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História natural e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera, Riodinidae) com ênfase na mirmecofiliaKaminski, Lucas Augusto January 2006 (has links)
Neste estudo são descritos e ilustrados pela primeira vez aspectos da biologia e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Os registros obtidos com relação à utilização das plantas hospedeiras (oligofagia em Lauraceae) e formigas atendentes (mirmecofilia com Camponotus Mayr, 1861) são discutidos no contexto da evolução da mirmecofilia em Theope Doubleday, 1847. A ultraestrutura coriônica externa, a quetotaxia primária e ultraestrutura tegumentar externa das larvas e das pupas são descritas e comparadas com as de outras espécies de Riodinidae. As cerdas baloniformes e órgãos mirmecofílicos das larvas são descritos quanto à ultraestrutura tegumentar externa e anatomia interna, através de microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz. A porção glandular das cerdas baloniformes é descrita pela primeira vez. É proposta uma nomenclatura para as diferentes porções apresentada pelos órgãos nectários tentaculares de Riodinidae. As estruturas descritas são discutidas quanto à função na interação com as formigas com base no conhecimento atual. O posicionamento dos órgãos perfurados em forma de cúpula é discutido quanto à sua provável importância na mirmecofília. / In the present study, information is provided for the first time about biology and morphology of the immature stages of Theope thestias Hewitson 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Records concerning host plants (Lauraceae oligophagy) and tending ants (Camponotus Mayr, 1861 myrmecophily) are discussed from the Theope Doubleday, 1847 myrmecophily evolutionary perspective. Chorionic external ultra structure, larval primary chaetotaxy, and tegument external ultra structure of both larva and pupa, are described and compared within Riodinidae. Balloon setae and other ant-organs are internally described, based upon light and scanning electron microscopy. The glandular nature of the balloon setae is documented for the first time. A nomenclature is proposed for characterizing the different sections of riodine’s tentacle nectary organs. Glandular descriptions are discussed from their functional perspective regarding the larva - ant interaction. Position of perforated cupola organs is also discussed in relation to their importance in such an interaction.
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História natural e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera, Riodinidae) com ênfase na mirmecofiliaKaminski, Lucas Augusto January 2006 (has links)
Neste estudo são descritos e ilustrados pela primeira vez aspectos da biologia e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Os registros obtidos com relação à utilização das plantas hospedeiras (oligofagia em Lauraceae) e formigas atendentes (mirmecofilia com Camponotus Mayr, 1861) são discutidos no contexto da evolução da mirmecofilia em Theope Doubleday, 1847. A ultraestrutura coriônica externa, a quetotaxia primária e ultraestrutura tegumentar externa das larvas e das pupas são descritas e comparadas com as de outras espécies de Riodinidae. As cerdas baloniformes e órgãos mirmecofílicos das larvas são descritos quanto à ultraestrutura tegumentar externa e anatomia interna, através de microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz. A porção glandular das cerdas baloniformes é descrita pela primeira vez. É proposta uma nomenclatura para as diferentes porções apresentada pelos órgãos nectários tentaculares de Riodinidae. As estruturas descritas são discutidas quanto à função na interação com as formigas com base no conhecimento atual. O posicionamento dos órgãos perfurados em forma de cúpula é discutido quanto à sua provável importância na mirmecofília. / In the present study, information is provided for the first time about biology and morphology of the immature stages of Theope thestias Hewitson 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Records concerning host plants (Lauraceae oligophagy) and tending ants (Camponotus Mayr, 1861 myrmecophily) are discussed from the Theope Doubleday, 1847 myrmecophily evolutionary perspective. Chorionic external ultra structure, larval primary chaetotaxy, and tegument external ultra structure of both larva and pupa, are described and compared within Riodinidae. Balloon setae and other ant-organs are internally described, based upon light and scanning electron microscopy. The glandular nature of the balloon setae is documented for the first time. A nomenclature is proposed for characterizing the different sections of riodine’s tentacle nectary organs. Glandular descriptions are discussed from their functional perspective regarding the larva - ant interaction. Position of perforated cupola organs is also discussed in relation to their importance in such an interaction.
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História natural e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera, Riodinidae) com ênfase na mirmecofiliaKaminski, Lucas Augusto January 2006 (has links)
Neste estudo são descritos e ilustrados pela primeira vez aspectos da biologia e morfologia dos estágios imaturos de Theope thestias Hewitson, 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Os registros obtidos com relação à utilização das plantas hospedeiras (oligofagia em Lauraceae) e formigas atendentes (mirmecofilia com Camponotus Mayr, 1861) são discutidos no contexto da evolução da mirmecofilia em Theope Doubleday, 1847. A ultraestrutura coriônica externa, a quetotaxia primária e ultraestrutura tegumentar externa das larvas e das pupas são descritas e comparadas com as de outras espécies de Riodinidae. As cerdas baloniformes e órgãos mirmecofílicos das larvas são descritos quanto à ultraestrutura tegumentar externa e anatomia interna, através de microscopia eletrônica de varredura e microscopia de luz. A porção glandular das cerdas baloniformes é descrita pela primeira vez. É proposta uma nomenclatura para as diferentes porções apresentada pelos órgãos nectários tentaculares de Riodinidae. As estruturas descritas são discutidas quanto à função na interação com as formigas com base no conhecimento atual. O posicionamento dos órgãos perfurados em forma de cúpula é discutido quanto à sua provável importância na mirmecofília. / In the present study, information is provided for the first time about biology and morphology of the immature stages of Theope thestias Hewitson 1860 (Lepidoptera: Riodinidae). Records concerning host plants (Lauraceae oligophagy) and tending ants (Camponotus Mayr, 1861 myrmecophily) are discussed from the Theope Doubleday, 1847 myrmecophily evolutionary perspective. Chorionic external ultra structure, larval primary chaetotaxy, and tegument external ultra structure of both larva and pupa, are described and compared within Riodinidae. Balloon setae and other ant-organs are internally described, based upon light and scanning electron microscopy. The glandular nature of the balloon setae is documented for the first time. A nomenclature is proposed for characterizing the different sections of riodine’s tentacle nectary organs. Glandular descriptions are discussed from their functional perspective regarding the larva - ant interaction. Position of perforated cupola organs is also discussed in relation to their importance in such an interaction.
