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Deuses que dançam e conclamam a revolução: a construção da identidade de resistência em A ilha sob o mar, de Isabel Allende / Dioses que bailan y llaman a la revolución: la construcción de la identidad de resistencia en La isla bajo el mar, de Isabel Allende

Milena Campos Eich 30 March 2015 (has links)
Este trabalho tem como objetivo identificar os processos através dos quais a personagem Zarité, protagonista do romance A ilha sob o mar (ALLENDE, 2010), constrói sua identidade de resistência (CASTELLS, 2013). Sujeito subalterno por ser simultaneamente escrava, negra e mulher (SPIVAK, 2010), ela desenvolve estratégias verossímeis que lhe permitem sobreviver e enfrentar a opressão física e identitária típica de sua condição na colônia francesa de São Domingos, atual Haiti, que vivia, à época, sob o domínio de um modelo político e social profundamente patriarcal, escravocrata e racista. A pesquisa assume a perspectiva desenvolvida em torno da literatura de autoria feminina na América Latina (CUNHA, 2004; RAGO, 2004; VELASCO-MARÍN, 2007; WARD, 2007), segundo a qual, nessa produção específica, desenvolvem-se representações de mulher às quais são garantidas a voz e o empoderamento que lhes foram negados em outros contextos de escrita literária. Alinhando a noção de estranhamento desenvolvida pelo formalismo russo (CHKLOVSKI, 2013) com a do uso de procedimentos capazes de conferir literariedade à narrativa (LUKÁCS, 1968), este trabalho verifica a configuração de condições que conferem à obra o pertencimento ao contexto das produções desenvolvidas por autoras migrantes ou exiladas (SKAR, 2001). O conceito de hibridismo (CANCLINI, 2011) se soma a esse entendimento, articulando-se, nesta pesquisa, com a perspectiva multicultural de compreensão das identidades (HALL, 2005). Hutcheon (1991) fornece o arcabouço que nos permite o necessário trabalho com o conceito de sujeito marginalizado e ex-cêntrico. Para isso, é utilizado também o embasamento teórico oferecido por Castells (2013) no tocante ao desenvolvimento da noção de identidade de resistência. As condições históricas e econômicas sob as quais se desenvolveu o regime vigente no ambiente em que se passa a narrativa são verificadas em James (2010) e Blackburn (2003). Para lidar com a vivência religiosa e cultural experimentada pelos descendentes de africanos naquele contexto, a pesquisa se embasa nos argumentos trazidos por Capone (2011) ao debate acerca desse tema e, por intermédio dos estudos de Garauday (1980) e Lody & Sabino (2011), é possível angariar informações relativas à história e à simbologia envolvidas nas danças de origem africana. O estudo dessas correntes teóricas conduz à conclusão de que o romance A ilha sob o mar encena, na personagem Zarité, a construção de uma identidade de resistência entre os escravos que, dançando, celebravam seus deuses, permitiam o encontro das diferentes culturas das quais eram originários e fortaleciam a rede de relações, informações e colaboração mútua entre os indivíduos e as comunidades que pretendiam livrar-se do domínio do elemento europeu e de seu regime escravocrata / Este trabajo tiene como objetivo identificar los procesos a través de los cuales la personaje Zarité, protagonista de la novela A ilha sob o mar (ALLENDE, 2010) construye su identidad de resistencia (CASTELLS, 2013). Sujeto subalterno al ser simultáneamente negro, esclavo y mujer - desarrolla estrategias verosímiles que le permiten sobrevivir y enfrentar a la opresión física y de identidad propias de su condición en la colonia francesa de Santo Domingo, actual Haití , que vivía en la época de la dominación de un modelo político y social esclavitud profundamente patriarcal y racista. La investigación adopta la perspectiva desarrollada alrededor de la literatura de escritura femenina en América Latina (CUNHA, 2004; RAGO, 2004; VELASCO-MARIN, 2007; WARD, 2007), según la cual, en esta producción en particular, el desarrollo de las representaciones de las