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A questão indígena na Comissão da Verdade e Reconciliação do Peru / The indigenous issue in the Truth and Reconciliation Commission of PeruFávari, Flávia Eugênia Gimenez de 28 February 2018 (has links)
Esse trabalho é uma análise do Relatório Final da Comissão da Verdade e Reconciliação do Peru (CVR) e problematiza o tratamento dado pela Comissão na avaliação dos impactos da luta armada do Partido Comunista do Peru - Sendero Luminoso (PCP-SL) e da resposta do Estado peruano a ela. A referência territorial do nosso trabalho é a serra sul central andina, particularmente o departamento de Ayacucho. Essa é uma das regiões de maior população quéchua-falante do país, é o local onde o PCP-SL surgiu e concentrou suas ações, sobretudo nos primeiros seis anos da década de 1980, e onde o conflito deixou mais vítimas e teve uma dinâmica mais acentuada de violência. Por este motivo, o foco deste trabalho é a questão indígena a partir da pergunta: de que modo ela é apresentada no Relatório Final da CVR? Para interpretar o Relatório, realizamos uma análise do discurso a partir de uma contextualização histórica e comparada do documento, e pela seleção de uma série de categorias-chave relacionadas ao horizonte étnico-racial colonial da sociedade peruana: índio, indígena, camponês(a), mestiço(a), misti e cholo(a). Como estratégias complementares para levantar e sintetizar outro tipo de dados e informações foram feitas duas viagens de campo ao Peru. A criação e o trabalho da Comissão têm uma importância histórica evidente no contexto latino-americano. Seu Relatório deve ser apreciado como ponto de partida importante para novas hipóteses, trabalhos de campo e na construção coletiva e popular de projetos de país que sejam plurais e democráticos. Quanto à questão indígena, o Relatório Final é produto de décadas de disputa de posições políticas e intelectuais, e como tal apresenta avanços, potencialidades, contradições e limites. A invisibilização dos povos indígenas andinos e o obscurecimento da questão remetem mais, portanto, a problemas próprios desses debates que antecedem à Comissão. A CVR localiza-se em um contexto de esgotamento dos discursos de mestiçagem como aposta das elites políticas e intelectuais para resolver a questão nacional pendente, mas situa-se em um momento que a valorização e o reconhecimento das diferenças como potencialidade na construção de um Estado popular e democrático é limitada / This work aims to analyze the Final Report of the Truth and Reconciliation Commission of Peru (CVR in Portuguese), and discusses the Commission\'s treatment of the impacts of the armed struggle of the Communist Party of Peru - Shining Path (Sendero Luminoso, PCP-SL) and the response of the Peruvian state for it. The territorial reference of our report is the southern Andean mountain range, particularly the department of Ayacucho. This region has one of the largest Quechua-speaking population in the country, it is where PCP-SL emerged and concentrated its actions, overall in the first six years of the 1980s, when the conflict left more victims and was more violent. For this reason, the focus of this work is the indigenous issue based on the question: howis it presented in the CVR Final Report? In order to interpret the Report, a discourse analysis was conducted on a historical and comparative contextualization of the document, and the selection of categories related to the ethnic-racial colonial horizon of Peruvian society: Indian, indigenous, peasant, mestizo, misti and cholo. Two field trips to Peru were made in order to complement strategies to collect and synthesize other data and information. The creation and work of the Commission have historic importance in the Latin American context. Its Report should be appreciated as an important starting point for new hypotheses, fieldwork and the collective and popular construction of plural and democratic country projects. As for the indigenous issue, the Final Report is the product of decades of dispute over political and intellectual positions, and as such, it presents advances, potentialities, contradictions and limits. The invisibility of the Andean indigenous people and the obscuring of the issue are, therefore, more akin to the problems inherent in these debates which preceded the Commission. The CVR is in a context of the depletion of mestizaje discourses as a bet by the political and intellectual elites to solve the pending national question, but it is at a time when the valorization and recognition of differences as potentialities in the construction of a Popular and democratic state is limited
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Quem são os povos indígenas para os estudantes? Reflexões sobre o currículo básico comum do estado de Minas GeraisGilaverte, Ana Paula 09 December 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-12-09 / The indigenous issue presented in the school context on the view of European blueprints may generate numerous misconceptions, reflecting attitudes of prejudice, rejection, discrimination and segregation. Although they represent a group of ethnic-cultural formation of Brazil, their history remains overlooked, covered in the school context as mere individuals from the time of contact with the Europeans, leaving a deep gap regarding the participation of those groups throughout the history of Brazil. Thus, a perspective that is intended to be multicultural and interactive should bring the debate to the classroom on diversity and difference as being dynamic, fluid, and ever-changing processes. Issues that pervade historic school discourses and similar ones, influence the construction process of individual and collective identification of the student. In this research, we aim to draw considerations on school discourses related to indigenous people, and on how the student builds his identification toward those groups, from the discourses that are recognized, accepted, and instituted in the matrix of the Common Basic Curriculum of Minas Gerais, in the subject of history. These perceptions point to an approach based on speeches that gained tradition throughout the history of Brazil, having the European discourse as its core. / A temática indígena apresentada no contexto escolar sobre o prisma da ótica europeia, pode gerar inúmeros equívocos, refletindo posturas de preconceito, rejeição, discriminação e segregação. Mesmo sendo representados como um dos grupos da formação étnico cultural do Brasil, sua história continua relegada a uma abordagem escolar que os remetem a segundo plano, como meros contingentes humanos da época do contato com os europeus, deixando um profundo lapso ao que se refere à participação destes grupos ao longo da História do Brasil. Desta forma, uma perspectiva que se pretenda multicultural e interativa deve trazer para a sala de aula o debate sobre a diversidade e a diferença enquanto processos dinâmicos, fluidos e em constante transformação. Questões que perpassam os discursos históricos escolares e, como estes, influenciam o processo de construção da identificação individual e coletiva do estudante. Nesta pesquisa temos por objetivo trazer algumas reflexões sobre os discursos escolares referentes aos povos indígenas e como o estudante constrói a sua identificação em relação a estes grupos, a partir dos discursos que estão reconhecidos, aceitos e instituídos na matriz do Currículo Básico Comum do Estado de Minas Gerais ofertado na disciplina de História. Percepções estas que apontam para uma abordagem que se realiza a partir de discursos que ganharam tradição ao longo da História do Brasil, tendo por cerne o discurso europeu.
