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Onde vivem os monstros: criaturas prodigiosas na poesia hexamétrica arcaica / Where the monsters are: prodigious creatures in archaic hexametric poetryCamila Aline Zanon 15 September 2016 (has links)
O objetivo desta tese é analisar as criaturas amiúde consideradas monstruosas bem como os termos geralmente traduzidos por monstro presentes em três poemas da tradição de poesia hexamétrica arcaica, a saber, a Teogonia de Hesíodo, o Hino Homérico a Apolo e a Odisseia de Homero. A análise dessas criaturas tem como foco o modo como são descritas e o papel que desempenham nas narrativas contidas nesses poemas, para a qual são utilizadas como abordagem teórico-metodológica a referencialidade tradicional proposta e desenvolvida por John Miles Foley ao longo da década de 1990 bem como a perspectiva de que os poemas que constituem a tradição hexamétrica arcaica compõem uma história do cosmo, conforme desenvolvida por Barbara Graziosi e Johannes Haubold na década de 2000. Como resultado da análise das criaturas, de um lado, e dos termos traduzidos por monstro, de outro, questiona-se a pertinência da categoria monstro como geralmente pressuposta para essas criaturas no mundo moderno, tendo-se em vista que ela possa não existir na poesia hexamétrica arcaica, já que fazem parte de um sistema de pensamento em um mundo ainda não desencantado em termos weberianos, no qual a realidade empírica e a esfera divina enquanto representativa do sobrenatural estão profundamente imbricadas. Como instrumental teórico-metodológico para o questionamento acerca da existência ou não do monstro enquanto categoria em tal tradição poética, lançou-se mão das teorias de categorização de Wittgenstein, desenvolvida nas décadas de 1940 e 1950, daquelas desenvolvidas por Eleanor Rosch e sua equipe durante a década de 1970, bem como as presentes nas obras de George Lakoff a partir da década de 1980. A proposição de que a categoria monstro como pressuposta e entendida no mundo moderno é inexistente para a poesia hexamétrica arcaica tem implicações na compreensão moderna dessas criaturas, que devem ser percebidas enquanto integrantes de um cosmo que não separa o sobrenatural, o maravilhoso e o divino nos mesmos termos que o faz a sociedade moderna ocidental, revelando a necessidade de compreender essas criaturas sob o ponto de vista da tradição que as criou ou as incorporou e ressignificou. / The aim of this thesis is to analyse the creatures often considered monstrous as well as the words generally translated as monster in three poems belonging to the tradition of archaic hexametric poetry, namely, Hesiod\'s Theogony, the Homeric Hymn to Apollo, and Homer\'s Odyssey. The analysis of the creatures focuses on the ways they are described and the role they play in the narratives presented in those poems. The theoretical and methodological approach used to such analysis is the traditional referenciality proposed and developed by John Miles Foley in the 1990\'s in addition to the perspective that such poems that inform the archaic hexametric tradition constitute a history of the cosmos, as developed by Barbara Graziosi and Johannes Haubold during the 2000\'s. The analysis of the creatures, in one hand, and of the words translated by monster, in the other, results in questioning the validity of the monster category as usually taken for granted in the modern world, considering that it might not exist in archaic hexametric poetry, since those creatures are part of a system of thought in a world not yet disenchanted in Weberian terms, in which the empirical reality and the divine sphere as representative of the supernatural are deeply entangled. As theoretical and methodological framework for questioning the existence of monster as a category in such poetical tradition, this thesis adopted the theories of categorization formulated by Wittgenstein during the 1940\'s and 1950\'s, as well as the theories developed by Eleanor Rosch and her team during the 1970\'s, along with the ones presented by George Lakoff from 1980\'s onward. The proposition that the category of monster as pressuposed and understood by the modern world is non-existent in archaic hexametric poetry has consequences to the modern understanding of those creatures which must be perceived as part of a cosmos that does not separate the supernatural, the wonderful, and the divine in the same terms as the modern western world does, revealing the need to understand those creatures under the point of view of the tradition that created them or incorporated and ressignified them.
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Curso de vida e construção social das idades no mundo de Homero (séc. X ao ix a.c.): uma análise sobre a formação do habitus etário nas Iliáda e OdisseiaMoraes, Alexandre Santos de January 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta tese busca analisar as concepções relativas às diferenças etárias no mundo de Homero (séc. X ao IX a.C.). Através da Ilíada e da Odisseia, observaremos os
fatores intervenientes que contribuiram para o desenvolvimento dessas concepções, a
influência das mesmas na construção dos comportamentos e papeis sociais atribuídos às
personagens e as maneiras pelas quais as idades da vida se tornaram decisivas para a
organização da vida social no mundo representado por Homero. O conceito de habitus
etário, proposto com base na perceptiva sociológica de Pierre Bourdieu, permite-nos
demonstrar a importância que os aedos associam ao curso de vida como fator de
produção e reprodução das estruturas sociais. Defendemos que as idades com que as
personagens são caracterizadas atuam de modo decisivo para a compreensão de seus
espaços de atuação, permitindo assim a análise dos sistemas de valores vigentes no período. / This thesis intends to analyze the conceptions o f age differences in the Homers’
World (1000-900 BC.). Through the Iliad and the Odyssey, we aims to observe the
intervenient factors that contributed to the development of this conceptions, its
influence in the construction of behaviors and social roles associated to the characters
and the manner which the ages of life became important to the social organization of the
world represented by Homer. The concept of age habitus, based on the Pierre
Bourdieu’s sociological perspective, allow us to show the importance that the oral poets
associated to the length of life as a factor of production and reproduction of the social
structures. We defend that the ages in which the characters are described is a decisive
way for the comprehension of the acting spaces of them, allowing the analysis of the
valor systems available in this period.
