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Futebol em tradução: Narrativas impressas como tradução do acontecimento futebolístico e imaginação do estilo em comunidades locais e nacionais / Soccer in translation: printed narratives as translation of the soccer event and style of the imagination in local and national communities

Schwartz, Christian Luiz Melim 31 October 2014 (has links)
Esta tese investiga o estilo no futebol como fenômeno de significação, argumentando que o comentário ao jogo funciona como tradução do que se vê em campo. Entendemos que os estilos, em geral associados a nações, só existem pelo olhar subjetivo coletivo dos observadores (comentaristas e aficionados, mas também, por reverberação, da parcela não torcedora de uma comunidade), os quais traduzem o estilo a cada partida, a cada acontecimento futebolístico na história. Essas práticas discursivas, por sua vez, se concretizam no que chamamos narrativas do estilo produto da tradução do que Dominique Maingueneau classifica como o discurso primeiro do futebol no discurso segundo dos observadores, acumulado sistematicamente na língua literária que, segundo Benedict Anderson, reúne comunidades imaginadas nacionais em torno de jornais (mas este trabalho considera a hipótese de que outras mídias também sirvam como esse ponto de encontro) e romances, ou seja, no chão comum das narrativas impressas. Dois estudos de caso ilustram nossa argumentação teórica, ambos baseados na análise de textos de jornais: a partir de relatos sobre turnês de clubes britânicos a Buenos Aires nos anos 1920, investigamos a construção do que Richard Giulianotti conceitua como uma oposição sintática entre as comunidades nacionais de Inglaterra e Argentina; num segundo momento, buscamos as variações semânticas, ainda nos termos de Giulianotti, envolvendo comunidades locais/regionais em sua relação com a nação em foco, o Arsenal de Londres e, novamente, a comunidade imaginada inglesa. O futebol, concluímos, só ganha sentido pleno numa sequência narrativa midiática e enraizada historicamente. As narrativas do estilo constroem um enredo comum espécie de folhetim permanente e amálgama das identidades comunitárias. Por essa tendência à folhetinização, tanto na forma (simbiose com o veículo, a mídia) quanto no conteúdo (o acontecimento como matéria-prima fundamental), o futebol, sugerimos por fim, está para a cultura dos modernos esportes de competição como o romance também derivado do folhetim para a cultura literária, ambos como linguagens traduzíveis em narrativas e estilos / This thesis investigates the style in football as a signifying phenomenon, arguing that the language of the game translates into the commentary on what is seen on the pitch. We consider that the styles, generally associated with nations, only exist by the observers collective and subjective interpretations. These observers (commentators and fans, but also the non-fan part of a community) translate the style by the event match by match in football history. These discursive practices, in turn, take the form of what we call narratives of style, in a process that Dominique Maingueneau ranks as a translation of the primary discourse of football into the secondary discourse of the observers, systematically accumulated in the literary language which, according to Benedict Anderson, brings together national imagined communities around newspapers (but this thesis considers the hypothesis that other media might also play the same role) and novels, i.e., the common ground of printed narratives. Two case studies illustrate our theoretical arguments, both based on the analysis of press reports: firstly, from the tours British clubs took in Buenos Aires in the 1920s, investigating the construction of what Richard Giulianotti sees as a syntactic opposition between the national communities of England and Argentina; subsequently, we seek the semantic variations, still in Giulianottis terms, involving local/regional communities in their relationship with the nation and focusing on the Arsenal, from North London, and again the English imagined community. Football, we conclude, only reaches its full meaning as historically rooted media narratives. The narratives of style form this serialized and permanently renewed story that amalgamates community identities. Footballs form (in symbiosis with the media) and content (the event as a basic source of storytelling), we would like to argue at last, suggests that the game works for the culture of modern competitive sports as the novel also originally derived from serialized stories published in newspapers does for the literary culture at large, both of them languages translatable into narratives and styles
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Futebol em tradução: Narrativas impressas como tradução do acontecimento futebolístico e imaginação do estilo em comunidades locais e nacionais / Soccer in translation: printed narratives as translation of the soccer event and style of the imagination in local and national communities

