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Escuta clínica do trabalho e (re)significação do sofrimento de professoras readaptadas

Amaral, Graziele Alves 05 April 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2018. / Submitted by Fabiana Santos (fabianacamargo@bce.unb.br) on 2018-09-06T20:45:57Z No. of bitstreams: 1 2018_GrazieleAlvesAmaral.pdf: 1606823 bytes, checksum: 84303cb14612a17b2756cc2d399c60c6 (MD5) / Approved for entry into archive by Fabiana Santos (fabianacamargo@bce.unb.br) on 2018-09-11T19:41:09Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2018_GrazieleAlvesAmaral.pdf: 1606823 bytes, checksum: 84303cb14612a17b2756cc2d399c60c6 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-09-11T19:41:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2018_GrazieleAlvesAmaral.pdf: 1606823 bytes, checksum: 84303cb14612a17b2756cc2d399c60c6 (MD5) Previous issue date: 2018-09-06 / A presente pesquisa tem como objeto a significação do sofrimento por meio da análise da mobilização subjetiva de professores readaptados, com base no referencial teórico e metodológico da Psicodinâmica do Trabalho. Os estudos em clínica do trabalho, realizados desde a década de 1990 no Brasil, têm enfocado a mobilização subjetiva ou a (re)significação do sofrimento com trabalhadores em situação de “normalidade” e não em adoecimento afastados do trabalho. Define-se mobilização subjetiva como um processo intersubjetivo que se caracteriza pelo engajamento da subjetividade do trabalhador e pelo espaço público de discussões sobre o trabalho, passando pela dinâmica contribuição-retribuição simbólica e pela cooperação. Por meio de uma operação simbólica que leva ao resgate do sentido do trabalho, a mobilização subjetiva possibilita a transformação do sofrimento e, assim, a vivência de prazer no trabalho. A readaptação profissional é um dispositivo do poder público que se destina a servidores que adoeceram e cujo adoecimento levou a limitações laborais. O processo de readaptação envolve o afastamento do trabalho e a reinserção laboral, por meio do qual os trabalhadores são realocados em cargos com atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação física ou psíquica que tenham sofrido. A escuta clínica do sofrimento é usada na clínica do trabalho. Ao privilegiar a fala num espaço de escuta, coloca a palavra em ação e abre uma possibilidade de repensar as dimensões visíveis e invisíveis da organização do trabalho e dos laços sociais construídos na relação dos sujeitos com o real do trabalho. Nessa pesquisa, os dispositivos utilizados foram: análise da demanda, transferência e interpretação. Isto posto, partiu-se da tese de que a aplicação dos dispositivos da escuta clínica do sofrimento no trabalho poderia produzir efeitos nos modos de mobilização subjetiva em um grupo de professores readaptados. Como objetivo da pesquisa, pretendeu-se analisar os modos de significação do sofrimento por meio da análise dos efeitos dos dispositivos de escuta clínica do sofrimento no trabalho sobre a mobilização subjetiva de professores readaptados. Foi utilizado o método da clínica do trabalho. Os participantes dessa pesquisa foram professoras readaptadas da rede pública de ensino do Distrito Federal, que participavam da clínica do trabalho oferecida pelo Sindicato dos Professores (SinPro/DF). Foram realizadas 22 sessões das quais participaram de duas a sete professoras. As sessões foram conduzidas por duas clínicas-pesquisadoras, com duração média de uma hora e meia cada. As supervisões clínicas semanais aconteceram com o coletivo de pesquisadores, composto pelas duas clínicas-pesquisadoras, a supervisora e alunos do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho/UnB. Ao longo do processo clínico, foram utilizados quatro instrumentos: a gravação em áudio das sessões, o memorial e o diário de campo e o registro da supervisão. Os dados compostos por sessões transcritas, memoriais, diários de campo e registros das supervisões foram analisados seguindo a técnica Análise Clínica do Trabalho em suas três etapas: Análise dos Dispositivos Clínicos, Análise da Psicodinâmica do Trabalho e Análise da Mobilização do Coletivo de Trabalho. A partir da clínica do trabalho realizada, pôde-se observar um reposicionamento subjetivo dos sujeitos, que passaram a se sentir mais fortalecidas para lidar com o sofrimento do adoecimento e da readaptação, já que a clínica permitiu que se desapegassem das ilusões missionárias sobre seu trabalho e construíssem uma narrativa mais autônoma. Mas a mobilização subjetiva, como um processo de resgate do sentido e do prazer no trabalho, não foi possível de ser alcançada na clínica. Esse resultado não se deve ao uso inadequado dos dispositivos clínicos, mas ao fato de o trabalho na readaptação se constituir em um trabalho morto, inclusive