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A Odisséia de Nikos Kazantzakis: epopéia moderna do heroísmo trágicoBernardes, Carolina Donega [UNESP] 15 March 2010 (has links) (PDF)
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Previous issue date: 2010-03-15Bitstream added on 2014-06-13T20:07:06Z : No. of bitstreams: 1
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000619081.pdf: 990823 bytes, checksum: aeff84ed92c2ab0bea7e4988d1a54f13 (MD5) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / O tema da viagem de Odisseu foi largamente retomado pela tradição literária após a Odisséia de Homero, seja para confirmar o ideal do herói nostálgico, que anseia o retorno à pátria, seja para reafirmar o ímpeto do eterno navegador de mares. Nikos Kazantzakis (1883-1957) igualmente retoma o Odisseu lendário, insatisfeito com o retorno ao lar, como seu protótipo de herói e constrói, na modernidade, o poema épico Odisséia (1938), a partir do canto XXII no verso 477 do poema de Homero, sendo Odisseu levado a um novo itinerário ao deixar Ítaca definitivamente. Embora se baseie na obra clássica, recuperando personagens e a estrutura épica, Kazantzakis participa de seu tempo, compondo um novo Odisseu representante do mundo moderno, próximo das filosofias de Nietzsche e de Bergson. Como figura “entre mundos”, o Odisseu de Kazantzakis recupera as antigas delineações de Homero e incorpora as questões da modernidade: o niilismo, a desesperança, a multiplicidade. No entanto, além de prolongar os feitos de Odisseu e a narrativa de Homero, Kazantzakis compõe um poema épico de dimensões admiráveis – 33.333 versos de 17 sílabas poéticas, em 24 cantos – contrariando (e reafirmando) as intenções inovadoras de seus contemporâneos da primeira metade do século XX. A epopéia configura na modernidade um gênero considerado esgotado, que teria dado lugar ao romance como gênero mais apropriado às produções modernas. Esta investigação, no entanto, procura evidenciar que o épico de Kazantzakis, ainda que represente um anacronismo em tempos modernos e, para muitos, uma afronta às normas estéticas, é, assim como muitas das obras de sua época, a confirmação das intenções inovadoras em tempos de crise, por meio da incorporação de uma trajetória filosófica de Odisseu baseada no niilismo heróico de cunho nietzschiano e na evolução criadora de Bergson... / The theme of Odysseus‟ journey was broadly retaken by the literary tradition after Homer‟s Odyssey, whether to confirm the nostalgic ideal of the hero yearning to return to his homeland, or to reaffirm the impetus of the eternal navigator. Nikos Kazantzakis (1883-1957) also incorporates as his prototypical hero the legendary Odysseus, unhappy about returning home, and writes, in the modernity, the epic poem Odyssey (1938), based on the canto XXII and on the verse 477 of Homer‟s poem, and taking Odysseus to a new route when he leaves Ithaca for good. Although based on the classic work, restoring its characters and its epic structure, Kazantzakis takes part of his own time, creating a new Odysseus, now representative of the modern world, and close to the philosophies of Nietzsche and Bergson. As a figure “between worlds”, Kazantzakis‟s Odysseus recovers the old delineations of Homer and incorporates the issues of modernity: nihilism, hopelessness, and multiplicity. However, besides prolonging Odysseus‟ prowess and Homer‟s narrative, Kazantzakis wrote an epic poem of remarkable dimensions –– 33,333 verses of 17 poetic syllables, along 24 Cantos –– contradicting (and reassuring) the innovative intentions of his contemporaries in the first half of the 20th century. In the modernity, epic poetry configures a genre considered to be already exhausted, and which would have given rise to the novel as a genre much more suitable to the modern productions. This research, however, intends to show that the Kazantzakis‟s epopee, even being an anachronism in the modern times and, for many, an affront to aesthetic standards, is, like many of the works of his time, the confirmation of innovative intentions that take place in times of crisis, through the incorporation of a philosophical trajectory of Odysseus based upon Nietzsche‟s heroic nihilism and on Bergson‟s ...(Complete abstract click electronic access below)
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