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Contribuição à petrologia de pegmatitos mineralizados em elementos raros e elbaítas gemológicas da província pegmatítica da Borborema, nordeste do BrasilSOARES, Dwight Rodrigues January 2004 (has links)
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Previous issue date: 2004 / A Província Pegmatítica da Borborema (PPB) é mundialmente conhecida desde a II Guerra
Mundial por seus pegmatitos mineralizados principalmente em Ta-Nb, Be, Sn, Li e mineraisgemas
(elbaíta, água marinha, morganita, espessartita, etc.). Esses pegmatitos graníticos,
de idade Brasiliana (Neoproterozóico), estão encaixados principalmente em biotita-xistos da
Formação Seridó e em quartzitos e metaconglomerados da Formação Equador. A geologia,
estrutura interna e mineralogia destes pegmatitos graníticos vêm sendo estudadas há mais
de meio século, mas novas espécies minerais continuam a ser descritas, até os dias atuais.
Os primeiros estudos de litogeoquímica, química mineral e de inclusões fluidas, foram
publicados durante a última década e são ainda muito escassos. Desenvolveram-se estudos
de inclusões fluidas, litogeoquímica e química mineral em micas, feldspatos, turmalina,
granada, gahnita e nióbio-tantalatos. Os pegmatitos Boqueirão, Capoeira 1, 2 e 3, e
Quintos, situados no município de Parelhas, Estado do Rio Grande do Norte foram
selecionados para este estudo devido a sua perfeita zonação, no primeiro caso e por causa
de trabalhos mineiros ativos nos outros casos, possibilitando a obtenção sistemática de
amostras frescas e bem localizadas. São pegmatitos heterogêneos típicos, encaixados
discordantemente em quartzitos e metaconglomerados da Formação Equador,
mineralizados em elementos raros, conhecidos classicamente pela produção de tantalatos,
berilo e espodumênio. Os pegmatitos Capoeira e Quintos foram reativados recentemente
para a extração da elbaíta mundialmente conhecida como turmalina Paraíba , de cor azul
turquesa e brilho excepcional. São registrados rosetas de elbaíta crescendo a partir de uma
massa de albita em direção a bolsões de quartzo da parte central dos pegmatito Quintos e
Capoeira 2. Estas feicões sugerem uma origem primária para os agregados elbaíta-albita
em vez de formarem corpos de substituição, como se supunha. A ocorrência de nióbiotantalatos
exóticos na zona II do pegmatito Quintos, sugere um alto grau de fracionamento.
A ocorrência de apófises de quartzo-albita-turmalina, conectado por meio de veios albíticos
à zona de albita do pegmatito Capoeira 2, indica a possibilidade de que os pegmatitos
Capoeira 2 e 3, pequenos e mais fracionados, tenham se formado a partir de apófises do
pegmatito Capoeira 1, maior e menos fracionado. Análises de microssonda eletrônica em
turmalinas negras da zona de borda dos pegmatitos Quintos e Capoeira revelaram tratar-se
de dravitas e não schorlitas como se supunha, baseados em razões Fe/(Fe+Mg) variando
entre 0,30 a 0,48. As elbaítas gemológicas dos pegmatitos Quintos e Capoeira se
distinguem de elbaítas usuais pelos altos teores de CuO, atingindo 1,73% em peso, excesso
de Al na posição estrutural Y e grande vacância (até 0,49apfu) na posição X, confirmando
dados de outros autores. Estes dados indicam que elas se cristalizaram em temperaturas
mais baixas que as elbaítas do pegmatito Boqueirão. As granadas têm de 56% a 88 mol%
de espessartita, onde os maiores teores de Mn foram encontrados nas granadas do
pegmatito Quintos. Não se observam variações químicas consideráveis ao longo de perfis
borda-núcleo em um mesmo cristal de granada. Altas relações Zn/Fe (13,27 a 14,2) e 83,3 a
92,1mol% de gahnita em espinélio verde dos pegmatitos Capoeira 2 e Quintos corroboram
com alto grau de fracionamento destes pegmatitos. Análises de elementos maiores e traços
em muscovitas, por fluorescência de raios-X e por ICP-MS revelam conteúdos de Rb de até
10200 ppm e relações K/Rb variando entre 8 e 69. A interpretação de relações gráficas K/Rb
versus Rb, K/Rb versus Ba, K/Rb versus Zn, K/Rb versus Ga e Al/Ga versus Ga, permitem
classificar, ainda preliminarmente, esses pegmatitos como tipo complexo , subtipo
lepidolita . A química mineral de granada e turmalina são coerentes com esta classificação.
O pegmatito Quintos, de acordo com estes dados, é o que alcançou o maior grau de
fracionamento, seguido por Capoeira 2 e 3, sendo Capoeira 1 e Boqueirão, os menos
fracionados. Dois principais grupos de inclusões fluidas (IF), respectivamente aquosas e
aquocarbônicas, podem ser observadas. As IF aquocarbônicas de baixa salinidade (2-4%
NaCleq., em peso) e 40 a 50 vol. %CO2 líquido, são formadas já durante a cristalização da
zona de contato dos pegmatitos, coexistindo com o magma pegmatítico até o final da
cristalização da zona de blocos de feldspato (III). A fase carbônica dessas IF é
dominantemente CO2, com 0,3 a 1,2mol% de N2 e outros voláteis abaixo dos limites de
detecção da microespectrometria Raman. As IF aquosas, com moderada salinidade (10 a
25% NaCleq., em peso), se individualizaram durante a formação dos núcleos de quartzo e
corpos de substituição, seguidas por inclusões aquosas de baixa salinidade em estágio
tardio da formação do quartzo. Dados microtermométricos de inclusões fluidas, em
combinação com dados petrológicos experimentais existentes sobre as condições de
estabilidade de espodumênio e euclásio, permitem estimar as condições de cristalização
dos pegmatitos entre 580-400ºC e 3,8kbar, em condições isobáricas. A saturação precoce
em H2O e CO2 seguida por saturação em água contrasta com observações em muitas
outras províncias pegmatíticas no mundo, onde dados de IF estão disponíveis. A saturação
precoce em voláteis está também em desacordo com resultados experimentais de saturação
em água, com vidro macusani simulando a cristalização de pegmatitos, mas outros
exemplos de saturação precoce são conhecidos na literatura. Observações de campo,
dados de química mineral e de inclusões fluidas indicam diferenças nos graus de
fracionamento entre os pegmatitos estudados. Os pegmatitos Capoeira 2 e Quintos,
portadores das elbaítas do tipo turmalina Paraíba , são os mais evoluídos. Os dados de
química mineral sugerem um alto grau de fracionamento dos pegmatitos estudados em
comparação com dados de outros pegmatitos da Província. Finalmente, as diferenças no
grau de fracionamento e observações de campo sugerem a possibilidade de diferentes
estágios de formação de pegmatitos na Província
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História térmica e dinâmica de hidrocarbonetos e fluidos aquosos em folhelhos permianos da Bacia do Paraná / not availableTeixeira, Carlos Alberto Siragusa 07 June 2019 (has links)
A maioria das ocorrências documentadas de hidrocarbonetos em sistemas petrolíferos de bacias sedimentares, incluindo estudos sobre a história térmica e migração de fluidos são diretamente associadas a reservatórios convencionais (arenitos e calcários permeáveis). Apesar dos folhelhos representarem majoritariamente rochas geradoras de hidrocarbonetos, também são considerados importantes reservatórios não convencionais de hidrocarbonetos líquidos ou gasosos. Os folhelhos oleígenos da Formação Irati (Permiano) apresentam ampla distribuição na Bacia do Paraná e podem representar importante recurso energético não convencional. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo prover novas informações sobre a geração e migração de hidrocarbonetos na Formação Irati e unidades adjacentes (formações Serra Alta e Corumbataí). A Formação Irati se diferencia por ser considerada sistema petrolífero não convencional e atípico, afetado por amplo evento magmático que contempla uma das maiores províncias ígneas (Large Igneous Province, LIP) remanescentes do continente Gondwana, a LIP Paraná (Eocretáceo). Este estudo se destaca por caracterizar inclusões fluidas aquosas (AqFI\'s) e compostas por hidrocarbonetos (HCFI\'s) hospedadas em minerais autigênicos (calcita e quartzo) da Formação Irati e de corpos ígneos da LIP Paraná. Para análise de inclusões fluidas, foram empregados ensaios microtermométricos em inclusões fluidas e microscopia confocal de varredura (CSLM). Também foram realizadas análises de isótopos estáveis de carbono e oxigênio em veios de calcita, análises de ressonância magnética nuclear (13C NMR CP/MAS) em querogênio e reflectância de vitrinita (Ro) em matéria orgânica contida nos folhelhos da Formação Irati. Os espectros de 13C NMR CP/MAS do querogênio das amostras estudadas exibem duas bandas largas que indicam a presença de carbonos alifáticos (0 a 70 ppm) e aromáticos (100 a 180 ppm), e aromaticidade (far) do querogênio ao redor de 30 %. Os valores de Ro variam entre 0,4 a 0,8 % com média de 0,6 %, apontando para um folhelho de maturidade baixa e temperaturas de soterramento entre 60 e 80 °C, em uma área com ausência de corpos magmáticos intrusivos. Estas evidências estão em contraste com as temperaturas de homogeneização (Th) em AqFI\'s, que variam entre 50 e 330 °C, coexistentes com HCFI\'s, que variam de 50 a 200 °C, obtidas em amostras localmente próximas a sill de diabásio no município de Limeira (SP) na borda leste da Bacia do Paraná. Parâmetro físico de fração volumétrica (Fv) combinado com Th de HCFI\'s hospedadas em veios de calcita nas formações Irati e Corumbataí permitiu classificar os hidrocarbonetos líquidos aprisionados nas inclusões fluidas como black oil, ou seja, um óleo caracterizado por hidrocarbonetos leves a médios com pequena variação de densidade associado a fluidos de densidade média a baixa. O modelo Pressão-Volume-Temperatura (P-V-T) estimado para os fluidos aprisionados sugere abertura de veios extensionais e aprisionamento de HCFI\'s em regime de pressão sub-hidrostática a hidrostática (~300 bar) e temperatura real de aprisionamento de 135 °C, o que apontaria para profundidade superior a 2 km alcançada pela Formação Irati durante o Eocretaceo, caso a história térmica tenha sido controlada somente por soterramento. Esta pressão está associada a um sistema petrolífero raso, cuja circulação pervasiva de fluido aquoso de origem substancialmente meteórica com mistura parcial de fluido de poro, pode ter sido responsável pela biodegradação de hidrocarbonetos na borda leste da Bacia do Paraná. Os dados obtidos no desenvolvimento deste estudo, sugerem que na borda leste da bacia, a Formação Irati pode ter atingido profundidade suficiente para gerar hidrocarbonetos líquidos heterogêneos (°API entre 20-40) durante o Eocretáceo. / Most studies about thermal evolution and fluid migration in petroleum systems are focused on conventional reservoirs (sandstones and permeable limestones). Despite of shales represent most of the petroleum source rocks, they are considered important unconventional reservoirs of petroleum and natural gas. The oil shales of the Irati Formation (Permian) have widespread distribution in the Paraná Basin and might represent an important unconventional energy resource. This study aims to provide new insights on the generation and migration of hydrocarbons in the Irati Formation and adjacent units (Serra Alta and Corumbataí formations). The Irati Formation stands out as an unconventional and atypical petroleum system, which was affected by one of the world\'s largest igneous provinces (Large Igneous Province, LIP), the LIP Paraná (Early Cretaceous) in western Gondwana. Thus, this study stands out to characterize aqueous fluid inclusions (AqFI\'s) and hydrocarbon fluid inclusions (HCFI\'s) hosted in authigenic minerals of the Irati Formation and in intruded igneous bodies associated to the Paraná LIP. Microthermometric and confocal scanning laser microscope (CSLM) analyzes were applied to aqueous and hydrocarbons fluid inclusions. Stable carbon (C) and oxygen (O) isotopes analyzes were performed in calcite veins. Additionally, analyzes of solid-state carbon nuclear magnetic resonance with cross polarization at magic angle spinning (13C NMR CP/MAS) in kerogen and vitrinite reflectance (Ro) in shale samples of the Irati Formation shales were also performed. The 13C NMR CP/MAS spectra of the kerogen show two broad bands which indicate the presence of aliphatic (0-70 ppm) and aromatic carbons (100-180 ppm) and kerogen aromaticity (?ar) around 30 % in the southeastern part of the Paraná Basin. The Ro values varying between 0.4 and 0.8 % with average of 0.6 % suggest a low maturity kerogen for the studied Permian organic-rich shales and a temperature window between 60 and 80 °C, in an area with absence of magmatic intrusive bodies. This paleotemperatures are relatively lower than the homogenization temperatures (Th) obtained in aqueous fluid inclusions (50-330 °C) coeval with hydrocarbon fluid inclusions (50-200 °C) occurring in samples from shales nearly located to the diabase sill in the northeastern part of the basin. Physical parameter of vapor fraction volume (Fv) combined with the Th of the hydrocarbon fluid inclusions hosted calcite veins of the Corumbataí (overlaying the Irati Formation) and Irati Formation allowed the classification of the liquid hydrocarbons as black oil, which means an oil characterized by medium to light hydrocarbons with small variation of density associated with medium to low density fluids. The Pressure-Volume-Temperature (PVT) model estimated suggests the opening of subvertical extensional veins and hydrocarbon fluid inclusions entrapment within subhydrostatic to hydrostatic pressure regime (~300 bar) and real trapping temperature of 135 °C for hydrocarbons fluid inclusions, pointing out to 2 km depth achieved by the Irati Formation during the Early Cretaceous. This pressure is associated to a shallow petroleum system which a meteoric pervasive aqueous fluid circulation could be responsible for the biodegradation of hydrocarbons in the northeastern part of the Paraná Basin. The data obtained in this study suggest that the Irati Formation might have reached the temperature window to generate heterogeneous liquid hydrocarbons (°API between 20-40) during the Early Cretaceous.
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Evolução térmica e paleofluídos dos folhelhos da Formação Serra Alta na borda leste da Bacia do Paraná / not availableTeixeira, Carlos Alberto Siragusa 23 May 2014 (has links)
A Formação Serra Alta é constituída por uma sequência de folhelhos e siltitos cinza supostamente de origem marinha. Esta unidade é uma potencial rocha geradora de hidrocarbonetos e zona preferencial para alojamento de sills associados ao magmatismo Serra Geral. Visando a caracterização do potencial gerador de hidrocarbonetos, a evolução térmica e os paleofluidos diagenéticos da Formação Serra Alta, foram realizadas medidas de concentração de carbono orgânico total (COT) e hidrogênio (H) em amostras coletadas em afloramentos e estudos isotópicos e de inclusões fluidas em materiais diagenéticos. Os teores de carbono orgânico total (COT) e hidrogênio (H) para as amostras de folhelhos da Formação Serra Alta estão situados entre 0,1 e 0,5% e entre 0,24 e 3,20%, respectivamente. Os dados microtermométricos apresentaram temperaturas de homogeneização (Th) que variaram de 55 a 220°C, temperaturas eutéticas (Te) de -57,5 a -49,5ºC (sistema H2O + NaCl + CaCl2) e temperaturas de fusão do gelo (Tfg) de -2,5 a 1,0°C, indicativas de salinidades baixas, entre 0 e 4,2% em peso de NaCl equivalente. Os resultados de \'\'delta\'\' POT.13\'\'C IND.PDB\' e \"delta\'\'POT.18\' \'O IND.PDB\' das amostras de veio e cimento de calcita demonstram valores negativos (%o), tanto para \'delta\'\'POT.13\' C quanto para \'delta\'\'POT.18 O. Enquanto os valores de \'delta\'\'POT.13\'\' C IND.PDB\' do cimento dos folhelhos da Formação Serra Alta variam entre -8,6 e -2,3%o, os veios de calcita apresentam uma estreita faixa de valores entre -5,1 e -3,7%o. Os teores de COT indicam potencial de geração de óleo e gás considerado baixo para os folhelhos da Formação Serra Alta. As características das inclusões (monofásicas associadas a bifásicas com pequena variação nas proporções volumétricas entre as fases), as salinidades relativamente constantes associadas às grandes variações em Th são indicativos de aprisionamento em zona freática de baixa temperatura (<50°C) com posterior reequilíbrio térmico causado por stretching devido ao soterramento e à presença de corpos ígneos. Os pleofluidos aquosos aprisionados como inclusões em zona de baixa temperatura, antes do pico térmico do Cretáceo, explicariam a ausência de inclusões fluidas primárias de hidrocarbonetos nos veios de calcita. As Th acima de 150ºC indicam elevada maturidade térmica alcançada pela Formação Serra Alta em função do soterramento e do magmatismo Serra Geral. Estes resultados são semelhantes aos obtidos para as formações adjacentes (Irati e Teresina) à Formação Serra Alta. Valores de \'delta\'\'POT.13\'\'C IND.PDB\' e \'delta\'\'POT.18\'\'O IND.PDB\' para o cimento carbonático dos folhelhos, revelam duas gerações ou duas fases de precipitação distintas da calcita. A primeira geração compatível com assinatura isotópica próxima ao fluido marinho original (\'delta\'\'POT.13\' C entre -2,3 e -4,6%o e \'delta\'\'POT.18\'O entre -7,6 e 1,4%o) e a segunda geração compatível com assinatura isotópica de um fluido diagenético de origem meteórica (\'delta\'\'POT.13\' C entre -6,2 e -8,6%o e \'delta\'\'POT.18\'O entre -8,4 e -4,1%o). Assim, a hipótese de origem meteórica