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Efeitos de uma capacitação sobre envolvimento familiar para estagiários em fisioterapia neuropediátrica

Gennaro, Lisandrea Rodrigues Menegasso 21 August 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:30:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 4641.pdf: 6125227 bytes, checksum: 970bd26736f86edaf687753b76fe7c03 (MD5) Previous issue date: 2012-08-21 / The research literature indicates that the relationship between physiotherapists and family caregivers of children with neurological disorders has a significant impact on the efficacy of the children s treatment. However, the fragmentation of knowledge and the tendency to over-specialize can result in the preparation of professionals who understand organic pathology and treatment techniques, but who lack skills to deal with the interpersonal and educational issues that underlie their relationship with the children s family caregivers. In addition, very few researchers have published studies analyzing the effectiveness of strategies that physiotherapists could be used to increase the involvement of family caregivers. As such, the objectives of the current research program were to: a) identify physiotherapy practicum students conceptions about (Study1) and abilities (Study 2) to involve a child s family member in the treatment process, and b) evaluate an intervention program that was designed to increase the students abilities to involve family caregivers in this process (Study 3). The research program was conducted with physiotherapy practicum students from a high-caliber course, who were working in a university clinic. Study 1 was conducted with 10 students, using semi-structured interviews. The students recognized the importance of including a family member in the treatment of children, but they perceived their preparation to deal with this family member as being insufficient. In Study 2, seven students were filmed when they were in the presence of the caregivers, over the course of four weeks. In 34 of the 73 film segments (46.5%), the students did not interact with the family caregivers. The students spoke with the caregivers in 26 film segments (33%), primarily to initiate and maintain a conversation (n = 18) or to ask questions (n = 9). Thus, the results of Studies 1 and 2 indicated the need for an intervention program for this population. In Study 3, such a training program was evaluated. The eight-hour program aimed to teach basic skills related to behavior analysis, family-centered practices, and social skills. Participants included 5 practicum students. Each training program session included a pre-test on the concepts that were to be learned, a teaching segment to explain these concepts, interactive tasks, practice exercises and a post-test. Based on a comparison of the results on the pre and post-tests, it was apparent that the students acquired new knowledge during the program. A comparison of film segments recorded at the beginning and the end of the training program indicated that the students increased their use of the following strategies to involve the children s family caregivers: provide feedback, ask for assistance with an exercise, offer praise, converse, and ask questions. In addition, the film segments for the group of students who completed the intervention program (IG), were compared with the film segments from Study 2, using these students as a comparison group (CG). The behavior of both groups in the initial film segments was highly similar, but, one month later, the ability of the IG students to involve the caregivers was greater than that of the CG students. Thus, the results indicate that the intervention was effective. As such, it would be important to continue applying this intervention so as to evaluate the effects for a larger number of participants, and to conduct a follow-up study to verify the permanency of the behaviors that are acquired. In conclusion, this research program constitutes an example of an interdisciplinary approach to the training of physiotherapists, aligned with the philosophy of a universal health system, aiming for a holistic approach and excellence in caring for children with neurological disorders and for their families. / A literatura aponta que o vinculo entre o fisioterapeuta e cuidadores familiares de crianças com transtornos neurológicos afeta a eficácia da terapia infantil. No entanto, a fragmentação do conhecimento e a tendência de formar profissionais especializados podem levar ao preparo de profissionais para lidar com os aspectos orgânicos da patologia e as técnicas de tratamento, mas pouco capacitados para abordar as demandas interpessoais e educativas que sustentam sua relação com os cuidadores familiares das crianças. Além disso, poucos pesquisadores publicaram estudos analisando a eficácia de estratégias que fisioterapeutas poderiam usar para aumentar o envolvimento de cuidadores familiares. Portanto, esse programa de pesquisa teve como objetivos: a) identificar concepções (Estudo 1) e repertório (Estudo 2) de estagiários de fisioterapia para envolver o familiar que acompanha a criança no processo terapêutico e b) avaliar um programa de capacitação desenvolvido para ampliar o repertório dos estagiários para envolver cuidadores familiares neste processo (Estudo 3). O programa de pesquisa ocorreu em uma clínica universitária, junto a estagiários de um curso de fisioterapia de alta qualidade. No Estudo 1, participaram 10 alunos, que responderam a entrevistas semi-estruturadas. Observou-se que os alunos reconheceram a importância de incluir um familiar no tratamento de crianças, mas que perceberam seu preparo para lidar com este familiar como sendo insuficiente. No Estudo 2, filmou-se o comportamento de sete alunos quando estavam na presença dos cuidadores, durante quatro semanas, em situação natural de atendimento. Em 34 das 73 cenas filmadas (46,5%), os estagiários não interagiram com os cuidadores. Os estagiários conversaram com os cuidadores em 26 cenas (33%), com predominância de comportamentos envolvendo iniciar e manter conversação (n=18) e fazer perguntas (n=9). Assim, os resultados dos Estudos 1 e 2 indicaram necessidade de capacitação dessa população. No Estudo 3, então, avaliou-se uma capacitação com este propósito. O programa, com oito horas de duração, visou ensinar habilidades básicas ligadas à análise do comportamento, práticas centradas na família e habilidades sociais. Participaram da capacitação 5 estagiários. Cada sessão incluiu um pré-teste sobre os conceitos a serem trabalhados, uma apresentação dos conceitos principais, vivências, exercícios de fixação e um pós-teste. Comparando a pontuação nos pré e pós-testes, observou-se que os alunos adquiriram conhecimentos novos durante a intervenção. A comparação de filmagens gravadas no início e no final da capacitação indicou que os estagiários ampliaram seu uso das seguintes estratégias para aumentar o envolvimento dos cuidadores familiares: emitir feedback, pedir ajuda com um exercício, elogiar, conversar e fazer perguntas. Além disso, comparou-se as cenas filmadas com o grupo de alunos que participaram da intervenção (GI) com as filmagens do Estudo 2, usando este grupo de alunos como um Grupo de Comparação (GC). Encontrou-se similaridade nos comportamentos dos alunos de ambos os grupos nas filmagens iniciais, mas, um mês depois, as habilidades dos estagiários do GI para envolver os cuidadores foi superior em relação aos do GC. Dessa maneira, os resultados apontam para a eficácia da capacitação. Sendo assim, seria importante continuar administrando o programa de capacitação para avaliá-lo junto a um número maior de participantes, além de conduzir estudos de follow-up para averiguar a estabilidade dos comportamentos adquiridos. Conclui-se que este programa de pesquisa oferece um exemplo da abordagem interdisciplinar na formação de fisioterapeutas, alinhada à filosofia do Sistema Único de Saúde, visando a integralidade e excelência do cuidado de crianças com transtornos neurológicos e de suas famílias.

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