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Morfologia dos estágios imaturos e biologia de três espécies de Chinavia orian (Hemiptera, Pentatomidae) e estudo comparado dos ovos de algumas espécies de pentatomídeos ao microscópio eletrônico de varreduraMatesco, Viviana Cauduro January 2007 (has links)
Apenas uma pequena proporção do número total de espécies descritas para Pentatomidae possui seus ovos ou ninfas conhecidos (cerca de 3,5%). O gênero Chinavia conta com mais de 80 espécies, das quais apenas nove tiveram seus imaturos descritos previamente. O presente trabalho contemplou a descrição e discussão de diversos aspectos da morfologia externa e da biologia dos estágios imaturos de três espécies ainda não estudadas: Chinavia pengue, Chinavia longicorialis e Chinavia musiva. No estágio imaturo, C. pengue compartilha com outras espécies de Chinavia características diagnósticas em nível genérico. A espécie pode ser identificada, no 1o instar, pela coloração laranja-avermelhada da mancha na cabeça e tórax e pelas manchas abdominais brancas. No 2o ao 5o ínstares, uma característica exclusiva de C. pengue é a coloração laranja-avermelhada das manchas do tórax e das placas abdominais laterais. Vagens de feijão mostraram-se um alimento adequado para a criação da espécie em laboratório; a fase imatura dura cerca de 46 dias. A espécie C. longicorialis também compartilha com as demais espécies neotropicais do gênero várias características morfológicas nos estágios de ovo e ninfa. O reconhecimento específico pode ser feito pela presença de manchas alaranjadas na margem lateral dos segmentos torácicos no 1o instar e pela presença de manchas abdominais brancas divididas pelas pseudo-suturas do abdome a partir do 3o instar. Como já observado em outras espécies de Chinavia e outros gêneros de pentatomídeos, ocorrem formas claras e escuras nos ínstares finais (3o ao 5o). Pelas características do estágio ninfal, sugere-se que a espécie seja próxima a C. abnormis e C. herbida. O estágio imaturo dura, em média, 39 dias; vagens de feijão não constituem um alimento adequado para as ninfas dessa espécie. A espécie C. musiva apresenta características morfológicas únicas em todos os estágios do desenvolvimento; infere-se que o padrão de coloração possivelmente críptico possa estar relacionado ao hábitat da espécie em ninhos de pássaros. Os ovos não se enquadram no padrão identificado para as demais espécies de Chinavia. As ninfas, em todos os ínstares, podem ser facilmente reconhecidas pelo padrão de coloração variegado do abdome e pelas aberturas das segunda e terceira glândulas abdominais em tubérculos. O estágio adulto é alcançado em cerca de 52 dias; para o desenvolvimento da espécie, hospedeiras silvestres parecem ter papel essencial no desenvolvimento. Quando investigados em microscopia eletrônica de varredura, os ovos de C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis e C. obstinata confirmaram o padrão já descrito para o gênero; apenas C. musiva apresenta ovos com padrão de esculturação do cório, forma e número de processos aero-micropilares diferentes. O estudo complementar dos ovos de Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima e Thyanta humilis em MEV permitiu identificar caracteres conservados em nível genérico, comparando-se os resultados obtidos com a literatura disponível. Os ovos das espécies de Edessinae compartilham caracteres diagnósticos; as espécies de Pentatominae não apresentam possíveis características compartilhadas em nível de subfamília ou tribo. / Just a small proportion of the total number of described species of Pentatomidae has the eggs or nymphs known (about 3,5%). The genus Chinavia includes more than 80 species, of which only nine have the immatures described. This work describes and discusses several aspects of the external morphology and biology of Chinavia pengue, Chinavia longicorialis and Chinavia musiva immature stages. The immatures of C. pengue share, with other Chinavia species, diagnostic characters at the genus level. The species 1st instar can be identified by the orange-red macula in the head and thorax, and the white abdominal maculae. From 2nd to 5th instars, an exclusive feature of C. pengue is the orange-red maculae in thorax and lateral plates of abdomen. Green bean pods were a suitable food source for the laboratory rearing of this species; the immature stage lasts about 46 days. Eggs and nymphs of C. longicorialis also share morphological characters with other neotropical species of the genus. The species recognition can be made, in the 1st instar, by the orange maculae in the lateral margin of thoracic segments, and from the 3rd instar on, by the white abdominal maculae divided by the pseudosutures. As already observed to other Chinavia species and pentatomid taxa, there are light and dark morphs in the last instars (from 3rd to 5th). The immature stage lasts 39 days on average; green bean pods are an unsuitable food source for the nymphs. Considering nymphal characters, it is suggested that C. longicorialis is related to C. abnormis and C. herbida. On the other hand, C. musiva presents unique morphological features in all life stages; the likely cryptic color pattern is possibly related to the bird nest habitat of this species. The egg do not share the pattern found for other species of Chinavia. The nymphs can be easily recognized by the variegated color pattern of the abdomen, and by the openings of the second and third abdominal glands in tubercles. In this species, the adult stage is reached in about 52 days; wild hosts seem to play a crucial role in nymphal development. When investigated under scanning electron microscopy (SEM), C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis and C. obstinata eggs showed the same pattern described for the genus; only C. musiva presents a different pattern of chorion sculpture and aero-micropylar process number and shape. The complementary study of the eggs of Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima and Thyanta humilis in SEM allowed the identification of conserved characters at the genus level, when compared with those available in the literature. Eggs of the Edessinae share diagnostic characters; shared characters at subfamily or tribe level could not be found for the eggs of the Pentatominae.