para os fluidos percolantes nas fraturas corrobora a salinidade baixa registrada nas inclusões fluidas dos veios de calcita, mas com alguma influência ou modificação por meio de fluidos pré-existentes, que interagiram com carbonatos marinhos das unidades estratigráficas adjacentes (formações Irati e Teresina) à Formação Serra Alta. / The Serra Alta Formation at the eastern border of the Paraná Basin consists of a sequence of gray shales and siltstones presumably of marine origin. This unit is a potential source rock for hydrocarbons and preferred area for hosting sills associated with the early Cretaceous Serra Geral magmatism. In order to characterize the hydrocarbon generation potential, the thermal evolution and diagenetic paleofluids of the Serra Alta Formation, were performed measurements of concentration of total organic carbon (TOC) and hydrogen (H), in shale samples collected from outcrops, and isotope and fluid inclusions studies on diagenetic calcite. The total organic carbon (TOC) and hydrogen (H) contents for shale samples of the Serra Alta Formation lie between 0.1 and 0.5% and between 0.24 and 3.20% respectively. The microthermometry data show homogenization temperature (Th) ranging from 55 to 220°C, eutectic temperature (Te) from -57.5 to -49.5°C (H2O + CaCl2 + NaCl system) and ice melting temperatures from -2.5 to 1.0°C, indicative of low salinity between 0 and 4.2 wt. % of NaCl equivalent. \'delta\'\'POT.13\'\'IND.CPDB\' and \'delta\'\'POT.18\'O IND.PDB\' results from samples of calcite cement and veins demonstrate negative values (%o), both for \'delta\'\'POT.13\'C and for \'delta\'\'POT.18\'O. While the values \'delta\'\'POT.13\'C IND.PDB\' cement of the Serra Alta Formation shales vary between -8.6 and -2.3%o, the calcite veins have a narrow range of values between -5.1 and -3.7%o. The TOC content indicate that the shales of the Serra Alta Formation have low potential for oil and gas generation. The association of one-phase and two-phase fluid inclusions with small variations in volumetric ratio between phases and the relatively constant salinity associated with large variations in Th are indicative of fluid trapping in low temperature (<50°C) groundwater zone, with subsequent thermal reequilibrium caused by stretching due to burial and the presence of igneous bodies. The fluid trapping at this low temperature zone, before Cretaceous thermal peak, would explain the absence of hydrocarbon primary fluid inclusions in the calcite veins. Temperatures of homogenization higher than 150ºC indicate high thermal maturity achieved by the Serra Alta Formation due to burial and the Serra Geral magmatism. These results are similar to those obtained for the adjacent formations (Irati and Teresina) of the Serra Alta. \'delta\'\'POT.13\'C IND.PDB\' and \'delta\'\'POT.18\'O IND.PDB\' values for carbonate cement reveal two generations or two distinct phases of calcite precipitation. The first generation is compatible with isotopic signature close to the original marine carbonate (\'delta\'\'POT.13\'C between -2.3 and -4.6%o and \'delta\'\'POT.18\'O between -7.6 and 1.4%o) and the second generation is compatible with isotopic signature of a diagenetic fluid of meteoric origin (\'delta\'\'POT.13C between -6.2 and -8.6%o and \'delta\'\'POT.18\'O between -8.4 and -4.1%o). Thus, the meteoric origin for the paleofluids percolating in fractures corroborates the low salinity recorded in fluid inclusions from veins of calcite, but with some influence of paleofluids, which interacted with marine carbonates of stratigraphic units (Irati and Teresina formations) adjacent to the Serra Alta Formation.
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Inclusões fluidas nos minerais associados a mineralização uranífera da jazida do Engenho (anomalia 09), Província Uranífea de Lagoa Real, Bahia / Fluid Inclusions in minerals associated to uranium mineralization in Engenho Deposit (anomaly 09) Lagoa Real Uranium Province BahiaAurélio da Silva de Souza 31 August 2009 (has links)
A Jazida do Engenho (anomalia 09) está situada ao norte da Província Uranífera de Lagoa Real. A mineralização está associada aos albititos, rochas constituídas de plagioclásio, de composição albita a albita-oligoclásio, em porcentagem volumétrica igual ou superior a 70%. Também ocorrem epidositos mineralizados. Os minerais essenciais do albitito são piroxênio, granada, albita, anfibólio, e biotita.
Neste trabalho foi estudada, por inclusões fluidas, boa parte dos minerais (piroxênio, granada, plagioclásio, titanita, epidoto) que constituem a seqüência mineralógica associada à mineralizações uraníferas dos albititos desta jazida.
Os fluidos associados a piroxênio, granada e epidoto, aquo-salinos, primários e sem fases carbônicas apresentam características semelhantes, com leves variações. Todos apresentam média a alta salinidade (de 14 a 18% equivalente em peso de NaCl), onde os maiores valores correspondem ao piroxênio e os menores à granadas e epidotos.
Os fluidos associados ao metassomatismo sódico, que gerou o plagioclásio albítico nos albititos, embora sejam aquo-salinos e sem fases carbônicas, apresentam salinidades muito inferiores às observadas no piroxênio, granada e epidoto, sugerindo processo de diluição bem mais intensos. Desta maneira, os fluidos da anomalia 09 apresentam uma diluição no sentido das fases minerais mais recentes.
Os resultados sugerem que os processos de fomação do piroxênio ocorreram sob condições de pressão equivalente a 3,5 kbar que corresponde a profundidades de aproximadamente 10 km. Entretanto, a dilatação observada nas IF da albita durante o aquecimento, originaram uma dispersão nas medidas de Th, tornando pouco confiáveis os cálculos de pressão para esse mineral.
A microscopia de IF em plagioclásios dos gnaisses (encaixantes dos albititos) sugere que, provavelmente, haveria fluidos carbônicos primários associados a esses minerais. Os fluidos com CO2 que aparecem nos gnaisses talvez também estejam presentes nos albititos, provavelmente como fluidos tardios ou intergranulares. Esta suposição baseia-se no fato de ter sido encontrado (durante os estudos de esmagamento nos albititos) indícios da presença de gases carbônicos.
Estas tendências sugerem a ocorrência de duas etapas de albitização no setor de Lagoa Real: um associado a fluido composto por H2O + CO2 + sais (na encaixante gnáissica) e outro (no albitito) formado por uma fase aquo-salina.
Os dados obtidos neste trabalho sugerem que, provavelmente, o Brasiliano foi um evento térmico sem um fluido predominante associado, pelo menos no setor de Lagoa Real. Do contrário, esse fluido deveria estar presente nos minerais da paragênese mineral.
Finalmente, os dados obtidos na Jazida do Engenho permitiram verificar a ocorrência de um quadro de fluidos que apresentam variações composicionais em, pelo menos, três estágios diferentes: Piroxênio magmático → Px metamórfico associado a urânio → albita (poligonizada) associada a urânio, faltando posicionar o fluido associado à albita precoce. / The Engenho deposit (anomaly 09) is south-eastern from Cachoeira Mine (anomaly 13), in the northern part of the Province. The uranium mineralization is associated to albitites (over 70% of albite/oligoclase). Epidosites with uranium may also occur. The albitite main minerals are pyroxene, garnet, albite/oligoclase feldspar, amphibole and biotite.
Pyroxene, garnet, plagioclase, titanite and epidote are the minerals associated to the uranium mineralization.
The fluids related to pyroxene, garnet and epidote are aqueous-saline, primary and with no carbonic phases and are constant, with small variations. They all present medium to high salinity (14 to 18wt% NaCl eq.), the higher values being related to pyroxene and the lower ones related to garnet and epidote.
The fluids associated to albite/oligoclase, although aquo-saline and with no carbonic phases, show salinities much lower than in pyroxene, garnet and epidote, suggesting a intense dilution process indicating dilution toward the later minerals phases.
The data suggest the pyroxene formation process occurring under a 3,5 kbar pressure condition which corresponds to approximately 10km depth. The dispersion on Th in albites, due probably to the overheating and non elastic increase in volume, precluded a reliable pressure calculation.
The IFs microscopy in plagioclase gneiss (albitites host-rocks) suggests the probability of primary carbonic fluids associated to these minerals. The fluids with CO2 showed in the gneiss maybe also be present in the albitites, probably as late or intergranular fluids. This assumption is based on the fact that signs of carbonic gases were shown during crushing tests.
