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Música rap: narrativa dos jovens da periferia de Teresina / Rap music: young people narrative from the suburb of Teresina

Silva, Antonio Leandro da 17 August 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T20:21:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 AntonioLeandroDaSilva.pdf: 4969154 bytes, checksum: 1a8a40156fffd9128734d2d311eea991 (MD5) Previous issue date: 2006-08-17 / The present composition has as a center Rap Music analysis; it is understood as a young people narrative from the suburb of Teresina. The option for this subject it is directly tied with my experiences, as Franciscan religious, experiences that were lived in the suburb of this city, where I knew Hip Hop Movement. During six years, I could see, feel and hear daily realities lived by these citizens, and notice as Rap became the greater power element and valorization inside Hip-Hop Movement, besides it regains the word through rappers narratives. A research, based on excellent theoretical issue about "memory" and "narrative", most in Benjamin s Theory, shows that Rap is the "new contemporary form of narrative". This is for two reasons: First, because being from an African matrix music, Rap rescues the "reminiscence", "saving" the word, i.e. the way to tell histories lived deeply in a collective way; Second, it brings back word "Redemption", because it rescues what it had been denied to us: the speech. In this, materializes the "authentic experience" (Erfahrung), therefore, breaking up "time continuous flow of "history continuum" - when we talk about oppressors history - the oppressed ones gain voice and they build a new history. Because of this, the tradition of the oppressed ones is necessarily intermittent. Report here, it means to tell, to mention daily events of a community life from a group, a culture, a folk. Paraphrasing Benjamin, rappers start their narrative with a description of facts that will improvise (speak), attributing them their own experience of life. The "work of ethnographic field" becomes a "way to produce knowledge" (Geertz, 1989), from an intense involvement with the researched groups. This was my adventure during the time of field research: to hear the old "plays nonspeaking part" (Dias, 1998) that hadn t nor voice, nor who listen to them. Thus, after analyzing socio-economics and geographic changes Teresina city had suffered in 80th and 90th decades, I rebuilt interviewed citizens past through its narratives, resource that assisted to open memory s windows. Therefore I opted to verbal history of life as qualitative technique because it tries to restore, through the involved citizens vision, a period or historical event. Thus, by this technique, it had been collected data that are related to different moments toward which young people had passed through; at the same time, I tried to identify youthful sociability spaces, Hip-Hop movement consolidation and its implications in building ethnic identities of these young people / A presente Dissertação tem como centro a análise da Música Rap, entendida como narrativa dos jovens da periferia de Teresina. A opção por este tema está diretamente vinculada às minhas experiências, como religioso franciscano, vividas na periferia desta cidade, onde conheci o Movimento Hip Hop. Durante seis anos, pude ver, sentir e ouvir as realidades cotidianas vividas por estes sujeitos, e observar como o Rap se tornava o elemento de maior poder e valorização dentro do movimento, recuperando a palavra através das narrativas dos rappers. A pesquisa, baseada em relevantes aportes teóricos sobre "memória" e "narrativa", sobretudo na teoria benjaminiana, mostra que o Rap é uma "nova forma de narrativa" contemporânea. Isto por duas razões: primeiro, porque sendo uma música de matriz africana, o Rap resgata a "rememoração", "salvando" a palavra, isto é, as formas de contar as histórias vivenciadas coletivamente; segundo, ele traz de volta a Redenção da palavra, porque resgata aquilo que nos havia sido negado: a fala. Nisto se concretiza a "experiência autêntica" (Erfahrung), pois, rompendo-se o "fluxo contínuo do tempo", do "continuum da história" - quando falamos da história dos opressores - os oprimidos ganham voz e constróem uma nova história. Por isso, a tradição dos oprimidos é necessariamente descontínua. Narrar, aqui, significa contar, relatar, os acontecimentos do cotidiano da vida de uma comunidade, de um grupo, de uma cultura, de um povo. Parafraseando Benjamin, os rappers começam sua narrativa com uma descrição dos fatos que vão improvisar (falar), atribuindo-os à sua própria experiência de vida. O trabalho de campo etnográfico torna-se uma forma de produzir conhecimento (Geertz, 1989), a partir de um intenso envolvimento com os grupos pesquisados. Esta foi minha aventura durante o tempo da pesquisa de campo: ouvir os antigos figurantes mudos (Dias, 1998) que não tinham nem voz e nem quem os escutasse. Assim, após analisar as mudanças socioeconômicas e geográficas por que sofreu a cidade de Teresina nas décadas 80/90, fiz a reconstrução do passado dos sujeitos entrevistados através das suas narrativas, recurso paradigmático que os auxiliou a abrir as janelas da memória. Portanto, optei pela história oral de vida como técnica qualitativa porque ela procura reconstruir, através da visão dos sujeitos envolvidos, um período ou evento histórico. Assim, por meio desta técnica, foram coletados dados que se referiam aos diferentes momentos pelos quais passaram os jovens; ao mesmo tempo, busquei identificar os espaços de sociabilidade juvenil, a consolidação do movimento Hip Hop e as suas implicações na construção das identidades étnicas desses jovens
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Música rap: narrativa dos jovens da periferia de Teresina / Rap music: young people narrative from the suburb of Teresina

