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O ensino de geografia na infância e as salas multisseriadas das escolas do campo: realidades, tensões e perspectivas no município de Cedro-PE / The teaching of geography in childhood and the multi-series rooms of rural schools: realities, tensions and perspectives in the municipality of Cedro-PECruz, Antonio Tiago Rodrigues da 09 April 2019 (has links)
As Escolas do Campo, em especial aquelas com turmas multisseriadas, sempre foram marginalizadas e desacreditadas, muitas vezes até mesmo pelos seus sujeitos (homens e mulheres que delas se utilizam). As políticas públicas, por inúmeros fatores, quase nunca eram elaboradas na perspectiva de melhoria dessa realidade, tornando essas escolas instituições cada vez mais precárias, onde a educação pública de qualidade e de direito de todos, proposta pela nossa Lei de Diretrizes e Bases (LDB-1996), não se efetivava nesses espaços. Os movimentos sociais dos homens e mulheres do campo, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cansados do descaso, vem travando uma luta constante, para que a Educação do Campo passe a ser vista como um direito e não como favor, tornando-a significativa e, dessa forma, quebrando paradigmas históricos, dando a ela sua verdadeira visibilidade. Em conformidade com os estudos acerca da Educação do Campo, a finalidade deste trabalho é compreender como o ensino de Geografia nos anos iniciais realizado nas salas multisseriadas das escolas do campo do município de Cedro, no semiárido Pernambuco, tem se desenvolvido e qual sua contribuição para a formação crítica/cidadã dos sujeitos que vivem e trabalham no campo. Para isso, são objetivos dessa pesquisa: entender como os conhecimentos geográficos são discutidos nos anos iniciais em salas multisseriadas, bem como, analisar de que maneira esses estão sendo ou podem ser articulados aos princípios da Educação do Campo. A preparação de um trabalho como esse exige uma sequência de etapas essenciais, onde se pode destacar: levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo, levantamento de dados estatísticos, integralização dos dados e elaboração de um trabalho final. A princípio, além da participação nos cursos ofertados pelo Mestrado, realizamos os levantamentos e leituras bibliográficas que deram fundamentação teórica à pesquisa, dentre os quais, destacamos: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina e Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013), Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva e Oloiola (2013), entre outros. Também em outras fontes, tais como: websites do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), e INCRA/SIDRA (Instituto Nacional de Colonização e Reformo Agrária/Sistema IBGE de Recuperação Automática). Posteriormente, fomos a campo, reunir as primeiras informações empíricas para, em seguida, discutí-las à luz da teoria estudada. Diante o vivido e experienciado, ao longo de nossa jornada, tanto na condição de professor, como na de pesquisador, durante a realização da pesquisa nesses últimos três anos, inferimos que o trabalho nas salas multisseriadas é repleto de possibilidades e, ao contrário do que se pressupõe sobre elas, são espaços de muito aprendizado. Também observamos que o ensino de Geografia nos anos iniciai, precisa ser pautado na perspectiva de realizar a leitura da palavra por meio da leitura do mundo, pois esse é o desafio para pensar um aprendizado da alfabetização que seja significativo. A Geografia na infância, deve considerar as crianças, suas vivências, suas brincadeiras. / Field Schools, especially those with multisite groups, have always been marginalized and discredited, often even by their subjects (men and women who use them). Since public policies, by many factors, almost never happened in the perspective of improving this reality, making these schools, institutions increasingly precarious, where public education of quality and the right of all, proposed by our Law of Guidelines and Bases (LDB-1996), was not effective in these spaces. The social movements of rural men and women, especially the Movement of the Landless Rural Workers (MST), tired of neglect, have been fighting a constant struggle, so that Field Education can be seen as a right and not as a favor. Making it the same significant and thus breaking with historical paradigms, giving it its true visibility. In accordance with the studies about Field Education, the purpose of this work is to understand how the teaching of Geography in the early years in the multi-series rooms of the rural schools of the municipality of Cedro, in the semi-arid Pernambuco, has developed to contribute in the critical formation / citizen of the subjects who live and work in the field. For this, they are objects of this research: to understand how the geographic knowledge is discussed in the early years in multi-series rooms, as well as to understand how these are being or can be articulated to the principles of Field Education. The preparation of a work like this requires a sequence of essential steps, such as: bibliographical surveys, fieldwork, statistical data collection, data collection and preparation of a final paper. At first, besides the participation in the courses offered by the Master, we carry out the surveys and bibliographical readings that are giving theoretical foundation to the research. Among them, we highlight: Arroyo (2004, 2007), Caldart (2004, 2009, 2012), Callai (2001), Camacho (2008, 2011), Molina and Freitas (2011), Oliveira (2009, 2011, 2013) Oliveira (2001), Pires (2012), Santos (2002), Vicentini (2008), Zuchini, Silva and O\'loiola (2013), among others. And also in other sources, such as: IBGE websites (Brazilian Institute of Geography and Statistics), IPA (Agronomic Institute of Pernambuco), and INCRA / SIDRA (National Institute of Colonization and Agrarian Reform / IBGE Automatic Recovery System). Subsequently, we went to the field, to gather the first empirical information, and then to incorporate them to the studied theory. In the face of what we experienced and lived during our journey, both as teacher and researcher, during the last three years, we infer that the work in the multi-series rooms is full of possibilities and, contrary to what if they are presupposed, are spaces of much learning. We also note that the teaching of Geography in the early years needs to be guided by the perspective of reading the word through the reading of the world, as this is the challenge to think of a meaningful literacy learning. Geography in childhood, should consider children, their experiences, their games.
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Constituição dos espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP): uma análise da visibilidade de crianças / Constitution of the official play spaces of the city of Assis (SP): an analysis of the visibility of childrenMeloni, Adaliza [UNESP] 12 January 2018 (has links)
Submitted by ADALIZA MELONI null (adalizameloni@yahoo.com.br) on 2018-02-23T22:50:48Z
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Previous issue date: 2018-01-12 / O presente trabalho compreende a análise da visibilidade de crianças no espaço urbano da cidade de Assis (SP), por meio do estudo das Paisagens de Infância, reconhecidos pelo poder público local. Elencamos como problema central da pesquisa verificar se os espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP) estão em consonância com as expectativas das crianças. Desta maneira, definimos como objetivo geral identificarmos os espaços de brincar oficiais utilizados pelas crianças que residem na cidade de Assis (SP), a fim de compreender os aspectos relacionados à espacialidade exercida por elas. A discussão apresentada envolve a relação que a cidade possui com as crianças ao definir os espaços de brincar. Neste contexto, são problematizadas as orientações do Plano Diretor que norteiam as políticas públicas urbanas implementadas no município e a proposição e manutenção dos espaços de brincar oficiais de Assis (SP), os quais foram analisados pelos sujeitos participantes da pesquisa. O trabalho está fundamentado nos pressupostos da Geografia da Infância, que considera que a criança faz a apropriação do espaço de acordo com seus interesses próprios, havendo o desenvolvimento de variadas infâncias e diferentes formas de uso e ocupação de um mesmo espaço, e da Sociologia da Infância, que considera a criança como sujeito ativo, mas que ainda não possui direito pleno à participação nas decisões referentes ao planejamento urbano. Para nos subsidiar na análise da paisagem, recorremos aos estudos da Geografia que a considera como a unidade do visível, o que conseguimos apreender com os sentidos, sendo que através da análise de sua configuração podemos avaliar a organização de determinada sociedade. A metodologia empregada foi a abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de caso, utilizando como técnicas de coleta de dados: pesquisa bibliográfica, documental (análise do acervo documental - Plano Diretor da cidade) e de campo. Os instrumentos e técnicas da pesquisa de campo se constituíram em: fotografias dos espaços de brincar reconhecidos pelo governo local, observação destes espaços de brincar oficiais para verificar as suas características, entrevistas com as crianças, produção do texto ilustrado e legendado, seleção visual das fotos dos espaços de brincar oficiais pelas crianças com apontamento de aspectos positivos e negativos e confecção do poema dos desejos sobre como gostariam que fossem os espaços de brincar situados fora