These tendencies suggest the occurrence of two albitization phases in this Lagoa Real area: one associated to a fluid composed by H2O + CO2 + salts (in the gneiss host) and another (in the albitite) formed by an aqueous-saline phase.
The data indicate the Brasiliano event as a thermal event without a predominant fluid associated, at least in this Lagoa Real area. Otherwise, the presence of this fluid should be present in the mineral paragenesis. Finally, the data from the Engenho deposit indicate the occurrence of fluids showing compositional variations in, at least, three different stages: magmatic pyroxene → metamorphic pyroxene associated to uranium → albite (recristalized) associated to uranium. The place of the aqueous-carbonic fluid associated to previous albite is still unknown.
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Hidrotermalismo evidenciado por minerais autigênicos e inclusões fluidas da Formação Teresina, Bacia do ParanáNomura, Sara Ferreira 24 August 2012 (has links)
A Formação Teresina na borda leste da Bacia do Paraná inclui fácies terrígenas e carbonáticas, as quais se destacam pela diversidade e quantidade de produtos autigênicos. Isto inclui calcedônia pervasiva e cimentos e veios de quartzo e calcita.Os componentes de ocorrência mais restrita abrangem barita, celestita, analcima, dolomita, interestratificados de esmectita-ilita, saponita e betume sólido. Os veios de calcita e quartzo são predominantemente verticais. Porém, salienta-se a ocorrência de veios horizontais de calcita paralelos ao acamamento (veios beef). Análises petrográficas foram utilizadas para caracterização dos componentes autigênicos e de suas relações texturais. Análises de inclusões fluidas foram realizadas em calcita e quartzo autigênicos para estimar paleotemperaturas e caracterizar a composição dos paleofluidos aquosos e hidrocarbonetos identificados. A silicificação por calcedônia afeta principalmente as fácies de calcários e teria ocorrido durante a eodiagênese possivelmente influenciada por eventos hidrotermais permo-triássicos. As paragêneses minerais formadas por barita, dolomita e calcita blocosa em cavidade de dissolução em chert nodular brechado e calcita espática, barita, celestita e analcima em calcário recristalizado estão de acordo com possível origem hidrotermal. A reativação de falhas profundas pela propagação intraplaca dos esforços ligados à Orogenia La Ventana na borda sul do Gondwana e o impacto de Araguainha provocariam importantes alterações térmicas em ampla área da bacia e poderiam gerar zonas de hidrotermalismo durante o Permo-Triássico. Temperaturas de homogeneização de inclusões fluidas em calcita e quartzo indicam que a Formação Teresina e a Formação Corumbataí, unidade correlata à Formação Teresina no norte da área estudada, alcançaram temperaturas de no mínimo 200°C, possivelmente até 400°C. Geminação do tipo fragmentada (patch) em cristais de calcita de veios horizontais e verticais indicam deformação a temperaturas maiores que 200°C. Inclusões fluidas em calcita e quartzo das formações Teresina e Corumbataí registram paleofluidos aquosos de salinidade baixa (0-5% em peso equivalente de NaCl) a alta (20-25% em peso equivalente de NaCl). Inclusões fluidas aquosas de alta salinidade associadas a inclusões de hidrocarbonetos leves indicam a migração de paleofluidos de alta profundidade em zonas de fratura da Formação Corumbataí. Inclusões fluidas de salinidade baixa indicariam paleofluidos de origem meteórica. Paleotemperaturas maiores que 200°C na Formação Teresina são relativamente altas para serem alcançadas somente por soterramento na borda leste da Bacia do Paraná. O mesmo acontece para a ocorrência de interestratificados de esmectita-ilita, que requerem temperaturas entre 80 e 125°C. A ampla área de ocorrência e o registro destas paleotemperaturas em veio de calcita em dique básico permitem atribuí-las ao aquecimento pelo magmatismo Serra Geral durante o Eocretáceo. Fluidos com diferentes salinidades em áreas adjacentes indicam a falta de comunicação horizontal e restrição dos paleofluidos a caminhos verticais de migração. Assim, a migração seria principalmente vertical e ocorreria em compartimentos separados por falhas e zonas de fraturas verticais geradas ou reativadas durante os eventos tectônicos do Permo-Triássico e Cretáceo. Os veios beef estariam associados a compartimentos com sobrepressão na Formação Teresina, que permitiram a saída de águas de poro de alta salinidade, possivelmente combinada com a geração e expulsão de hidrocarbonetos durante o magmatismo Serra Geral. Fraturas verticais de direção NW a NNW e NE a NNE seriam os principais caminhos de migração dos fluidos aquosos de poros e de hidrocarbonetos, além de permitirem a entrada de água meteórica em zonas mais profundas. Essas fraturas estariam associadas principalmente à descontinuidades do embasamento reativadas, onde as falhas da Jacutinga (NE) e de Guapiara (NW) representariam as principais estruturas da área estudada. O betume sólido que preenche fraturas de direção NW na Formação Teresina corresponderia a hidrocarbonetos líquidos termicamente alterados (pirobetume) pelo magmatismo Serra Geral. A espessura reduzida das unidades sedimentares situadas entre a Formação Teresina e as rochas magmáticas da Formação Serra Geral no flanco norte do Arco de Ponta Grossa, nas áreas de Jacarezinho-Joaquim Távora (PR) e de Taguaí-Fartura (SP), propiciaria efeito térmico mais intenso da capa de basalto sobre a Formação Teresina. / The Permian Teresina Formation in the eastern flank of the Paraná Basin stands out due to the diversity and high content of autigenic products. These products include pervasive calcedony and cements and veins of quartz and calcite, associated with other autigenic minerals that comprise barite, celestite, analcime, dolomite, illite-smectite interstratification and saponite. The Teresina Formation also stands for the occurrence of several horizontal parallel-bedding calcite veins (beef veins), besides solid bitumen and light hydrocarbons. Petrographic analysis under optical microscope and scan electron microscope coupled with an EDS attachment were used to recognize autigenic minerals and their textural relationships. Fluid inclusions analysis were performed in the main autigenic minerals (calcite and quartz) to estimate paleotemperatures and to acquire the composition of aqueous paleofluids and hydrocarbons. The intense silicification of the limestones of the Teresina Formation would have happened during eodiagenesis, possibly associated with hydrothermal events. The reactivation of deep faults due to, the propagation of intraplate stress from the La Ventana Orogeny in the southern border of Gondwana and the Araguainha impact event would have caused important thermal alterations in a wide area of the basin, promoting hidrothermal activity during the Permo-Triassic. Barite, dolomite and blocky calcite paragenesis in dissolution cavities from brecciated nodular chert and spar calcite, barite, celestite and high temperature analcime paragenesis in recrystallized limestone are in agreement with a possible hydrothermal origin. Homogenization temperatures of fluid inclusions from calcite and quartz show that the Teresina Formation and the Corumbataí Formation, which is correlated to the Teresina Formation in the northern portion of the studied area, reached temperatures of at least 200°C, possibly until 400°C. Patch twins in calcite veins also indicate deformation under temperatures above 200°C. The Teresina and Corumbataí formations record inclusions in calcite and quartz with low (0-5 wt.%NaCl eq.) to high (20-25 wt.%NaCl eq.) salinity aqueous paleofluids. The high salinity aqueous inclusions associated with light hydrocarbons inclusions indicate migration of deep buried paleofluids in fractures zones within the Corumbataí Formation. The low salinity aqueous fluids suggest the input of meteoric water to deep zones. Paleotemperatures higher than 200°C in the Teresina Formation are relatively high to be reached by burial in the eastern border of the Paraná· Basin. The same is interpreted through the occurrence of cements made by illite-smectite interstratification, which requires temperatures between 80 and 125°C. These paleotemperatures are attributed to the heating due to the Serra Geral magmatism during the Early Cretaceous. Fluids with different salinities in neighbor areas show the lack of horizontal fluid flux communication. Thus, fluid migration would be mainly vertical and restricted to compartments separated by faults or vertical fracture zones generated or reactivated by tectonic events during Permo-Triassic and Cretaceous. The beef veins indicate the development of overpressured compartments in the Teresina Formation, which allowed the output of buried high salinity pore waters, combined with hydrocarbon generation and expulsion during the Early Cretaceous Serra Geral heating event. Vertical NW to NNW and NE to NNE fractures would be the main pathways for the migration of buried pore waters and hydrocarbons, besides the input of meteoric water. These fractures would be associated to the reactivation of basement discontinuities. The Jacutinga (NE) and Guapiara (NW) faults and associated fractures would represent the main pathways for fluid migration in the studied area. The solid bitumen filling NW fractures in the Teresina Formation would correspond to thermally altered liquid hydrocarbons (pyrobitumen). The reduced thickness of the stratigraphical units between the Teresina and Serra Geral formations in the northern flank of the Ponta Grossa Arch, which includes the Jacarezinho- Joaquim Távora (PR) and Taguaí-Fartura (SP) areas, improved the thermal effect of the basalt cap on the underlying Permian units, allowing a high temperature regional thermal background.
