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Leitura de intenções e a aquisição de linguagem: das implicaturas escalares à sistematização gramatical / Intention-reading and language acquisition: From scalar implicatures to grammatical systemizing

Vieira, Renato Caruso 22 March 2019 (has links)
Implicatura escalar é uma interpretação upper-bound (limite máximo de informatividade) de um termo escalar fraco. E.g. \'alguns\', o termo fraco da escala semântica <todos, alguns>, pode ter interpretação lower-bound/literal (\"pelo menos alguns e talvez todos\") ou upper-bound/pragmática, de implicatura escalar (\"apenas alguns mas não todos\"). Na primeira parte deste trabalho, investigamos, por vias teóricas e experimentais, a capacidade infantil de interpretação de implicaturas escalares, que entendemos, por influência da Teoria da Relevância, como a negação implicada por um termo fraco de uma pergunta explícita ou contextualmente implícita acerca do termo forte. Nossos resultados indicam domínio de implicatura escalar pelas crianças e sensibilidade capaz de flexibilizar a interpretação dos termos fracos de acordo com contextos lower-bound ou upper-bound. Assim, identificamos na já bem desenvolvida capacidade infantil de inferir intenções comunicativas alheias (mindreading) a função cognitiva central para o sucesso de sua interpretação pragmática. Dedicamos a segunda parte do texto a uma mais abrangente exploração do papel da leitura de intenções na aquisição de linguagem, ainda comprometidos com os paradigmas conceituais da Teoria da Relevância. Ultrapassando o escopo da interpretação pragmática, procuramos reunir evidências favoráveis à adoção da capacidade humana de leitura de intenções como a operação cognitiva motivadora e coesiva do processo de amadurecimento linguístico, de modo que, argumentamos, nenhuma teoria que se proponha a explicar a aquisição de linguagem deve negligenciar em seu modelo a esfera sócio-pragmática da comunicação verbal. / Scalar implicatures happen when an upper-bound interpretation (upper limit of informativeness) is given to a weak scalar term. E.g. \'some\' (the weak term of the scale <all, some>) may receive a lower-bound/literal interpretation (\"at least some and perhaps all\") or an upper-bound/pragmatic scalar implicature interpretation (\"only some but not all\"). In the first part of the work, we investigate children\'s capacity of scalar implicature interpretation through theoretical and experimental research. By influence of Relevance Theory, we assume that such interpretation must infer the negation implicated by the weak term of an explicit or contextually implicit question about the strong term. Our results indicate children\'s mastery of scalar implicature and their sensitivity to adaptation of weak term\'s interpretation according to lower-bound or upper-bound contexts. Thus, we see in the well-developed child capacity of reading other\'s communicative intentions (mindreading) the central cognitive function of their successful pragmatic interpretation. The second part is dedicated to a more embracing analysis of mindreading\'s role in language acquisition, still taking Relevance Theory\'s concepts as references. Beyond the scope of pragmatic interpretation, we sought to gather evidences that support the hypothesis of the human capacity of intentions reading as the cognitive operation that motivates language development and provides cohesion to the parts of the process. Being so, we argue that no theory that intends to explain language acquisition should neglect in its model the social-pragmatics level of verbal communication.
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A manifestação das noções de ignorância e de conhecimento no português brasileiro: o caso de algum e (um) certo / The manifestation of notions of ignorance and of knowledge in Brazilian Portuguese: the case of algum (some) and (um) certo (a certain)

