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A matemática na ciência política : uma tipologia de modelos de escolha racional baseada na explicaçãoLima, Enzo Lenine Nunes Batista Oliveira January 2018 (has links)
Os modelos formais constituem uma parte essencial da ciência política contemporânea. Sua história recente está fortemente ligada aos desenvolvimentos da teoria da escolha racional, que é considerada a única teoria dedutiva nas ciências sociais. Este caráter único, especialmente a sua manifestação por meio de simbolismos matemáticos, causou profundos cismas e críticas na disciplina. Muitos críticos alegam que os modelos formais não contribuíram para a compreensão dos fenômenos políticos, oferecendo apenas predições triviais baseadas em pressupostos irrealistas de comportamento humano e estrutura social. Os desenvolvedores de modelos, no entanto, disputam essa afirmação, afirmando que os modelos possuem poder explicativo e explicativo sem o qual não poderíamos entender fenômenos complexos, como poder de veto, agregação de preferências, ação coletiva e cooperação, para citar alguns. Esse desacordo vem de uma série de mal-entendidos sobre a essência da modelagem; e como os modelos produzem explicações. Nesta tese, parto da seguinte questão de pesquisa: o que aprendemos com os modelos de escolha racional? Desenvolvo uma tipologia orientada para a explicação de modelos que captura os vários propósitos para os quais os cientistas políticos os designam, identificando três classes de modelos: conceituais, quase-conceituais e extrapolativos. Cada um deles oferece uma compreensão particular de como os modelos geram previsões e como essas previsões devem ser avaliadas em termos de representação dos fenômenos do mundo real. Eu reviso dois corpos de literatura, nos quais aplico a tipologia e analiso suas implicações na modelagem. Defendo o argumento de que, se os modelos forem julgados, os cientistas políticos devem superar os argumentos de “modelos como fábulas” e testes empíricos como a única ferramenta para testar modelos e avaliar seu poder explicativo. Em vez disso, os modelos devem ser julgados com base nos tipos de explicação que eles fornecem, o que depende fortemente dos propósitos para os quais eles foram projetados. / Formal models constitute an essential part of contemporary political science. Their recent history is tightly tied to the developments of rational choice theory, which is considered to be the only deductive theory in the social sciences. This unique character, especially its manifestation through mathematical symbolisms, has caused profound schisms and criticisms in the discipline. Many critics allege that formal models have not contributed to our understanding of political phenomena, offering no more than trivial predictions based on unrealistic assumptions of human behaviour and social structure. Modellers, however, dispute this claim, stating that models do have predictive and explanatory power without which we would not be able to understand complex phenomena, such as veto power, preferences aggregation, collective action, and cooperation to name a few. This disagreement comes from a series of misunderstandings about the essence of modelling, and how models produce explanation. In this thesis, I depart from the following research question: what have we learnt from rational choice models? I develop an explanationoriented typology of models that captures the various purposes for which political scientists design them, identifying three classes of models: conceptual, quasi-conceptual, and extrapolative. Each of them offers a particular understanding of how models generate predictions, and how those predictions should be assessed in terms of their representing of real-world phenomena. I review two bodies of literature, where I apply the typology and analyse its implications to modelling. I defend the argument that if models are to be judged, political scientists have to overcome the arguments of “models as fables” and empirical testing as the only tool to test models and assess their explanatory power. Rather, models should be judged on the grounds of the types of explanation they provide, which is strongly dependant on the purposes for which they were designed.