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Hidrotermalismo evidenciado por minerais autigênicos e inclusões fluidas da Formação Teresina, Bacia do ParanáSara Ferreira Nomura 24 August 2012 (has links)
A Formação Teresina na borda leste da Bacia do Paraná inclui fácies terrígenas e carbonáticas, as quais se destacam pela diversidade e quantidade de produtos autigênicos. Isto inclui calcedônia pervasiva e cimentos e veios de quartzo e calcita.Os componentes de ocorrência mais restrita abrangem barita, celestita, analcima, dolomita, interestratificados de esmectita-ilita, saponita e betume sólido. Os veios de calcita e quartzo são predominantemente verticais. Porém, salienta-se a ocorrência de veios horizontais de calcita paralelos ao acamamento (veios beef). Análises petrográficas foram utilizadas para caracterização dos componentes autigênicos e de suas relações texturais. Análises de inclusões fluidas foram realizadas em calcita e quartzo autigênicos para estimar paleotemperaturas e caracterizar a composição dos paleofluidos aquosos e hidrocarbonetos identificados. A silicificação por calcedônia afeta principalmente as fácies de calcários e teria ocorrido durante a eodiagênese possivelmente influenciada por eventos hidrotermais permo-triássicos. As paragêneses minerais formadas por barita, dolomita e calcita blocosa em cavidade de dissolução em chert nodular brechado e calcita espática, barita, celestita e analcima em calcário recristalizado estão de acordo com possível origem hidrotermal. A reativação de falhas profundas pela propagação intraplaca dos esforços ligados à Orogenia La Ventana na borda sul do Gondwana e o impacto de Araguainha provocariam importantes alterações térmicas em ampla área da bacia e poderiam gerar zonas de hidrotermalismo durante o Permo-Triássico. Temperaturas de homogeneização de inclusões fluidas em calcita e quartzo indicam que a Formação Teresina e a Formação Corumbataí, unidade correlata à Formação Teresina no norte da área estudada, alcançaram temperaturas de no mínimo 200°C, possivelmente até 400°C. Geminação do tipo fragmentada (patch) em cristais de calcita de veios horizontais e verticais indicam deformação a temperaturas maiores que 200°C. Inclusões fluidas em calcita e quartzo das formações Teresina e Corumbataí registram paleofluidos aquosos de salinidade baixa (0-5% em peso equivalente de NaCl) a alta (20-25% em peso equivalente de NaCl). Inclusões fluidas aquosas de alta salinidade associadas a inclusões de hidrocarbonetos leves indicam a migração de paleofluidos de alta profundidade em zonas de fratura da Formação Corumbataí. Inclusões fluidas de salinidade baixa indicariam paleofluidos de origem meteórica. Paleotemperaturas maiores que 200°C na Formação Teresina são relativamente altas para serem alcançadas somente por soterramento na borda leste da Bacia do Paraná. O mesmo acontece para a ocorrência de interestratificados de esmectita-ilita, que requerem temperaturas entre 80 e 125°C. A ampla área de ocorrência e o registro destas paleotemperaturas em veio de calcita em dique básico permitem atribuí-las ao aquecimento pelo magmatismo Serra Geral durante o Eocretáceo. Fluidos com diferentes salinidades em áreas adjacentes indicam a falta de comunicação horizontal e restrição dos paleofluidos a caminhos verticais de migração. Assim, a migração seria principalmente vertical e ocorreria em compartimentos separados por falhas e zonas de fraturas verticais geradas ou reativadas durante os eventos tectônicos do Permo-Triássico e Cretáceo. Os veios beef estariam associados a compartimentos com sobrepressão na Formação Teresina, que permitiram a saída de águas de poro de alta salinidade, possivelmente combinada com a geração e expulsão de hidrocarbonetos durante o magmatismo Serra Geral. Fraturas verticais de direção NW a NNW e NE a NNE seriam os principais caminhos de migração dos fluidos aquosos de poros e de hidrocarbonetos, além de permitirem a entrada de água meteórica em zonas mais profundas. Essas fraturas estariam associadas principalmente à descontinuidades do embasamento reativadas, onde as falhas da Jacutinga (NE) e de Guapiara (NW) representariam as principais estruturas da área estudada. O betume sólido que preenche fraturas de direção NW na Formação Teresina corresponderia a hidrocarbonetos líquidos termicamente alterados (pirobetume) pelo magmatismo Serra Geral. A espessura reduzida das unidades sedimentares situadas entre a Formação Teresina e as rochas magmáticas da Formação Serra Geral no flanco norte do Arco de Ponta Grossa, nas áreas de Jacarezinho-Joaquim Távora (PR) e de Taguaí-Fartura (SP), propiciaria efeito térmico mais intenso da capa de basalto sobre a Formação Teresina. / The Permian Teresina Formation in the eastern flank of the Paraná Basin stands out due to the diversity and high content of autigenic products. These products include pervasive calcedony and cements and veins of quartz and calcite, associated with other autigenic minerals that comprise barite, celestite, analcime, dolomite, illite-smectite interstratification and saponite. The Teresina Formation also stands for the occurrence of several horizontal parallel-bedding calcite veins (beef veins), besides solid bitumen and light hydrocarbons. Petrographic analysis under optical microscope and scan electron microscope coupled with an EDS attachment were used to recognize autigenic minerals and their textural relationships. Fluid inclusions analysis were performed in the main autigenic minerals (calcite and quartz) to estimate paleotemperatures and to acquire the composition of aqueous paleofluids and hydrocarbons. The intense silicification of the limestones of the Teresina Formation would have happened during eodiagenesis, possibly associated with hydrothermal events. The reactivation of deep faults due to, the propagation of intraplate stress from the La Ventana Orogeny in the southern border of Gondwana and the Araguainha impact event would have caused important thermal alterations in a wide area of the basin, promoting hidrothermal activity during the Permo-Triassic. Barite, dolomite and blocky calcite paragenesis in dissolution cavities from brecciated nodular chert and spar calcite, barite, celestite and high temperature analcime paragenesis in recrystallized limestone are in agreement with a possible hydrothermal origin. Homogenization temperatures of fluid inclusions from calcite and quartz show that the Teresina Formation and the Corumbataí Formation, which is correlated to the Teresina Formation in the northern portion of the studied area, reached temperatures of at least 200°C, possibly until 400°C. Patch twins in calcite veins also indicate deformation under temperatures above 200°C. The Teresina and Corumbataí formations record inclusions in calcite and quartz with low (0-5 wt.%NaCl eq.) to high (20-25 wt.%NaCl eq.) salinity aqueous paleofluids. The high salinity aqueous inclusions associated with light hydrocarbons inclusions indicate migration of deep buried paleofluids in fractures zones within the Corumbataí Formation. The low salinity aqueous fluids suggest the input of meteoric water to deep zones. Paleotemperatures higher than 200°C in the Teresina Formation are relatively high to be reached by burial in the eastern border of the Paraná· Basin. The same is interpreted through the occurrence of cements made by illite-smectite interstratification, which requires temperatures between 80 and 125°C. These paleotemperatures are attributed to the heating due to the Serra Geral magmatism during the Early Cretaceous. Fluids with different salinities in neighbor areas show the lack of horizontal fluid flux communication. Thus, fluid migration would be mainly vertical and restricted to compartments separated by faults or vertical fracture zones generated or reactivated by tectonic events during Permo-Triassic and Cretaceous. The beef veins indicate the development of overpressured compartments in the Teresina Formation, which allowed the output of buried high salinity pore waters, combined with hydrocarbon generation and expulsion during the Early Cretaceous Serra Geral heating event. Vertical NW to NNW and NE to NNE fractures would be the main pathways for the migration of buried pore waters and hydrocarbons, besides the input of meteoric water. These fractures would be associated to the reactivation of basement discontinuities. The Jacutinga (NE) and Guapiara (NW) faults and associated fractures would represent the main pathways for fluid migration in the studied area. The solid bitumen filling NW fractures in the Teresina Formation would correspond to thermally altered liquid hydrocarbons (pyrobitumen). The reduced thickness of the stratigraphical units between the Teresina and Serra Geral formations in the northern flank of the Ponta Grossa Arch, which includes the Jacarezinho- Joaquim Távora (PR) and Taguaí-Fartura (SP) areas, improved the thermal effect of the basalt cap on the underlying Permian units, allowing a high temperature regional thermal background.