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A questão indígena na Comissão da Verdade e Reconciliação do Peru / The indigenous issue in the Truth and Reconciliation Commission of PeruFlávia Eugênia Gimenez de Fávari 28 February 2018 (has links)
Esse trabalho é uma análise do Relatório Final da Comissão da Verdade e Reconciliação do Peru (CVR) e problematiza o tratamento dado pela Comissão na avaliação dos impactos da luta armada do Partido Comunista do Peru - Sendero Luminoso (PCP-SL) e da resposta do Estado peruano a ela. A referência territorial do nosso trabalho é a serra sul central andina, particularmente o departamento de Ayacucho. Essa é uma das regiões de maior população quéchua-falante do país, é o local onde o PCP-SL surgiu e concentrou suas ações, sobretudo nos primeiros seis anos da década de 1980, e onde o conflito deixou mais vítimas e teve uma dinâmica mais acentuada de violência. Por este motivo, o foco deste trabalho é a questão indígena a partir da pergunta: de que modo ela é apresentada no Relatório Final da CVR? Para interpretar o Relatório, realizamos uma análise do discurso a partir de uma contextualização histórica e comparada do documento, e pela seleção de uma série de categorias-chave relacionadas ao horizonte étnico-racial colonial da sociedade peruana: índio, indígena, camponês(a), mestiço(a), misti e cholo(a). Como estratégias complementares para levantar e sintetizar outro tipo de dados e informações foram feitas duas viagens de campo ao Peru. A criação e o trabalho da Comissão têm uma importância histórica evidente no contexto latino-americano. Seu Relatório deve ser apreciado como ponto de partida importante para novas hipóteses, trabalhos de campo e na construção coletiva e popular de projetos de país que sejam plurais e democráticos. Quanto à questão indígena, o Relatório Final é produto de décadas de disputa de posições políticas e intelectuais, e como tal apresenta avanços, potencialidades, contradições e limites. A invisibilização dos povos indígenas andinos e o obscurecimento da questão remetem mais, portanto, a problemas próprios desses debates que antecedem à Comissão. A CVR localiza-se em um contexto de esgotamento dos discursos de mestiçagem como aposta das elites políticas e intelectuais para resolver a questão nacional pendente, mas situa-se em um momento que a valorização e o reconhecimento das diferenças como potencialidade na construção de um Estado popular e democrático é limitada / This work aims to analyze the Final Report of the Truth and Reconciliation Commission of Peru (CVR in Portuguese), and discusses the Commission\'s treatment of the impacts of the armed struggle of the Communist Party of Peru - Shining Path (Sendero Luminoso, PCP-SL) and the response of the Peruvian state for it. The territorial reference of our report is the southern Andean mountain range, particularly the department of Ayacucho. This region has one of the largest Quechua-speaking population in the country, it is where PCP-SL emerged and concentrated its actions, overall in the first six years of the 1980s, when the conflict left more victims and was more violent. For this reason, the focus of this work is the indigenous issue based on the question: howis it presented in the CVR Final Report? In order to interpret the Report, a discourse analysis was conducted on a historical and comparative contextualization of the document, and the selection of categories related to the ethnic-racial colonial horizon of Peruvian society: Indian, indigenous, peasant, mestizo, misti and cholo. Two field trips to Peru were made in order to complement strategies to collect and synthesize other data and information. The creation and work of the Commission have historic importance in the Latin American context. Its Report should be appreciated as an important starting point for new hypotheses, fieldwork and the collective and popular construction of plural and democratic country projects. As for the indigenous issue, the Final Report is the product of decades of dispute over political and intellectual positions, and as such, it presents advances, potentialities, contradictions and limits. The invisibility of the Andean indigenous people and the obscuring of the issue are, therefore, more akin to the problems inherent in these debates which preceded the Commission. The CVR is in a context of the depletion of mestizaje discourses as a bet by the political and intellectual elites to solve the pending national question, but it is at a time when the valorization and recognition of differences as potentialities in the construction of a Popular and democratic state is limited
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