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A matemática na ciência política : uma tipologia de modelos de escolha racional baseada na explicaçãoLima, Enzo Lenine Nunes Batista Oliveira January 2018 (has links)
Os modelos formais constituem uma parte essencial da ciência política contemporânea. Sua história recente está fortemente ligada aos desenvolvimentos da teoria da escolha racional, que é considerada a única teoria dedutiva nas ciências sociais. Este caráter único, especialmente a sua manifestação por meio de simbolismos matemáticos, causou profundos cismas e críticas na disciplina. Muitos críticos alegam que os modelos formais não contribuíram para a compreensão dos fenômenos políticos, oferecendo apenas predições triviais baseadas em pressupostos irrealistas de comportamento humano e estrutura social. Os desenvolvedores de modelos, no entanto, disputam essa afirmação, afirmando que os modelos possuem poder explicativo e explicativo sem o qual não poderíamos entender fenômenos complexos, como poder de veto, agregação de preferências, ação coletiva e cooperação, para citar alguns. Esse desacordo vem de uma série de mal-entendidos sobre a essência da modelagem; e como os modelos produzem explicações. Nesta tese, parto da seguinte questão de pesquisa: o que aprendemos com os modelos de escolha racional? Desenvolvo uma tipologia orientada para a explicação de modelos que captura os vários propósitos para os quais os cientistas políticos os designam, identificando três classes de modelos: conceituais, quase-conceituais e extrapolativos. Cada um deles oferece uma compreensão particular de como os modelos geram previsões e como essas previsões devem ser avaliadas em termos de representação dos fenômenos do mundo real. Eu reviso dois corpos de literatura, nos quais aplico a tipologia e analiso suas implicações na modelagem. Defendo o argumento de que, se os modelos forem julgados, os cientistas políticos devem superar os argumentos de “modelos como fábulas” e testes empíricos como a única ferramenta para testar modelos e avaliar seu poder explicativo. Em vez disso, os modelos devem ser julgados com base nos tipos de explicação que eles fornecem, o que depende fortemente dos propósitos para os quais eles foram projetados. / Formal models constitute an essential part of contemporary political science. Their recent history is tightly tied to the developments of rational choice theory, which is considered to be the only deductive theory in the social sciences. This unique character, especially its manifestation through mathematical symbolisms, has caused profound schisms and criticisms in the discipline. Many critics allege that formal models have not contributed to our understanding of political phenomena, offering no more than trivial predictions based on unrealistic assumptions of human behaviour and social structure. Modellers, however, dispute this claim, stating that models do have predictive and explanatory power without which we would not be able to understand complex phenomena, such as veto power, preferences aggregation, collective action, and cooperation to name a few. This disagreement comes from a series of misunderstandings about the essence of modelling, and how models produce explanation. In this thesis, I depart from the following research question: what have we learnt from rational choice models? I develop an explanationoriented typology of models that captures the various purposes for which political scientists design them, identifying three classes of models: conceptual, quasi-conceptual, and extrapolative. Each of them offers a particular understanding of how models generate predictions, and how those predictions should be assessed in terms of their representing of real-world phenomena. I review two bodies of literature, where I apply the typology and analyse its implications to modelling. I defend the argument that if models are to be judged, political scientists have to overcome the arguments of “models as fables” and empirical testing as the only tool to test models and assess their explanatory power. Rather, models should be judged on the grounds of the types of explanation they provide, which is strongly dependant on the purposes for which they were designed.
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A matemática na ciência política : uma tipologia de modelos de escolha racional baseada na explicaçãoLima, Enzo Lenine Nunes Batista Oliveira January 2018 (has links)
Os modelos formais constituem uma parte essencial da ciência política contemporânea. Sua história recente está fortemente ligada aos desenvolvimentos da teoria da escolha racional, que é considerada a única teoria dedutiva nas ciências sociais. Este caráter único, especialmente a sua manifestação por meio de simbolismos matemáticos, causou profundos cismas e críticas na disciplina. Muitos críticos alegam que os modelos formais não contribuíram para a compreensão dos fenômenos políticos, oferecendo apenas predições triviais baseadas em pressupostos irrealistas de comportamento humano e estrutura social. Os desenvolvedores de modelos, no entanto, disputam essa afirmação, afirmando que os modelos possuem poder explicativo e explicativo sem o qual não poderíamos entender fenômenos complexos, como