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Coerência e aderência da economia solidária: um estudo de caso dos coletivos de produção do MST em Mato Grosso do Sul / Coherence and adherence of solidary economics: a case study of production collective groups of the MST in Mato Grosso do Sul

Fabiano Mourão Vieira 31 March 2006 (has links)
A presente tese analisa a aderência e a coerência da economia solidária a partir de um estudo de caso descritivo de grupos autogestionários em Mato Grosso do Sul, com ênfase nos coletivos de produção do MST. Para tal, identificam-se os principais elementos formadores da teoria da economia solidária presentes entre os precursores, Owen, Marx e Yunus, e os contemporâneos, Singer, Arruda, Mance, Coraggio e Gaiger. A análise dos contemporâneos é auxiliada por uma pré-estrutura conceitual, que observa uma crítica ao capitalismo, uma teoria da transição e uma utopia. Os elementos identificados têm a aderência testada por meio das generalizações analíticas do estudo de caso. Em complemento, esta tarefa é estendida para abranger outros temas desenvolvidos na literatura específica por autores esparsos. Na conclusão, avalia-se a coerência da economia solidária, verificando os pontos em comum entre experiências endógenas, experiências exógenas e teorias propositivas. Verifica-se que a autogestão é o principal desencadeador da economia solidária, que defende um Estado distribuidor, é capaz de gerar uma distribuição de renda média, conforma uma economia heterogênea, procura superar o subdesenvolvimento, é auxiliada pela militância, mas tem um obstruidor, os dominantes na luta de classes. Apesar dos pontos em comum, a pesquisa confirma a necessidade de se reconhecer uma tripla natureza da economia solidária, como teoria, objeto e movimento social, uma dupla dimensão da teoria, descritiva e propositiva, e a existência de duas modalidades de experiências, exógenas e endógenas. Esta confirmação é realizada pelas diferenças que emergem em tais classificações. Por fim, conclui-se que a economia solidária, na conceituação abrangente, não refere-se à defesa de uma economia cordial e afetuosa, mas sim de uma economia capaz de ampliar os direitos sócio-econômicos, emancipar as pessoas e aumentar a capacidade reivindicativa da sociedade. / The present thesis analyzes the adherence and the coherence of the solidary economics from a study of descriptive case of self managed groups in Mato Grosso do Sul, with emphasis in the production collective groups of the MST. For such, main elements of the theory of the solidary economics are identified among the precursors authors, Owen, Marx and Yunus, and the contemporaries, Singer, Arruda, Mance, Coraggio and Gaiger. The analysis of the contemporaries is assisted by a conceptual prestructure, that observes a criticism to the capitalism, a transition theory and an utopia. The identified elements have their adherence tested by analytical generalizations of the case study. In complement, this task is extended to enclose other issues developed in specific literature among sparse authors. In the conclusion, coherence of the solidary economics is evaluated verifying the points in common among endogenous experiences, exogenous experiences and prepositive theories. It is verified that the self management is the main propelling force of the solidary economy, that supports a distributive State, it is capable to generate a distribution of average income, it conforms a heterogeneous economy, it looks for to surpass the subdevelopment, it is assisted by militants, but has an obstructor, the dominants in the class struggle. Despite the points in common, the research confirms the necessity of recognize a triple nature of the solidary economy, as theory (solidary economics), object (solidary economy) and social movement, a double dimension of the theory, descriptive and prepositive, and the existence of two modalities of experiences, exogenous and endogenous. This confirmation is carried through by the observation of differences that emerge in such classifications. Finally, it concludes that the solidary economy, in the broad conceptualization, does not mean the defense of an economy of cordiality, but an economy responsible for extending the social and economic rights, emancipating the people and increasing the requiring capacity of the society.
