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Saúde mental: concepções e práticas profissionais de um campo em tensão / Mental health: conceptions and professional practices of a field in tension.

Silveira, Paula Morena Souto Derenusson 19 February 2016 (has links)
A Reforma Psiquiátrica, atual política de saúde mental, redireciona os recursos da assistência psiquiátrica para o modelo de base comunitária, substituindo o modelo asilar. A abordagem proposta pela Reforma Psiquiátrica procura conjugar o esforço teórico e prático para a construção da Rede de Atenção Psicossocial. O presente trabalho objetivou desvelar concepções e práticas de trabalhadores da saúde mental, construídas na práxis de suas trajetórias profissionais e contextos de vida, em relação à incorporação do modelo de atenção psicossocial ou manutenção de princípios asilares, caracterizadores da tradicional prática profissional em saúde mental. Objetivou também identificar pontos de tensão, que caracterizam interesses de diferentes naturezas, como obstáculos e desafios à implementação da Reforma Psiquiátrica. A pesquisa, de natureza qualitativa, contou com 10 entrevistas de profissionais atuando na área, baseada na técnica de depoimento oral e em roteiro do tipo temático, sendo 3 enfermeiros, 3 psicólogos, 3 psiquiatras e 1 terapeuta ocupacional. Os relatos dos profissionais foram organizados em categorias gerais e específicas tendo em vista a interpretação das narrativas à luz da literatura especializada. Através dos discursos dos profissionais do campo da saúde mental é possível observar que um tensionamento ideológico marca fortemente o espaço da saúde. Alguns profissionais relataram a busca por construir práticas em equipe interdisciplinar, pautadas pelo modelo psicossocial; porém, referem à resistência de outros profissionais da equipe. Praticamente todos os profissionais apresentam discursos de humanização no campo da saúde mental, mas alguns não enunciam visões críticas aos modelos asilares. Alguns trabalhadores revelam a crença na possibilidade de coexistência integrada entre o Modo Asilar e Modo Psicossocial. Para estes trabalhadores de CAPS, é desejável a permanência dos hospitais psiquiátricos e é possível a humanização dos mesmos. Essa questão indica, ao que parece, que as práticas em saúde mental ainda operam sobre premissas epistemológicas diferenciando sujeitos que podem ou não circular no meio social. A existência dos hospitais psiquiátricos, considerados como instituições totais, é problematizada e questionada pela Luta Antimanicomial, indica a permanência da lógica asilar que respalda a continuidade dos hospitais, exclusivamente psiquiátricos, entre os serviços de atendimento, com o apoio de parte dos profissionais da rede de saúde mental. Concordantes com a possibilidade de coexistência do modelo asilar e modelo psicossocial, estes profissionais permitem-nos demonstrar que mesmo uma visão clínica pretensamente humanizadora, que defenda em seu discurso um tratamento digno, pode operar no modelo teórico-metodológico positivista e não está necessariamente vinculada a uma postura política de sujeitos de direitos e de cidadania. Os profissionais que apresentaram em suas narrativas a não concordância com a permanência dos hospitais psiquiátricos, defendem que as transformações sejam clínicas e políticas nos saberes e nas práticas em Saúde Mental. Estes trabalhadores já fizeram ou fazem parte de movimentos sociais, apontados como lugares de reflexão crítica sobre ideias instituídas contribuindo, ao que parece, para o processo de desnaturalização de concepções construídas culturalmente e orientadoras de práticas profissionais. Diante de tais constatações podemos indagar e refletir se a desinstitucionalização, concreta e simbólica, encontra-se no horizonte de uma política pública de atenção em Saúde Mental que realmente tenha como projeto a sua real implementação e se a permanência dos hospitais psiquiátricos e das comunidades terapêuticas estaria descaracterizando as propostas iniciais da construção da Atenção Psicossocial, considerando os interesses privados e a manutenção da lógica asilar, contrários aos princípios do