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Desafios de gestão de abrigos temporários : uma análise sociológica de inseguranças e riscos no cotidiano de famílias abrigadasMarchezini, Victor 01 March 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-03-01 / Universidade Federal de Minas Gerais / From the interaction between natural phenomena like rains and a social organization, it can be occurs a quantity of environmental damages, material and human losses which can configured depending of the intensity of these a disaster. Human losses have been demanding more public policies of civil protection, mainly these families who are displaced from their home. These families can be characterized for the loss of the home s territory that was destroyed or located in risk areas, and after the evacuation commanded by the State, they were removed from their homes. In many times, these displaced families don t have founds to provided a temporary habitation or no have received an invitation to live temporally in their parents and friends houses, and their only alternative are going to a temporary shelter organized by the State. Temporary shelters were organized from the adaptation of public schools, sports gymnasiums, where displaced families will try to make a territory to reproduce social practices associated with their privates routines on their homes. This attempt will depend the relations among families and the relations between them and shelters administrators. The objective of this study was describing and analyzing sociologically how, after these process of loss the territory of home, displaced families try to produce their privates routines in public spaces like temporary shelters organized in contexts of disasters related to rains. The methodological procedures were based: bibliographic research, documental research and field research with qualitative methods. From the contributions of Sociology of Disaster, disasters can be comprehended like processes that were defined by the symbolic production, which it constituted by the agents in competition for the monopoly of official vision. In these power relations, temporary shelters were left in invisibility, and they have constituted in human s exclusion agglomerate (HAESBAERT, 2004), an extreme desterritorialization which reveal multiples desterritorializations that displaced families live intensively on temporaries shelters, a space of social suffering. / Da interação entre um fenômeno natural como as chuvas e uma dada organização social, pode ocorrer uma quantidade de danos ambientais, materiais e humanos, configurando dependendo da intensidade desses danos um desastre. Os danos humanos são aqueles que têm demandado mais ações das políticas públicas de proteção civil, sobretudo as famílias que ficam desabrigadas. Estas se caracterizam como aquelas que tiveram o território de suas casas danificado ou destruído ou em área considerada de risco e, pelas medidas de evacuação sob a ordem do Estado, são desterritorializadas de suas moradias. Por não disporem de condições financeiras para prover uma habitação temporária ou de apoio de parentes ou amigos para conseguir alojamento, têm que recorrer aos abrigos temporários estruturados pelo Estado. Os abrigos são organizados a partir da adaptação de determinadas infra-estruturas como escolas públicas, ginásios, centros de exposições, nas quais as famílias tentarão reproduzir um território associado às práticas do mundo privado da casa, tentativa esta que será balizada a partir da relação que as famílias estabelecem entre si e com os coordenadores de abrigos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi descrever e analisar sociologicamente como, a partir desse processo de perda do território da casa, as famílias tentam produzir suas práticas associadas ao mundo privado nos abrigos temporários para desabrigados em contextos de desastres relacionados às chuvas. Os procedimentos metodológicos para realização deste estudo tiveram como base: a revisão do estado da arte, a pesquisa documental e a pesquisa de campo de base qualitativa. A partir das contribuições da Sociologia, os desastres podem ser compreendidos como processos em que subjaz uma produção simbólica sempre construída por agentes em disputa pelo monopólio da visão oficial. E nessas relações de poder entre eles, os abrigos temporários são deixados na invisibilidade, constituindo-se como novos aglomerados humanos de exclusão (cf. HAESBAERT, 2004), uma forma de desterritorialização extrema que sinaliza as múltiplas desterritorializações que as famílias passam a viver de forma acentuada, como um sofrimento social.
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