Silva, Lidia Lima da 11 September 2012 (has links)
O estudo de diferentes línguas tem permitido observar a existência de pronomes indefinidos e de determinantes indefinidos que podem ser associados ao estado de conhecimento ou desconhecimento do falante, ou de outro agente saliente (como o sujeito da sentença), em relação ao referente do sintagma determinante (constituído pelo pronome ou pelo determinante e um nome). Muitos estudiosos (cf. ABUSCH; ROOTH, 1997; ALONI, 2007; ALONI; VAN ROOIJ, 2007; ALONSO-OVALLE; MENÉNDEZ-BENITO, 2010; BECKER, 1999; CHIERCHIA, 2006; CONDORAVDI, 2008; EBERT; EBERT; HINTERWIMMER, no prelo; FARKAS, 2006; HINTERWIMMER; UMBACH, no prelo; HASPELMATH, 1997; IONIN, 2008; JAYEZ; TOVENA, 2006; KRATZER; SHIMOYAMA, 2002; ZAMPARELLI, 2007; entre outros) têm se dedicado à descrição e à análise desses indefinidos. O objetivo deste trabalho é descrever e explicar, a partir do aparato teórico da Semântica Formal, as contribuições semânticas e pragmáticas que algum e (um) certo e trazem para o significado das sentenças em que aparecem. Defende-se que, no que diz respeito à marcação da identificabilidade do referente, esses indefinidos estão em posições opostas, pois, enquanto algum combinado com nomes contáveis e massivos marca que o falante (ou outro agente saliente) não está em condições de identificar o referente do DP, (um) certo, por sua vez, marca que o falante deve identificar o referente. No entanto, quando combinados com nomes como charme, ambos marcam imprecisão em relação a uma escala grau presente no nome. Este trabalho pretende ser uma contribuição para o entendimento da semântica de determinantes indefinidos no português brasileiro. Ao descrever e analisar o comportamento semântico e pragmático de algum e (um) certo, este texto contribui, de maneira mais abrangente, para o estudo que tem se desenvolvido em várias línguas com o objetivo de construir uma tipologia para os indefinidos associados ao estado epistêmico do falante. / The study of languages has allowed to observe the existence of indefinite pronouns and indefinite determiners that can be associated with the speakers state of acknowledgement or ignorance, or another prominent agents (such as the subject of the sentence) with respect to determining the referent of the phrase (constituted by a pronoun or a determiner and a name). Many scholars (cf. ABUSCH; ROOTH, 1997; ALONI, 2007; ALONI; VAN ROOIJ, 2007; ALONSO-OVALLE; MENÉNDEZ-BENITO, 2010; BECKER, 1999; CHIERCHIA, 2006; CONDORAVDI, 2008; EBERT; EBERT; HINTERWIMMER, no prelo; FARKAS, 2006; HINTERWIMMER; UMBACH, no prelo; HASPELMATH, 1997; IONIN, 2008; JAYEZ; TOVENA, 2006; KRATZER; SHIMOYAMA, 2002; ZAMPARELLI, 2007; among others) have been devoted to the description and analysis of such indefinites. The aim of this paper is to describe and explain, from the theoretical apparatus of Formal Semantics, the semantic as well as pragmatic contributions of algum (some) and (um) certo (a certain) and show those contributions each of them brings to the meaning of sentences in which they appear. It is argued that, regarding the marcation of identifiability of the referent, these indefinites are in opposite positions, because whereas algum (some) combined with countable and mass nouns marks that the speaker (or another prominent agent) is not able to identify the referent of DP, (um) certo, (a certain) marks instead that the speaker is able to identify the referent. Nonetheless, when they are combined with nouns such as charme (charm) both mark the imprecision in relation to a scale present in the noun. This work intends to be a contribution to the understanding of the semantics in indefinite determinants in Brazilian Portuguese. By describing and analyzing the semantic and pragmatic behaviors of algum (some) and (um) certo (a certain), this text contributes, in a broader way, to the studies which have been carried out in several languages with the goal of build a typology for the indefinites associates to the speakers epistemic state.
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A manifestação das noções de ignorância e de conhecimento no português brasileiro: o caso de algum e (um) certo / The manifestation of notions of ignorance and of knowledge in Brazilian Portuguese: the case of algum (some) and (um) certo (a certain)

