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DA INCOMPLETUDE DA LINGUAGEM NA MATERIALIDADE METÁLICA / ABOUT THE INCOMPLETENESS OF LANGUAGE IN THE METALLIC MATERIALITY

Schmitt, Michele 14 July 2006 (has links)
The research problem we propose to reflect about concerns the constitution of language and of memory in the metallic materiality. We focus, in our work, on the fact that technologies are produced by man, under certain social and historical conditions. The fact that language may be conceived externally to man in informatic media -, does not mean that it is in a transcendental plan in relation to the subject, to the discourse. Furthermore, what is from the historical subject belongs as well to the machine, to the technique. Our point of view, thus, is that technique and man, language and subject should be thought as mutually constituted and not as opposite elements, which would exclude each other. In this way, we propose, under the perspective of French Discourse Analysis, a study of language that takes in consideration that language and discourse are mutually constituted. Our aim is to emphasize that the order of language is not independent from the order of discourse. By observing the working of formalization and of the categories of time and space in Google, we infer that there is a double movement of sense constitution in the metallic materiality: on the one hand, a movement that searches the completeness of language, which would be possible through the constitution of a memory with a large capacity of storage; in this memory, senses would be frozen in space and time, so that the irruption of other significations would not become possible. On the other hand, incompleteness is constituted in the simulation of completeness itself. We think incompleteness is structured by the excess of information that circulates in Web. This excess is a sign that there is ever something to be said, since language is not a representation of the world. / O problema de pesquisa sobre o qual nos propomos refletir tem como foco a constituição da linguagem e da memória na materialidade metálica. Chamamos atenção, em nosso trabalho, para o fato de que as tecnologias são produzidas pelos homens, como frutos de certas condições sócio-históricas. O fato de a linguagem poder ser concebida exteriormente ao homem - nos meios informáticos -, não significa que ela esteja em um plano transcendente ao do sujeito, do discurso. Assim, o que é do sujeito histórico também faz parte da máquina, da técnica. Nosso ponto de vista, portanto, é de que técnica e homem, língua e sujeito devem ser pensados enquanto mutuamente constitutivos e não enquanto elementos opositivos, os quais se excluiriam uns aos outros. Nessa perspectiva, propomos, a partir da Análise de Discurso de linha francesa, um estudo da linguagem que vise a uma relação de recobrimento entre língua e discurso. Nosso objetivo é o de salientar que a ordem da língua, do formal não é independente da ordem do discursivo. A partir da observação do funcionamento da formalização e das categorias de tempo e de espaço no site de busca Google, inferimos que há um duplo movimento de constituição de sentidos na materialidade metálica: por um lado, aquele que busca a completude da linguagem, por meio da constituição de uma memória com grande capacidade de armazenamento de dados, na qual os sentidos seriam congelados no espaço e no tempo, de modo a não dar abertura para a irrupção de outras significações. Por outro lado, é, na própria simulação da completude, que se constitui a incompletude. Esta, para nós, vem a ser estruturada pelo excesso de informação que circula na Internet. Este excesso é a marca de que sempre há o que dizer, tendo em vista que a linguagem não é uma representação do mundo.

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