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Florestan Fernandes em questão : um estudo sobre as interpretações de sua sociologiaValença de Azevedo Costa, Diogo January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCAVO DA BAHIA / O presente trabalho realiza um balanço dos estudos acerca da Sociologia de
Florestan Fernandes, agrupando-os em duas grandes vertentes interpretativas: a
institucionalista e a político-radical. Os critérios utilizados para tal distinção giraram
em torno de um dilema central presente em toda produção científico-acadêmica de
Florestan, o da dupla referência de seu pensamento à Sociologia, como uma ciência
social autônoma e especializada, e ao marxismo, como parte integrante do movimento
político de crítica à ordem capitalista. Verificou-se que cada uma das duas matrizes de
interpretação, a institucionalista e a político-radical, compreendem a relação entre
sociologia e marxismo na obra do intelectual paulista de maneiras distintas e
divergentes entre si, implicando formas também distintas e divergentes de entender a
concepção de Florestan Fernandes sobre as vinculações entre teoria e prática no saber
produzido pelas ciências sociais e a própria base social, política e ideológica a partir da
qual se operou a síntese de seu pensamento teórico. Os objetivos do presente trabalho
concentraram-se na reunião de elementos argumentativos, mediante a análise crítica
dos intérpretes da obra de Florestan, capazes de imprimir fundamentação teórica à
posição conforme a qual sua Sociologia só poderá ser compreendida quando
referenciada a uma Weltanschauung radical-popular e socialista
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A produção sociologica de Florestan Fernandes e a problematica educacional : uma leitura (1941-1964)Mazza, Débora, 1963- 16 December 1997 (has links)
Orientador: Niuvenius Junqueira Paoli / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-23T05:39:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1997 / Resumo: Este trabalho tomou como objeto de análise a obra sociológica de Florestan Fernandes produzida no período de 1941 a 1964, respeitando-se sua data de produção e não de publicação. Procurei, mediante uma análise cronológica e temática do material levantado, apreender os impulsos que o levaram a envolver-se com a problemática educacional brasileira, uma constante nos seus mais diferentes trabalhos. Considerei a obra de Florestan Fernandes como uma materialidade que se inscreveu num contexto específico. O intuito foi o de apanhar a sua obra no contexto das condições de produção acadêmica que a engendraram, compreendê-Ia como parte da produção cultural de uma época. Como recurso de análise, organizei o material em dois grandes períodos: o período de sua formação acadêmica, que abrangeu os anos de 1941 a 1953, e o período de seu trabalho como Livre-Docente na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, entre os anos de 1954 e 1964. O corte de 64 foi definido em função de mudanças de temáticas e dos referenciais teóricos de base que orientaram os seus trabalhos posteriores a esta data. Como metodologia de trabalho. realizei a descrição, análise e busca de interpretação dos textos selecionados, tentando identificar fios condutores que perfilaram as preocupações do autor. Sugeri que, em razão do referencial teórico de base e do estilo dos trabalhos desenvolvidos, seria possível dividi-los em dois grandes períodos e apontar categorias explicativas peculiares. A Educação atravessou os trabalhos realizados pelo autor nas décadas entre 40 e 60, passando por metamorfoses e assumindo diferentes conotações sociais. A visão de educação veio repleta da explicação sociológica, manifestando-se nos métodos de coleta de dados, nos referenciais teóricos acessados pela análise e na construção de categorias sociológicas que dessem conta da compreensão do dilema educacional brasileiro. Tentei deixar claramente posto que a educação não foi preocupação ocasional ou gratuita na obra de Florestan Fernandes: ela foi prioritária no campo da pesquisa sociológica e esteve presente nos diferentes trabalhos que recobriram as décadas analisadas. / Abstract: Not informed. / Doutorado / Doutor em Sociologia
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Capitalismo dependente e (contra) revolução burguesa no Brasil : um estudo sobre a obra de Florestan FernandesPaiva, Carlos Aguedo Nagel 19 December 1991 (has links)