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Morfologia dos estágios imaturos e biologia de três espécies de Chinavia orian (Hemiptera, Pentatomidae) e estudo comparado dos ovos de algumas espécies de pentatomídeos ao microscópio eletrônico de varreduraMatesco, Viviana Cauduro January 2007 (has links)
Apenas uma pequena proporção do número total de espécies descritas para Pentatomidae possui seus ovos ou ninfas conhecidos (cerca de 3,5%). O gênero Chinavia conta com mais de 80 espécies, das quais apenas nove tiveram seus imaturos descritos previamente. O presente trabalho contemplou a descrição e discussão de diversos aspectos da morfologia externa e da biologia dos estágios imaturos de três espécies ainda não estudadas: Chinavia pengue, Chinavia longicorialis e Chinavia musiva. No estágio imaturo, C. pengue compartilha com outras espécies de Chinavia características diagnósticas em nível genérico. A espécie pode ser identificada, no 1o instar, pela coloração laranja-avermelhada da mancha na cabeça e tórax e pelas manchas abdominais brancas. No 2o ao 5o ínstares, uma característica exclusiva de C. pengue é a coloração laranja-avermelhada das manchas do tórax e das placas abdominais laterais. Vagens de feijão mostraram-se um alimento adequado para a criação da espécie em laboratório; a fase imatura dura cerca de 46 dias. A espécie C. longicorialis também compartilha com as demais espécies neotropicais do gênero várias características morfológicas nos estágios de ovo e ninfa. O reconhecimento específico pode ser feito pela presença de manchas alaranjadas na margem lateral dos segmentos torácicos no 1o instar e pela presença de manchas abdominais brancas divididas pelas pseudo-suturas do abdome a partir do 3o instar. Como já observado em outras espécies de Chinavia e outros gêneros de pentatomídeos, ocorrem formas claras e escuras nos ínstares finais (3o ao 5o). Pelas características do estágio ninfal, sugere-se que a espécie seja próxima a C. abnormis e C. herbida. O estágio imaturo dura, em média, 39 dias; vagens de feijão não constituem um alimento adequado para as ninfas dessa espécie. A espécie C. musiva apresenta características morfológicas únicas em todos os estágios do desenvolvimento; infere-se que o padrão de coloração possivelmente críptico possa estar relacionado ao hábitat da espécie em ninhos de pássaros. Os ovos não se enquadram no padrão identificado para as demais espécies de Chinavia. As ninfas, em todos os ínstares, podem ser facilmente reconhecidas pelo padrão de coloração variegado do abdome e pelas aberturas das segunda e terceira glândulas abdominais em tubérculos. O estágio adulto é alcançado em cerca de 52 dias; para o desenvolvimento da espécie, hospedeiras silvestres parecem ter papel essencial no desenvolvimento. Quando investigados em microscopia eletrônica de varredura, os ovos de C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis e C. obstinata confirmaram o padrão já descrito para o gênero; apenas C. musiva apresenta ovos com padrão de esculturação do cório, forma e número de processos aero-micropilares diferentes. O estudo complementar dos ovos de Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima e Thyanta humilis em MEV permitiu identificar caracteres conservados em nível genérico, comparando-se os resultados obtidos com a literatura disponível. Os ovos das espécies de Edessinae compartilham caracteres diagnósticos; as espécies de Pentatominae não apresentam possíveis características compartilhadas em nível de subfamília ou tribo. / Just a small proportion of the total number of described species of Pentatomidae has the eggs or nymphs known (about 3,5%). The genus Chinavia includes more than 80 species, of which only nine have the immatures described. This work describes and discusses several aspects of the external morphology and biology of Chinavia pengue, Chinavia longicorialis and Chinavia musiva immature stages. The immatures of C. pengue share, with other Chinavia species, diagnostic characters at the genus level. The species 1st instar can be identified by the orange-red macula in the head and thorax, and the white abdominal maculae. From 2nd to 5th instars, an exclusive feature of C. pengue is the orange-red maculae in thorax and lateral plates of abdomen. Green bean pods were a suitable food source for the laboratory rearing of this species; the immature stage lasts about 46 days. Eggs and nymphs of C. longicorialis also share morphological characters with other neotropical species of the genus. The species recognition can be made, in the 1st instar, by the orange maculae in the lateral margin of thoracic segments, and from the 3rd instar on, by the white abdominal maculae divided by the pseudosutures. As already observed to other Chinavia species and pentatomid taxa, there are light and dark morphs in the last instars (from 3rd to 5th). The immature stage lasts 39 days on average; green bean pods are an unsuitable food source for the nymphs. Considering nymphal characters, it is suggested that C. longicorialis is related to C. abnormis and C. herbida. On the other hand, C. musiva presents unique morphological features in all life stages; the likely cryptic color pattern is possibly related to the bird nest habitat of this species. The egg do not share the pattern found for other species of Chinavia. The nymphs can be easily recognized by the variegated color pattern of the abdomen, and by the openings of the second and third abdominal glands in tubercles. In this species, the adult stage is reached in about 52 days; wild hosts seem to play a crucial role in nymphal development. When investigated under scanning electron microscopy (SEM), C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis and C. obstinata eggs showed the same pattern described for the genus; only C. musiva presents a different pattern of chorion sculpture and aero-micropylar process number and shape. The complementary study of the eggs of Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima and Thyanta humilis in SEM allowed the identification of conserved characters at the genus level, when compared with those available in the literature. Eggs of the Edessinae share diagnostic characters; shared characters at subfamily or tribe level could not be found for the eggs of the Pentatominae.