SUS. / The Psychiatric Reform, current mental health policy, redirect the resources from psychiatric assistance to the community-based model, replacing the shelter model. The approach proposed by th Psychiatric Reform seeks to combine the theoretical and practical effort to construct the Psychosocial Attention Web. This work aimed to unveil concepts and practices of mental health workers built during their professional careers and life contexts, regarding the incorporation of the psychosocial care model or maintenance of asylums principles, which characterize the professional practice in mental health. It also aimed to identify points of tension that characterize interests of different natures, such as obstacles and challenges to the implementation of the psychiatric reform in the Brazilian context and in particular in the context of greater São Paulo, in which the survey was conducted. The qualitative research included ten interviews, based on oral testimony technique and theme type script, of which three were professional nurses, three psychologists, three psychiatrists and one occupational therapist. The professional reports were organized into general and specific categories, in view of the interpretation of the narratives in the light of the literature. Using the speech of mental health professionals, it is possible to see that an ideological tension is present at the health production space. Some professionals report the quest for constructing multidisciplinary team practices, guided by the psychosocial model; but they refer to the resistance of other professionals of the team. Practically all the professionals present speeches of humanization of the mental health practice camp, but some of them don´t enunciate critics to the shelter model. Some professionals reveal the belief on the possibility of integrated coexistence between the Shelter Mode and Psychosocial Mode. For these professionals from Psychosocial Attention Centres (CAPS), it is desirable the psychiatric hospitals existence and it is possible the humanization of these hospitals. This issue indicates, as it looks, that the practices at mental health still operate over epistemological premises differing subjects that can or cannot circulate at social enviroment. The existence of psychiatric hospitals, considered as total institutions, is problematized and questioned by the Anti-Asylum Fight, indicates the permanence of the asylum logic that endorse the permanence of the hospitals, exclusively psychiatric, among the health attention services, with part of the mental health professionals support. Agreeing with the coexistance possibility of the shelter model and the psychosocial model, these professionals allow us demonstrate that even a clinical vision supposedly humanizing, that defends in its course a worthy treatment, it can operate at the theoretical-methodological positive model and it is not necessarily attached to a political stance of right and citizenship subjects. The professionals that showed the disagreement with the permanence of the psychiatric hospitals in their speeches defend that the transformations need to be clinical and political at the knowledge and the practices in Mental Health. These workers were and are part of social movements, appointed as critical reflection places about institutionalized ideas contributing, as it looks, to the denaturalization process of conceptions culturally constructed and that orientate the professionals practices. Given these findings we can ask and think if the concrete and symbolic deinstitutionalization is at the horizon of a public policy of Mental Health Attention that really have its real implementation as project and if the permanence of the psychiatric hospitals and therapeutic communities would be decharacterizing the initial proposal of the Psychosocial Attention construction, considering the private interests and the maintenance of the asylum logic, against the SUS principles.
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Saúde mental: concepções e práticas profissionais de um campo em tensão / Mental health: conceptions and professional practices of a field in tension.