Lidia Lima da Silva 11 September 2012 (has links)
O estudo de diferentes línguas tem permitido observar a existência de pronomes indefinidos e de determinantes indefinidos que podem ser associados ao estado de conhecimento ou desconhecimento do falante, ou de outro agente saliente (como o sujeito da sentença), em relação ao referente do sintagma determinante (constituído pelo pronome ou pelo determinante e um nome). Muitos estudiosos (cf. ABUSCH; ROOTH, 1997; ALONI, 2007; ALONI; VAN ROOIJ, 2007; ALONSO-OVALLE; MENÉNDEZ-BENITO, 2010; BECKER, 1999; CHIERCHIA, 2006; CONDORAVDI, 2008; EBERT; EBERT; HINTERWIMMER, no prelo; FARKAS, 2006; HINTERWIMMER; UMBACH, no prelo; HASPELMATH, 1997; IONIN, 2008; JAYEZ; TOVENA, 2006; KRATZER; SHIMOYAMA, 2002; ZAMPARELLI, 2007; entre outros) têm se dedicado à descrição e à análise desses indefinidos. O objetivo deste trabalho é descrever e explicar, a partir do aparato teórico da Semântica Formal, as contribuições semânticas e pragmáticas que algum e (um) certo e trazem para o significado das sentenças em que aparecem. Defende-se que, no que diz respeito à marcação da identificabilidade do referente, esses indefinidos estão em posições opostas, pois, enquanto algum combinado com nomes contáveis e massivos marca que o falante (ou outro agente saliente) não está em condições de identificar o referente do DP, (um) certo, por sua vez, marca que o falante deve identificar o referente. No entanto, quando combinados com nomes como charme, ambos marcam imprecisão em relação a uma escala grau presente no nome. Este trabalho pretende ser uma contribuição para o entendimento da semântica de determinantes indefinidos no português brasileiro. Ao descrever e analisar o comportamento semântico e pragmático de algum e (um) certo, este texto contribui, de maneira mais abrangente, para o estudo que tem se desenvolvido em várias línguas com o objetivo de construir uma tipologia para os indefinidos associados ao estado epistêmico do falante. / The study of languages has allowed to observe the existence of indefinite pronouns and indefinite determiners that can be associated with the speakers state of acknowledgement or ignorance, or another prominent agents (such as the subject of the sentence) with respect to determining the referent of the phrase (constituted by a pronoun or a determiner and a name). Many scholars (cf. ABUSCH; ROOTH, 1997; ALONI, 2007; ALONI; VAN ROOIJ, 2007; ALONSO-OVALLE; MENÉNDEZ-BENITO, 2010; BECKER, 1999; CHIERCHIA, 2006; CONDORAVDI, 2008; EBERT; EBERT; HINTERWIMMER, no prelo; FARKAS, 2006; HINTERWIMMER; UMBACH, no prelo; HASPELMATH, 1997; IONIN, 2008; JAYEZ; TOVENA, 2006; KRATZER; SHIMOYAMA, 2002; ZAMPARELLI, 2007; among others) have been devoted to the description and analysis of such indefinites. The aim of this paper is to describe and explain, from the theoretical apparatus of Formal Semantics, the semantic as well as pragmatic contributions of algum (some) and (um) certo (a certain) and show those contributions each of them brings to the meaning of sentences in which they appear. It is argued that, regarding the marcation of identifiability of the referent, these indefinites are in opposite positions, because whereas algum (some) combined with countable and mass nouns marks that the speaker (or another prominent agent) is not able to identify the referent of DP, (um) certo, (a certain) marks instead that the speaker is able to identify the referent. Nonetheless, when they are combined with nouns such as charme (charm) both mark the imprecision in relation to a scale present in the noun. This work intends to be a contribution to the understanding of the semantics in indefinite determinants in Brazilian Portuguese. By describing and analyzing the semantic and pragmatic behaviors of algum (some) and (um) certo (a certain), this text contributes, in a broader way, to the studies which have been carried out in several languages with the goal of build a typology for the indefinites associates to the speakers epistemic state.
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LA COMUNICAZIONE IMPLICITA IN E.I. ZAMJATIN. UNA LETTURA PRAGMATICA DEI RACCONTI DI PIETROGRADO

BERTOLA, VALENTINA 23 March 2015 (has links)
Il presente lavoro offre un’analisi linguistica dell’implicito nei racconti "Drakon" [Il drago], "Peščera" [La caverna] e "Mamaj", scritti da Evgenij Zamjatin tra il 1918 e il 1920 e noti come ciclo di Pietrogrado. Il tema è motivato sia dalle caratteristiche di questi testi, in cui il riferimento al contesto post-rivoluzionario e la critica alla rivoluzione sono molto chiari, ma del tutto impliciti, e il lettore può solo inferirli partendo dal testo e dalla conoscenza del contesto condiviso con lo scrittore, sia dallo studio degli scritti di Zamjatin sulla prosa, in cui emerge che l’implicito è uno degli strumenti principali con cui egli realizza la sua concezione di opera letteraria, frutto della cooperazione fra autore e lettore. Per l’analisi abbiamo utilizzato gli strumenti offerti dalla teoria della pertinenza, elaborata a partire dagli anni Ottanta da Dan Sperber e Deirdre Wilson, e più precisamente i concetti di implicatura ed esplicatura; essi risultano particolarmente produttivi rispetto a quelli della retorica tradizionale, i quali illuminano la fattura del testo, ma non spiegano come da essa il lettore arrivi a comprenderlo e interpretarlo, come avvenga, cioè, la collaborazione creativa che Zamjatin pone al centro della propria estetica. / The present work offers a linguistic analysis of implicitness in the stories "Drakon" [The Dragon], "Peščera" [The Cave] and "Mamaj", written by Yevgeny Zamyatin between 1918 and 1920 and known as his Petrograd cycle of stories. This topic is justified not only by the peculiarities of these texts, whose reference to post-revolutionary context and criticism of revolution are very clear but quite implicit, and the reader can only infer them from the text and the context he shares with the writer, but also by what Zamyatin stated in his essays on prose, where implicitness is one of the main instruments for achieving his idea of literary work as the result of the cooperation between author and reader. The analysis proceeds by applying the elements provided by the relevance theory which has been developed by Dan Sperber and Deirdre Wilson since the eighties, and particularly that of implicature and explicature; they are more fruitful than traditional rhetorical categories, which shed light on the way Zamyatin’s texts are built, but do not explain how the reader understands and interprets them, that is, how the creative cooperation pointed out in Zamyatin’s aesthetics takes place.

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