Christian Luiz Melim Schwartz 31 October 2014 (has links)
Esta tese investiga o estilo no futebol como fenômeno de significação, argumentando que o comentário ao jogo funciona como tradução do que se vê em campo. Entendemos que os estilos, em geral associados a nações, só existem pelo olhar subjetivo coletivo dos observadores (comentaristas e aficionados, mas também, por reverberação, da parcela não torcedora de uma comunidade), os quais traduzem o estilo a cada partida, a cada acontecimento futebolístico na história. Essas práticas discursivas, por sua vez, se concretizam no que chamamos narrativas do estilo produto da tradução do que Dominique Maingueneau classifica como o discurso primeiro do futebol no discurso segundo dos observadores, acumulado sistematicamente na língua literária que, segundo Benedict Anderson, reúne comunidades imaginadas nacionais em torno de jornais (mas este trabalho considera a hipótese de que outras mídias também sirvam como esse ponto de encontro) e romances, ou seja, no chão comum das narrativas impressas. Dois estudos de caso ilustram nossa argumentação teórica, ambos baseados na análise de textos de jornais: a partir de relatos sobre turnês de clubes britânicos a Buenos Aires nos anos 1920, investigamos a construção do que Richard Giulianotti conceitua como uma oposição sintática entre as comunidades nacionais de Inglaterra e Argentina; num segundo momento, buscamos as variações semânticas, ainda nos termos de Giulianotti, envolvendo comunidades locais/regionais em sua relação com a nação em foco, o Arsenal de Londres e, novamente, a comunidade imaginada inglesa. O futebol, concluímos, só ganha sentido pleno numa sequência narrativa midiática e enraizada historicamente. As narrativas do estilo constroem um enredo comum espécie de folhetim permanente e amálgama das identidades comunitárias. Por essa tendência à folhetinização, tanto na forma (simbiose com o veículo, a mídia) quanto no conteúdo (o acontecimento como matéria-prima fundamental), o futebol, sugerimos por fim, está para a cultura dos modernos esportes de competição como o romance também derivado do folhetim para a cultura literária, ambos como linguagens traduzíveis em narrativas e estilos / This thesis investigates the style in football as a signifying phenomenon, arguing that the language of the game translates into the commentary on what is seen on the pitch. We consider that the styles, generally associated with nations, only exist by the observers collective and subjective interpretations. These observers (commentators and fans, but also the non-fan part of a community) translate the style by the event match by match in football history. These discursive practices, in turn, take the form of what we call narratives of style, in a process that Dominique Maingueneau ranks as a translation of the primary discourse of football into the secondary discourse of the observers, systematically accumulated in the literary language which, according to Benedict Anderson, brings together national imagined communities around newspapers (but this thesis considers the hypothesis that other media might also play the same role) and novels, i.e., the common ground of printed narratives. Two case studies illustrate our theoretical arguments, both based on the analysis of press reports: firstly, from the tours British clubs took in Buenos Aires in the 1920s, investigating the construction of what Richard Giulianotti sees as a syntactic opposition between the national communities of England and Argentina; subsequently, we seek the semantic variations, still in Giulianottis terms, involving local/regional communities in their relationship with the nation and focusing on the Arsenal, from North London, and again the English imagined community. Football, we conclude, only reaches its full meaning as historically rooted media narratives. The narratives of style form this serialized and permanently renewed story that amalgamates community identities. Footballs form (in symbiosis with the media) and content (the event as a basic source of storytelling), we would like to argue at last, suggests that the game works for the culture of modern competitive sports as the novel also originally derived from serialized stories published in newspapers does for the literary culture at large, both of them languages translatable into narratives and styles

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