Paula Morena Souto Derenusson Silveira 19 February 2016 (has links)
A Reforma Psiquiátrica, atual política de saúde mental, redireciona os recursos da assistência psiquiátrica para o modelo de base comunitária, substituindo o modelo asilar. A abordagem proposta pela Reforma Psiquiátrica procura conjugar o esforço teórico e prático para a construção da Rede de Atenção Psicossocial. O presente trabalho objetivou desvelar concepções e práticas de trabalhadores da saúde mental, construídas na práxis de suas trajetórias profissionais e contextos de vida, em relação à incorporação do modelo de atenção psicossocial ou manutenção de princípios asilares, caracterizadores da tradicional prática profissional em saúde mental. Objetivou também identificar pontos de tensão, que caracterizam interesses de diferentes naturezas, como obstáculos e desafios à implementação da Reforma Psiquiátrica. A pesquisa, de natureza qualitativa, contou com 10 entrevistas de profissionais atuando na área, baseada na técnica de depoimento oral e em roteiro do tipo temático, sendo 3 enfermeiros, 3 psicólogos, 3 psiquiatras e 1 terapeuta ocupacional. Os relatos dos profissionais foram organizados em categorias gerais e específicas tendo em vista a interpretação das narrativas à luz da literatura especializada. Através dos discursos dos profissionais do campo da saúde mental é possível observar que um tensionamento ideológico marca fortemente o espaço da saúde. Alguns profissionais relataram a busca por construir práticas em equipe interdisciplinar, pautadas pelo modelo psicossocial; porém, referem à resistência de outros profissionais da equipe. Praticamente todos os profissionais apresentam discursos de humanização no campo da saúde mental, mas alguns não enunciam visões críticas aos modelos asilares. Alguns trabalhadores revelam a crença na possibilidade de coexistência integrada entre o Modo Asilar e Modo Psicossocial. Para estes trabalhadores de CAPS, é desejável a permanência dos hospitais psiquiátricos e é possível a humanização dos mesmos. Essa questão indica, ao que parece, que as práticas em saúde mental ainda operam sobre premissas epistemológicas diferenciando sujeitos que podem ou não circular no meio social. A existência dos hospitais psiquiátricos, considerados como instituições totais, é problematizada e questionada pela Luta Antimanicomial, indica a permanência da lógica asilar que respalda a continuidade dos hospitais, exclusivamente psiquiátricos, entre os serviços de atendimento, com o apoio de parte dos profissionais da rede de saúde mental. Concordantes com a possibilidade de coexistência do modelo asilar e modelo psicossocial, estes profissionais permitem-nos demonstrar que mesmo uma visão clínica pretensamente humanizadora, que defenda em seu discurso um tratamento digno, pode operar no modelo teórico-metodológico positivista e não está necessariamente vinculada a uma postura política de sujeitos de direitos e de cidadania. Os profissionais que apresentaram em suas narrativas a não concordância com a permanência dos hospitais psiquiátricos, defendem que as transformações sejam clínicas e políticas nos saberes e nas práticas em Saúde Mental. Estes trabalhadores já fizeram ou fazem parte de movimentos sociais, apontados como lugares de reflexão crítica sobre ideias instituídas contribuindo, ao que parece, para o processo de desnaturalização de concepções construídas culturalmente e orientadoras de práticas profissionais. Diante de tais constatações podemos indagar e refletir se a desinstitucionalização, concreta e simbólica, encontra-se no horizonte de uma política pública de atenção em Saúde Mental que realmente tenha como projeto a sua real implementação e se a permanência dos hospitais psiquiátricos e das comunidades terapêuticas estaria descaracterizando as propostas iniciais da construção da Atenção Psicossocial, considerando os interesses privados e a manutenção da lógica asilar, contrários aos princípios do SUS. / The Psychiatric Reform, current mental health policy, redirect the resources from psychiatric assistance to the community-based model, replacing the shelter model. The approach proposed by th Psychiatric Reform seeks to combine the theoretical and practical effort to construct the Psychosocial Attention Web. This work aimed to unveil concepts and practices of mental health workers built during their professional careers and life contexts, regarding the incorporation of the psychosocial care model or maintenance of asylums principles, which characterize the professional practice in mental health. It also aimed to identify points of tension that characterize interests of different natures, such as obstacles and challenges to the implementation of the psychiatric reform in the Brazilian context and in particular in the context of greater São Paulo, in which the survey was conducted. The qualitative research included ten interviews, based on oral testimony technique and theme type script, of which three were professional nurses, three psychologists, three psychiatrists and one occupational therapist. The