de casa na cidade de Assis (SP). Para a realização da pesquisa, foi selecionado um total de dez crianças, sendo cinco crianças pertencentes a uma escola localizada em área de exclusão social e as outras cinco pertencentes a uma escola particular. As crianças tinham entre 8 e 11 anos de idade. É importante evidenciar que nas considerações apresentadas no trabalho as crianças foram reconhecidas como sujeitos de direitos, capazes de avaliar os espaços de brincar da cidade onde vivem. Os resultados obtidos apontam que os espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (SP) não foram planejados de acordo com os desejos dos sujeitos da pesquisa, pois os brinquedos não são elementos presentes na maioria das praças e, para as crianças, a presença de brinquedos e de vegetação se constituem em atributos ambientais importantes de um espaço de brincar. As crianças reivindicaram que gostariam que nos espaços de brincar não tivesse lixo, fosse realizada a manutenção dos brinquedos e que um maior número de brinquedos estivesse disponível. Constatamos que as crianças conhecem os espaços de brincar oficiais; no entanto, muitos espaços não são utilizados para o desenvolvimento do brincar, sendo que apenas um espaço foi utilizado por todos os sujeitos da pesquisa. / The present work comprises the analysis of the visibility of children in the urban of the city of Assis (SP), through the study of the Landscapes of Childhood, recognized by the local public power. We have singled out as central problem of the research to verify if the official play spaces of the city of Assis (SP) are in agreement with the children‟s expectations. In this way, we define as general objective to identify the official playing spaces used by the children residing in the city of Assis (SP), in order to understand the aspects related to the spatiality exercised by them. The discussion presented involves the relationship that the city has with children in defined play spaces. In this context, the guidelines of the Master Plan that guide the urban public policies implemented in the city and the proposal and maintenance of the official play spaces of Assis (SP) are analyzed, which were analyzed by the subjects participating in the research. The work is based on the assumptions of the Geography of Childhood that considers that children make the appropriation of the space according to their own interests, having the development of varied childhoods and different forms of using and occupying the same space and the Sociology of Childhood that considers the child as an active subject, but does not have a full right to participate in decisions regarding urban planning yet. In order to support us in the analysis of the landscape, we call upon the studies of Geography that consider it as the unity of the visible, which we can grasp with the senses, once that through the analysis of its configuration we can evaluate the organization of a certain society. The methodology used was the qualitative approach, characterized as a case study, as data collection techniques: bibliographic research, documentary (analysis of the document collection - City Master Plan) and field research. The instruments and techniques of the field research consisted of: photographs of play spaces recognized by the local government, observation of these official playing spaces to verify their characteristics, interviews with children, production of the illustrated and subtitled text, visual selection of photos of official play spaces by children with notes of positive and negative aspects, and the making of the poem of wishes about how they would like the play spaces outside the home in city of Assis (SP) should be. A total of ten children were selected for the research, five of whom were children belonging to a school located in an area of social exclusion and the other five children belonging to a private school. The children were between 8 and 11 years old. It is important to highlight that in the considerations presented in the work the children were recognized as subjects of rights, capable of evaluating the spaces of play of the city that they experience. The results show that the official playing spaces of the city of Assis (SP) were not designed according to the research subjects' desires, since toys are not elements present in most squares and for those children the presence of toys and of vegetation constitute important environmental attributes of a play space. The children claimed that they preferred these spaces to be garbage free, having maintenance of the toys and also more toys available. We found out that children know the official playing spaces, however, many spaces are not used for the development of play, there is only one single space that was used by all the subjects of the research.