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As representações sociais sobre a reforma agrária popular nas mídias digitais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Engelmann, Solange I. January 2018 (has links)
avanço da internet e das mídias digitais torna o ciberespaço em um novo canal de comunicação e informação. Dessa forma, várias organizações e movimentos populares de luta por direitos, cidadania e mudanças sociais se apropriem desse espaço para troca de ideias e produção de conhecimento no contexto da esfera pública virtual. As mídias digitais ampliam a circulação das representações sociais sobre os espaços rurais e seus agentes sociais, como é o caso dos movimentos populares de luta pela terra e reforma agrária no Brasil, pois estes passam a exercer um papel de mediação, ampliando o ambiente do debate público, anteriormente concentrado nas mídias tradicionais monopolizadas. O que possibilita uma expansão em relação às discussões sobre as demandas de direitos e os discursos acerca da questão agrária nas mídias digitais. Nesse sentido, esse estudo analisa quais as representações sobre o projeto de Reforma Agrária Popular do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que circulam nas mídias digitais deste Movimento. Partimos de uma perspectiva teórica da Teoria das Representações Sociais (TRS), enfatizando seu caráter mediador no debate contemporâneo sobre os usos e as apropriações das mídias digitais pelos movimentos populares nos espaços rurais, na luta por direitos sociais e busca de cidadania. Apresentamos debate sobre a construção de uma nova cidadania no Brasil, a luta por cidadania comunicativa e as potencialidades das mídias digitais na ampliação da visibilidade pública dos movimentos populares na esfera pública virtual Realizamos ainda análise contextual sobre a problemática da questão agrária brasileira, a formação histórica do MST, bem como seu papel político no país e as características do processo de comunicação popular dessa organização. A abordagem metodológica fundamenta-se na Análise de Conteúdo, para a investigação textual do conteúdo informativo e análise dos dados e informações coletadas nas entrevistas. Utilizamos a técnica de entrevista com comunicadores e lideranças do MST. A pesquisa qualitativa on-line foi realizada para coleta de conteúdos informativos de duas páginas virtuais da organização e de formulação de mapas representacionais, a partir da análise da ancoragem e objetivação das representações sociais. O estudo de caráter qualitativo analisa os conteúdos informativos em publicações, nas páginas on-line especiais da Feira Nacional da Reforma Agrária do MST, de 2015, e na Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária do MST, de 2016. Conclui-se que as principais representações sociais sobre a Reforma Agrária Popular do MST apresentam este como um movimento político, que a partir da sua luta social transforma as áreas de assentamentos em produtores de alimentos para o abastecimentos dos centros urbanos. Ampliando a função da reforma agrária e buscando transformá-la em um projeto alternativo e sustentável para o desenvolvimento do campo. / The advancement of the Internet and digital media turns the cyberspace into a new channel for communication and information. In this way, various organizations and popular civil rights movements take over this space in order to exchange ideas and produce knowledge on the virtual public sphere. The digital media broadens the circulation of rural spaces and their social agents' social representations, like the people's movements fighting for land and agrarian reform in Brazil, as they begin to play a mediating role, broadening the public debate conditions, which were previously focused on the traditional monopolized media. This enables an expansion of discussions regarding civil rights demands and dialogues about the agrarian issue, in the digital media. In this sense, this study analyzes which representations on the Landless Rural Workers Movement's (MST) Popular Agrarian Reform project circulate on its digital media. We set off with a theoretical perspective from the Social Representations' Theory (TRS), emphasizing its mediating character to the contemporary debate on the uses and appropriations of digital media by popular movements in rural areas fighting for social rights and pursuing citizenship. We present a debate about the construction of a new citizenship in Brazil, the struggle for communicative citizenship and the potential of digital media in broadening the public visibility of popular movements in the virtual public sphere. We also perform a contextual analysis on the problems of the Brazilian agrarian issue, the MST's historical formation, as well as its political role in the country and on this organization's characteristics of the popular communication process The methodological approach is based on Content Analysis, in order to elaborate a textual research of the content and to analyze all the data and information collected during the interviews. We employed an interview technique with MST communicators and leaders. On-line qualitative research was carried out to collect informative contents of two of the organization's virtual pages and to formulate representative maps, based on the analysis of the social representations' progress and objectification. The qualitative study analyzes the information content in publications in the special online pages of the MST's National Land Reform Fair, in 2015, and in the MST's Fight for Land Reform's National Working Day, in 2016. It is concluded that the main social representations on the MST's Popular Agrarian Reform show it as a political movement, which, from its social struggle, transforms settlements areas into food producers to supply the urban centers. To this extent, being able to extend the agrarian reform function and seek to transform it into an alternative and sustainable project for the development of the farmlands.

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