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Morfologia dos estágios imaturos e biologia de três espécies de Chinavia orian (Hemiptera, Pentatomidae) e estudo comparado dos ovos de algumas espécies de pentatomídeos ao microscópio eletrônico de varreduraMatesco, Viviana Cauduro January 2007 (has links)
Apenas uma pequena proporção do número total de espécies descritas para Pentatomidae possui seus ovos ou ninfas conhecidos (cerca de 3,5%). O gênero Chinavia conta com mais de 80 espécies, das quais apenas nove tiveram seus imaturos descritos previamente. O presente trabalho contemplou a descrição e discussão de diversos aspectos da morfologia externa e da biologia dos estágios imaturos de três espécies ainda não estudadas: Chinavia pengue, Chinavia longicorialis e Chinavia musiva. No estágio imaturo, C. pengue compartilha com outras espécies de Chinavia características diagnósticas em nível genérico. A espécie pode ser identificada, no 1o instar, pela coloração laranja-avermelhada da mancha na cabeça e tórax e pelas manchas abdominais brancas. No 2o ao 5o ínstares, uma característica exclusiva de C. pengue é a coloração laranja-avermelhada das manchas do tórax e das placas abdominais laterais. Vagens de feijão mostraram-se um alimento adequado para a criação da espécie em laboratório; a fase imatura dura cerca de 46 dias. A espécie C. longicorialis também compartilha com as demais espécies neotropicais do gênero várias características morfológicas nos estágios de ovo e ninfa. O reconhecimento específico pode ser feito pela presença de manchas alaranjadas na margem lateral dos segmentos torácicos no 1o instar e pela presença de manchas abdominais brancas divididas pelas pseudo-suturas do abdome a partir do 3o instar. Como já observado em outras espécies de Chinavia e outros gêneros de pentatomídeos, ocorrem formas claras e escuras nos ínstares finais (3o ao 5o). Pelas características do estágio ninfal, sugere-se que a espécie seja próxima a C. abnormis e C. herbida. O estágio imaturo dura, em média, 39 dias; vagens de feijão não constituem um alimento adequado para as ninfas dessa espécie. A espécie C. musiva apresenta características morfológicas únicas em todos os estágios do desenvolvimento; infere-se que o padrão de coloração possivelmente críptico possa estar relacionado ao hábitat da espécie em ninhos de pássaros. Os ovos não se enquadram no padrão identificado para as demais espécies de Chinavia. As ninfas, em todos os ínstares, podem ser facilmente reconhecidas pelo padrão de coloração variegado do abdome e pelas aberturas das segunda e terceira glândulas abdominais em tubérculos. O estágio adulto é alcançado em cerca de 52 dias; para o desenvolvimento da espécie, hospedeiras silvestres parecem ter papel essencial no desenvolvimento. Quando investigados em microscopia eletrônica de varredura, os ovos de C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis e C. obstinata confirmaram o padrão já descrito para o gênero; apenas C. musiva apresenta ovos com padrão de esculturação do cório, forma e número de processos aero-micropilares diferentes. O estudo complementar dos ovos de Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima e Thyanta humilis em MEV permitiu identificar caracteres conservados em nível genérico, comparando-se os resultados obtidos com a literatura disponível. Os ovos das espécies de Edessinae compartilham caracteres diagnósticos; as espécies de Pentatominae não apresentam possíveis características compartilhadas em nível de subfamília ou tribo. / Just a small proportion of the total number of described species of Pentatomidae has the eggs or nymphs known (about 3,5%). The genus Chinavia includes more than 80 species, of which only nine have the immatures described. This work describes and discusses several aspects of the external morphology and biology of Chinavia pengue, Chinavia longicorialis and Chinavia musiva immature stages. The immatures of C. pengue share, with other Chinavia species, diagnostic characters at the genus level. The species 1st instar can be identified by the orange-red macula in the head and thorax, and the white abdominal maculae. From 2nd to 5th instars, an exclusive feature of C. pengue is the orange-red maculae in thorax and lateral plates of abdomen. Green bean pods were a suitable food source for the laboratory rearing of this species; the immature stage lasts about 46 days. Eggs and nymphs of C. longicorialis also share morphological characters with other neotropical species of the genus. The species recognition can be made, in the 1st instar, by the orange maculae in the lateral margin of thoracic segments, and from the 3rd instar on, by the white abdominal maculae divided by the pseudosutures. As already observed to other Chinavia species and pentatomid taxa, there are light and dark morphs in the last instars (from 3rd to 5th). The immature stage lasts 39 days on average; green bean pods are an unsuitable food source for the nymphs. Considering nymphal characters, it is suggested that C. longicorialis is related to C. abnormis and C. herbida. On the other hand, C. musiva presents unique morphological features in all life stages; the likely cryptic color pattern is possibly related to the bird nest habitat of this species. The egg do not share the pattern found for other species of Chinavia. The nymphs can be easily recognized by the variegated color pattern of the abdomen, and by the openings of the second and third abdominal glands in tubercles. In this species, the adult stage is reached in about 52 days; wild hosts seem to play a crucial role in nymphal development. When investigated under scanning electron microscopy (SEM), C. pengue, C. longicorialis, C. erythrocnemis and C. obstinata eggs showed the same pattern described for the genus; only C. musiva presents a different pattern of chorion sculpture and aero-micropylar process number and shape. The complementary study of the eggs of Edessa meditabunda, Euschistus convergens, E. hansi, E. picticornis, Grazia tincta, Loxa deducta, Odmalea basalis, Pallantia macunaima and Thyanta humilis in SEM allowed the identification of conserved characters at the genus level, when compared with those available in the literature. Eggs of the Edessinae share diagnostic characters; shared characters at subfamily or tribe level could not be found for the eggs of the Pentatominae.