poder de veto, agregação de preferências, ação coletiva e cooperação, para citar alguns. Esse desacordo vem de uma série de mal-entendidos sobre a essência da modelagem; e como os modelos produzem explicações. Nesta tese, parto da seguinte questão de pesquisa: o que aprendemos com os modelos de escolha racional? Desenvolvo uma tipologia orientada para a explicação de modelos que captura os vários propósitos para os quais os cientistas políticos os designam, identificando três classes de modelos: conceituais, quase-conceituais e extrapolativos. Cada um deles oferece uma compreensão particular de como os modelos geram previsões e como essas previsões devem ser avaliadas em termos de representação dos fenômenos do mundo real. Eu reviso dois corpos de literatura, nos quais aplico a tipologia e analiso suas implicações na modelagem. Defendo o argumento de que, se os modelos forem julgados, os cientistas políticos devem superar os argumentos de “modelos como fábulas” e testes empíricos como a única ferramenta para testar modelos e avaliar seu poder explicativo. Em vez disso, os modelos devem ser julgados com base nos tipos de explicação que eles fornecem, o que depende fortemente dos propósitos para os quais eles foram projetados. / Formal models constitute an essential part of contemporary political science. Their recent history is tightly tied to the developments of rational choice theory, which is considered to be the only deductive theory in the social sciences. This unique character, especially its manifestation through mathematical symbolisms, has caused profound schisms and criticisms in the discipline. Many critics allege that formal models have not contributed to our understanding of political phenomena, offering no more than trivial predictions based on unrealistic assumptions of human behaviour and social structure. Modellers, however, dispute this claim, stating that models do have predictive and explanatory power without which we would not be able to understand complex phenomena, such as veto power, preferences aggregation, collective action, and cooperation to name a few. This disagreement comes from a series of misunderstandings about the essence of modelling, and how models produce explanation. In this thesis, I depart from the following research question: what have we learnt from rational choice models? I develop an explanationoriented typology of models that captures the various purposes for which political scientists design them, identifying three classes of models: conceptual, quasi-conceptual, and extrapolative. Each of them offers a particular understanding of how models generate predictions, and how those predictions should be assessed in terms of their representing of real-world phenomena. I review two bodies of literature, where I apply the typology and analyse its implications to modelling. I defend the argument that if models are to be judged, political scientists have to overcome the arguments of “models as fables” and empirical testing as the only tool to test models and assess their explanatory power. Rather, models should be judged on the grounds of the types of explanation they provide, which is strongly dependant on the purposes for which they were designed.
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Assédio sexual: uma questão pública ou privada? estudo da aplicabilidade e efetividade da Lei 10.224/2001 na Região Metropolitana do RecifeMESQUITA, Núbia Carla de Azevedo January 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005 / A presente dissertação tem como objeto a identificação dos mecanismos instituídos nas agências formais inseridas na região Metropolitana do Recife, as quais diretamente lidam com denúncias de Assédio Sexual, a saber: a Delegacia da Mulher, o Ministério Público , o Juizado Especial Criminal e a Delegacia Regional do Trabalho, todos estudados no período de agosto de 2001 a agosto de 2003. Trata-se de uma pesquisa empírico-descritiva de metodologia qualitativa. As correntes feministas , Liberal, Marxista , Socialista e Radical bem como a Teoria da Escolha Racional e o Neoinstitucionalismo Histórico são as correntes teóricas utilizadas nesta análise. O principal pressuposto é que a exeqüibilidade da lei do Assédio Sexual está diretamente relacionada com a escolha racional dos atores, arrimada nas instituições (formal ou informalmente) constituídas em cada agência. No caso da Delegacia da Mulher, conclui-se que o Assédio Sexual é invisibilizado pelas instituições particularistas e subjetivas, pois os payoffs (benefícios) não são recompensadores se tais denúncias fossem dirimidas. No caso do Ministério Público e do Juizado Especial Criminal, conclui-se que os atores optam por uma subotimização em suas escolhas racionais para alcançarem um equilíbrio que satisfaça tanto a agência formal quanto a vítima, e finalmente, no caso da Delegacia Regional do Trabalho, a escolha racional dá-se pela resolução dos conflitos, uma vez que as instituições são uniformes, públicas e objetivas. A conclusão é que a mera neocriminalização de uma conduta de natureza discriminatória não garante a sua eficácia e exequibilidade a curto ou a médio prazo, nem que o direito das mulheres ,objeto da nova lei, seja ratificado pelas agências operadoras da justiça, pois as instituições de fato importam
