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O pensar da elite sobre o povo comum: espaço público, viver urbano e reterritorialização do centro da cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70)Moro, Nataniél Dal 25 May 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-05-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This thesis analyzes how a part of the ruling elite of the city of Campo Grande conceived the presence of commoners, humble workers, beggars, prostitutes, milkmen, hikers, and a wide range of other poor people that was visible in the city centre, especially in public spaces. This work also investigates other issues, namely: 1) how certain douments produced by memorialist authors contributed to build a glorious past about pioneers and their achievements; 2°) elite s and common people s practices in the city are shown; 3) conflicts between elite and common people in the city area are identified and 4) it is demonstrated that the printed mass state media Correio do Estado served as a political party, advocating the existence of a civilized, modern and orderly city compared with the ways of living of other individuals, especially those by the common people. Most of the sources was collected in the following places: Historic Archive of Campo Grande, the Municipal Chamber of Councillors of Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Fundação Barbosa Rodrigues, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística and, above all, the Archives of Correio do Estado newspaper. They are documents and images produced by these institutions and by various associations, institutes, departments and civil people. Stories of several approaches, maps, informative advertising, photographic images, chronicles, official publications, such as laws, codes, ordinances and resolutions, in addition to letters published by public and private organs and authorities, among others, which also make part of the list of sources. The writings of Karl Marx, Walter Benjamin, Antonio Gramsci, Eric Hobsbawm, E. P. Thompson, Raymond Williams and Pierre Bourdieu have been fundamental to problematize these sources. The Correio do Estado (CE) showed masterfully in its pages the urban life and city in transformation. Exposed a confrontational dialogue between public authorities and the society at large. The CE also showed with richness of details the tendentiousness of the media, with emphasis on the partisan nature in favor of one or another goal. At this time, the CE has proved to be a real political party, since it has met the desires of some groups, arguably more of the local elite of that of ordinary people, and denied the interest of many other individuals. However, when the CE described and analyzed the city, it did not show the city itself in all its forms and essences, but much more, its conception of the world about the city and the values it espoused. Therefore, the material published in the journal don't show exactly the history of Campo Grande city, neither the history of the individuals that were in it, but, above all, the history of the performance of this media as a political agent who represented certain groups and social values and acted in several ways regarding the city and the population of Campo Grande, much more with the goal of defending the interests of the groups that the journal represented than any other purposes / Essa tese analisa como uma parte das elites dirigentes da cidade de Campo
Grande concebeu a presença de populares, trabalhadores humildes, leiteiros, mendigos,
prostitutas, andarilhos, e de toda uma gama de outros pobres que se fazia visível no centro
da cidade, em particular nos seus espaços públicos. O presente trabalho investiga também
outras questões, a saber: 1º) como determinados textos produzidos por autores
memorialistas contribuíram para edificar um passado glorioso sobre os pioneiros e os seus
feitos; 2°) mostra-se as práticas da elite e do povo comum na urbe; 3º) localiza-se os
conflitos entre elite e povo comum no espaço citadino e 4º) demonstra-se que o veículo de
comunicação impresso Correio do Estado atuou como um partido político, defendendo a
existência de uma cidade civilizada, moderna e ordeira frente aos modos de viver de outros
sujeitos, sobretudo os praticados pelo povo comum. A maior parte das fontes foi coletada
nos seguintes locais: Arquivo Histórico de Campo Grande, Câmara Municipal de Vereadores
de Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Fundação
Barbosa Rodrigues, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e, sobretudo,
Arquivo do Jornal Correio do Estado. São textos e imagens produzidos por estas instituições
e por diversas associações, institutos, secretarias e pessoas civis. Matérias jornalísticas de
diversos enfoques, mapas, informes publicitários, imagens fotográficas, crônicas,
publicações oficiais, como leis, códigos, decretos, portarias e resoluções, além de cartas
publicadas por entidades e autoridades públicas e privadas, dentre outras, que também
integram o rol de fontes. Os escritos de Karl Marx, Walter Benjamin, Antonio Gramsci, Eric
Hobsbawm, Edward Palmer Thompson, Raymond Williams e Pierre Bourdieu foram
fundamentais para problematizar estas fontes. O Correio do Estado (CE) mostrou em suas
páginas magistralmente o cotidiano urbano e a cidade em transformação. Externou um
diálogo conflituoso entre os poderes públicos constituídos e a sociedade de modo geral. O
CE também mostrou com riqueza de detalhes a tendenciosidade dos meios de
comunicação, com destaque para a partidarização em prol de um ou outro objetivo. Neste
momento, o CE mostrou-se um verdadeiro partido político, já que atendeu os anseios de
alguns grupos, indiscutivelmente mais da elite local do que das pessoas comuns, e negou o
interesse de outros tantos sujeitos. No entanto, quando o CE descreveu e analisou a cidade
ele não mostrou propriamente a cidade em todas as suas formas e essências, mas muito
mais a sua concepção de mundo sobre a cidade e os valores que defendia. Logo, as
