FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / A tese investiga a produÃÃo de sentidos da sexualidade de adolescentes masculinos com experiÃncia de rua em situaÃÃo de abrigo. A partir da produÃÃo de crianÃas e adolescentes pobres no Brasil em que historicamente a relaÃÃo em governÃ-las passa inicialmente pelo poder pastoral chegando ao biopoder na contemporaneide. Fundamenta-se na perspectiva foucaultiana em que as relaÃÃes de poderâsaber sÃo construÃdas fundamentalmente atravÃs das produÃÃes histÃricas e polÃticas do homem. Neste sentido, a sexualidade à considerada como um dispositivo histÃrico de poder na sociedade ocidental. Desta forma, dada à sua plasticidade, a sexualidade à utilizada como estratÃgia de aÃÃo da biopolÃtica com o objetivo disciplinar de controle social da populaÃÃo. A partir dos diversos discursos, prÃticas e saberes normalizadores existentes nas ciÃncias humanas o foco destes discursos nÃo se encontra na proibiÃÃo mas na maneira como a sexualidade deve ser regulada, controlada e normatizada. Investigamos os processos de subjetivaÃÃo dos adolescentes a partir da sua forma de ser, pensar, sentir e das suas vivÃncias, passando pela experiÃncia de rua e situaÃÃo de permanÃncia no abrigo. Na construÃÃo da pesquisa utilizamos tÃcnicas, recursos e instrumentos que nos possibilitaram coletar os dados tais como, a observaÃÃo, diÃrio de campo, roteiro de vista, entrevista semi-estruturada e tambÃm a produÃÃo de colagem e desenho a partir da interpretaÃÃo dos adolescentes. O exercÃcio da sexualidade foi demarcado a partir da iniciaÃÃo sexual deles. Constatamos atravÃs dos discursos deste grupo que hà um feixe de aprendizagens que atravessam os saberes e as prÃticas sexuais relativos à sexualidade destes adolescentes, destacamos fundamentalmente a prÃtica discursiva do abrigo atravÃs do modelo anÃtomo-biolÃgico em que produz valor de verdade, apontando comportamentos, atitudes, na relaÃÃo poder-saber da sexualidade associando-a à prevenÃÃo de doenÃas (DSTâS e AIDS) e risco de gravidez. No entanto, os adolescentes apresentam os sentidos produzidos acerca da sexualidade para a ordem do prazer, da satisfaÃÃo imediata, do tesÃo, de sensaÃÃes agradÃveis e boas. Dessa forma, escapam do discurso institucional atravÃs do afeto, da emoÃÃo que constituem os processos de formaÃÃo de sua subjetividade.