mujeres garanten a ellas la voz y el empoderamiento que les fue negado en otros contextos de la escritura literaria. Alineándose la noción de extrañamiento desarrollado por el formalismo ruso (Chklovski, 2013) con el uso de los procedimientos que dan literariedade a la narrativa (Lukács, 1968), este estudio verifica las condiciones de configuración que proporcionan a obra la pertenencia al contexto de las producciones desarrolladas por las autoras migrantes o exiladas (Skar, 2001). El concepto de hibridez (Canclini, 2011) se suma a este entendimiento, articulándose en esta investigación con la perspectiva multicultural de la comprensión de las identidades (Hall, 2005). Hutcheon (1991) proporciona el marco que nos permite el necesario trabajo con el concepto del sujeto marginado y ex-céntrico. Para eso, se utiliza también la base teórica ofrecida por Castells (2013) sobre el desarrollo del concepto de identidad de resistencia. Las condiciones históricas y económicas en las que desarrollan el régimen corriente en el mundo que va de la narración se comprueban James (2010) y Blackburn (2003). Para hacer frente a la experiencia religiosa y cultural que sufren las personas de ascendencia africana en ese contexto, la investigación subyace en los argumentos presentados por Capone (2011) para debatir sobre el tema y, a través de estudios de Garauday (1980) y Lody y Sabino (2011), se puede obtener información sobre la historia y el simbolismo que envuelven las danzas de origen africana. El estudio de estas perspectivas teóricas lleva a la conclusión de que La isla bajo el mar promulga, en la persona de Zarité, la construcción de una identidad de resistencia entre los esclavos que, bailando, celebraban sus dioses, permitían el encuentro de las diferentes culturas del que derivaban y fortalecían a la red de relaciones, informaciones y cooperación mutua entre los individuos y las comunidades que querían deshacerse del dominio del elemento europeo y su régimen esclavista
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Deuses que dançam e conclamam a revolução: a construção da identidade de resistência em A ilha sob o mar, de Isabel Allende / Dioses que bailan y llaman a la revolución: la construcción de la identidad de resistencia en La isla bajo el mar, de Isabel Allende

Milena Campos Eich 30 March 2015 (has links)
Este trabalho tem como objetivo identificar os processos através dos quais a personagem Zarité, protagonista do romance A ilha sob o mar (ALLENDE, 2010), constrói sua identidade de resistência (CASTELLS, 2013). Sujeito subalterno por ser simultaneamente escrava, negra e mulher (SPIVAK, 2010), ela desenvolve estratégias verossímeis que lhe permitem sobreviver e enfrentar a opressão física e identitária típica de sua condição na colônia francesa de São Domingos, atual Haiti, que vivia, à época, sob o domínio de um modelo político e social profundamente patriarcal, escravocrata e racista. A pesquisa assume a perspectiva desenvolvida em torno da literatura de autoria feminina na América Latina (CUNHA, 2004; RAGO, 2004; VELASCO-MARÍN, 2007; WARD, 2007), segundo a qual, nessa produção específica, desenvolvem-se representações de mulher às quais são garantidas a voz e o empoderamento que lhes foram negados em outros contextos de escrita literária. Alinhando a noção de estranhamento desenvolvida pelo formalismo russo (CHKLOVSKI, 2013) com a do uso de procedimentos capazes de conferir literariedade à narrativa (LUKÁCS, 1968), este trabalho verifica a configuração de condições que conferem à obra o pertencimento ao contexto das produções desenvolvidas por autoras migrantes ou exiladas (SKAR, 2001). O conceito de hibridismo (CANCLINI, 2011) se soma a esse entendimento, articulando-se, nesta pesquisa, com a perspectiva multicultural de compreensão das identidades (HALL, 2005). Hutcheon (1991) fornece o arcabouço que nos permite o necessário trabalho com o conceito de sujeito marginalizado e ex-cêntrico. Para isso, é utilizado também o embasamento teórico oferecido por