professional reports were organized into general and specific categories, in view of the interpretation of the narratives in the light of the literature. Using the speech of mental health professionals, it is possible to see that an ideological tension is present at the health production space. Some professionals report the quest for constructing multidisciplinary team practices, guided by the psychosocial model; but they refer to the resistance of other professionals of the team. Practically all the professionals present speeches of humanization of the mental health practice camp, but some of them don´t enunciate critics to the shelter model. Some professionals reveal the belief on the possibility of integrated coexistence between the Shelter Mode and Psychosocial Mode. For these professionals from Psychosocial Attention Centres (CAPS), it is desirable the psychiatric hospitals existence and it is possible the humanization of these hospitals. This issue indicates, as it looks, that the practices at mental health still operate over epistemological premises differing subjects that can or cannot circulate at social enviroment. The existence of psychiatric hospitals, considered as total institutions, is problematized and questioned by the Anti-Asylum Fight, indicates the permanence of the asylum logic that endorse the permanence of the hospitals, exclusively psychiatric, among the health attention services, with part of the mental health professionals support. Agreeing with the coexistance possibility of the shelter model and the psychosocial model, these professionals allow us demonstrate that even a clinical vision supposedly humanizing, that defends in its course a worthy treatment, it can operate at the theoretical-methodological positive model and it is not necessarily attached to a political stance of right and citizenship subjects. The professionals that showed the disagreement with the permanence of the psychiatric hospitals in their speeches defend that the transformations need to be clinical and political at the knowledge and the practices in Mental Health. These workers were and are part of social movements, appointed as critical reflection places about institutionalized ideas contributing, as it looks, to the denaturalization process of conceptions culturally constructed and that orientate the professionals practices. Given these findings we can ask and think if the concrete and symbolic deinstitutionalization is at the horizon of a public policy of Mental Health Attention that really have its real implementation as project and if the permanence of the psychiatric hospitals and therapeutic communities would be decharacterizing the initial proposal of the Psychosocial Attention construction, considering the private interests and the maintenance of the asylum logic, against the SUS principles.
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Dádivas, afetos e trocas sociais no cotidiano de sujeitos permeados por vivências psicossociais em Pelotas - RS / Donations, affections and social exchanges in the daily life of subjects permeated by psychosocial experiences in Pelotas - RS / Donaciones, afectos e intercambios sociales en el cotidiano de sujetos permeados por vivencias psicosociales en Pelotas -

Farias, Izamir Duarte de 09 October 2017 (has links)
Submitted by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2018-04-25T22:42:16Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_Izamir_Duarte_de_Farias.pdf: 6600926 bytes, checksum: 437c31a47ade95798bcce931e2909102 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-27T20:15:28Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Tese_Izamir_Duarte_de_Farias.pdf: 6600926 bytes, checksum: 437c31a47ade95798bcce931e2909102 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2017-10-09 / Sem bolsa / A presente tese é resultado do estudo realizado à partir do cotidiano de sujeitos permeados por vivências psicossociais na cidade de Pelotas – RS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com dados coletados à partir da observação participante e entrevista semiestruturada, com abordagem etnográfica, realizados entre setembro de 2016 e maio de 2017. Seu objetivo geral é compreender as trocas sociais presentes no cotidiano de pessoas que frequentaram oficinas em um Centro de Atenção Psicossocial II no processo de reorganização (ressignificação) de suas vidas. A análise dos dados foi realizada à luz do ensaio sobre a dádiva proposto por Marcel Mauss e a Teoria Interpretativa da Cultura de Clifford Geertz. Contou-se com cinco sujeitos participantes que mantém vinculo com a Associação de Usuários de Serviços de Saúde Mental de Pelotas, os quais foram selecionados pelo método bola de neve. Respeitaram-se todos os princípios éticos orientados pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Foram apresentados os seguintes pressupostos para este estudo: As oficinas se constituem como ferramenta para o processo de construção e/ou reconstrução de interações saudáveis entre usuários do CAPS e seus familiares bem como com a