Orientador: Fernando Antonio Novais / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia / Made available in DSpace on 2018-07-14T01:40:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1991 / Resumo: Não informado / Abstract: Not informed. / Mestrado / Mestre em Economia
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Entre a academia e o partido: a obra de Florestan Fernandes (1969/1983) / The balance between political and academic performance: the Florestan Fernandes´work (1969/1983)Lidiane Soares Rodrigues 13 December 2006 (has links)
Este trabalho consiste na investigação da proposta de intelectual elaborada por Florestan Fernandes, entre os anos de 1969 e 1983 - que marcam, respectivamente, sua aposentadoria compulsória e uma adesão ao diálogo periódico com o grande público, através de sua coluna na grande imprensa escrita. No período, esteve desvinculado tanto da instituição universitária quanto da partidária. Parcela considerável da obra então produzida nasce sob o signo da auto-reflexão - são balanços de sua trajetória intelectual, da Sociologia e dos impasses da formação das ciências sociais no Brasil - e da liberação da coerção discursiva que os campos institucionais promovem. O exame desse conjunto de textos aborda a problemática que é centro gravitacional dos críticos do sociólogo: o equacionamento de sua atuação acadêmica e política / This work consists on the study of the intellectual proposition developed by Florestan Fernandes from 1969 to 1983, which respectively seal his compulsory retirement and is adherence to a periodical dialogue with the public throughout his collum on written press. During this time, he had been out of the universitary institution and the Party aswell. An important parcel of his work ever since produced borns under the sign of a self reflection - it consists on balances about his own intelectual path, Sociology and the difficulties concerning the social sciences formation in Brazil - and the discursive coercion liberation which the institutional fields promote. The examination of this group of texts broaches the set of problems which is the sociologist\'s main subject studied by his reviewers: the balance between his political and academic performance
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Florestan Fernandes: a autocracia burguesa como estrutura histórica e a institucionalização da contra-revolução no BrasilChagas, Rodrigo Pereira 03 March 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-03-03 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The object of this study is to examine, within the framework of the ideology upheld by the Sociologist Florestan Fernandes (1920-1995), his understanding of the process commonly known as transition or political opening in Brazil (1974-1988) where he participated as a privileged agent, setting forth a highly elaborated analysis of Brazilian social structures and functioning as an organic intellectual dos de baixo in activities such as: professor, publicist and deputy.
Within this framework, we visualize an intense and promising activity but often leading to deep disappointment that discourage the institutionalization of the military dictatorship (counter-revolution) in Brazil and the preservation of archaic structures through conservative modernization , combined with the systematic repression and refrain from popular participation in the nation s destiny .
This study emphasizes two aspects that reflect Florestan Fernandes´ ideas: it examines some structural theoretical concepts, particularly, his conception of bourgeois autocracy on the one hand; and introduces his theoretical-practical facet that corresponds with the dynamic history of the struggle of classes / Nossa pesquisa buscou resgatar, através do ideário do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), sua compreensão sobre o processo comumente denominado transição ou abertura democrática no Brasil (1974-1988) ¬ processo que participou como agente privilegiado, partindo de uma análise altamente elaborada sobre as estruturas sociais brasileiras e atuando diretamente como intelectual orgânico dos de baixo em atividades como: professor, publicista e deputado federal.
No conjunto deste ideário, visualizamos uma atividade intensa e esperançosa, mas de grandes desilusões; que amargam a institucionalização da ditadura militar (contra-revolução) no Brasil e a manutenção de estruturas arcaicas através de modernizações conservadoras , conjugadas à repressão e afastamento sistemáticos da participação popular no destino da Nação .