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História natural e performance larval de Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): uma mariposa esmeralda do Cerrado / Natural history and larval performance of the Oospila pallidaria (Schaus, 1897) (Lepidoptera, Geometridae, Geometrinae): a emerald moth of Cerrado.Lopes, Bruno de Sousa 23 May 2016 (has links)
São estimadas 90 mil espécies de insetos para o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, com enorme heterogeneidade de habitats e rica fauna. Dentre esses insetos, os Lepidoptera representam cerca de 10% do total de espécies. Entretanto, estudos sobre seus imaturos (ovo, larva e pupa) ainda são incipientes para o bioma, principalmente sobre as mariposas, cujas histórias naturais de muitas espécies ainda são desconhecidas. A falta desses estudos faz com que sejam ignoradas as interações multitróficas em que esses organismos estão envolvidos e, portanto, inviabiliza futuros estudos relacionados ao seu papel em comunidades e redes ecológicas. Esse é o caso de muitas espécies da família Geometridae, incluindo Oospila pallidaria, que é uma mariposa esmeralda (devido à coloração verde esmeralda das suas asas). Oospila pallidaria é uma espécie herbívora que não possuía até o momento nenhuma informação publicada sobre a sua biologia e fatores que condicionam sua ocorrência, tais como: a fenologia da planta hospedeira, que pode determinar o período de melhores condições para crescimento e reprodução; a qualidade nutricional dos recursos alimentares (e. g. quantidade de água e nitrogênio), que pode determinar quais recursos conferem melhor desenvolvimento/performance a um herbívoro; os inimigos naturais, que podem restringir a ocorrência dos herbívoros e a temperatura e pluviosidade, que podem alterar a qualidade e a distribuição geográfica dos recursos alimentares utilizados pelos herbívoros. Nesse sentido, o objetivo principal deste estudo foi descrever, pela primeira vez, aspectos da biologia e história natural de O. pallidaria (Capítulo 1) e avaliar a sua performance larval, a partir de diferentes dietas (Capítulo 2). Os resultados apresentados no Capítulo 1 mostraram que os ovos de O. pallidaria, verdes e com duração média de sete dias, foram solitários e ovipostos principalmente nos tricomas das folhas maduras. As larvas se alimentaram de folhas maduras predominantemente, mas utilizaram folhas jovens e botões florais oportunisticamente. As larvas tiveram coloração críptica, se camuflaram em meio às folhas de Mimosa setosa (Leguminosae: Mimosoideae), sua única hospedeira, e desenvolveram o comportamento de auto-limpeza. Há cinco ínstares larvais, com coloração que variou de amarelo a verde. As larvas apresentaram também um par de projeções no protórax e linha mediana marrom na região dorsal. O comprimento máximo do corpo das larvas foi de 28 mm. As pupas foram predominantemente verdes, com no máximo 10 mm de comprimento. O desenvolvimento do ovo ao adulto durou cerca de 50 dias ( = 42; S = 6; n = 11). Seu único inimigo natural registrado foi o microhimenóptero Cotesia sp. (Braconidae, Microgastrinae). Fêmeas de O. pallidaria produziram 65 ovos em média (S = 7,07; n = 2). A ocorrência de O. pallidaria foi sazonal e sobreposta ao pico de presença de folhas maduras. Larvas foram negativamente relacionadas à temperatura e pluviosidade, com significância estatística somente para a primeira (r = - 0.5889, P < 0.05). No Capítulo 2, foi mostrado que as folhas maduras de M. setosa foram o único recurso alimentar disponível durante todo o ano. Os botões florais foram o recurso com maior qualidade nutricional (conteúdo relativo de água e nitrogênio total), seguidos por folhas jovens e maduras respectivamente. Entretanto, a sobrevivência de O. pallidaria foi maior com folhas maduras. Os resultados indicam que para o herbívoro especialista O. pallidaria, a fenologia da planta hospedeira é crucial para sua sobrevivência, em especial a presença de folhas maduras de M. setosa. Por outro lado, os botões florais são recursos efêmeros, porém importantes para a sobrevivência das larvas de últimos ínstares no final da estação seca, quando as folhas maduras estão ressecadas e/ou senescentes. / It is estimated 90.000 species of insects for the Cerrado, the second largest Brazilian biome, with great diversity of habitats and rich fauna. Among these insects, Lepidoptera represents about 10% of all species. However, studies on their immature stages (egg, larvae and pupae) are incipient for the biome, mostly on moths, whose natural histories of many species are unknown. The lack of these studies makes the multitrophic interactions in that these organisms are involved ignored and, therefore, prevent future studies related to their role in communities and ecological networks. This is the case of many species of Geometridae, including Oospila pallidaria, which is an emerald moth (due to emerald green color of their wings). Oospila pallidaria is a herbivorous species that had not published any information on their biology and factors that influence their occurrence, such as: the phenology of the host plant, which can determine the time of better conditions for growth and reproduction; the nutritional quality of food resources (e. g. amount of water and nitrogen), which can determine what resources provide better development/performance to a herbivore; natural enemies, that could restrict the occurrence of herbivores and the temperature and rainfall, which can change the quality and geographical distribution of food resources used by herbivores. Accordingly, the aim of this study was to describe, for the first time, aspects of the biology and natural history of O. pallidaria (Chapter 1) and to assess their larval performance from different diets (Chapter 2). The results presented in Chapter 1 showed that eggs of O. pallidaria, green and lasting an average of seven days, were lonely and laid especially in trichomes of mature leaves. The larvae fed on mature leaves predominantly, but used young leaves and flower buds opportunistically. Larvae had cryptic coloration, they camouflaged among the leaves of Mimosa setosa (Leguminosae: Mimosoideae), a single host, and developed the self-cleaning behavior. There are five larval instars, with color ranging from yellow to green. The larvae also had a pair of projections on prothorax and brown midline in the dorsal region. The maximum length of the larvaes body was 28 mm. The pupae were predominantly green, with a maximum of 10 mm in length. The development from egg to adult lasted about 50 days ( = 42, S = 6, n = 11). Their only natural enemy recorded was the microhymenopteran Cotesia sp. (Braconidae, Microgastrinae). Oospila pallidaria females produced 65 eggs on average (S = 7.07; n = 2). The occurrence of O. pallidaria was seasonal and overlapped on the peak presence of mature leaves. Larvae were negatively related to temperature and rainfall, with statistical significance only for the first (r = - 0.5889, P < 0.05). In Chapter 2, it was shown that mature leaves of M. setosa were the only food source available throughout the year. The flower buds were the resource with higher nutritional quality (relative water content and total nitrogen), followed by young and mature leaves respectively. However, the survival of O. pallidaria was greater with mature leaves. The results indicate that for the specialist herbivore O. pallidaria, the host plant phenology is critical for its survival, especially the presence of mature leaves of M. setosa. On the other hand, the flower buds are ephemeral resources, but important for the survival of the last instar larvae in the dry season, when mature leaves are withered and/or senescent.
