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O devir das ciências

Fernandez, Brena Paula Magno January 2004 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas . Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. / Made available in DSpace on 2012-10-21T19:46:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1 207230.pdf: 709810 bytes, checksum: 68bc18ace0c3803882ea04df5f7259fb (MD5) / Há uma certa imagem de ciência que remonta a Galileu (sec. XVII). Ela corresponde à idéia de que a ciência poderia "descobrir" as leis impessoais que governam a natureza. Porquanto detentora de uma racionalidade "neutra" (a-histórica, a-moral e a-temporal), capaz de acesso privilegiado a essas leis impessoais, a ciência consistiria, consequentemente, em uma forma de investigação da realidade superior a qualquer outra. Segundo essa perspectiva, a ciência logrou desenvolver uma metodologia que exclui os valores dos momentos cruciais de suas práticas. Essa abordagem é bem conhecida e endossada e constitui, ainda hoje, em uma espécie de "senso comum" da tradição científica. Segundo alega a ortodoxia da filosofia da ciência, qualquer papel desempenhado por valores (morais, sociais) constituiria uma espécie de "intrusão" de subjetividade que ameaçaria a possibilidade de objetividade científica. Já que juízos de fatos (ou resultados dos conhecimentos científicos) não podem ser inferidos de valores, inversamente, não poderíamos esperar que a ciência pudesse nos ajudar a resolver nossos problemas éticos mais fundamentais. O filósofo Hugh Lacey, inserindo-se em uma longa tradição crítica, contesta a imagem de ciência como uma instância independente da subjetividade humana. Ele propõe um modelo, segundo o qual todo conhecimento científico é produzido mediante a subordinação a alguma estratégia de pesquisa, que carrega consigo a marca dos valores sociais mais prementes, e que impõe limites à parcela da realidade que será "tocada" pela investigação. Segundo sua abordagem, há (e deve haver) uma interação profunda entre ciência e valores, que é essencial para a metodologia científica. O objetivo desse trabalho é estender o modelo laceyano a um caso diverso daquele por ele já tratado (nas ciências naturais). Partindo de sua tese, argumentamos que a ortodoxia da ciência econômica moderna (teoria neoclássica), através da incorporação do paradigma mecanicista da física clássica, bem como de todo instrumental analítico das estratégias materialistas, representa não um tipo de compreensão "neutra" dos fenômenos econômicos # todos agora expressos ou refletidos no movimento dos preços. Ao invés disso, propomos que ela representa uma sutil, porém particularmente notável manifestação dos valores predominantes nessa sociedade (capitalista, tecnológica, industrial, liberal), da qual faz parte. Assim, procuramos mostrar que, também no âmbito social, a preeminência dos aspectos nomológicos e quantitativos da realidade na formulação das teorias econômicas de tradição neoclássica, os próprios valores cognitivos espelham valores sociais altamente estimados nas sociedades modernas. Como propostas alternativas, surgem, no nível teórico, a proposta da Economia sistêmica, na esfera pragmática, o paradigma do Ecodesenvolvimento aparece como um novo modelo, capaz de dar conta da complexa problemática sócio-ambiental. Ambos projetos compatíveis com a proposta de Lacey: de que, ao pluralismo dos sistemas de valores existentes em uma sociedade, diversas alternativas possíveis para a investigação científica, norteadas pelas estratégias de pesquisa correspondentes, devem ser fomentadas. A co-existência de várias ciências desse tipo # "não#neutras" #, nas mais diversas áreas de investigação, seria um pré-requisito necessário para a realização do antigo ideário Iluminista -- de construção de uma sociedade mais humana.

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