O trabalho dá destaque a dois momentos que compõem o ideário florestaniano: por um lado, resgata alguns aspectos teóricos estruturais, principalmente, sua concepção de autocracia burguesa; e, por outro, apresenta sua face teórico-prática, que corresponde à história dinâmica da luta de classes
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A dinâmica das classes sociais no pensamento de Florestan Fernandes / La dinamica de las classes sociales en el pensamiento de Florestan FernandesPinto Júnior, Luiz Alexandre Barbosa [UNESP] 04 March 2016 (has links)
Submitted by LUIZ ALEXANDRE BARBOSA PINTO JÚNIOR null (labpjr@gmail.com) on 2016-04-05T18:29:23Z
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A Dinâmica das Classes Sociais no Pensamento de Florestan Fernandes - Luiz Alexandre B. Pinto Jr..pdf: 1506888 bytes, checksum: f480d5eca995cd5622cdbfc7603c71c6 (MD5) / Approved for entry into archive by Juliano Benedito Ferreira (julianoferreira@reitoria.unesp.br) on 2016-04-07T20:10:24Z (GMT) No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016-03-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O objeto central desta pesquisa é o pensamento de Florestan Fernandes, especificamente a análise do uso que o autor faz do conceito de classes sociais na sua produção teórica acerca do capitalismo dependente no Brasil. Como o recorte temporal da obra não nos permitiria um tratamento adequado do objeto em questão, optamos por extrair de seus principais textos as referências acerca da construção do conceito. A partir disso, conseguimos consolidar a hipótese de que o conceito de classes sociais no pensamento de Florestan Fernandes é determinado por uma base teórica centrada simultaneamente nas teorias sociais de Max Weber e Karl Marx, ao longo de toda a sua obra. Defenderemos que a inflexão ocorrida no seu ideário teórico posteriormente à década de 1970, apesar de tornar predominantes os referenciais marxistas, ainda assim estabelece linhas de continuidade ecléticas com a produção anterior, o que se reflete no tratamento dado pelo autor ao conceito de classes sociais e nas suas análises acerca da luta de classes no Brasil. / The main object of this research is the thought of Florestan Fernandes, specifically the analysis of what was the use of the concept of social classes defined by the author along his theoretical production about dependent capitalism in Brazil. As the time frame of the work would not allow us a proper treatment of the object in question, we chose to extract from his main production the references concerning his theoretical construction of the concept. From this, we were able to consolidate the hypothesis that the social concept of social classes within Florestan Fernandes' thought is determined by a theoretical base centered simultaneously in the social theories of Max Weber and Karl Marx, throughout his entire work. We will argue that the inflection occurred in his theoretical ideas after the 1970s, even though makes the marxist referencial become predominant, still stablishes eclectic lines of continuity with his previous production, which is reflected in the treatment given by the author to the concept of social classes and his analysis about the class struggle in Brazil.
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Democracia e política na obra de Florestan Fernandes : o momento de interpretação do Brasil (1960-1975)Mazucato, Thiago Pereira da Silva 04 March 2016 (has links)
Submitted by Regina Correa (rehecorrea@gmail.com) on 2016-09-21T20:43:55Z
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Previous issue date: 2016-03-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / This work aimed to analyze the theoretical and conceptual shifts in a group of books of Florestan Fernandes published in the period 1960-1975 we consider to be their works of interpretation of Brazil: Social Changes in Brazil (1960), The Sociology in an Age of Social Revolution (1962), Class Society and Underdevelopment (1968), Dependent Capitalism and Social Classes in Latin America (1973) and The Burgeois Revolution in Brazil (1975). The general question that guided the research was to investigate how the issue of democracy appears in this Works, crossing their reflections on topics such as dependency, underdevelopment and planning, all issues related to the sphere of Policy, and was adopted the methodological perspective of linguistic contextualism (Reinhart Koselleck, Quentin Skinner, John Pocock) to analyze the
theoretical and conceptual shifts of Florestan Fernandes in these works. / Este trabalho teve como objetivo analisar os deslocamentos teóricos e conceituais num conjunto obras de Florestan Fernandes publicadas no período de 1960 a 1975 que consideramos como sendo suas obras de interpretação do Brasil: Mudanças
Sociais no Brasil (1960), A Sociologia Numa Era de Revolução Social (1962),
Sociedade de Classes e Subdesenvolvimento (1968), Capitalismo Dependente e Classes
Sociais na América Latina (1973) e A Revolução Burguesa no Brasil (1975). A questão geral que orientou a pesquisa consistiu em averiguar a maneira como a temática da democracia aparece nestas obras, atravessando as suas reflexões sobre temas como a dependência, o subdesenvolvimento, e o planejamento, todos temas relacionados com a esfera da Política, e foi adotada a perspectiva metodológica do contextualismo
linguístico (Reinhart Koselleck, Quentin Skinner, John Pocock) para analisar os
deslocamentos teóricos e conceituais de Florestan nas referidas obras.
