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O COTIDIANO DO SER ADOLESCENTE QUE CUMPRE MEDIDA SÓCIOEDUCATIVA: DESVELANDO POSSIBILIDADES ASSISTENCIAIS DE ENFERMAGEM / The Daily Experience of the Adolescent-Being Who Is Under Socioeducative Measure: Unveiling Assistential Nursing PossibilitiesCarmo, Dilce Rejane Peres do 08 January 2010 (has links)
This research was developed in a phenomenological approach through Martin
Heidegger´s line of thinking, aiming to understand the adolescent-being life
experience while captive in the Semi-Freedom Socioeducational Attention Center.
The scenario of this research is the Socioeducational Attention Foundation, in Santa
Maria, RS, Brazil. It began after it was authorized by the Foundation and the
Universidade Federal de Santa Maria Ethics Committee. For the data production a
phenomenological interview was applied to nine institutionalized teenagers. Through
a comprehensive analysis the results show that living under the socioeducative
measure means for the teenager a prison, something bad and that he must pay for
his deeds. He recognizes that he has done wrong. He knows that he is not in the
penitentiary system because of his age and he recognizes that he has lost his
teenagehood. In the institution he goes to school to learn something, to get a job. He
has trouble living among his street rivals and dealing with the institutional agents´
authority and in an unequal system. He valorizes his family, father, mother, brothers,
cousins, uncles, son and girlfriend, which his half-freedom allows him to have. In the
interpretative analysis, the adolescent-being day-by-day amidst the socioeducative
measure reveals ways to be, which expresses impersonality. Absorbed by the
system´s routine he keeps busy, and shows that he is thrown in that which is
determined and where he belongs. It implies an effort on living among others, which
constitutes a special way of being in the world, which is totally absorbed by the world
and by the presence of the others in the impersonal. In keeping occupied and in
decadence he shows that he needs help from the nursing and the socioeducative
measure through the transdisciplinar work and by the strengthening of a social
network support, aiming his re-insertion through the co-responsibility of his family,
community and State. It brings to light a care that makes possible the recovery of the
choice, that can give back the singularity of being. / A pesquisa foi desenvolvida na abordagem fenomenológica a partir do pensamento
de Martin Heidegger, com o objetivo de compreender o cotidiano do ser-adolescente
que cumpre medida socioeducativa de semiliberdade. O cenário da pesquisa foi uma
unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo, no Rio Grande do Sul. Deuse
inicio após a autorização pela Fundação e a aprovação pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal de Santa Maria. Para produção dos dados, a entrevista
fenomenológica foi desenvolvida com nove adolescentes institucionalizados, no
período de fevereiro a maio de 2009. Na análise compreensiva, os resultados
apontaram que vivenciar a medida socioeducativa significa para o adolescente uma
prisão, algo ruim que ele tem que pagar, re-conhece que errou. Sabe que não esta
no sistema penitenciário por conta da idade e re-conhece que jogou fora sua
adolescência. Na instituição vai à escola para aprender algo, para arrumar algum
trabalho. Enfrenta dificuldades de conviver com rivais de rua, com a autoridade dos
agentes institucionais e as desigualdades do sistema. Valoriza a família, pai, mãe,
irmãos, prima, tia, tio, filho e namorada, a semiliberdade proporciona essa
possibilidade. Na análise interpretativa, no cotidiano o ser-adolescente se mostrou
em-meio ao sistema socioeducativo, re-velando modos de ser, que exprime uma
impessoalidade. Absorvido pela rotina do sistema se mantém na ocupação, mostra
que está-lançado naquilo que está determinado e no qual ele permanece. Indica
empenho na convivência, que constitui um modo especial de ser-no-mundo, em que
é totalmente absorvido pelo mundo e pela co-presença dos outros no impessoal. Na
ocupação e na decadência mostra que precisa de ajuda da enfermagem e do
sistema socioeducativo mediado pelo trabalho transdisciplinar e pelo fortalecimento
de uma rede de apoio social, com vistas à sua reinserção mediada pela coresponsabilidade
da família, comunidade e Estado. Traz à luz um cuidado que
possibilita a recuperação da escolha, que devolve a singularidade de ser.
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