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Assédio sexual: uma questão pública ou privada? estudo da aplicabilidade e efetividade da Lei 10.224/2001 na Região Metropolitana do RecifeMESQUITA, Núbia Carla de Azevedo January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / A presente dissertação tem como objeto a identificação dos mecanismos instituídos nas agências formais inseridas na região Metropolitana do Recife, as quais diretamente lidam com denúncias de Assédio Sexual, a saber: a Delegacia da Mulher, o Ministério Público , o Juizado Especial Criminal e a Delegacia Regional do Trabalho, todos estudados no período de agosto de 2001 a agosto de 2003. Trata-se de uma pesquisa empírico-descritiva de metodologia qualitativa. As correntes feministas , Liberal, Marxista , Socialista e Radical bem como a Teoria da Escolha Racional e o Neoinstitucionalismo Histórico são as correntes teóricas utilizadas nesta análise. O principal pressuposto é que a exeqüibilidade da lei do Assédio Sexual está diretamente relacionada com a escolha racional dos atores, arrimada nas instituições (formal ou informalmente) constituídas em cada agência. No caso da Delegacia da Mulher, conclui-se que o Assédio Sexual é invisibilizado pelas instituições particularistas e subjetivas, pois os payoffs (benefícios) não são recompensadores se tais denúncias fossem dirimidas. No caso do Ministério Público e do Juizado Especial Criminal, conclui-se que os atores optam por uma subotimização em suas escolhas racionais para alcançarem um equilíbrio que satisfaça tanto a agência formal quanto a vítima, e finalmente, no caso da Delegacia Regional do Trabalho, a escolha racional dá-se pela resolução dos conflitos, uma vez que as instituições são uniformes, públicas e objetivas. A conclusão é que a mera neocriminalização de uma conduta de natureza discriminatória não garante a sua eficácia e exequibilidade a curto ou a médio prazo, nem que o direito das mulheres ,objeto da nova lei, seja ratificado pelas agências operadoras da justiça, pois as instituições de fato importam
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Preordens regulares e indiferença comportamentalRibeiro, Mauricio Almeida Couri 30 January 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Departamento de Economia, Programa de Pós-Graduação em Economia, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-03-23T13:39:15Z
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2016_MauricioAlmeidaCouriRibeiro.pdf: 350142 bytes, checksum: 404069c0933c27b618902dee3658cc25 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2016-03-24T11:43:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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2016_MauricioAlmeidaCouriRibeiro.pdf: 350142 bytes, checksum: 404069c0933c27b618902dee3658cc25 (MD5) / Nessa dissertação, são discutidos alguns aspectos dos fundamentos teóricos da escolha com preferências incompletas formulados por Eliaz e Ok (2006). Nosso objetivo é clarificar a condição de regularidade para preordens introduzida por esses autores, mostrando que ela não impõe nenhuma restrição se apenas estivermos interessados em racionalizar uma correspondência de escolha. Porém, se estivermos interessado em capturar outros aspectos observáveis do comportamento de escolha de um agente, por exemplo, a noção de c-incomparabilidade de Eliaz e Ok (2006) ou a noção de indiferença comportamental introduzida nesta dissertação, então a única opção é usar uma preordem regular. Argumentamos também que o Axioma Fraco da Não-Inferioridade Revelada (AFNIR) introduzido por Eliaz e Ok (2006) é muito forte se quisermos caracterizar a racionabilidade de uma correspondência de escolha por uma preordem possivelmente incompleta. Finalmente, como já foi mencionado acima, nós introduzimos a noção de indiferença comportamental e argumentamos que ela é mais geral do que a noção de Eliaz e Ok (2006) de c-incomparabilidade, sendo, ao mesmo tempo, complementar a esta dentro do framework dos autores. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / In this thesis, we discuss some aspects of Eliaz and Ok (2006)'s choice theoretical foundations of incomplete preferences. Our aim is to clarify their regularity condition for preorders, showing that, as far as rationalization of a choice correspondence alone is concerned, no further restriction is imposed by requiring the preorder to be regular. However, if one is also interested in capturing other observable aspects of the individual's choice procedure, such as Eliaz and Ok's notion of c-incomparability or the notion of behavioral indifference introduced in this paper, then the only option is to use a regular preorder. We also argue that their Weak Axiom of Revealed Non-inferiority (WARNI) is too strong a property if our aim is to characterize the rationalizability of a choice correspondence by a (possibly incomplete) preorder. Finally, as we have mentioned above, we introduce the notion of behavioral indifference and argue, not only that Eliaz and Ok's notion of c-incomparability (observable incomparability) can be derived from it, but also that it has a wider range of applicability than their notion of observable incomparability.