Silva, Antonio Leandro da 17 August 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-26T14:55:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1 AntonioLeandroDaSilva.pdf: 4969154 bytes, checksum: 1a8a40156fffd9128734d2d311eea991 (MD5) Previous issue date: 2006-08-17 / The present composition has as a center Rap Music analysis; it is understood as a young people narrative from the suburb of Teresina. The option for this subject it is directly tied with my experiences, as Franciscan religious, experiences that were lived in the suburb of this city, where I knew Hip Hop Movement. During six years, I could see, feel and hear daily realities lived by these citizens, and notice as Rap became the greater power element and valorization inside Hip-Hop Movement, besides it regains the word through rappers narratives. A research, based on excellent theoretical issue about "memory" and "narrative", most in Benjamin s Theory, shows that Rap is the "new contemporary form of narrative". This is for two reasons: First, because being from an African matrix music, Rap rescues the "reminiscence", "saving" the word, i.e. the way to tell histories lived deeply in a collective way; Second, it brings back word "Redemption", because it rescues what it had been denied to us: the speech. In this, materializes the "authentic experience" (Erfahrung), therefore, breaking up "time continuous flow of "history continuum" - when we talk about oppressors history - the oppressed ones gain voice and they build a new history. Because of this, the tradition of the oppressed ones is necessarily intermittent. Report here, it means to tell, to mention daily events of a community life from a group, a culture, a folk. Paraphrasing Benjamin, rappers start their narrative with a description of facts that will improvise (speak), attributing them their own experience of life. The "work of ethnographic field" becomes a "way to produce knowledge" (Geertz, 1989), from an intense involvement with the researched groups. This was my adventure during the time of field research: to hear the old "plays nonspeaking part" (Dias, 1998) that hadn t nor voice, nor who listen to them. Thus, after analyzing socio-economics and geographic changes Teresina city had suffered in 80th and 90th decades, I rebuilt interviewed citizens past through its narratives, resource that assisted to open memory s windows. Therefore I opted to verbal history of life as qualitative technique because it tries to restore, through the involved citizens vision, a period or historical event. Thus, by this technique, it had been collected data that are related to different moments toward which young people had passed through; at the same time, I tried to identify youthful sociability spaces, Hip-Hop movement consolidation and its implications in building ethnic identities of these young people / A presente Dissertação tem como centro a análise da Música Rap, entendida como narrativa dos jovens da periferia de Teresina. A opção por este tema está diretamente vinculada às minhas experiências, como religioso franciscano, vividas na periferia desta cidade, onde conheci o Movimento Hip Hop. Durante seis anos, pude ver, sentir e ouvir as realidades cotidianas vividas por estes sujeitos, e observar como o Rap se tornava o elemento de maior poder e valorização dentro do movimento, recuperando a palavra através das narrativas dos rappers. A pesquisa, baseada em relevantes aportes teóricos sobre "memória" e "narrativa", sobretudo na teoria benjaminiana, mostra que o Rap é uma "nova forma de narrativa" contemporânea. Isto por duas razões: primeiro, porque sendo uma música de matriz africana, o Rap resgata a "rememoração", "salvando" a palavra, isto é, as formas de contar as histórias vivenciadas coletivamente; segundo, ele traz de volta a Redenção da palavra, porque resgata aquilo que nos havia sido negado: a fala. Nisto se concretiza a "experiência autêntica" (Erfahrung), pois, rompendo-se o "fluxo contínuo do tempo", do "continuum da história" - quando falamos da história dos opressores - os oprimidos ganham voz e constróem uma nova história. Por isso, a tradição dos oprimidos é necessariamente descontínua. Narrar, aqui, significa contar, relatar, os acontecimentos do cotidiano da vida de uma comunidade, de um grupo, de uma cultura, de um povo. Parafraseando Benjamin, os rappers começam sua narrativa com uma descrição dos fatos que vão improvisar (falar), atribuindo-os à sua própria experiência de vida. O trabalho de campo etnográfico torna-se uma forma de produzir conhecimento (Geertz, 1989), a partir de um intenso envolvimento com os grupos pesquisados. Esta foi minha aventura durante o tempo da pesquisa de campo: ouvir os antigos figurantes mudos (Dias, 1998) que não tinham nem voz e nem quem os escutasse. Assim, após analisar as mudanças socioeconômicas e geográficas por que sofreu a cidade de Teresina nas décadas 80/90, fiz a reconstrução do passado dos sujeitos entrevistados através das suas narrativas, recurso paradigmático que os auxiliou a abrir as janelas da memória. Portanto, optei pela história oral de vida como técnica qualitativa porque ela procura reconstruir, através da visão dos sujeitos envolvidos, um período ou evento histórico. Assim, por meio desta técnica, foram coletados dados que se referiam aos diferentes momentos pelos quais passaram os jovens; ao mesmo tempo, busquei identificar os espaços de sociabilidade juvenil, a consolidação do movimento Hip Hop e as suas implicações na construção das identidades étnicas desses jovens

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