matérias publicadas no periódico não mostram propriamente a história da cidade de Campo
Grande, e nem dos sujeitos que nela estavam, mas, sobretudo, a história da atuação deste
meio de comunicação como agente político que representou determinados grupos e valores
sociais e agiu de diversos modos sobre a cidade e a população de Campo Grande, muito
mais com o objetivo de defender os interesses dos grupos que representou do que
quaisquer outros propósitos
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Modernização urbano-citadina e representações sobre os trabalhadores na cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70) / Urban-citizen modernization and representations about the workers in Campo Grande city (1960's and 70's)Moro, Nataniél Dal 27 September 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-09-27 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The objective of the work "Urban-citizen modernization and representations about the workers in Campo Grande city (1960's and 70's) is to explain the processes trough which the representations about the urban-citizen modernization were constituted, about the workers who occupied the public space of Campo Grande downtown and to extern the representations that were prepared regarding the everyday of this common people who, in a certain way, made also the public space, a private space. Researching about this subject and writing this text consits in appointing a part of the constitutive links of the Brazilian reality as well as the history of the current Mato Grosso do Sul state, whose political and administrative capital seat is in Campo Grande city. A municipality whose population in 1960 was lower than seventy five thousand inhabitants, since in 1980 they were more than two hundred and ninety thousand people; most of them constituted by emigrants, specially emigrants from states as: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia and Rio Grande do Sul. Not all of those emigrants, as well as a part of the local population, managed to contribute towards the called citizen progress . Then, the common people arises more as a social problem for the most diverse public and private authorities . This people, in turn, occupied territories in several ways, mainly the public spaces of Campo Grande city, in particular the sidewalks of the most busy business streets, such as 14 de Julho street and Calógeras Avenue, that never ceased to be a local symbol of modernity, that gradually were modernized. In order to analyze this reality of urban-citizen modernization and representations about the workers I used, very advantageously, the reflections of Marx, Engels, Benjamin, Bourdieu, Hobsbawm, Thompson, Williams, Chartier, Sharpe, Santos, Touraine and Faoro. The analyses of the sources and the theoretical reflections appoint that the urban-citizen modernization process highly privileged the elite from Campo Grande and that the representations about the common people and also those regarding their daily practices, as feeding, corporal hygiene and housing, were seen as unmeritorious to the progress . Therefore, the common people must not be present in the urban and commercial downtown of Campo Grande city, since they testified, material and symbolically, against the representation of progress that was being constructed, once the modernization, specially the economical modernization, was something constant during the 60's and 70's / Modernização urbano-citadina e representações sobre os trabalhadores na cidade de Campo Grande (décadas de 1960-70) possui como objetivo explicitar os processos pelos quais foram constituídas as representações sobre a modernização urbano-citadina, sobre os trabalhadores que ocupavam o espaço público do centro da cidade de Campo Grande e externar as representações que foram elaboradas a respeito do cotidiano desse povo comum que, de certa forma, fazia do espaço público também um espaço privado. Pesquisar sobre esse assunto e escrever esse texto consiste em apontar parte dos nexos constitutivos da realidade brasileira e, igualmente, da história do atual Estado de Mato Grosso do Sul, cuja capital política e administrativa têm como sede o Município de Campo Grande. Municipalidade essa que em 1960 tinha menos de 75.000 mil habitantes, sendo que em 1980 possuía mais de 290.000 mil residentes; grande parte constituída de migrantes, em especial de migrantes provenientes de Estados como: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. Nem todos esses migrantes, bem como uma parte da população local, conseguiram contribuir para o chamado progresso citadino. Surge, então, mas como problema social , para as mais diversas autoridades públicas e privadas, o povo comum . Esses sujeitos, por sua vez, ocupavam territórios de variadas formas, principalmente o espaço público da cidade de Campo Grande, em particular as calçadas das vias públicas de comércio que eram mais movimentadas, tais como a Rua 14 de Julho e a Avenida Calógeras, que não deixavam de ser símbolos da modernidade local, que paulatinamente eram modernizados. Para analisar essa realidade de modernização urbano-citadina e de representações sobre os trabalhadores utilizei, com grande proveito, as reflexões elaboradas por Marx, Engels, Benjamin, Bourdieu, Hobsbawm, Thompson, Williams, Chartier, Sharpe, Santos, Touraine e Faoro. As análises das fontes e das reflexões teóricas indicam que o processo de modernização urbano-citadino privilegiou sobremaneira a elite campo-grandense e que as representações elaboradas sobre o povo comum e também a respeito das suas práticas cotidianas, como a alimentação, a higiene corporal e a moradia, foram vistas como demeritivas ao progresso . Portanto, o povo comum não devia se fazer presente no centro urbano e comercial da cidade de Campo Grande, já que depunha, material e simbolicamente, contra a representação de progresso que estava sendo construída, uma vez que a modernização, sobretudo a econômica, foi algo constante no decorrer das décadas de 1960 e de 1970
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