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Crianças e criações: espacialidades e tecnologias em movimentoCarvalho, Lorena Julieta de 17 March 2016 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2017-03-20T17:29:07Z
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Previous issue date: 2016-03-17 / A pesquisa discute as vivências espaciais infantis na relação com os objetos da tecnologia da informação, ou seja, busca compreender como as crianças concebem a tecnologia a partir das relações com objetos cada vez mais comuns em suas vidas, como é o caso de celulares, tablets e videogames. A temática se justifica, uma vez que as crianças têm tido experiências jamais vividas pelas gerações anteriores e ainda existem poucos estudos a respeito do tema, em especial, voltados para as crianças. O trabalho apoia-se nos estudo da Geografia da Infância em diálogo com a teoria Histórico-Cultural, reconhecendo nas relações das crianças com o meio, suas autorias e protagonismos infantis. Assumo a perspectiva qualitativa de pesquisa, tendo como metodologia a etnografia. O estudo foi realizado com crianças com idades entre 4 e 6 anos em uma escola no município de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais. A pesquisa acompanhou as crianças em seus contextos escolares, tendo na fala a principal forma de diálogo. Foi nas falas das crianças que analisamos a existência desses objetos em seus cotidianos. Cada novo encontro com o universo dessas crianças me permitiu conhecer suas relações com a tecnologia e com o mundo, visões e interpretações sobre esses objetos em seus cotidianos. / The research brings to the discussion the spatial experiences of children in their relationship to objects of information technology meaning, aims to understand how children conceive the technology from the relations with increasingly common objects in their lives, as is the case with mobile phones, tablets and video games. The theme is justified, because the children have had ever lived experiences of previous generations and yet there are few studies on the subject, in particular, aimed at children. The work builds on the study of Geography of Childhood in dialogue with the cultural-historical theory, recognizing the relationships of children with the environment, their authorship and children's protagonism. I assume the qualitative research perspective, having methodology ethnography. The study was conducted with children aged 4 and 6 years in a school in the city of Juiz de Fora, in Minas Gerais. The study followed the children in their school contexts, and in speech the main form of dialogue. It was in the the words of children who analyzed the existence of these objects in their daily lives. Either new meeting with the universe of these children allowed me to meet its relations with technology and the world, visions and interpretations of these objects in their daily lives.
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Geografia da infância e Bairro-vivência das crianças moradoras do bairro Dom Bosco em Juiz de Fora/MG, na aurora do século XXI / Geography of Childhood and Neighbourhood-Experience of children inhabitants of Dom Bosco\'s suburb in Juiz de Fora-MG, at the dawn of XXI centuryNascimento, Carla Cristiane Nunes 03 February 2017 (has links)
No meio acadêmico internacional, há décadas, discussões vem sendo empreendidas, especialmente pela Sociologia e pela Antropologia, em defesa de uma outra ciência possível, que considere plenamente as crianças como protagonistas e participantes da vida em sua totalidade, e, como desdobramento disso, em suas pesquisas. Mais recentemente, pesquisadores da Geografia vem se colocando nesta arena de vozes, como sujeitos enunciativos da Geografia da Infância, defendendo que as crianças não apenas estão no espaço geográfico ou o ocupam, mas, se apropriam dele, bem como o produzem. Neste ínterim, nos embrenhamos pelas sendas da Geografia da Infância, campo de estudo que está se constituindo no Brasil desde o início do presente século e, ao mesmo tempo, nunca estará constituído, porque processo feito COM as crianças, seres humanos plenos, impassíveis de catalogação. A pesquisa de doutorado que ora apresentamos foi realizada junto com vinte crianças moradoras do Bairro Dom Bosco, em Juiz de Fora - MG. Bairro que, conforme o Plano Diretor do município, é uma Área de Especial Interesse Social (AEIS), apresentando condições precárias de habitabilidade. Contudo, o Dom Bosco tem sido impactado, sensivelmente, pelo que chamamos de reestruturação capitalista do espaço, de modo mais contundente a partir da década de 1990 - com a instalação e ampliação de equipamentos urbanos segregacionistas e o aumento da especulação imobiliária. Em 2008, a população do bairro Dom Bosco viu de muito perto a inauguração do primeiro shopping de padrão luxuoso de Juiz de Fora, o Independência Shopping, bem em frente de suas portas e janelas (aqueles que as tem). O aparente progresso não conferiu ao Dom Bosco sair do rol dos bairros mais empobrecidos da cidade, continuando a ser um bairro de ausências relativas a infra-estruturas mínimas de habitabilidade. E, pelo contrário, a chegada do Shopping removeu a maior área de lazer pública a que a