no sentido de contribuir para o isolamento e a exclusão dessas profissionais, levando ao desmoronamento dos laços sociais e à impossibilidade de uma mobilização coletiva potente o suficiente para mudar as questões estruturais desse não-trabalho a que estão submetidas. Apesar de defender a impossibilidade de mobilização subjetiva em um trabalho morto, a grande contribuição da clínica do trabalho realizada foi no sentido de demonstrar a potência política da clínica do trabalho a partir de novos destinos que as professoras adoecidas puderam dar ao sofrimento. / This research studies the meaning of suffering through the analysis of the subjective mobilization of readapted teachers, based on the theoretical and methodological reference of the Work Psychodynamics. The studies in clinic of work conducted since the 1990s in Brazil have focused the subjective mobilization or the (re)signification of suffering with workers in a situation of "normality" and not in illness away from work. Subjective mobilization is defined as an intersubjective process characterized by the engagement of worker subjectivity and the public space of discussions about work, further the dynamic symbolic contribution-retribution and cooperation. Through a symbolic operation that leads to the rescue of the signification of work, subjective mobilization enables the transformation of suffering and, thus, the experience of pleasure at work. Professional readaptation is a device of the public power that is destined to servers that became ill and which illness led to labor limitations. The process of readaptation involves the withdrawal of work and the reintegration to work by the readaptation, whereby workers are relocated to positions with compatible attributions and responsibilities with the physical or psychological limitation they have suffered. The clinical listening of the suffering is used in the clinic of work. By privileging speaking in a listening space, it puts the word into action and opens up the possibility to rethink the visible and invisible dimensions of work organization and the social bonds built in the relationship of the subjects with the real work. In this research, the devices used were: analysis of the demand, transfer and interpretation. This is based on the thesis that the application of the devices of clinical listening of suffering at work could produce effects on the modes of subjective mobilization in a group of teachers who have been readapted. The objective of this research was to analyze the modes of signification of the suffering throught the analysis of the effects of the devices in clinical listening of the suffering at work on the subjective mobilization of readapted teachers. The clinic of work method was used. The participants of this research were readapted teachers from the public school system of the Federal District, who participated of the clinic of work offered by the Teachers' Syndicate (SinPro / DF). Twenty-two sessions were held in which two to seven teachers have participated. The sessions were conducted by two clinics-researchers, with an average duration of one and a half hour each. The weekly clinical supervisions have taken place with a group of researchers, composed of the two clinics-researchers, the supervisor and students of the Laboratory of Psychodynamics and Clinic of Work/UnB. Along the clinical process, four instruments were used: the audio recordings, the memorial, the field diary and the supervision notes. The data composed of transcribed sessions, memorials, field diarys and supervision notes, which were analyzed following the Work’s Clinical Analysis technique in its three steps: Analysis of Clinical Devices, Analysis of the Work Psychodynamics and Analysis of the Mobilization of the Collective of Work. From the clinic of work realized, it was possible to observe a subjective repositioning of the subjects, who felt to be more strengthened to deal with the suffering of illness and readaptation, since the clinic allowed them to detach of the missionary illusions about their work and to construct a more autonomous narrative. But the subjective mobilization, as a process of recovery of signification and pleasure at work, could not be achieved in the clinic. This result is not due to the inadequate use of clinical devices, but to the fact that work on readaptation constitutes a dead work, even in the sense of contributing to the isolation and exclusion of these professionals, leading to the collapse of social ties and the impossibility of a collective mobilization powerful enough to change the structural issues of this non-work to which they are subjected. In spite of defending the impossibility of subjective mobilization in a dead work, the great contribution of the clinic of the work accomplished was in the sense