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O chupa-praça e o aumento de dez reais : um estudo de caso sobre a greve dos policiais militares pernambucanos em julho de 1997Miranda, Ewerton José Braz January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / O presente Estudo de Caso tem por objetivo explicar por que os policiais militares do Estado de Pernambuco - mormente estivessem impedidos constitucionalmente de realizar greves e de serem passíveis de sofrer penas severas, previstas na legislação penal-militar, caso violassem tal preceito legal - deflagraram, no período de 16 a 28 de julho de 1997, um movimento de paralisação, que ficou conhecido como Greve dos Policiais Militares Pernambucanos. Tal fenômeno social, até então improvável, comprometeu severamente a segurança pública e a economia do Estado; penalizou duramente a sociedade pernambucana, gerando um sentimento de descrédito numa instituição até então respeitada; e, em especial, comprometeu seriamente o funcionamento do que se conhece no Brasil como Estado Democrático de Direito. Para realizar este trabalho acadêmico, o autor valeu-se, a priori, de sua experiência pessoal, já que acompanhou ativamente a Greve, em 1997; mas, principalmente, dos resultados de duas pesquisas de campo originais a primeira, com uma amostra representativa (10%) da população (efetivo existente) da Polícia Militar de Pernambuco, no período da Greve, e a segunda, com os Comandantes Gerais das Polícias Militares brasileiras, especialmente dos Estados onde ocorreram manifestações com as mesmas características das de Pernambuco (a exemplo de Minas Gerais, Ceará e Alagoas). O autor,também, recorreu às informações objetivas, resultantes de um conjunto de entrevistas, realizadas com os principais atores sociais locais, envolvidos com a Greve dos Policiais Militares Pernambucanos, em Julho de 1997. Do ponto de vista da Ciência Política, o autor confrontou os resultados empíricos de suas pesquisas aos postulados teóricos de duas das principais vertentes do chamado Neo-Institucionalismo, mais precisamente do Institucionalismo Histórico e do Institucionalismo da Escolha Racional, valendo-se, em particular, dos trabalhos de Elster (1994), Baert (1997) e Hall & Taylor (2003), e de dois dos novos intérpretes dessas teorias políticas, que são Fernandes (2002) e Ratton Júnior e Morais (2003).
O objetivo principal do autor foi estabelecer que circunstâncias realmente sobressaíram para a eclosão daquele fenômeno social (Greve), se as condicionantes históricas e institucionais, com seus conhecidos problemas de ação coletiva, ou se a maximização das escolhas e decisões de alguns bem identificados atores sociais. Como explicação preliminar, tomada no trabalho como hipótese principal, decorrente das análises de toda as pesquisas empíricas, o autor concluiu que foram os atores individuais, relevantes no cenário político pernambucano, à época particularmente o Governador do Estado e o Comandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco que, tendo decidido e agido a partir de escolhas e interesses pessoais, geraram os efeitos e as decisões coletivas, que culminaram com a precipitação do fenômeno social (Greve) e determinaram sua evolução ulterior, radical e atípica. O autor destaca, ainda, que seu trabalho pretende chamar a atenção para a necessidade de se estudar com mais profundidade um tema de tamanha relevância, haja vista a quase inexistência, no país, de textos sobre o assunto. Mesmo tratando-se de um tema bastante peculiar, as discussões sobre o mesmo precisam ocorrer, seja no nível técnico, no âmbito das corporações militares estaduais, seja no ambiente acadêmico, onde é praticamente desconhecido
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Ensaios sobre a expansão da igreja Universal do Reino de Deus no Brasil / Essays on the expansion of Universal Church of the Kingdom of God in BrazilKomatsu, Bruno Kawaoka 14 June 2019 (has links)
O crescimento do pentecostalismo no mundo constitui uma das principais mudanças religiosas do Século XX e a América Latina possui um papel importante nessa expansão. Naquela região, houve uma acelerada redução na proporção de católicos e crescimento dos protestantes nas últimas décadas, com forte participação de igrejas pentecostais. Os pentecostais brasileiros diferem dos católicos em várias dimensões em relação às suas atitudes e visões do mundo, sendo no geral religiosamente mais ativos e mais conservadores em questões sociais como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, meios contraceptivos artificiais, sexo fora do casamento, divórcio e consumo de álcool; eles também são mais propensos a acreditar que os líderes religiosos devem ter influência na política. Nesta tese, contribuímos para o entendimento da expansão pentecostal no Brasil focando em uma das maiores denominações pentecostais, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Examinamos, em dois estudos, o impacto de duas estratégias principais de expansão da IURD, cobrindo um ramo ainda pouco explorado na literatura econômica sobre religião e procurando entender como cada uma delas contribuiu para a expansão dessa igreja desde sua fundação. No primeiro estudo, examinamos os impactos das redes de rádio e televisão ligadas à IURD (a Rede Aleluia e Record TV) sobre suas afiliações, explorando uma variação possivelmente exógena na qualidade do sinal daquelas redes devido aos acidentes geográficos entre as antenas transmissora e as áreas receptoras. Com dados da