população do bairro Dom Bosco tinha acesso, a Curva do Lacet. Nossa entrada no bairro e os primeiros contatos com as crianças, pouco a pouco, foram nos encaminhando a uma problemática central de pesquisa: O que é o bairro Dom Bosco para as crianças que nele moram? Com seus desenhos, impregnados de suas falas pulsantes de suas vidas, as crianças nos possibilitaram alcançar nosso objetivo pautado em apreender as lógicas utilizadas por elas para delimitar o Dom Bosco delas. As crianças participantes nos mostraram que suas definições de bairro não se alinhavam aos limites político-administrativos do poder público e aos ditames das iniciativas privadas e nos levaram à busca de uma teoria que pudesse dialogar com o que elas nos revelaram. Disso, surgiu nossa aproximação com a teoria histórico-cultural de Lev Semionovitch Vigotski, que, certamente, desvela-se também espacial. Para além do escopo construído a priori, as crianças do bairro Dom Bosco nos apresentaram suas geografias, nos instigaram a pensar num conceito de Bairro- Vivência e, assim, contribuíram para o estado da arte da Geografia da Infância. / In the international academic world, for decades, discussions are being undertaken, especially in Sociology and Anthropology in defense of another possible science, which considers the children as protagonists and participants of life in its entirety, and as a extension that, in their research. More recently, geography researchers has been putting in this arena of voices as enunciative subject of Geography of Childhood, arguing that children are not only in the geographic space or occupy it, but that they also take possession of it, as well as they produce it . Meanwhile, we engage in the paths of Geography of Childhood, field of study that is forming in Brazil since the beginning of this century and at the same time it will never be fully complete because the process is being done WITH the children: full human beings, impassive of cataloging. The doctoral research presented here was conducted with twenty children living in the suburb of Dom Bosco, in Juiz de Fora-MG. According to the urban planning of the city, is a Special Area of Social Interest (AEIS), with precarious living conditions. However, Dom Bosco has been impacted significantly by what we call capitalist restructuring of space, more forcefully from the 1990s - with the installation and expansion of segregationist urban infrastructure and increasing property speculation. In 2008, the population of the Dom Bosco saw very closely the opening of the first luxury pattern shopping mall of Juiz de Fora, \"Independência Shopping\", right in front of your doors and windows (for those who have it). The apparent progress not allowed Dom Bosco leaves the ranks of the poorest neighborhoods of the city, continuing to be a region of absences on minimum infrastructure habitability. Instead, the arrival of the mall removed the largest public recreation area that the Dom Bosco neighborhood population had access, the Lacet curve. Our entry in the neighborhood and the first contacts with children, little by little, were directing us to a central problem of the research: What is the Dom Bosco neighborhood for children who live in it? With their drawings, impregnated with pulsating lines of their lives, the children enabled us to achieve our goal guided to grasp the logic used by them to delimit what Dom Bosco is for them . The participating children showed us that their neighborhood definitions are not aligned to political and administrative boundaries of government and the dictates of private initiatives and led us to search for a theory that could dialogue with what they showed us. Hence, it arose our approach to the historical-cultural theory of Lev Semionovitch Vygotsky, that certainly is revealed also spacial. Beyond the extents built a priori, Dom Bosco\'s neighborhood children presented us their geographies, inspiring us to think of a Neighborhood-Experience concept and thus contributed to the state of the art of Geography of Childhood.
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Geografia da infância e Bairro-vivência das crianças moradoras do bairro Dom Bosco em Juiz de Fora/MG, na aurora do século XXI / Geography of Childhood and Neighbourhood-Experience of children inhabitants of Dom Bosco\'s suburb in Juiz de Fora-MG, at the dawn of XXI centuryCarla Cristiane Nunes Nascimento 03 February 2017 (has links)
No meio acadêmico internacional, há décadas, discussões vem sendo empreendidas, especialmente pela Sociologia e pela Antropologia, em defesa de uma outra ciência possível, que considere plenamente as crianças como protagonistas e participantes da vida em sua totalidade, e, como desdobramento disso, em suas pesquisas. Mais recentemente, pesquisadores da Geografia vem se colocando nesta arena de vozes, como sujeitos enunciativos da Geografia da Infância, defendendo que as crianças não apenas estão no espaço geográfico ou o ocupam, mas, se apropriam dele, bem como o produzem. Neste ínterim, nos embrenhamos pelas sendas da Geografia da Infância, campo de estudo que está se constituindo no Brasil desde o início do presente século e, ao mesmo tempo, nunca estará constituído, porque processo feito