of demonstrating the political power of the clinic of work from the new destinations that the sick teachers could give to the suffering. / El presente estudio tiene como objetivo la significación del sufrimiento por medio del análisis de la movilización subjetiva de profesores reubicados a partir del marco teórico y metodológico de la Psicodinámica del Trabajo. Los estudios en clínica del trabajo realizados desde la década de 1990 en Brasil han enfocado la movilización subjetiva o la (re)significación del sufrimiento con trabajadores en situaciones de “normalidad” y no en licencias por enfermedades del trabajo. La movilización subjetiva se define como un proceso intersubjetivo que se caracteriza por el compromiso de la subjetividad del trabajador y por el espacio público de discusión sobre el trabajo, pasando por la dinámica contribución-retribución simbólica y la cooperación. Por medio de una operación simbólica que lleva al rescate del sentido del trabajo, la movilización subjetiva posibilita la transformación del sufrimiento y así, la vivencia de placer en el trabajo. La reubicación profesional es un dispositivo del poder público que se destina a funcionarios que enfermaron y cuja enfermedad llevó a limitaciones laborales. El proceso de reubicación envuelve licencias de trabajo y la reinserción laboral, por medio del cual los trabajadores son reubicados en cargos con atribuciones y responsabilidades compatibles con la limitación física o psíquica que tengan sufrido. El escucha clínica del sufrimiento es usado en la clínica del trabajo. Al privilegiar el habla en un espacio de escucha, coloca la palabra en acción y abre posibilidades de repensar las dimensiones visibles e invisibles de la organización del trabajo y de los lazos sociales construidos en la relación de los sujetos con lo real del trabajo. En esta investigación, los dispositivos usados fueron: análisis de la demanda, transferencia e interpretación. A partir de lo expuesto, se defiende la tesis de que la aplicación de los dispositivos de escucha clínica del sufrimiento en el trabajo produce efectos en los modos de movilización subjetiva en un grupo de profesores reubicados. El objetivo de la investigación fue analizar los modos de significación de sufrimiento, por medio del análisis de los efectos de los dispositivos de escucha clínica del sufrimiento en el trabajo sobre la movilización subjetiva de los profesores reubicados. Fue utilizado el método de la clínica del trabajo. Los participantes de la investigación fueron profesores reubicados de la red pública de enseñanza del Distrito Federal, que participaban de la clínica del trabajo ofrecida por el Sindicato de los Profesores (SinPro/DF). Fueron realizadas 22 sesiones, en las cuales participaron de dos a siete profesoras. Las sesiones fueron conducidas por dos clínicas-investigadoras, con duración de una hora y media cada. Las supervisiones clínicas sucedieron con el colectivo de investigadores, compuesto por las dos clínicas-investigadores, la supervisora y alumnos del Laboratorio de Psicodinámica y Clínica del Trabajo/UnB. Durante el proceso clínico, fueron utilizados cuatro instrumentos: grabación, memorial, diario de campo y registro de las supervisiones. Los datos, compuestos por sesiones transcriptas, memoriales, diarios de campo y registros de las supervisiones, fueron analizados siguiendo la técnica Análisis Clínica del Trabajo en sus tres etapas: Análisis de los Dispositivos Clínicos, Análisis de la Psicodinámica del Trabajo y Análisis de la Movilización del Colectivo del Trabajo. A partir de la clínica del trabajo realizada, se pudo observar un reposicionamiento subjetivo de los sujetos, que pasaron a sentirse más fortalecidos para lidiar con el sufrimiento de la enfermedad y la readaptación, ya que la clínica permitió que se desapeguen de las ilusiones misionarias sobre su trabajo y construyan una narrativa más autónoma. Sin embargo, la movilización subjetiva como un proceso de rescate del sentido y placer en el trabajo, no fue posible de ser alcanzada en la clínica. Ese resultado no se debe al uso inadecuado de los dispositivos clínicos, y si al hecho de que el trabajo en la reubicación se constituye como un trabajo muerto, inclusive en el sentido de contribuir para la exclusión de esas profesionales. De esa forma, lleva al desmoronamiento de los lazos sociales y a la imposibilidad de una movilización colectiva potente lo suficiente para cambiar las cuestiones estructurales de ese no-trabajo a las que están sometidas. A pesar de defender la imposibilidad de la movilización subjetiva en un trabajo muerto, la grande contribución de la clínica del trabajo realizada fue en el sentido de demonstrar la potencia política de la clínica del trabajo a partir de nuevos destinos que las profesoras pudieron dar al sufrimiento.