Anatel e modelos técnicos de densidade de sinal, analisamos os efeitos da cobertura das mídias nas áreas de ponderação do Censo Demográfico de 2010 (IBGE). Nossos resultados de benchmark mostram que a Rede Aleluia tem um impacto de cerca de 13% do número médio de afiliações no interior dos estados (fora das capitais e Regiões Metropolitanas), enquanto a Record TV tem um impacto geral de 26%. Esses efeitos são mais fortes para grupos que são descritos na literatura como mais propensos a frequentar a igreja. A robustez dos resultados é verificada com teste de placebo com uma rede de rádio não religiosa. Encontramos evidências de que a competição entre veículos de mídia pode ter um papel importante nos efeitos da mídia religiosa e da existência de complementaridade entre templos e mídias religiosas em áreas rurais. Além disso, encontramos efeito positivo da Rede Aleluia sobre empreendedorismo, impacto negativo da mídia religiosa sobre a fertilidade, o que é consistente com a posição da IURD sobre o aborto e o uso de métodos contraceptivos, e impacto positivo na proporção de votos para o Partido Republicano Brasileiro, com o qual a IURD possui uma forte ligação. No segundo estudo, estimamos o efeito da presença de templos da IURD sobre as afiliações. Exploramos a diferença no tempo de entrada e nos anos de permanência dos templos nos municípios brasileiros entre 1991 e 2010, com uma especificação de diferenças-em-diferenças e dados do CNPJ (Receita Federal) e dos Censos Demográficos (IBGE). A presença de templos da IURD aumenta os adeptos dessa denominação em 15%, comparando com a média da amostra, e esse efeito é devido ao interior dos estados. Nossos resultados também mostram que leva alguns anos para os templos da IURD começarem a ter impacto positivo depois que entram. Testamos a robustez de nossos resultados usando dados de outra fonte, a Relação Anual de Informações Sociais, e com um teste de falsificação no momento da entrada da IURD no município. / The growth of Pentecostalism in the world is one of the major religious changes of the 20th Century and Latin America plays an important role in this expansion. In that region, there has been an accelerated reduction in the proportion of Catholics and a Protestant growth in the last decades, with strong participation of Pentecostal churches. Brazilian Pentecostals differ from Catholics in various dimensions regarding their attitudes and views of the world, being generally more religiously observant and more conservative on social issues such as abortion, same-sex marriage, artificial contraceptive methods, sex outside marriage, divorce and alcohol consumption; they are also more likely to believe that religious leaders should have influence in politics. In this thesis, we contribute to the understanding of the Pentecostal expansion in Brazil focusing on one of the largest Pentecostal denominations, the Universal Church of the Kingdom of God (UCKG). We have examined the impact of two major strategies of expansion of the UCKG, covering a branch still little explored in the economic literature on religion and trying to understand how each of them contributed to the expansion of this church since its foundation, in two studies. In the first study, we examined the impacts of the radio and television networks linked to UCKG (Aleluia Network and Record TV) on its affiliations, exploring a possibly exogenous variation in the signal quality of those networks due to geographical accidents between the transmitting antennas and the receiving areas. With data from Anatel and technical models of signal density, we analyzed the effects of media coverage on the weighting areas of the 2010 Demographic Census (IBGE). Our benchmark results show that Aleluia Network has an impact of about 13% of the average number of affiliations on the countryside (outside state capitals and Metropolitan Regions), while Record TV has an overall impact of 26%. These effects are stronger for groups who are described in the literature as more likely to attend church. The robustness of the results is verified with placebo test with a non-religious radio network. We find evidence that competition among media vehicles can play a significant role in the effects of religious media and evidence of complementarity between temples and religious media in rural areas. In addition, we find a positive effect of Aleluia Network on entrepreneurship, a negative impact of religious media on fertility, which is consistent with UCKG\'s position on abortion and the use of contraceptive methods, and a positive impact on the vote share of the Brazilian Republican Party, with which UCKG has a strong connection. In the second study, we estimated the effect of the presence of UCKG temples on affiliations. We explored the difference in time of entry and in the years of residence of UCKG temples in Brazilian municipalities between 1991 and 2010, with a specification of differences-in-differences on CNPJ (Federal Revenue Office) and Demographic Censuses (IBGE) data. The presence of temples of UCKG increases the adepts of this denomination by 15%, compared to the average of the sample, and these effects due to the countryside. Our results also show that it takes a few years for the UCKG temples to start having a positive impact after their entry. We tested the robustness of our results using data from another source, the Annual Social Information Report, and with a falsification test at the time of UCKG\'s entry into the municipality.