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Descrição, trajetórias ontogenéticas de Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852)(Hemiptera: Coreidae) e interação com três espécies de passifloraceaeRodrigues, Daniela January 2003 (has links)
Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Concomitantemente, alguns aspectos relativos à interação com suas plantas hospedeiras foram investigados. Para tanto, foi avaliada a performance em três maracujás existentes no estado do Rio Grande do Sul, a partir do seguinte delineamento experimental: criação em Passiflora suberosa Linnaeus (tratamento um), em Passiflora misera Linnaeus (tratamento dois), em Passiflora edulis Sims (tratamento três) e nas três hospedeiras em conjunto (tratamento quatro). Os dois primeiros maracujás são espécies nativas e silvestres, além de serem mais semelhantes em tamanho que o terceiro maracujá, nativo e cultivado, que apresenta maior porte. A performance foi mensurada através do tempo de desenvolvimento e sobrevivência ninfal, e tamanho dos adultos. A preferência alimentar destes coreídeos foi testada em três níveis: 1) em relação às estruturas de P. suberosa (região apical, folha, caule, botão, fruto verde); 2) em relação aos parâmetros espécie e idade dos frutos de P. suberosa e P. misera, uma vez que o fruto foi a estrutura preferida e contém duas fenofases marcadamente distintas e 3) em relação às três espécies de passifloráceas utilizadas no experimento de performance. Os frutos verdes e violáceos de P. suberosa e P. edulis foram também avaliados quimicamente quanto ao pH, teor de água, nitrogênio total, carbono orgânico, fenóis totais e antocianinas. Paralelamente, um trabalho de campo de 09 de janeiro a 22 de março de 2003 (intervalos amostrais de quinze dias) visou a determinar as partes de P. suberosa mais utilizadas para alimentação e outras atividades. Por fim, caracterizou-se a morfologia genérica do aparelho bucal e analisou-se por meio de técnicas histológicas os tecidos da folha de P. suberosa (parênquima, xilema e floema) e as regiões dos frutos (pericarpo e semente) utilizados por ninfas de quinto instar e adultos de ambas as espécies. Os ovos foram idênticos em sua morfologia e ultraestrutura, diferindo apenas na magnitude, sendo maiores aqueles pertencentes a H. clavigera. Proporcionalmente, um número maior de processos micropilares foram encontrados nesta espécie. A exceção do alargamento da tíbia, que tornou-se conspícuo a partir do terceiro instar e do aspecto das ninfas de quinto instar de um modo geral, os ínstares foram também idênticos na morfologia, ultraestrutura e coloração. Porém, as trajetórias de crescimento e os coeficientes alométricos das estruturas mensuradas diferiram significativamente entre as espécies. A forma das tíbias de H. clavigera e A. foliacea marginella não foram diferentes no primeiro, mas sim no segundo instar ninfal. Para ambas as espécies, a performance foi superior em P. suberosa quando comparada com P. misera e P. edulis, apenas não diferindo do tratamento misto. A criação em apenas P. edulis resultou na pior performance para ambos os coreídeos. Não houve efeito do sexo e da espécie de coreídeo nas performances. As ninfas de primeiro instar de ambos os sugadores utilizaram mais a região apical. H. clavigera utilizou preferencialmente os frutos nos demais ínstares e no estágio adulto, o que apenas ocorreu em A. foliacea marginella do quarto instar em diante. Os frutos verdes foram selecionados por ambos os coreídeos quando em comparação com os violáceos, tanto em P. suberosa quanto em P. misera. Contudo, estes não foram selecionados segundo o atributo espécie. Os fenóis totais diminuíram à medida em que o fruto amadurece, ocorrendo o contrário com as antocianinas. O teor de água foi também maior nos frutos verdes. Quando comparados com P. suberosa, os frutos de P. misera de ambas as idades apresentaram maior teor de carbono orgânico, ocorrendo o contrário em relação ao nitrogênio total. H. clavigera não demonstrou preferência por nenhuma passiflorácea, e A. foliacea marginella utilizou mais P. misera e P. suberosa em detrimento de P. edulis. Em campo, os frutos verdes e as folhas maduras de P. suberosa foram os substratos mais utilizados para alimentação e descanso, respectivamente, independente da constante abundância de todas as estruturas. O rostro não apresentou diferenças morfológicas entre espécies e idades. Os imaturos e os adultos de ambas as espécies utilizaram o xilema na quase totalidade dos casos, raramente fazendo uso do floema. Registrou-se um uso de todas as partes do fruto, incluindo as sementes para ambos os coreídeos e estágios. Diante o exposto, o panorama atual aponta para uma grande semelhança morfológica e ecológica entre H. clavigera e A. foliacea marginella, que são provavelmente espécies simpátricas. A extrema semelhança dos estágios imaturos, adicionada ao semelhante padrão de uso de suas hospedeiras aponta para uma alta coexistência devido à parcimônia nas fases imaturas após a especiação, convergência evolutiva ou mimetismo Mülleriano.