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Evolução térmica e paleofluídos dos folhelhos da Formação Serra Alta na borda leste da Bacia do Paraná / not availableCarlos Alberto Siragusa Teixeira 23 May 2014 (has links)
A Formação Serra Alta é constituída por uma sequência de folhelhos e siltitos cinza supostamente de origem marinha. Esta unidade é uma potencial rocha geradora de hidrocarbonetos e zona preferencial para alojamento de sills associados ao magmatismo Serra Geral. Visando a caracterização do potencial gerador de hidrocarbonetos, a evolução térmica e os paleofluidos diagenéticos da Formação Serra Alta, foram realizadas medidas de concentração de carbono orgânico total (COT) e hidrogênio (H) em amostras coletadas em afloramentos e estudos isotópicos e de inclusões fluidas em materiais diagenéticos. Os teores de carbono orgânico total (COT) e hidrogênio (H) para as amostras de folhelhos da Formação Serra Alta estão situados entre 0,1 e 0,5% e entre 0,24 e 3,20%, respectivamente. Os dados microtermométricos apresentaram temperaturas de homogeneização (Th) que variaram de 55 a 220°C, temperaturas eutéticas (Te) de -57,5 a -49,5ºC (sistema H2O + NaCl + CaCl2) e temperaturas de fusão do gelo (Tfg) de -2,5 a 1,0°C, indicativas de salinidades baixas, entre 0 e 4,2% em peso de NaCl equivalente. Os resultados de \'\'delta\'\' POT.13\'\'C IND.PDB\' e \"delta\'\'POT.18\' \'O IND.PDB\' das amostras de veio e cimento de calcita demonstram valores negativos (%o), tanto para \'delta\'\'POT.13\' C quanto para \'delta\'\'POT.18 O. Enquanto os valores de \'delta\'\'POT.13\'\' C IND.PDB\' do cimento dos folhelhos da Formação Serra Alta variam entre -8,6 e -2,3%o, os veios de calcita apresentam uma estreita faixa de valores entre -5,1 e -3,7%o. Os teores de COT indicam potencial de geração de óleo e gás considerado baixo para os folhelhos da Formação Serra Alta. As características das inclusões (monofásicas associadas a bifásicas com pequena variação nas proporções volumétricas entre as fases), as salinidades relativamente constantes associadas às grandes variações em Th são indicativos de aprisionamento em zona freática de baixa temperatura (<50°C) com posterior reequilíbrio térmico causado por stretching devido ao soterramento e à presença de corpos ígneos. Os pleofluidos aquosos aprisionados como inclusões em zona de baixa temperatura, antes do pico térmico do Cretáceo, explicariam a ausência de inclusões fluidas primárias de hidrocarbonetos nos veios de calcita. As Th acima de 150ºC indicam elevada maturidade térmica alcançada pela Formação Serra Alta em função do soterramento e do magmatismo Serra Geral. Estes resultados são semelhantes aos obtidos para as formações adjacentes (Irati e Teresina) à Formação Serra Alta. Valores de \'delta\'\'POT.13\'\'C IND.PDB\' e \'delta\'\'POT.18\'\'O IND.PDB\' para o cimento carbonático dos folhelhos, revelam duas gerações ou duas fases de precipitação distintas da calcita. A primeira geração compatível com assinatura isotópica próxima ao fluido marinho original (\'delta\'\'POT.13\' C entre -2,3 e -4,6%o e \'delta\'\'POT.18\'O entre -7,6 e 1,4%o) e a segunda geração compatível com assinatura isotópica de um fluido diagenético de origem meteórica (\'delta\'\'POT.13\' C entre -6,2 e -8,6%o e \'delta\'\'POT.18\'O entre -8,4 e -4,1%o). Assim, a hipótese de origem meteórica para os fluidos percolantes nas fraturas corrobora a salinidade baixa registrada nas inclusões fluidas dos veios de calcita, mas com alguma influência ou modificação por meio de fluidos pré-existentes, que interagiram com carbonatos marinhos das unidades estratigráficas adjacentes (formações Irati e Teresina) à Formação Serra Alta. / The Serra Alta Formation at the eastern border of the Paraná Basin consists of a sequence of gray shales and siltstones presumably of marine origin. This unit is a potential source rock for hydrocarbons and preferred area for hosting sills associated with the early Cretaceous Serra Geral magmatism. In order to characterize the hydrocarbon generation potential, the thermal evolution and diagenetic paleofluids of the Serra Alta Formation, were performed measurements of concentration of total organic carbon (TOC) and hydrogen (H), in shale samples collected from outcrops, and isotope and fluid inclusions studies on diagenetic calcite. The total organic carbon (TOC) and hydrogen (H) contents for shale samples of the Serra Alta Formation lie between 0.1 and 0.5% and between 0.24 and 3.20% respectively. The microthermometry data show homogenization temperature (Th) ranging from 55 to 220°C, eutectic temperature (Te) from -57.5 to -49.5°C (H2O + CaCl2 + NaCl system) and ice melting temperatures from -2.5 to 1.0°C, indicative of low salinity between 0 and 4.2 wt. % of NaCl equivalent. \'delta\'\'POT.13\'\'IND.CPDB\' and \'delta\'\'POT.18\'O IND.PDB\' results from samples of calcite cement and veins demonstrate negative values (%o), both for \'delta\'\'POT.13\'C and for \'delta\'\'POT.18\'O. While the values \'delta\'\'POT.13\'C IND.PDB\' cement of the Serra Alta Formation shales vary between -8.6 and -2.3%o, the calcite veins have a narrow range of values between -5.1 and -3.7%o. The TOC content indicate that the shales of the Serra Alta Formation have low potential for oil and gas generation. The association of one-phase and two-phase fluid inclusions with small variations in volumetric ratio between phases and the relatively constant salinity associated with large variations in Th are indicative of fluid trapping in low temperature (<50°C) groundwater zone, with subsequent thermal reequilibrium caused by stretching due to burial and the presence of igneous bodies. The fluid trapping at this low temperature zone, before Cretaceous thermal peak, would explain the absence of hydrocarbon primary fluid inclusions in the calcite veins. Temperatures of homogenization higher than 150ºC indicate high thermal maturity achieved by the Serra Alta Formation due to burial and the Serra Geral magmatism. These results are similar to those obtained for the adjacent formations (Irati and Teresina) of the Serra Alta. \'delta\'\'POT.13\'C IND.PDB\' and \'delta\'\'POT.18\'O IND.PDB\' values for carbonate cement reveal two generations or two distinct phases of calcite precipitation. The first generation is compatible with isotopic signature close to the original marine carbonate (\'delta\'\'POT.13\'C between -2.3 and -4.6%o and \'delta\'\'POT.18\'O between -7.6 and 1.4%o) and the second generation is compatible with isotopic signature of a diagenetic fluid of meteoric origin (\'delta\'\'POT.13C between -6.2 and -8.6%o and \'delta\'\'POT.18\'O between -8.4 and -4.1%o). Thus, the meteoric origin for the paleofluids percolating in fractures corroborates the low salinity recorded in fluid inclusions from veins of calcite, but with some influence of paleofluids, which interacted with marine carbonates of stratigraphic units (Irati and Teresina formations) adjacent to the Serra Alta Formation.