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Improbidade administrativa no terceiro setor: a legitimidade passiva autônoma dos dirigentes de ONGsCarneiro, Rafael Melo January 2015 (has links)
Submitted by Fernanda Weschenfelder (fernanda.weschenfelder@uniceub.br) on 2018-05-14T19:58:14Z
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Previous issue date: 2015 / O presente trabalho investiga a possibilidade jurídica de um dirigente de ONG ser responsabilizado, sozinho, por um ato de improbidade administrativa, isto é, a viabilidade jurídica da legitimidade passiva autônoma do administrador de uma ONG. Se isso for possível, então é de se esperar que o Direito tenha uma maior eficácia no combate à malversação de recursos pelo Terceiro Setor. Uma investigação doutrinária e legal revela espaço para o debate sobre a possibilidade jurídica ou não da responsabilização autônoma. Para resolver a questão, realizou-se pesquisa empírica em todos os Tribunais do Brasil. A pesquisa identificou poucas decisões judiciais sobre o assunto e os resultados revelam a presença de divergência jurisprudencial, ainda que se possa identificar uma tendência pelo reconhecimento da possibilidade jurídica da responsabilização autônoma.
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O veto presidencial no Brasil : 1946-1964 e 1990-2000Grohmann, Luis Gustavo Mello January 2003 (has links)
Este trabalho analisa o instituto do veto presidencial no Brasil, comparando os períodos de 1946-1964 e 1990-2000. Cria um modelo de jogo do veto para o Brasil, empregando a Teoria da Escolha Racional e a Teoria dos Jogos. Basicamente, o desafio é superar o paradoxo apresentado pela literatura de que o veto não é previsto mas acontece. Examina os efeitos da alteração, entre um período e outro, do quorum de derrubada do veto sobre o confronto Executivo - Legislativo e suas implicações para o presidencialismo de coalizão brasileiro. Os resultados alcançados foram os seguintes: 1) nosso modelo do jogo do veto supera o paradoxo ao admitir a existência dos jogos ocultos que acompanham o veto e o processo legislativo: polarização política, conexão eleitoral, disputa entre poderes; 2) além disso, demonstramos que a prática do apoio mútuo no Legislativo permite a ocorrência do veto e de sua manutenção; 3) o quorum de derrubada do veto, e sua alteração, é importante na formação das coalizões de governo, mais especificamente, das maiorias; 4) variável igualmente importante é a disciplina partidária, que garante a eficácia das maiorias formadas. / This work analyzes the presidential veto in Brazil, comparing the periods of 1946- 1964 and 1990-2000. It creates a model of veto game for Brazil, using the Rational-Choice Theory and the Game Theory. Basically the challenge is to overcome the paradox presented by the literature, that the veto is not foreseen but it happens. We examine the effects of the alteration, between a period and other, of the override veto quorum on the Executive- Legistative confrontation and its implications for the Brazilian coalition presidentialism. The reached results were the following ones: 1) our model of the veto game overcomes the paradox when admits the existence of the nested games that accompany the veto and the legislative process: political polarization, electoral connection, dispute among powers; 2) besides, we demonstrated that the practice of the mutual support in the Legislative allows the veto to occurs and its maintenance; 3) the override veto quorum, and its alteration, is important to the formation of government's coalitions, more specifically, of the majority; 4) variable equally important is the party discipline, that guarantees the effectiveness of the majority.
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