sociedade, sendo uma estratégia necessária para projetar uma melhor qualidade de vida para as pessoas quando não mais estiverem na condição de usuários; Após passarem pelo CAPS, as pessoas incorporam em suas vidas saberes, práticas, trocas e significados que foram terapêuticos quando vivenciados nas oficinas, as quais são rememoradas como importantes; Há uma ressignificação na vida das pessoas quando deixam de ser usuários do CAPS, de maneira que seu círculo de amizades e seus valores são reconstruídos a partir do sofrimento psíquico e das suas experiências com o modo psicossocial de cuidado. Os resultados comprovam os pressupostos apresentados, apontando para a importância de trocas sociais, amizades e afetos na vida dos sujeitos. Estas relações estão permeadas por significados e sentimentos atribuídos pelos sujeitos, mostrando-se fundamentais para seu fortalecimento individual e coletivo, manifestando-se por intermédio de ações cotidianas nos Universos Subjetivos Plurais. As amizades e as trocas sociais constituem-se como o principal mecanismo para o fortalecimento pessoal, revelando superações, afetos e consciência de responsabilidade e cidadania, bem como alteridade e sensibilidade diante do outro. Tais elementos desvelados durante o acompanhamento dos sujeitos e dos seus universos relacionais mostram-se fundamentais para a manutenção da reabilitação psicossocial. Emerge a tese de que a pessoa, uma vez envolvida pelo modo psicossocial de cuidado, pode ressignificar sua vida e suas relações interpessoais, havendo, consequentemente a ampliação do seu universo relacional. A valorização do outro e o sentimento de alteridade passam a fazer parte do seu cotidiano, movendo-a a valorização das amizades e prática de trocas sociais – dando, recebendo e retribuindo – fortalecendo-se como sujeito, podendo tornar-se cuidador a partir da sua expertise por experiência. O Centro de Atenção Psicossocial e as oficinas são apresentados como marco transformador nas vidas, de modo que aprendizados e ressignificações ocorrem a partir da passagem por este serviço e mantém-se como processo autogestionado articulados por Universos Subjetivos Plurais pelos Universos Subjetivos Singulares. Curatelas, preconceitos e estigmas são apresentados como aspectos limitadores da autonomia, cujas ocorrências se dão de modo velado nas famílias como forma de cuidado e proteção, muito embora, outros modos de autonomia e empoderamento se constituem e mantém a partir do fortalecimento proporcionado pelos Universos Subjetivos Plurais. / The present thesis is the result of the study carried out from the daily life of subjects permeated by psychosocial experiences in the city of Pelotas - RS. This is a qualitative research with data collected from the participant observation and semi-structured interview, with ethnographic approach, carried out between September 2016 and May 2017. Its general objective is to understand the social exchanges present in the daily life of people who attended workshops in a Psychosocial Care Center II in the process of reorganization (resignification) of their lives. Data analysis was carried out in the light of the essay on the donation proposed by Marcel Mauss and Clifford Geertz's Interpretative Theory of Culture. There were five participants who had a link with the Association of Pelotas Mental Health Services Users, who were selected by the snowball method. All the ethical principles guided by Resolution No. 466/2012 of the National Health Council were respected. The following assumptions were made for this study: The workshops constitute a tool for the construction and / or reconstruction of healthy interactions among users of the CAPS and their families as well as with society, being a strategy necessary to design a better quality of life for people when they are no longer in the condition of users; After passing through the CAPS, people incorporate into their lives knowledge, practices, exchanges and meanings that were therapeutic when lived in the workshops, which are remembered as important; There is a re-signification in people's lives when they cease to be CAPS users, so that their circle of friends and their values are rebuilt from psychic suffering and their experiences with the psychosocial mode of care. The results confirm the assumptions presented, pointing to the importance of social exchanges, friendships and affections in the subjects' lives. These relationships are permeated by meanings and feelings attributed by the subjects, proving to be fundamental for their individual and collective strengthening, manifesting themselves through daily actions in the Plural Subjective Universes. Friendships and social exchanges constitute the main mechanism for personal strengthening, revealing surpasses, affections and awareness of responsibility and citizenship, as well as otherness and sensitivity before the other. Such elements revealed during the follow-up of subjects and their relational universes are fundamental for the maintenance of psychosocial rehabilitation. The thesis emerges that the person, once