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Um olhar sobre a obra em construção : leitura de alguns paratextos de Almeida GarrettSoares, Olga Manuela Gomes Gonçalves Moreira January 2003 (has links)
Almeida Garrett é um marco incontornável do Romantismo Português e da moderna literatura portuguesa. Na senda do Romantismo teórico Iéna, Garrett tem consciência plena do verdadeiro significado da "revolução romântica". Estes românticos inscrevem a crise da literatura e do sujeito no centro das suas próprias experiências literárias. Entendem a escrita como uma processualidade e o sujeito literário como um sujeito "em processo. A análise pormenorizada do córpus paratextual seleccionado permite mostrar de que forma essa consciência crítica da prática da escrita e da complexidade inerente ao processo de construção da identidade literária se traduz em Garrett, como nos Românticos de Iéna e nos escritores da Modernidade, numa busca do "Absoluto Literário" que mais não é do que "a verdadeira e bela arte", nas palavras do próprio Garrett, ou "les chances et la possibilité du classique dans la modernité.", conforme dizem Lacoue-Labarthe e Nancy.
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Trepar a ladeira : o processo de aprendizagem nos heróis de A escola do paraíso, Esteiros e As sete partidas do mundoVale, Ângela Cristina Fernandes do January 2003 (has links)
O objecto de estudo deste trabalho incide sobre um conceito, Bildungsroman e a sua presença na literatura portuguesa, nomeadamente na literatura moderna. Para isso, escolheram-se três romances de grande interesse de meados do séc. XX de autores portugueses, obviamente, que tinham obrigatoriamente como protagonistas jovens em fase de desenvolvimento: A escola do paraíso, José Rodrigues Miguéis; Esteiros, Soeiro Pereira Gomes; As sete partidas do mundo, Fernando Namora. Aquilo que se pretende avaliar é em que medida destes pretensos romances de aprendizagem respeitam um determinado número de directrizes que habitualmente define o romance de aprendizagem. Assim, tentaremos verificar se os protagonistas destes romances sofrem, efectivamente, um processo de evolução tal como o espaço envolvente.
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A fluida arte da descosura : filosofias de liberdade em cartas portuguesas e novas cartas portuguesasSimosas, Maria Marta Pessanha Mascarenhas, Amaral, Ana Luísa January 2007 (has links)
Nesta dissertação, analisa-se, sob uma perspectiva comparatista, a relação entre Cartas Portuguesas, a obra atribuída a Soror Mariana Alcoforado, e Novas Cartas Portuguesas, a obra de Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, à luz da Teoria Queer e dos Estudos Feministas. As autoras, recorrendo a estratégias de transgressão e subversão dos modelos tradicionais, procedem à re-significação do cânone, personalizando as suas personagens femininas um poder de agência que tradicionalmente era negado às mulheres, pelo poder hegemónico. Tanto o hipotexto como o hipertexto atravessam e violam todo o tipo de fronteiras, impossibilitando classificações estáticas, tanto as estético-literárias, como as ligadas à corporeidade, à subjectividade e à fluidez das categorias identitárias. As duas obras descontroem sistematicamente estereótipos cristalizados, além de anticiparem problemáticas socioculturais ainda longe de estarem esclarecidas, o que faz delas um objecto de estudo adequado a uma releitura "queer".
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As Condessas traidoras e a terra de EspanhaGomes, Maria Joana Matos January 2006 (has links)
A lenda da Condessa traidora é um relato ficcional que surge pela primeira vez na historiografia medieval peninsular nos finais do século XII, na Crónica Najarense. Ao longo dos dois séculos seguintes (século XIII-XIV) a Lenda conheceu reescritas em Castela (Toledano, Versão Crítica, Versão Amplificada). Em Portugal, a Lenda comparece na obra intitulada Crónica Geral de Espanha de 1344 do conde dom Pedro de Barcelos, neto de Dom Dinis e bisneto do rei Sábio, Afonso X de Castela. Este trabalho faz uma análise das várias versões da Lenda, um estudo das personagens mais importantes bem como das circunstâncias contextuais que rodearam a reescrita da Lenda, que foi sendo construída com material de origem diversa como por exemplo o Conto de Salomão. O estudo da Lenda da Condessa Traidora permite levantar questões relacionadas com a misoginia medieval, com a terra de Espanha e também com a problemática textual dos manuscritos portugueses e castelhanos que testemunham as obras historiográficas medievais.
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Uma galeria dialogante : a pintura na poesia de António OsórioAraújo, Sara Bock Vieira de, Martelo, Rosa Maria January 2009 (has links)
This work with the title «Uma Galeria Dialogante - A Pintura na Poesia de António Osório», is focused on the dialogue which the poetry of António Osório establishes with painting and its creators, specially in the part «A Felicidade da Pintura» integrated in the book O Lugar do Amor, where we find the evocation of many painters and paintings throughout several epochs of the History of Art. I tried to show the presence of painting in this poetry and the reasons why the reader can find a great number of artists and paintings along the poetic creation of António Osório in articulation with structuring thematic of his poetic work. It is also explored the way how the poems, by taking the visual representation as a reference, establish implicit or fragmentary and explicit or concrete relations with it, becoming by this way a place full of different reflexions and interrogarions. The points of approximation are explored in articulation with a theoretical perspective and creation of ekphrastic, thematic and biographic relations between his poetry and the paintings is also analysed in this exposition.
