira, de maneira que o sistema penal é o responsável pela perpetuação de privilégios e vantagens históricas usufruídas pelos descendentes dos europeus. A continuidade do pensamento sobre o outro criminalizável demonstra o quantum de positivismo criminológico ainda possuímos. / [en] The presente work aims to understand the perpetuation of the discourse of
western knowledge on the world, through positivista criminology, with the
translation of Lombroso made by Nina Rodrigues, exponente in the country of the
Positivist School. From the literature review, we sought to understand, from the
perspective of the coloniality of knowledge and being, the invasion and
colonization of America as a phenomenon that created racial segregation,
constituting the first demarcations of race as we know it. With this idea of building
the other, Lombroso started from scientific studies to explain the repressive
control of central societies. Positivist criminology started from the ideia of
degeneration of individuals and biological inferiority to explain the reasons for
criminalization. Taking into account the technique of the center of the world, Latin
American countries imported criminology studies to the margins, strenthening the
center-margin dependency relationship. In Brazil, the elites needed to create
ideological-political mechanisms to mantain power after the abolition of slavery
and the establishment of the republic. The racial issue was the central point in this
racista project confirmed by the studies of Nina Rodrigues, dividing the races,
positioning the black problem and the mestizo as worrying factors for the future
of the country. The personification of the criminalizable other influenced the
Brazilian sócio-political formation, so that the penal system is responsible for the
perpetuation of privileges and historical advantages enjoyed by the descendants of
Europeans. The continuity of thinking about the criminalizable other demonstrates
the quantum of criminological positivismo we still have.
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O saber penal como instrumento legitimador do processo de criminalização dos trabalhadores rurais sem-terra: apontamentos acerca da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Reforma Agrária e Urbana (CPMI da Terra) / The criminal knowledge to legitimate the criminalization of landless process: notes on the Joint Parliamentary Committee of Inquiry and Urban Land Reform (CPMI of Land)Borges, Guilherme Martins Teixeira 01 July 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-07-01 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This dissertation aims to analyze the relationship between the action of landless rural workers, especially the activities of members of the Landless Rural Workers Movement (MST), and the criminalization process of his conducts by Criminal Law. Therefore, this study aims to verify scientifically know as the criminal knowledge can be a legitimate instrument to promote the criminalization and stigmatization of these landless workers. Thus, the work takes as its starting point the characterization of their research subject, namely, the landless rural workers in its meaning of agrarian social movement, why it held an approach to the construction of social inequality and its correlation with the emergence and structuring of social movements, for, in the end, weave important considerations about what is meant by social Movement and Agrarian MST. Following aimed to explain how the criminal know contemporary Brazilian still shows a strong influence of the positivist criminological thought inaugurated by the Italian school centuries ago. It is shown how positivist criminology was responsible for creating a conception of social dangerousness and embrace a segregationist and selective criminological project, such that those individuals who were "classified" as a threat, should be removed from social interaction. We report how this discourse entered " the back door " of the criminal laws homelands and enabled the creation of an ideology of social defense and the criminalization of minorities (poor, landless ruais, black and so on). Finally, aiming to
demonstrate the hypothesis elected, held a review of the work conducted by the Joint
Parliamentary Committee of Inquiry ( CPMI ) and Urban Land Reform, known as "CPMI of
Land ", specially her Final Report , highlighting Project Senate n . 264/2006 ( PLS No. 264 /06 ) and Project of House of Representatives n . 7485/2006 ( PL No. 7485 / 06 ), whose
proposals are, appropriately, intended to spearhead a process of criminalization of landless legitimized by criminal law. / A presente dissertação objetiva analisar a relação entre a atuação dos trabalhadores rurais sem
terra, em especial a atuação dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST), e o processo de criminalização de suas condutas por parte dos operadores do
direito. Para tanto, este estudo se propõe a verificar cientificamente como o saber penal pode
ser um instrumento legítimo para promover a criminalização e estigmatização penal destes
trabalhadores. Desta forma, o trabalho toma como ponto de partida a caracterização do seu
sujeito de pesquisa, qual seja, os trabalhadores rurais sem terra em sua acepção de movimento
social agrário, razão por que se realizou uma abordagem da construção das desigualdades
sociais e a sua correlação com o surgimento e estruturação dos movimentos sociais, para, ao
final, tecer importantes considerações sobre o que se entende por Movimento Social Agrário e
MST. Na sequência, objetivou-se explanar como o saber penal brasileiro contemporâneo
ainda ilustra uma forte influência do pensamento criminológico positivista inaugurado pela
Escola Italiana séculos atrás. Demonstra-se como a criminologia positivista foi responsável
por criar uma concepção de periculosidade social e abraçar um projeto criminológico
segregacionista e seletivo, de tal forma que aqueles indivíduos os quais fossem “classificados”
como uma ameaça, deviam ser afastados do convívio social. Relata-se como esse discurso
adentrou “pelas portas dos fundos” das legislações penais pátrias e possibilitou a criação de
uma ideologia da defesa social e da criminalização das minorias (pobres, trabalhadores ruais
sem terra, negros e etc.). Ao final, objetivando demonstrar factivelmente a hipótese de
trabalho eleita, realizou-se uma análise dos trabalhos realizados pela Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) da Reforma Agrária e Urbana, conhecida como “CPMI da Terra”,
em especial os encaminhamentos por ela declarados em seu Relatório Final, com destaque
para o Projeto de Lei do Senado n. 264, de 2006 (PLS N. 264/06) e o Projeto de Lei da
Câmara dos Deputados n. 7485/2006 (PL N. 7485/06), cujas propostas revelam, com
propriedade, a intenção de encabeçar um processo de criminalização dos trabalhadores rurais
sem terra legitimado pelo próprio Direito Penal.
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