COM as crianças, seres humanos plenos, impassíveis de catalogação. A pesquisa de doutorado que ora apresentamos foi realizada junto com vinte crianças moradoras do Bairro Dom Bosco, em Juiz de Fora - MG. Bairro que, conforme o Plano Diretor do município, é uma Área de Especial Interesse Social (AEIS), apresentando condições precárias de habitabilidade. Contudo, o Dom Bosco tem sido impactado, sensivelmente, pelo que chamamos de reestruturação capitalista do espaço, de modo mais contundente a partir da década de 1990 - com a instalação e ampliação de equipamentos urbanos segregacionistas e o aumento da especulação imobiliária. Em 2008, a população do bairro Dom Bosco viu de muito perto a inauguração do primeiro shopping de padrão luxuoso de Juiz de Fora, o Independência Shopping, bem em frente de suas portas e janelas (aqueles que as tem). O aparente progresso não conferiu ao Dom Bosco sair do rol dos bairros mais empobrecidos da cidade, continuando a ser um bairro de ausências relativas a infra-estruturas mínimas de habitabilidade. E, pelo contrário, a chegada do Shopping removeu a maior área de lazer pública a que a população do bairro Dom Bosco tinha acesso, a Curva do Lacet. Nossa entrada no bairro e os primeiros contatos com as crianças, pouco a pouco, foram nos encaminhando a uma problemática central de pesquisa: O que é o bairro Dom Bosco para as crianças que nele moram? Com seus desenhos, impregnados de suas falas pulsantes de suas vidas, as crianças nos possibilitaram alcançar nosso objetivo pautado em apreender as lógicas utilizadas por elas para delimitar o Dom Bosco delas. As crianças participantes nos mostraram que suas definições de bairro não se alinhavam aos limites político-administrativos do poder público e aos ditames das iniciativas privadas e nos levaram à busca de uma teoria que pudesse dialogar com o que elas nos revelaram. Disso, surgiu nossa aproximação com a teoria histórico-cultural de Lev Semionovitch Vigotski, que, certamente, desvela-se também espacial. Para além do escopo construído a priori, as crianças do bairro Dom Bosco nos apresentaram suas geografias, nos instigaram a pensar num conceito de Bairro- Vivência e, assim, contribuíram para o estado da arte da Geografia da Infância. / In the international academic world, for decades, discussions are being undertaken, especially in Sociology and Anthropology in defense of another possible science, which considers the children as protagonists and participants of life in its entirety, and as a extension that, in their research. More recently, geography researchers has been putting in this arena of voices as enunciative subject of Geography of Childhood, arguing that children are not only in the geographic space or occupy it, but that they also take possession of it, as well as they produce it . Meanwhile, we engage in the paths of Geography of Childhood, field of study that is forming in Brazil since the beginning of this century and at the same time it will never be fully complete because the process is being done WITH the children: full human beings, impassive of cataloging. The doctoral research presented here was conducted with twenty children living in the suburb of Dom Bosco, in Juiz de Fora-MG. According to the urban planning of the city, is a Special Area of Social Interest (AEIS), with precarious living conditions. However, Dom Bosco has been impacted significantly by what we call capitalist restructuring of space, more forcefully from the 1990s - with the installation and expansion of segregationist urban infrastructure and increasing property speculation. In 2008, the population of the Dom Bosco saw very closely the opening of the first luxury pattern shopping mall of Juiz de Fora, \"Independência Shopping\", right in front of your doors and windows (for those who have it). The apparent progress not allowed Dom Bosco leaves the ranks of the poorest neighborhoods of the city, continuing to be a region of absences on minimum infrastructure habitability. Instead, the arrival of the mall removed the largest public recreation area that the Dom Bosco neighborhood population had access, the Lacet curve. Our entry in the neighborhood and the first contacts with children, little by little, were directing us to a central problem of the research: What is the Dom Bosco neighborhood for children who live in it? With their drawings, impregnated with pulsating lines of their lives, the children enabled us to achieve our goal guided to grasp the logic used by them to delimit what Dom Bosco is for them . The participating children showed us that their neighborhood definitions are not aligned to political and administrative boundaries of government and the dictates of private initiatives and led us to search for a theory that could dialogue with what they showed us. Hence, it arose our approach to the historical-cultural theory of Lev Semionovitch Vygotsky, that certainly is revealed also spacial. Beyond the extents built a priori, Dom Bosco\'s neighborhood children presented us their geographies, inspiring us to think of a Neighborhood-Experience concept and thus contributed to the state of the art of Geography of Childhood.
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