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Florestan Fernandes e o lugar da USP na história da sociologia no BrasilGuedes, André Teles 27 June 2007 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2007. / Submitted by Larissa Ferreira dos Angelos (ferreirangelos@gmail.com) on 2009-12-16T13:36:33Z
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Previous issue date: 2007-06-27 / Esta é uma pesquisa sobre a Sociologia brasileira na década de 1950. Seu eixo de análise é a trajetória de Florestan Fernandes, acadêmico pioneiro, dono de vasta obra e significativa trajetória como construtor institucional na Universidade de São Paulo. O objetivo geral do trabalho é analisar suas reflexões sobre a origem da Sociologia acadêmica no país, confrontando-as com publicações daquela época. Florestan inaugurou uma narrativa que exalta os feitos da Sociologia universitária e, ao mesmo tempo, relega tanto as tradições ensaísticas quanto as pesquisas sociais conduzidas nos demais estados. Tal narrativa, presente em seus escritos de 1958, 1976 e 1978 teve prosseguimento nos estudos de Carlos Guilherme Mota (1998) e Sérgio Miceli (2001) sobre o mesmo tema e é definida aqui como “auto-imagem uspiana”. Quanto aos objetivos específicos, esta investigação busca reconstruir alguns cenários e episódios importantes para o desenvolvimento da Sociologia no Brasil. Ao descrever os debates que presidiram a organização do Projeto Unesco sobre questões raciais no Brasil, entre 1952 e 1959, e as palestras proferidas no 1º Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia, São Paulo, 1954, este trabalho levanta evidências sobre os vários pontos de contato entre Sociologia acadêmica e linhagens de estudos ensaísticos, e sobre a produção de pesquisas sociológicas de alto padrão em estados nos quais a modernização caminhava a passos lentos naquela década. Organizado dessa maneira, o trabalho lança dúvidas sobre as convencionais imagens da ruptura entre os referidos saberes e da exclusividade paulista no período de formação da Sociologia "científica" no País. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The present work is a research paper on the Brazilian Sociology in the 1950s. Its process of analysis follows the trajectory of Florestan Fernandes, scholar, pioneer, owner of a vast academic contribution through his countless works, and a significant contributor in institutionalizing the University of São Paulo. The general goal of this research paper is to analyze his thoughts and reflections on the origin of academic Sociology in Brazil, confronting them with publications of that time period. Florestan is the precursor of a style of narrative which praises the achievements of ‘university’ Sociology and, at the same time, relegates the essaystic writing traditions and social research conducted in other states to a lower position of importance and validity. Such style of narrative, evident in his writings of 1958, 1976 and 1978, inspired and lived on in the works of Carlos Guilherme Mota (1998) and Sérgio Miceli (2001) on one same topic which is here defined as “uspian self-image”. As to the more specific goals of this research, the present investigation seeks to reconstruct some scenarios and episodes which have been important to Sociology in Brazil. In describing the debates which have presided the organization of the UNESCO Project on racial issues in Brazil, between 1952 and 1959, and the lectures delivered in the 1st Seminar of the Brazilian Sociology Community, in São Paulo, 1954, this study gathers evidence on several points through which the academic Sociology establishes a dialogue with the essaystic studies, and on the production of high-standard sociological research in states where modernization was then taking slow and small steps towards its development. Structured in such manner, the present work casts doubt on the conventional images of the rupture between the knowledge traditions mentioned above and the ‘paulista’ exclusiveness in the formation period of “scientific” sociology in the country.
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A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan FernandesPortela Júnior, Aristeu 31 January 2013 (has links)
Submitted by Paula Quirino (paula.quirino@ufpe.br) on 2015-03-10T18:23:12Z
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Previous issue date: 2013 / CNPq / Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista.Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista.
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A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan FernandesPortela Júnior, Aristeu 31 January 2013 (has links)
Submitted by Paula Quirino (paula.quirino@ufpe.br) on 2015-03-10T18:48:36Z
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Previous issue date: 2013 / CNPq / Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista.
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