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Histórias com história : as personagens de Arnaldo GamaMarques, Ana Maria dos Santos January 2002 (has links)
O romance histórico de Arnaldo Gama enquadra-se no contexto da ficção histórica de meados de oitocentos, caracterizada por reconstituições alegadamente fiéis das épocas retratadas e cumprindo um objectivo didáctico. A nossa dissertação pretende mostrar em que medida a ficção histórica deste autor se aproxima dos pressupostos do romance histórico tradicional e dos romancistas tidos por modelos - Walter Scott e Alexandre Herculano - nomeadamente no que diz respeito à escolha das personagens. Arnaldo Gama criou uma galeria de figuras vincadamente românticas que se movimentam em épocas recuadas, vivendo histórias marcadas pelos mais característicos tópicos românticos. Mas a obra deste romancista é recordada principalmente pelas narrações de motins populares, nas quais se percebem a tensão e o dramatismo subjacentes aos grandes acontecimentos históricos.
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A Josefinada de Manuel Rodrigues Maia : um poema joco-sério sobre um caso de plágio no final de setecentosAmaral, Andreia January 2007 (has links)
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A elegia portuguesa nos séculos XX e XXI : perda, luto e desenganoLage, Rui January 2010 (has links)
A elegia é um poema de origens antiquíssimas que se mostrou desde cedo a espécie poética preferida sempre que se tratava de dar voz ao pranto pelos mortos, quer os mortos privados, quer os mortos públicos, e de consolar os sobreviventes. Mas através do recurso à contemplação, à especulação e à interrogação, prestou-se também a veículo por excelência da meditatio mortis, da consciência da brevidade da vida e da veloz fuga do tempo, da instabilidade e fragilidade de tudo o que é humano ou tocado pelo humano, pelo que versou e versa todos os fenómenos relacionados com a perda, quer de uma perspectiva pessoal quer de uma perspectiva universalista. Desde os sirventeses e prantos medievais, a poesia portuguesa acolheu a elegia em toda a sua riqueza e variedade, e no século XX, à semelhança dos séculos anteriores, quase nenhum poeta português ficou imune à elegia. Se em inícios do século a elegia portuguesa rescende ainda à dramaturgia romântica sublimadora dos mortos, fazendo-se nuvem com o saudosismo de Pascoaes, se com a geração de Orpheu ela lamenta acima de tudo a perda de um eu que fica viúvo de si mesmo, se a partir dos anos quarenta procura nos vivos, seguindo o mapa das Elegias de Duíno de Rilke, o rumor invisível dos mortos, a partir do final dos anos cinquenta, e em especial após as Metamorfoses de Jorge de Sena em 1963, no quadro da crise do divino, do materialismo contemporâneo e dos desenganos acarretados pelo progresso científico, instala-se na elegia a pura perda e dá-se lugar a uma morte intransitiva, sem redenção e abertura a uma nova e melhor vida, passando a interessar os detalhes íntimos e particulares dos mortos dados através de um discurso esvaziado de pathos. (...).
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Júlio Dinis - representações romanescas do corpo psicológico e social : influência e interferência da literatura inglesaAbreu, Carmen da Conceição da Silva Matos January 2010 (has links)
Esta Tese de Doutoramento pretende aclarar alguns aspectos da obra do escritor Júlio Dinis bem como introduzir algumas inflexões analíticas que, até ao momento, não se encontram no escopo crítico literário. Faz-se um levantamento de alguns posicionamentos narrativos, criticamente observados no âmbito da literatura portuguesa, e procura-se renovar a imagem das relações literárias estabelecidas com alguns escritores portugueses. No âmbito comparatista, dado que nos romances de Júlio Dinis se estabelece uma inquestionável ligação às literaturas inglesa e irlandesa (de notar que o escritor era filho de mãe inglesa e neto de avós inglês e irlandesa), decorrendo das temáticas comummente trabalhadas são chamados a este os escritores Laurence Sterne, Oliver Goldsmith, Henry Fielding, Jane Austen e Charles Dickens. O inovador tratamento psicológico atribuído por Júlio Dinis ao sujeito e à sociedade na literatura do século XIX português aprofunda claramente as raízes na tradição literária inglesa do século XVIII. Este tratamento esforça-se por aproximar as classes sociais a partir das relações individuais e, lutando pela ordem e justiça que integra um quadro de valores morais, torna-se manifesto o esboço da utopia social. Os recursos da influência literária inglesa no trabalho dinisiano são vários: a pintura é utilizada como processo intersemiótico de incentivo à auto-estima do leitor; a perspectiva judicativa, quer aplicada pelo sujeito, quer pela sociedade, expõe-se como o indesejável constrangimento que só a metamorfose psicológica consegue ultrapassar; a mundivisão do teatro na vida, e da vida no teatro é promotora do permanente esforço de utilização da máscara; invoca-se a androginia que, aplicada às personagens femininas, pretende claramente conferir especiais atributos à mulher; o corpo e a casa apresentam-se como linguagem do pensamento; (...).
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De Xerazade, a contadora de histórias, a As Contadoras de Histórias - os géneros literários na obra de Fernanda Botelho : subversão, recriação, recreaçãoLopes, Leonel da Conceição January 2011 (has links)
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