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A cidade da infância e a cidade dos anjos: a busca de si em duas narrativas de Christa Wolf / The city of childhood and the city of angels: the search for you in two narratives of Christa WolfDávalos, Patricia Miranda 26 March 2015 (has links)
Em uma conversa com Hans Kaufmann, publicada sob o título de Subjektive Authentizität (1973), Christa Wolf afirma a necessidade de se encontrar um tipo de escrita que alcance um alto grau de realismo na apresentação de temas relevantes, mas polêmicos para o indivíduo e seu grupo. Na ocasião da entrevista a autora já trabalhava em Kindheitsmuster, publicado pouco depois (1976). Este trabalho parte da hipótese de que as novas técnicas narrativas exigidas pela autora, a qual se posiciona na ocasião contra a política cultural da RDA e o realismo socialista, seriam visíveis não apenas no romance mencionado, mas em toda sua trajetória a partir de então, e mais decididamente retomadas em Stadt der Engel oder The Overcoat of Dr.Freud (2010), o qual se aproxima muito do livro da década de setenta tanto por sua estrutura e recursos narrativos adotados, quanto por tratar-se novamente da narração de experiências autobiográficas cruciais em sua trajetória. Por meio da comparação dos livros citados procura-se analisar alguns dos recursos estilísticos e estratégias literárias utilizados para configurar a experiência em dois momentos temporais bastante distintos, bem como o modo pelo qual acontecimentos pessoais e da história contemporânea são apresentados em estreita ligação. Por meio de diversas técnicas literárias e de uma determinada posição diante de si e do público, a autora cultiva uma escrita ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, a qual traria o indivíduo para o centro do texto e produziria um tipo especial de realismo e de autenticidade por ela almejados, devendo-se, contudo, atentar para as especificidades de cada contexto. Do jogo entre subjetividade e objetividade presente nos dois textos deriva-se ainda um outro, entre a factualidade e ficcionalidade, de modo que os textos da autora se aproximam de uma tendência surgida nos anos setenta: a da autoficção. Trata-se de um conceito bastante versátil e polêmico da teoria literária, o qual deve ser primeiramente definido, para assim ver como se configura no caso específico de Wolf, cujos textos são declarados pela autora como ficcionais, mas recebidos por público e crítica como autobiográficos. O caráter ficcional de seus textos estaria antes no emprego de técnicas metaficcionais, de encenação de processos de escrita e de rememoração na obra, que na ficcionalidade dos episódios. / During conversation with Haus Kaufmann published under the title Subjektive Authentizität (1973), Christa Wolf affirms the necessity of establishing a mode of writing with the purpose of reaching a high degree of Realism and combining social polemic with thematic literary presentation. At that moment, Wolfs Kindheitsmuster was already in progress; it would be published three years later, in 1976. This dissertation has as its claim that Wolfs new narrative techniques, vindicated at the same time of the authors rupture with Socialist Realism and GDR cultural politics, are visible not only in Kindheitsmuster, but also through her entire career thereafter. In order to demonstrate that, we propose the evaluation of Kindheitsmuster in comparison with Wolfs 2010 novel Stadt der Engel oder The Overcoat of Dr. Freud. In this novel, Wolf recovers some of the narrative techniques first developed in the 1970s, and, following the example of Kindheitsmuster, plunges herself into important autobiographic material. By the way of this comparison, our aim is to analyze some of Wolfs stylistic devices and strategies put in use so as to present close interconnection between historical moment and personal experience in two quite different moments. Through those devices and strategies, combined with Wolfs own public position, the author blurs the traditional boundaries between fictionality and factuality, subjectivity and objectivity, by bringing into attention her concept of subjective authenticity and a new idea of Realism as well. Behind Wolfs achievement, there is a quite specific understanding of autofictionality, based upon metafictional techniques and the mingling of literary representation and recollection processes, and which is our task to interpret.
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A cidade da infância e a cidade dos anjos: a busca de si em duas narrativas de Christa Wolf / The city of childhood and the city of angels: the search for you in two narratives of Christa WolfPatricia Miranda Dávalos 26 March 2015 (has links)
Em uma conversa com Hans Kaufmann, publicada sob o título de Subjektive Authentizität (1973), Christa Wolf afirma a necessidade de se encontrar um tipo de escrita que alcance um alto grau de realismo na apresentação de temas relevantes, mas polêmicos para o indivíduo e seu grupo. Na ocasião da entrevista a autora já trabalhava em Kindheitsmuster, publicado pouco depois (1976). Este trabalho parte da hipótese de que as novas técnicas narrativas exigidas pela autora, a qual se posiciona na ocasião contra a política cultural da RDA e o realismo socialista, seriam visíveis não apenas no romance mencionado, mas em toda sua trajetória a partir de então, e mais decididamente retomadas em Stadt der Engel oder The Overcoat of Dr.Freud (2010), o qual se aproxima muito do livro da década de setenta tanto por sua estrutura e recursos narrativos adotados, quanto por tratar-se novamente da narração de experiências autobiográficas cruciais em sua trajetória. Por meio da comparação dos livros citados procura-se analisar alguns dos recursos estilísticos e estratégias literárias utilizados para configurar a experiência em dois momentos temporais bastante distintos, bem como o modo pelo qual acontecimentos pessoais e da história contemporânea são apresentados em estreita ligação. Por meio de diversas técnicas literárias e de uma determinada posição diante de si e do público, a autora cultiva uma escrita ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, a qual traria o indivíduo para o centro do texto e produziria um tipo especial de realismo e de autenticidade por ela almejados, devendo-se, contudo, atentar para as especificidades de cada contexto. Do jogo entre subjetividade e objetividade presente nos dois textos deriva-se ainda um outro, entre a factualidade e ficcionalidade, de modo que os textos da autora se aproximam de uma tendência surgida nos anos setenta: a da autoficção. Trata-se de um conceito bastante versátil e polêmico da teoria literária, o qual deve ser primeiramente definido, para assim ver como se configura no caso específico de Wolf, cujos textos são declarados pela autora como ficcionais, mas recebidos por público e crítica como autobiográficos. O caráter ficcional de seus textos estaria antes no emprego de técnicas metaficcionais, de encenação de processos de escrita e de rememoração na obra, que na ficcionalidade dos episódios. / During conversation with Haus Kaufmann published under the title Subjektive Authentizität (1973), Christa Wolf affirms the necessity of establishing a mode of writing with the purpose of reaching a high degree of Realism and combining social polemic with thematic literary presentation. At that moment, Wolfs Kindheitsmuster was already in progress; it would be published three years later, in 1976. This dissertation has as its claim that Wolfs new narrative techniques, vindicated at the same time of the authors rupture with Socialist Realism and GDR cultural politics, are visible not only in Kindheitsmuster, but also through her entire career thereafter. In order to demonstrate that, we propose the evaluation of Kindheitsmuster in comparison with Wolfs 2010 novel Stadt der Engel oder The Overcoat of Dr. Freud. In this novel, Wolf recovers some of the narrative techniques first developed in the 1970s, and, following the example of Kindheitsmuster, plunges herself into important autobiographic material. By the way of this comparison, our aim is to analyze some of Wolfs stylistic devices and strategies put in use so as to present close interconnection between historical moment and personal experience in two quite different moments. Through those devices and strategies, combined with Wolfs own public position, the author blurs the traditional boundaries between fictionality and factuality, subjectivity and objectivity, by bringing into attention her concept of subjective authenticity and a new idea of Realism as well. Behind Wolfs achievement, there is a quite specific understanding of autofictionality, based upon metafictional techniques and the mingling of literary representation and recollection processes, and which is our task to interpret.
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