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Descrição, trajetórias ontogenéticas de Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852)(Hemiptera: Coreidae) e interação com três espécies de passifloraceaeRodrigues, Daniela January 2003 (has links)
Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Concomitantemente, alguns aspectos relativos à interação com suas plantas hospedeiras foram investigados. Para tanto, foi avaliada a performance em três maracujás existentes no estado do Rio Grande do Sul, a partir do seguinte delineamento experimental: criação em Passiflora suberosa Linnaeus (tratamento um), em Passiflora misera Linnaeus (tratamento dois), em Passiflora edulis Sims (tratamento três) e nas três hospedeiras em conjunto (tratamento quatro). Os dois primeiros maracujás são espécies nativas e silvestres, além de serem mais semelhantes em tamanho que o terceiro maracujá, nativo e cultivado, que apresenta maior porte. A performance foi mensurada através do tempo de desenvolvimento e sobrevivência ninfal, e tamanho dos adultos. A preferência alimentar destes coreídeos foi testada em três níveis: 1) em relação às estruturas de P. suberosa (região apical, folha, caule, botão, fruto verde); 2) em relação aos parâmetros espécie e idade dos frutos de P. suberosa e P. misera, uma vez que o fruto foi a estrutura preferida e contém duas fenofases marcadamente distintas e 3) em relação às três espécies de passifloráceas utilizadas no experimento de performance. Os frutos verdes e violáceos de P. suberosa e P. edulis foram também avaliados quimicamente quanto ao pH, teor de água, nitrogênio total, carbono orgânico, fenóis totais e antocianinas. Paralelamente, um trabalho de campo de 09 de janeiro a 22 de março de 2003 (intervalos amostrais de quinze dias) visou a determinar as partes de P. suberosa mais utilizadas para alimentação e outras atividades. Por fim, caracterizou-se a morfologia genérica do aparelho bucal e analisou-se por meio de técnicas histológicas os tecidos da folha de P. suberosa (parênquima, xilema e floema) e as regiões dos frutos (pericarpo e semente) utilizados por ninfas de quinto instar e adultos de ambas as espécies. Os ovos foram idênticos em sua morfologia e ultraestrutura, diferindo apenas na magnitude, sendo maiores aqueles pertencentes a H. clavigera. Proporcionalmente, um número maior de processos micropilares foram encontrados nesta espécie. A exceção do alargamento da tíbia, que tornou-se conspícuo a partir do terceiro instar e do aspecto das ninfas de quinto instar de um modo geral, os ínstares foram também idênticos na morfologia, ultraestrutura e coloração. Porém, as trajetórias de crescimento e os coeficientes alométricos das estruturas mensuradas diferiram significativamente entre as espécies. A forma das tíbias de H. clavigera e A. foliacea marginella não foram diferentes no primeiro, mas sim no segundo instar ninfal. Para ambas as espécies, a performance foi superior em P. suberosa quando comparada com P. misera e P. edulis, apenas não diferindo do tratamento misto. A criação em apenas P. edulis resultou na pior performance para ambos os coreídeos. Não houve efeito do sexo e da espécie de coreídeo nas performances. As ninfas de primeiro instar de ambos os sugadores utilizaram mais a região apical. H. clavigera utilizou preferencialmente os frutos nos demais ínstares e no estágio adulto, o que apenas ocorreu em A. foliacea marginella do quarto instar em diante. Os frutos verdes foram selecionados por ambos os coreídeos quando em comparação com os violáceos, tanto em P. suberosa quanto em P. misera. Contudo, estes não foram selecionados segundo o atributo espécie. Os fenóis totais diminuíram à medida em que o fruto amadurece, ocorrendo o contrário com as antocianinas. O teor de água foi também maior nos frutos verdes. Quando comparados com P. suberosa, os frutos de P. misera de ambas as idades apresentaram maior teor de carbono orgânico, ocorrendo o contrário em relação ao nitrogênio total. H. clavigera não demonstrou preferência por nenhuma passiflorácea, e A. foliacea marginella utilizou mais P. misera e P. suberosa em detrimento de P. edulis. Em campo, os frutos verdes e as folhas maduras de P. suberosa foram os substratos mais utilizados para alimentação e descanso, respectivamente, independente da constante abundância de todas as estruturas. O rostro não apresentou diferenças morfológicas entre espécies e idades. Os imaturos e os adultos de ambas as espécies utilizaram o xilema na quase totalidade dos casos, raramente fazendo uso do floema. Registrou-se um uso de todas as partes do fruto, incluindo as sementes para ambos os coreídeos e estágios. Diante o exposto, o panorama atual aponta para uma grande semelhança morfológica e ecológica entre H. clavigera e A. foliacea marginella, que são provavelmente espécies simpátricas. A extrema semelhança dos estágios imaturos, adicionada ao semelhante padrão de uso de suas hospedeiras aponta para uma alta coexistência devido à parcimônia nas fases imaturas após a especiação, convergência evolutiva ou mimetismo Mülleriano.