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Gênese do depósito polimetálico Sn (W, Zn, Cu, Pb) Morro Potosi, Rondônia /Nogueira, Eduardo Hansen. January 2019 (has links)
Orientador: Washington Barbosa Leite Júnior / Resumo: O depósito polimetálico Sn (W, Zn, Cu, Pb) Morro Potosi, localizado no município de Itapuã do Oeste, região centro-norte do Estado de Rondônia, foi o primeiro depósito primário de estanho descoberto na Província Estanífera de Rondônia, em 1977. Até 1987, ano de encerramento das atividades exploratória da mina, foram exploradas 8 000 t de Sn apenas em seus primeiros 55 metros de profundidade. O depósito é caracterizado como um exogreisen brechado, com aproximadamente 170 m de profundidade, formado sobre os gnaisses do embasamento (Complexo Jamari). A mineralização está associada a greisens, microgranito, topazito, veios de quartzo e vênulas e miárolos tardios. A primeira fase de mineralização é caracterizada por cassiterita disseminada em greisens constituídos por quartzo, muscovita, sericita e topázio, com fluorita, rutilo tantalífero, zircão, monazita e óxido de Bi e W como minerais acessórios. A segunda fase compreende diques e veios de microgranito com cassiterita disseminada, que cortam o gnaisse e constituem a matriz de uma brecha cujos fragmentos são formados pelo próprio gnaisse. Diques e veios de topazito com cassiterita disseminada cortam o gnaisse e o greisen e formam a matriz de brechas com fragmentos de dimensão e formatos variados. Veios e vênulas de quartzo cortam as litologias anteriores. Possuem muscovita, topázio, cassiterita, wolframita, esfalerita, calcopirita e pirita como principais acessórios, além de quantidades subordinadas de galena, arsenopirita e es... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: The Potosi Hill polymetallic deposit (Sn, W, Zn, Cu, Pb), located in Itapuã do Oeste, in the northern region of Rondônia State, was the first primary tin deposit discovered in Rondônia Tin Province, in 1977. In 1987 8000 t Sn only in its first 55 meters deep. The deposit is characterized as a breccia exogreisen body, with approximately 170 m deep, formed on the basement gneiss rocks (Jamari Complex). Mineralization is associated with greisens, microgranite, topazite, quartz veins and late miarolitic cavities and veinlets. The first mineralization stage is characterized by disseminated cassiterite in greisens consisting of quartz, muscovite, sericite and topaz, with fluorite, tantaliferous rutile, zircon, monazite and Bi and W oxide as accessory minerals. The second phase comprises microgranite dikes and veins with disseminated cassiterite, which crosscut the gneiss and constitute the matrix of a breccia with fragments of gneiss. Topazite dikes and veins with disseminated cassiterite crosscut the gneiss and the greisen and constitute the matrix of breccias with fragments of size and varied formats. Quartz veins and veinlets crosscut the previous rocks. They have muscovite, topaz, cassiterite, wolframite, sphalerite, chalcopyrite and pyrite as main accessories, as well as subordinate amounts of galena, arsenopyrite and stannite. Late miarolitic cavities and veinlets occur as the last stage of mineralization. They consist of different proportions of quartz, fluorite, muscovite, ... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre
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Caracterização dos fluidos associados à paragênese mineral dos albititos uraníferos e encaixantes gnáissicas da jazida Lagoa da Rabicha, Província uranífera de Lagoa Real, Bahia / CHARACTERIZATION OF FLUIDS ASSOCIATED TO MINERAL PARAGENESIS OF URANIFEROUS ALBITITES AND THEIR GNEISSIC EMBEDDING ROCKS FROM LAGOA DA RABICHA URANIUM DEPOSIT, LAGOA REAL, BAHIA.Lucilia Aparecida Ramos de Oliveira 12 March 2010 (has links)
O Brasil possui atualmente a sétima maior reserva de urânio do mundo. A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) está localizada na região centro-sul do estado da Bahia. Ao longo de uma estrutura helicoidal, com orientação norte-sul, de aproximadamente 33 km de extensão, estão concentradas mais de 30 anomalias de urânio. A anomalia 03 (AN03), denominada Lagoa da Rabicha, está localizada na região centro-sul dessa estrutura e foi descoberta e mapeada pela NUCLEBRÁS (Empresas Nucleares Brasileiras), na década de 80. A Mina da Cachoeira (AN13), localizada na região norte da PULR, é atualmente a única jazida de urânio em fase de produção no Brasil e na América do Sul.
Tendo em vista o crescimento da demanda energética no Brasil e no mundo, estudos e pesquisas petrogenéticas aplicadas ao estudo de jazidas de urânio são relevantes tanto para que se possa aumentar seu potencial de prospecção quanto para auxiliar na possível descoberta de futuras ocorrências.
Nos últimos anos, análises de inclusões fluidas (IF) vêm sendo amplamente utilizadas no estudo da gênese das jazidas de urânio da PULR e ainda assim existem dúvidas sobre a metalogênese das mineralizações uraníferas.
Nesse contexto este trabalho teve como principal objetivo estudar os minerais e fluidos associados a um setor representativo dos albititos uraníferos (rochas portadoras de mineralização uranífera) e rochas encaixantes gnáissicas da Jazida Lagoa da Rabicha. Dessa forma, procurou-se elaborar um quadro geral dos fluidos encontrados nesse setor, estabelecendo uma comparação com estudos realizados por diversos autores em outros setores de Lagoa Real, tentando-se mostrar a evolução das soluções, ao tempo que ocorria a precipitação de uraninita.
As metodologias de trabalho utilizadas foram petrografia, a microssonda eletrônica (ME), a ablação a laser (LA-ICP-MS) e os estudos de inclusões fluidas (IF).
Foram estudados os fluidos presentes no piroxênio, granada e plagioclásio, constituintes da sequência mineralógica dessa jazida. O fluido mais antigo foi encontrado no piroxênio aegirina-augita, de composição aquo-salina (sem fases carbônicas) contendo Ca, Fe e Mg, salinidades de 9-13 wt% NaCl e temperatura de homogeneização entre 220 e 290 C. Concomitantemente ocorreu uma remobilização e precipitação de uraninita. Essa remobilização e precipitação de urânio também foi registrada nas granadas, originadas a partir de fluidos aquo-salinos com Na, Mg, Sr, Ba e Pb, sob condições de temperatura e salinidade próximas as do piroxênio.
Nas amostras estudadas não foi encontrado o piroxênio diopsídico precoce (magmático), com fluidos aquo-salinos [H2O + Na, Rb, Ba (16%wt NaCl)], estudado por Chaves et al (2007) na Jazida da Cachoeira (Anomalia 13, norte de Lagoa Real).
Isto provavelmente é consequência de que a intensidade do metamorfismo no setor da Rabicha foi maior do que na Cachoeira, preservando assim muito pouco da textura magmática pré-existente.
Salienta-se que é notória a ocorrência de uma diluição dos fluidos, presentes nos minerais piroxênio e granada, quando se observa as jazidas no sentido N→S (AN13→AN09→AN03). Também foi verificado que o volume de anfibólios aumenta no centro e norte de Lagoa Real.
A precipitação do plagioclásio (que forma a estrutura dos albititos) ocorreu posteriormente, a partir de um fluido bem menos salino, provavelmente com pouco ou nenhum CO2 associado. Uma remobilização e precipitação de urânio também esta associada a esta fase.
Nas amostras estudadas não foram encontrados carbonatos. Portanto, não foi possível cruzar dados com dados preliminares obtidos por Fuzikawa (1982) em fluidos primários de carbonatos, que evidenciaram a presença de soluções aquo-carbônicas (H2O + CO2 +CH4), que sugerem condições redutoras para essa fase evolutiva.
O estudo de inclusões fluidas nas encaixantes gnáissicas dos albititos foi focado nos plagioclásios, com o intuito de comparar as soluções associadas ao metassomatismo sódico que teria afetado corpos mineralizados e rochas hospedeiras. Nos gnaisses foi registrada a presença de fluidos aquo-carbônicos precoces de salinidade intermediária, associados aos plagioclásios precoces.
Entretanto, as soluções que precipitaram os plagioclásios tardios eram de composição aquo-salina de baixa salinidade, equivalentes aquelas encontradas nos plagioclásios dos albititos. Fluidos tardios aquo-carbônicos foram encontrados em alguns cristais de quartzo da matriz gnáissica. A presença de CO2 foi verificada sistematicamente no quartzo de veios formados tardiamente, que cortam gnaisses e albititos, revelando condições oxidantes para os últimos estágios de precipitação mineral no setor da Rabicha.
Sobre a presença de fluidos em todas as fases minerais estudadas os dados apresentados demonstram que o Evento Brasiliano não obliterou os fluidos pré-existentes.
Entretanto, com exceção do plagioclásio precoce do gnaisse encaixante dos albititos, os fluidos aquo-carbônicos não são facilmente encontrados nos minerais precoces da paragênese. Isso pode ser explicado pelo fato de esse fluido ser anterior ao evento de deformação Brasiliano. Durante esse evento as inclusões contendo o CO2 dos minerais precoces poderiam ter crepitado devido à diferença de pressão, restando poucas evidências deste fluido nas rochas.
Isto, aliado ao fato de não se ter encontrado um fluido característico associado ao Brasiliano, sugere que este evento deformacional deve ter sido predominantemente térmico, uma vez que fluidos anteriores ao evento foram preservados. / Brazil has now the seventh largest uranium reserve in the world. The Lagoa Real Uranium Province (PULR) is located in central-south region of Bahia State. Along a helical structure, north-south oriented, with approximately 33 km long, there are 34 known uranium mineralized areas. In its central-south portion is located anomaly 03 (AN03), named Lagoa da Rabicha, discovered and mapped by NUCLEBRÁS (Brazilian Nuclear Enterprises), in the 80s. The Cachoeira Mine (AN13), located in northern PULR, is currently the only uranium mine in production in Brazil and even in South America.
