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O discurso político eleitoral contra a corrupção no HGPE/2006 : memória e construção de identidade

Garcia, Luciana Carmona 01 February 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:25:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2793.pdf: 5403402 bytes, checksum: cd4f052e5aaa18674811a3f8fb6c668a (MD5) Previous issue date: 2010-02-01 / Universidade Federal de Minas Gerais / This research seeks to verify the discursivity regime of the political discourse and, specially, to describe and analyze the discourses of presidential candidates in 2006 campaign, having focus in the theme corruption . To do so, we made a corpus with discursive sequences of HGPE, showed by free television channels, from 08/15 to 10/27 of 2006. The motivation to work with discourse analysis on television emerged from the observation that, among the diffusion supports of electoral political discourses (official party documents and appliances, reproduction of jingles and slogans in flags or sound cars, television debates, HGPE), the television transmissions had the greatest circulation in that period. The theme of corruption, because of its circulation and range, emerge continually in the discourses of candidates and their electors with an attack strategy (from the opposition) and defense (from the situation) and, with special strength and amplitude, in 2006 presidential campaign, because of episodes like mensalão and dossier . The question that directs the research is: how can a present political discourse be analyzed, considering the multiple ways of this discursive production? Supported by Jean-Jacques Courtine propositions, we have as objectives: (i) analyze how the electoral political television discourse works against the corruption , inside the propaganda of the most important candidates for president in 2006; (ii) analyze the confrontation of the candidates discourses, taking as focus the analysis of the theme corruption . The analysis points that the regularities in political discourse look to avoid the character of liars and corrupts that usually are linked to politicians in social imaginary and they work exactly as strategies to constitute an identity free of stigmas. The image, especially in movement, allied to verbs (spoken and written) constitutes itself as the double of saying: it also says, along with, constitute a discursive homology, that domesticate the look. The show, the theatricalization of the political discourse, in this support, seeks to excite the emotion, the seduction, the charm. And, in this union of elements that makes the HGPE, the image is, perhaps, the element that constitute the language more efficient, favors a falsification of appearances in the ambition of showing the man´s essence; this way it is possible to manipulate the truth, because it´s connected to the appearance, to what is seen. / A presente investigação busca verificar os regimes de discursividade do discurso político e, em especial, descrever e analisar os discursos dos candidatos à eleição presidencial na campanha de 2006, focalizando o tema corrupção . Para tanto, constituímos um corpus com sequências discursivas do HGPE, veiculado pelas redes de televisão aberta, do período de 15/08 a 27/10 de 2006. A motivação para trabalhar com a análise do discurso político televisivo surge a partir da observação de que, dentre os suportes de difusão do discurso político eleitoral (documentos oficiais do partido e de candidatura, reprodução de jingles e slogans em bandeiras ou carros de som, debates televisivos, HGPE), as transmissões televisivas têm maior circulação nesse período. O tema da corrupção, devido à sua circulação e ao seu alcance, emerge continuamente na fala dos candidatos e de seus eleitores como estratégia de ataque (dos candidatos da oposição) e de defesa (do candidato da situação) e com mais amplitude e força na campanha presidencial de 2006, devido a episódios como mensalão e dossiê . A questão que norteia a pesquisa é: como se pode analisar o discurso político atual, considerando a multimodalidade dessa produção discursiva? Amparados em reflexões propostas por Jean-Jacques Courtine, temos como objetivos (i) analisar o funcionamento do discurso político eleitoral televisivo contra a corrupção , dentro da propaganda política dos principais presidenciáveis em 2006; (ii) analisar o confronto entre os discursos dos candidatos, tomando como foco de análise o tema corrupção . As análises apontam que as regularidades no discurso político visam a afastar o caráter de mentirosos e corruptos que povoa o imaginário social a respeito dos atores políticos e funcionam exatamente como estratégias de constituição de uma identidade livre dos estigmas. A imagem, sobretudo em movimento, aliada ao verbo (oral e escrito) se constitui como uma dobra do dizer: ela também diz, em conjunto, constituindo uma homologia discursiva, mas que domestica o olhar. O espetáculo, a teatralização do discurso político, nesse suporte, busca suscitar a emoção, a sedução, o encantamento. E, nessa conjunção de elementos que configuram o HGPE, a imagem constitui uma linguagem muito eficaz, favorecendo uma falsificação das aparências na ambição de mostrar a essência do homem; assim, é possível manipular a verdade, pois ela está ligada à aparência, ao que se vê.
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Um estudo designativo em fronteiras enunciativas: a corrupção pelo prisma da semântica histórica da enunciação / A designating study in enunciative boundaries: corruption through the prism of the historical semantic of the utterance