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Descrição, trajetórias ontogenéticas de Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852)(Hemiptera: Coreidae) e interação com três espécies de passifloraceaeRodrigues, Daniela January 2003 (has links)
Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Holymenia clavigera (Herbst, 1784) e Anisoscelis foliacea marginella (Dallas, 1852) são hemípteros pouco estudados que ocorrem no sul do Brasil, sendo pertencentes a tribo Anisoscelidini (Coreidae). Observações preliminares indicam uma alta coexistência no uso de suas plantas hospedeiras (passifloráceas), bem como uma total semelhança morfológica dos ovos e ninfas. Este estudo objetivou descrever a morfologia genérica dos imaturos destes sugadores, bem como suas trajetórias de crescimento, uma vez que a única diferença aparente entre as espécies é uma crescente dilatação da tíbia do terceiro par de pernas de A. foliacea marginella. Por não apresentarem as formas das tíbias distintas visualmente nos primeiro e segundo ínstares, foi feita a morfometria geométrica destas. Concomitantemente, alguns aspectos relativos à interação com suas plantas hospedeiras foram investigados. Para tanto, foi avaliada a performance em três maracujás existentes no estado do Rio Grande do Sul, a partir do seguinte delineamento experimental: criação em Passiflora suberosa Linnaeus (tratamento um), em Passiflora misera Linnaeus (tratamento dois), em Passiflora edulis Sims (tratamento três) e nas três hospedeiras em conjunto (tratamento quatro). Os dois primeiros maracujás são espécies nativas e silvestres, além de serem mais semelhantes em tamanho que o terceiro maracujá, nativo e cultivado, que apresenta maior porte. A performance foi mensurada através do tempo de desenvolvimento e sobrevivência ninfal, e tamanho dos adultos. A preferência alimentar destes coreídeos foi testada em três níveis: 1) em relação às estruturas de P. suberosa (região apical, folha, caule, botão, fruto verde); 2) em relação aos parâmetros espécie e idade dos frutos de P. suberosa e P. misera, uma vez que o fruto foi a estrutura preferida e contém duas fenofases marcadamente distintas e 3) em relação às três espécies de passifloráceas utilizadas no experimento de performance. Os frutos verdes e violáceos de P. suberosa e P. edulis foram também avaliados quimicamente quanto ao pH, teor de água, nitrogênio total, carbono orgânico, fenóis totais e antocianinas. Paralelamente, um trabalho de campo de 09 de janeiro a 22 de março de 2003 (intervalos amostrais de quinze dias) visou a determinar as partes de P. suberosa mais utilizadas para alimentação e outras atividades. Por fim, caracterizou-se a morfologia genérica do aparelho bucal e analisou-se por meio de técnicas histológicas os tecidos da folha de P. suberosa (parênquima, xilema e floema) e as regiões dos frutos (pericarpo e semente) utilizados por ninfas de quinto instar e adultos de ambas as espécies. Os ovos foram idênticos em sua morfologia e ultraestrutura, diferindo apenas na magnitude, sendo maiores aqueles pertencentes a H. clavigera. Proporcionalmente, um número maior de processos micropilares foram encontrados nesta espécie. A exceção do alargamento da tíbia, que tornou-se conspícuo a partir do terceiro instar e do aspecto das ninfas de quinto instar de um modo geral, os ínstares foram também idênticos na morfologia, ultraestrutura e coloração. Porém, as trajetórias de crescimento e os coeficientes alométricos das estruturas mensuradas diferiram significativamente entre as espécies. A forma das tíbias de H. clavigera e A. foliacea marginella não foram diferentes no primeiro, mas sim no segundo instar ninfal. Para ambas as espécies, a performance foi superior em P. suberosa quando comparada com P. misera e P. edulis, apenas não diferindo do tratamento misto. A criação em apenas P. edulis resultou na pior performance para ambos os coreídeos. Não houve efeito do sexo e da espécie de coreídeo nas performances. As ninfas de primeiro instar de ambos os sugadores utilizaram mais a região apical. H. clavigera utilizou preferencialmente os frutos nos demais ínstares e no estágio adulto, o que apenas ocorreu em A. foliacea marginella do quarto instar em diante. Os frutos verdes foram selecionados por ambos os coreídeos quando em comparação com os violáceos, tanto em P. suberosa quanto em P. misera. Contudo, estes não foram selecionados segundo o atributo espécie. Os fenóis totais diminuíram à medida em que o fruto amadurece, ocorrendo o contrário com as antocianinas. O teor de água foi também maior nos frutos verdes. Quando comparados com P. suberosa, os frutos de P. misera de ambas as idades apresentaram maior teor de carbono orgânico, ocorrendo o contrário em relação ao nitrogênio total. H. clavigera não demonstrou preferência por nenhuma passiflorácea, e A. foliacea marginella utilizou mais P. misera e P. suberosa em detrimento de P. edulis. Em campo, os frutos verdes e as folhas maduras de P. suberosa foram os substratos mais utilizados para alimentação e descanso, respectivamente, independente da constante abundância de todas as estruturas. O rostro não apresentou diferenças morfológicas entre espécies e idades. Os imaturos e os adultos de ambas as espécies utilizaram o xilema na quase totalidade dos casos, raramente fazendo uso do floema. Registrou-se um uso de todas as partes do fruto, incluindo as sementes para ambos os coreídeos e estágios. Diante o exposto, o panorama atual aponta para uma grande semelhança morfológica e ecológica entre H. clavigera e A. foliacea marginella, que são provavelmente espécies simpátricas. A extrema semelhança dos estágios imaturos, adicionada ao semelhante padrão de uso de suas hospedeiras aponta para uma alta coexistência devido à parcimônia nas fases imaturas após a especiação, convergência evolutiva ou mimetismo Mülleriano.
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