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Trabalho e saúde mental no contexto de uma metalúrgica no sul do brasil

Borowski, Sílvia Batista Von 28 October 2015 (has links)
Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2016-02-12T15:58:30Z No. of bitstreams: 1 Sílvia Batista Von Borowski_.pdf: 360629 bytes, checksum: 0311fa53aadb7e58717704cac1dc83eb (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-12T15:58:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sílvia Batista Von Borowski_.pdf: 360629 bytes, checksum: 0311fa53aadb7e58717704cac1dc83eb (MD5) Previous issue date: 2015-10-28 / Nenhuma / A globalização provocou diversas mudanças no contexto do trabalho. A necessidade de constante inovação e agilidade atingiu a indústria metalúrgica, impactando na subjetividade do trabalhador e na gestão da organização. O presente trabalho objetivou analisar a Organização do Trabalho (OT) de uma metalúrgica, seus impactos no prazer e sofrimento, bem como na saúde mental dos trabalhadores. Além disso, buscou-se analisar a mobilização subjetiva e as estratégias defensivas utilizadas pelos trabalhadores diante do sofrimento psíquico no trabalho metalúrgico. Realizou-se uma pesquisa qualitativa exploratório-descritiva, com sete trabalhadores de uma indústria do sul do Brasil, que possui uma certificação internacional de saúde e segurança no trabalho. A coleta dos dados foi por grupo focal. Os dados foram tratados através de análise de conteúdo, com categorias a priori, baseadas no referencial da Psicodinâmica do Trabalho. A OT estudada possui algumas especificidades como a ausência formal de um chefe, oportunizando espaços de discussão e autonomia na gestão das atividades. Porém, muitos trabalhadores têm dificuldades para se adaptar a proposta e sofrem no período inicial, sendo que alguns desistem e saem da organização. Observou-se um “controle” dos colegas substituindo o “controle” do gestor. Conclui-se que a OT potencializa a autonomia dos trabalhadores, mas promove a idealização/encantamento pelo modelo de gestão. Sugere-se a necessidade de potencializar espaços genuínos de discussão e participação efetiva. / Globalization caused several changes on work context. The constant need for innovation and agility reached also the metallurgical industry, affecting the employee subjectivity and the organization management. The present study aimed to analyze the work organization of a metallurgical industry and the impacts on mental health of its employees. An exploratory and descriptive qualitative research was made with seven employees of an industry in the southern area of Brazil, which has an international certification for work health and safety. The data were collected through a focus group. Data were processed through content analysis with a priori categories, theoretically guided by the psychodynamic approach of work, and afterwards, by the content emerged from the group. The results demonstrated that the studied Work Organization (WO) has specificities such as the “zero boss”, formal absence of a manager in the sectors, providing space for discussion and autonomy for the management of activities. However, many employees have difficulties to adapt to this motion and they suffer in the initial stage, in which some of them leave the organization. It was noticed a coworker “control”, which replaced the manager “control”. Therefore, WO reinforces workers autonomy and on the other hand it promotes an idealization/enthusiasm for the management model. It indicates a need to strengthen genuine spaces of discussion and effective participation.
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O TRABALHO E A SAÚDE MENTAL DOS SERVIDORES DE UMA IFES, USUÁRIOS DO PROGRAMA SAUDAVELMENTE: UMA ANÁLISE PSICODINÂMICA

Ramos, Lila de Fátima de Carvalho 13 December 2016 (has links)
Submitted by admin tede (tede@pucgoias.edu.br) on 2017-04-24T19:33:40Z No. of bitstreams: 1 LILA DE FÁTIMA DE CARVALHO RAMOS.pdf: 33278428 bytes, checksum: 86e27e9297b059aaf915c4d90ca44e60 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-24T19:33:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 LILA DE FÁTIMA DE CARVALHO RAMOS.pdf: 33278428 bytes, checksum: 86e27e9297b059aaf915c4d90ca44e60 (MD5) Previous issue date: 2016-12-13 / The world transformations undergone in recent decades, which culminated in the labour current scenery, resulted from the production's crisis and from the capitalist accumulation way, determine the labour market conditions. At this globalization of capital context, there is a decreased of incentive to public policy in the social psychiatry and occupational medicine fields. Thus, the numbers of the World Health Organization (WHO) and International Labour Organization (ILO), concerning to diseases and work deaths, have increased. Indeed, it's possible to affirm that people are getting sick and dying from work. The work process of the public servants of higher education federal institutions has been suffered with this neoliberal capitalist premise introduced in the Brazilian federal public service. The main objective of this thesis is to analyze and describe the impact of UFG's (Federal University of Goiás, in Brazil) organization of work on their servant health, which are attended by 'Saudavelmente' (SDM) program. The specific objectives of the present study are: (i) present the research studies into Psychodynamics of Work (PDW), from the 2004- 2014 period, available to the academic community