involved in the psychosocial way of care, can re-signify his life and his interpersonal relationships, and consequently the expansion of his relational universe. The valorization of the other and the feeling of otherness become part of their daily life, moving it to the appreciation of friendships and the practice of social exchanges - giving, receiving and giving back - strengthening as a subject, being able to become caretaker from the experience. The Center for Psychosocial Attention and workshops are presented as transformative milestone in lives, so that learning and re-signification occur from the passage through this service and remains as a self-managed process articulated by Plural Subjective Universes by the Singular Subjective Universes. “Curatelas”, prejudices and stigmas are presented as limiting aspects of autonomy, whose occurrences occur veiled in families as a form of care and protection, although other modes of autonomy and empowerment are constituted and maintained by the strengthening provided by the Subjective Universes Plurals. / La presente tesis es el resultado del estudio realizado a partir del cotidiano de sujetos permeados por vivencias psicosociales en la ciudad de Pelotas - RS. Se trata de una investigación cualitativa con datos recogidos a partir de la observación participante y entrevista semiestructurada, con abordaje etnográfico, realizados entre septiembre de 2016 y mayo de 2017. Su objetivo general es comprender los intercambios sociales presentes en el cotidiano de personas que frecuentan talleres en un Centro de Atención Psicosocial II en el proceso de reorganización (resignificación) de sus vidas. El análisis de los datos se realizó a la luz del ensayo sobre la donación propuesto por Marcel Mauss y la Teoría Interpretativa de la Cultura de Clifford Geertz. Se contó con cinco sujetos participantes que mantienen vinculo con la Asociación de Usuarios de Servicios de Salud Mental de Pelotas, los cuales fueron seleccionados por el método bola de nieve. Se respetaron todos los principios éticos orientados por la Resolución 466/2012 del Consejo Nacional de Salud. Se presentaron los siguientes supuestos para este estudio: Los talleres se constituyen como herramienta para el proceso de construcción y / o reconstrucción de interacciones saludables entre usuarios del mismo, CAPS y sus familiares así como con la sociedad, siendo una estrategia necesaria para proyectar una mejor calidad de vida para las personas cuando ya no estén en la condición de usuarios; Después de pasar por el CAPS, las personas incorporan en sus vidas saberes, prácticas, intercambios y significados que fueron terapéuticos cuando vivenciados en los talleres, los cuales son rememorados como importantes; Hay una resignación en la vida de las personas cuando dejan de ser usuarios del CAPS, de manera que su círculo de amistades y sus valores son reconstruidos a partir del sufrimiento psíquico y de sus experiencias con el modo psicosocial de cuidado. Los resultados demuestran los supuestos presentados, apuntando a la importancia de intercambios sociales, amistades y afectos en la vida de los sujetos. Estas relaciones están permeadas por significados y sentimientos atribuidos por los sujetos, mostrándose fundamentales para su fortalecimiento individual y colectivo, manifestándose por intermedio de acciones cotidianas en los Universos Subjetivos Plurales. Las amistades y los intercambios sociales se constituyen como el principal mecanismo para el fortalecimiento personal, revelando superaciones, afectos y conciencia de responsabilidad y ciudadanía, así como alteridad y sensibilidad ante el otro. Estos elementos desvelados durante el seguimiento de los sujetos y de sus universos relacionales se muestran fundamentales para el mantenimiento de la rehabilitación psicosocial. Es la tesis de que la persona, una vez involucrada por el modo psicosocial de cuidado, puede resignificar su vida y sus relaciones interpersonales, habiendo, consecuentemente, la ampliación de su universo relacional. La valorización del otro y el sentimiento de alteridad pasan a formar parte de su cotidiano, moviéndola a la valorización de las amistades y práctica de intercambios sociales - dando, recibiendo y retribuyendo - fortaleciéndose como sujeto, pudiendo tornarse cuidador a partir de la edad su experiencia por experiencia. El Centro de Atención Psicosocial y los talleres se presentan como marco transformador en las vidas, de modo que los aprendizajes y las resignaciones ocurren a partir del paso por este servicio y se mantiene como proceso autogestionado articulados por Universos Subjetivos Plurales por los Universos Subjetivos Singulares. Curatelas, preconceptos y estigmas se presentan como aspectos limitadores de la autonomía, cuyas ocurrencias se dan de modo velado en las familias como forma de cuidado y protección, aunque otros modos de autonomía y empoderamiento se constituyen y mantienen a partir del fortalecimiento proporcionado por los Universos Subjetivos Plurales.

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