Castells (2013) no tocante ao desenvolvimento da noção de identidade de resistência. As condições históricas e econômicas sob as quais se desenvolveu o regime vigente no ambiente em que se passa a narrativa são verificadas em James (2010) e Blackburn (2003). Para lidar com a vivência religiosa e cultural experimentada pelos descendentes de africanos naquele contexto, a pesquisa se embasa nos argumentos trazidos por Capone (2011) ao debate acerca desse tema e, por intermédio dos estudos de Garauday (1980) e Lody & Sabino (2011), é possível angariar informações relativas à história e à simbologia envolvidas nas danças de origem africana. O estudo dessas correntes teóricas conduz à conclusão de que o romance A ilha sob o mar encena, na personagem Zarité, a construção de uma identidade de resistência entre os escravos que, dançando, celebravam seus deuses, permitiam o encontro das diferentes culturas das quais eram originários e fortaleciam a rede de relações, informações e colaboração mútua entre os indivíduos e as comunidades que pretendiam livrar-se do domínio do elemento europeu e de seu regime escravocrata / Este trabajo tiene como objetivo identificar los procesos a través de los cuales la personaje Zarité, protagonista de la novela A ilha sob o mar (ALLENDE, 2010) construye su identidad de resistencia (CASTELLS, 2013). Sujeto subalterno al ser simultáneamente negro, esclavo y mujer - desarrolla estrategias verosímiles que le permiten sobrevivir y enfrentar a la opresión física y de identidad propias de su condición en la colonia francesa de Santo Domingo, actual Haití , que vivía en la época de la dominación de un modelo político y social esclavitud profundamente patriarcal y racista. La investigación adopta la perspectiva desarrollada alrededor de la literatura de escritura femenina en América Latina (CUNHA, 2004; RAGO, 2004; VELASCO-MARIN, 2007; WARD, 2007), según la cual, en esta producción en particular, el desarrollo de las representaciones de las mujeres garanten a ellas la voz y el empoderamiento que les fue negado en otros contextos de la escritura literaria. Alineándose la noción de extrañamiento desarrollado por el formalismo ruso (Chklovski, 2013) con el uso de los procedimientos que dan literariedade a la narrativa (Lukács, 1968), este estudio verifica las condiciones de configuración que proporcionan a obra la pertenencia al contexto de las producciones desarrolladas por las autoras migrantes o exiladas (Skar, 2001). El concepto de hibridez (Canclini, 2011) se suma a este entendimiento, articulándose en esta investigación con la perspectiva multicultural de la comprensión de las identidades (Hall, 2005). Hutcheon (1991) proporciona el marco que nos permite el necesario trabajo con el concepto del sujeto marginado y ex-céntrico. Para eso, se utiliza también la base teórica ofrecida por Castells (2013) sobre el desarrollo del concepto de identidad de resistencia. Las condiciones históricas y económicas en las que desarrollan el régimen corriente en el mundo que va de la narración se comprueban James (2010) y Blackburn (2003). Para hacer frente a la experiencia religiosa y cultural que sufren las personas de ascendencia africana en ese contexto, la investigación subyace en los argumentos presentados por Capone (2011) para debatir sobre el tema y, a través de estudios de Garauday (1980) y Lody y Sabino (2011), se puede obtener información sobre la historia y el simbolismo que envuelven las danzas de origen africana. El estudio de estas perspectivas teóricas lleva a la conclusión de que La isla bajo el mar promulga, en la persona de Zarité, la construcción de una identidad de resistencia entre los esclavos que, bailando, celebraban sus dioses, permitían el encuentro de las diferentes culturas del que derivaban y fortalecían a la red de relaciones, informaciones y cooperación mutua entre los individuos y las comunidades que querían deshacerse del dominio del elemento europeo y su régimen esclavista

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