Nowadays it is observed a growth in energy demand in Brazil and also worldwide and studies and research applied to the petrogenetic uranium deposits are relevant both to be able to increase their potential for exploration and to assist in the possible future occurrences discovery.
In recent years, fluid inclusions analysis (FI) have been widely used to study the genesis of uranium deposits in PULR and even thought there are still doubts about the uranium mineralization metallogenesis at Lagoa Real.
Therefore, this work aimed to study the minerals and fluids associated with Lagoa da Rabicha albitites uraniferous and gneissic host rocks. In this way it was prepared an overview of the fluids found in this sector, establishing a comparison with several authors studies in this and others Lagoa Real anomalies, trying to show the solutions evolution, at the same time that happened the uraninite precipitation.
Petrography, electronic microprobe, laser ablation (LA-ICP-MS) and fluid inclusion studies were the applied methodologies.
The fluids inclusions assemblages present in pyroxene, garnet and plagioclase, the main mineralogical constituents, were studied.
The older fluid was found in aegirine-augite pyroxene and had aquo-saline composition (without carbonic phases) with Ca, Fe and Mg, 9-13 wt% NaCl salinities and homogenization temperatures between 220 and 290 C. Concomitantly, occurred a uraninite remobilization and precipitation. This uranium remobilization and precipitation was also registered in garnets, formed from aquo-salines fluids with Na, Mg, Sr, Ba and Pb, under temperatures and salinities conditions close to those of pyroxene.
In the studied samples it was not found the precocious diopsidic pyroxene (magmatic), with aquo-salines fluids [H2O + Na, Rb, Ba (16%wt NaCl)], studies by Chaves et al (2007) in Cachoeira Mine (Anomaly 13, north of Lagoa Real). This is probably a consequence of a more intense metamorphism in the Rabicha sector when compared to Cachoeira Mine region, preserving very little the pre-existing magmatic texture.
It is worthy to note that occurs a dilution of the fluids present in pyroxene and garnet, when the uranium occurrences are observed in the N→S direction (AN13→AN09→AN03). It was also observed that the amphibole volume increases in the center and north portion of Lagoa Real.
The plagioclase precipitation (which forms the albitite structure) occurred lately from a less saline fluid, probably with little or no associated CO2. One uranium remobilization and precipitation is also associated to this phase.
In the studied samples carbonate was not found. It was not possible to compare data with some preliminary data from Fuzikawa (1982) in primary fluids from carbonate, where the presence of aquo-carbonic solutions (H2O + CO2 +CH4) suggest reducing conditions for this evolutionary phase.
The fluid inclusion studies in albitites host rocks were focused in plagioclase, in order to compare the solutions associated to the sodium metassomatism that would have affected the mineralized bodies and host rocks. In the gneisses it was registered the presence of precocious aquo-carbonic fluids with intermediate salinities, associated do precocious plagioclases. However, the solutions that precipitate the late plagioclase had aquo-saline composition with low salinity, similar to those found in plagioclase from albitites. Late aquo-carbonic fluids were found in some quartz grains in the gneissic matrix. The CO2 occurrence was systematically verified in lately formed quartz veins that cut gneisses and albitites, showing oxidizing conditions for the last mineral precipitation stages in the Rabicha sector.
About the presence of fluids in all the studied mineral phases, the shown data demonstrate that the Brasiliano Event (Pan African Event) had not obliterated the pre-existing fluids. However, with exception to early plagioclase from gneiss albitite host rock, the aquo-carbonic fluids are not easily found in precocious minerals. This might be explained by the fact that this fluid is previous to the Brasiliano deformation event. During this event the inclusions containing the CO2 from the precocious minerals may have crepitated due to the pressure difference, remaining little evidence of this fluid in the rocks.
This observation, associated to the fact that no characteristic fluid was found related to Brasiliano, suggest that this deformation event must have been predominantly thermal, since previous fluids were preserved.
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Estudo de inclusões fluidas e química mineral do depósito aurífero do alvo Jerimum de Baixo, campo mineralizado do Cuiú-Cuiú, província aurífera do Tapajós, ParáOLIVEIRA, Helder Thadeu de 06 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-06 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O alvo Jerimum de Baixo está localizado no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú, região central da Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico. O alvo abrange rochas monzograníticas, essencialmente isotrópicas, que foram fraca a fortemente hidrotermalizadas e portadoras de biotita rica em Fe. Cloritização, sericitização, sulfetação, silicificação e carbonatação são tipos de alteração mais importantes. A clorita produzida é enriquecida em Fe do tipo chamosita e foi formada principalmente entre 280 e 315°C, enquanto que a mica branca assume composições muscovíticas. A mineralização é representada por vênulas de quartzo com baixo teor de sulfetos (pirita + pirrotita ± calcopirita ± galena ± esfalerita) em que o ouro ocorre livre e em zonas mais fragilizadas e alteradas, geralmente associado à pirrotita. O estudo petrográfico e microtermométrico de inclusões fluidas hospedadas quartzo de vênulas definiu inclusões aquocarbônicas, carbônicas e aquosas. Os fluidos com CO2 representam o provável fluido mineralizador e foram gerados por processos de separação de fases entre 280 e 380°C, principalmente. Uma posterior infiltração e processos de mistura são indicados para os fluidos aquosos mais tardios. Temperaturas <400°C e o caráter redutor do meio (pirrotita compondo o minério) apontam para o H2S como o principal ligante no fluido mineralizador e o Au(HS)-2 como o complexo transportador primário do ouro. Separação de fases, modificações nas condições do pH e interação fluido/rocha foram os mecanismos importantes para a precipitação do Au, que se deu em nível rúptil a localmente rúptil-dúctil da crosta (entre 2 e 6 km). Em linhas gerais, Jerimum de Baixo guarda similaridades com os outros depósitos/alvos previamente estudados no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú no que tange à alteração hidrotermal, tipos de fluidos e mineralização. As feições observadas em Jerimum de Baixo não permitem um enquadramento classificatório absolutamente adequado a nenhum dos modelos tipológicos metalogenéticos clássicos. Características como tipo e estilo da alteração hidrotermal, tipo e teor de sulfetos, tipos de fluidos envolvidos, profundidade estimada para a mineralização, associação metálica (p. ex., S, Bi, Te), juntamente com a boa correspondência entres os dados levantados em outros depósitos/alvos no Campo Mineralizado do Cuiú-Cuiú indicam para o alvo Jerimum de Baixo um jazimento aurífero com filiação magmático-hidrotermal, com maior similaridade com aqueles depósitos relacionados a intrusões reduzidas (reduced intrusionrelated gold systems – RIRGS). / The Jerimum de Baixo gold target is located in the Cuiú-Cuiú golfield, central region of the Tapajós Gold Province, Amazonian Craton. The target comprises monzogranitic rocks, essentially isotropic, that were weak to strongly hydrothermal and carriers of Fe-rich biotite. Chloritization, sericitization, sulfidation, silicification and carbonatization are the most important types of alteration. The produced chlorite is enriched in Fe of the chamosite type and was formed mainly between 280 and 315°C, whereas the white mica assumes muscovitic compositions. The mineralization is represented by quartz veinlets with low sulfide content (pyrite + pyrrhotite ± chalcopyrite ± galena ± sphalerite) in which gold occurs as free-milling particles and in more fragil and altered zones, usually associated with pyrrhotite. The petrographic and microtermometric study of fluid inclusions hosted in quartz veinlets defined aqueou-carbonic, carbonic and aqueous inclusions. The fluids with CO2 represent the probable mineralizing fluid and were generated by phase separation processes between 280 and 380°C, mainly. Further infiltration and mixing processes are indicated for the later aqueous fluids. Temperatures <400°C and the reduced character of the environment (pyrrhotite compounding the ore) point to H2S as the major ligand in the mineralizing fluid and Au (HS)-2 as the primary gold transporting complex. Phase separation, changes in pH conditions, and fluid/rock interaction were the important mechanisms for Au precipitation, which occurred at the brittle to locally brittle-ductile level of the crust (between 2 and 6 km). In general terms, Jerimum de Baixo presents similarities among the other deposits/targets previously studied in terms of hydrothermal alteration, fluid types and mineralization. The features observed in Jerimum de Baixo do not allow a classificatory framework absolutely adequate to any of the classical metalogenetic typological models. Characteristics such as type and style of hydrothermal alteration, type and low content of sulfides, types of fluids involved, estimated depth for mineralization, metallic association (e.g., S, Bi, Te), together with the good correspondence between the data collected in other deposits/targets in the Cuiú-Cuiú goldfield indicate for the Jerimum de Baixo target a gold deposit with magmatic-hydrothermal affiliation, presenting greater similarity to those deposits classified as belonging to Reduced Intrusion-Related Gold Systems (RIRGS).
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