Machado, Julio Cesar 27 September 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T20:25:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 3880.pdf: 1710229 bytes, checksum: 9e2fb7bfc063f6a8a2a324283936e2d4 (MD5) Previous issue date: 2010-09-27 / We propose to conduct a enuciative-semantic study on corruption in the brazilian enunciation space. Affiliated ourselves to Historical Semantic of Enunciation as a way to understand the meaning, and to the Semântica do Acontecimento as a way to investigate data. By scanning the functioning of corruption in ways atypical, our inquiries reveal corruption as a boundary object enunciation (of senses crime / non-crime) from a society composed of mixed social positions, no longer absolute, as the subject innocent-guilty or the responsible-irresponsible. However, to operate an adjacent region of oscillating directions from the inset of voices spoken by speakers mixed, would require a theoretical foundation capable of accessing thicknesses language between evident dimensions of the exact and apparent of the inexact. We propose, from the Russian language, an uplift device analysis unprecedented we call the teoria da agitação enunciativa. Through it, we can handle the corruption as built by a statement of evidence, while it is destroyed by an enunciation of appearance. We investigate documents that attempt to crystallize senses of corruption, the legal space of enunciation and the Final Report of the Work of CPMI "Postal" (mensalão case). These clippings sets up a scenario of agitation enunciative among mensalão X loan, mostly. We will see that by stating, Talker judge dilutes the political (issue) through legal, closing the senses of corruption. We'll also see that the law allows corruption. We will verify it works today: 1) a legal corruption, given by utterances of evidence, and guiding directions for corruption (crime), from places absolute (E-guilty), 2) and non-legal corruption, given by the utterances appearance, and guiding directions for pro-corruption (between crime and non-crime), from places inset (Efloating). Our work instigates a scientific practice more consistent with the present modern, overwhelming places an absolute mathematically regular society, which is still an imaginary but not working well, and develop mechanisms to deal with unusual thickness of the language. Making semantics along the lines we propose in this paper is to debunk the simplistic way of finding directions and be bothered by this mode at the same time. It examines breakdowns in utterances on corruption and bring about change in treaty relations. It destabilizes domestications of corruption in the canonical way of thinking of society. / Propomo-nos a realizar um estudo enunciativo-semântico sobre a corrupção no espaço enunciativo brasileiro. Filiamo-nos à Semântica Histórica da Enunciação como modo de entender os sentidos, e à Semântica do Acontecimento como forma de proceder à investigação dos dados. Ao esquadrinhar o funcionamento da corrupção por caminhos atípicos, nossos questionamentos revelarão a corrupção enquanto um objeto de fronteira enunciativa (de sentidos crime/não-crime) proveniente de uma sociedade composta de posições sociais mistas, não mais absolutas, como o sujeito inocente-culpado ou o responsável-irresponsável. Contudo, para operar uma região limítrofe de sentidos oscilantes oriundos de vozes de entremeio ditas por falantes mistos, seria necessário um alicerce teórico capaz de acessar espessuras linguísticas entre as dimensões evidentes do exato e aparentes do inexato. Propomos então, a partir da linguística russa, soerguer um dispositivo de análise inédito que chamamos teoria da agitação enunciativa. Por ele, poderemos manipular a corrupção enquanto construída por uma enunciação de evidência, ao mesmo tempo em que é destruída por uma enunciação de aparência. Investigamos documentos que tentam cristalizar sentidos da corrupção, o espaço enunciativo jurídico e o Relatório Final dos Trabalhos da CPMI dos Correios (caso mensalão). Nesses recortes configura-se um cenário de agitação enunciativa entre mensalão X empréstimo, principalmente. Veremos que ao enunciar, o Locutor-juiz dilui o político (litígio) por meio do jurídico, fechando os sentidos da corrupção. Também veremos que a Lei possibilita a corrupção. Verificaremos que funciona na atualidade: 1) a corrupção jurídica, dada por enunciações de evidência, e orientando para sentidos anticorrupção (crime), a partir de lugares absolutos (E-culpado); 2) e a corrupção não-jurídica, dada por enunciações de aparência, e orientando para sentidos pró-corrupção (entre crime e não-crime), a partir de lugares de entremeio (E-flutuante). Nosso trabalho instiga uma prática científica mais coerente com a atualidade moderna, sobrepujando os lugares absolutos de uma sociedade matematicamente regular, que ainda é um imaginário, mas não funciona assim, além de desenvolver mecanismos capazes de abordar espessuras atípicas da linguagem. Fazer semântica nos moldes em que propomos este trabalho é desmerecer o modo simplista de encontrar sentidos e ser incomodado por esse modo ao mesmo tempo. É averiguar desarranjos nas enunciações sobre a corrupção e provocar transformações de relações convencionais. É desestabilizar domesticações da corrupção na forma de pensar canônica da sociedade.

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