at Higher Education Personnel Improvement Coordination – CAPES (Brazilian Ministry of Education/MEC) portal; (ii) analyze and present how a particular group of public service workers, with different situations in the organization of work, organize themselves to solve the suffering arising from work, and (iii) present the organization of work impact on workers' health, which process can take them to suicidal ideation and suicide attempts.The theoretical-methodology approach was the PDW and Clinic of Work idealized by the french professor Cristophe Dejours. Two studies were developed: study I – documents analysis (‘Saudavelmente’ documents) and study II – collective discussion between the volunteer participants servants by a pair of clinical researchers. Eight sessions, with six administrative servant, were made. Each meeting lasted two hours. The data analysis results were interpreted according to dejourian methodology, and were identified, as results in the study I, the following issues: psychiatric diagnosis; behavioral psychiatric complaints; clinical diagnosis. The cases diagnosed by psychologists and psychiatrists ocurred according to DSM IV and ICD 10, mood disorders; reactive disorders; chemical dependency; anxiety disorders and other psychiatric diagnoses. In study II the data revealed that: the organization of work interferes with servant performance, causing suffering and pleasure; work is excessive; tasks are accomplished under pressure; roughness in rules compliance and the staff is not sufficient for the demand for labor. This process established defensive and confront strategies, transforming the server's psychic functioning and changing their forms of existence, incorporating not only at work, but also in private and family life. The suffering trivialization and denial were revealed by defense strategies and also individual face strategies, mobilized in front of the fear and physical and psychological integrity's threat in the context of social relations of domination. There were suicidal ideations and suicide attempts. / As transformações mundiais sofridas nas últimas décadas, que culminaram no cenário atual trabalhista, decorrentes da crise de produção e da manutenção da forma de acumulação capitalista, determinam as condições no mercado de trabalho. Nessa conjuntura de mundialização e globalização do capital, tem-se uma diminuição do incentivo à política pública no campo da psiquiatria social e da medicina do trabalho. Aumentou número de registros na OMS e OIT. Com efeito, é possível afirmar que, a partir do trabalho, pessoas estão adoecendo e morrendo. O processo laboral dos servidores das instituições federais de ensino superior tem sofrido com essa premissa capitalista neoliberal, implantada no serviço público federal brasileiro. Esta tese tem por objetivo geral analisar e descrever o impacto da organização do trabalho da UFG (Universidade Federal de Goiás) na saúde de seus servidores, os quais são atendidos pelo programa Saudavelmente (SDM), bem como os seguintes objetivos específicos: (i) apresentar o quadro de pesquisas em Psicodinâmica do Trabalho (PDT), no período de 2004-2014, disponibilizado à comunidade acadêmica, no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Ministério da Educação (MEC); (ii) analisar e apresentar a forma como um determinado grupo de trabalhadores do serviço público, com diversas situações no contexto da organização do trabalho, organiza-se para resolver o sofrimento advindo do trabalho, e (iii) apresentar o impacto da organização do trabalho na saúde do trabalhador, cujo processo pode levá-lo à ideação suicida, tentativas de suicídio. A abordagem teórico-metodológica foi a Psicodinâmica e Clínica do Trabalho desenvolvida pelo professor francês Christophe Dejours. Foram desenvolvidos dois estudos: estudo I – análise documental (documentos do programa Saudavelmente) e estudo II – discussão coletiva entre os servidores pesquisados por uma dupla de clínicos pesquisadores. Foram realizadas oito sessões, com seis técnicos administrativos. Cada encontro durou duas horas. Os resultados da análise de dados foram interpretados de acordo com a metodologia dejouriana, e foram apontadas, como resultados no estudo I, as seguintes situações: diagnóstico psiquiátrico; queixas psiquiátricas comportamentais; diagnóstico clínico. As hipóteses diagnosticadas pelos psicólogos e psiquiatras deram-se de acordo com DSM IV e CID 10, transtornos de humor; transtornos reativos; dependência química; transtornos de ansiedade e outros diagnósticos psiquiátricos. No estudo II, os dados revelaram que: a organização do trabalho interfere no rendimento do servidor, causando sofrimento e prazer; o ritmo de trabalho é excessivo; as tarefas são cumpridas sob pressão; existe rigidez no cumprimento das normas e o quadro de pessoal não é suficiente para a demanda de trabalho. Esse processo estabeleceu estratégias defensivas e de enfrentamento, transformando o funcionamento psíquico do servidor, alterando suas formas de existência e incorporando-se não só no trabalho, mas também na vida privada e familiar. A banalização e a negação do sofrimento manifestaram-se nas estratégias coletivas de defesa, e, ainda, nas estratégias individuais de enfrentamento, mobilizadas diante do medo e da ameaça da própria integridade física e psíquica, num contexto de relações sociais de dominação. Houve ideações suicidas e tentativas de suicídio.

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