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Gestação gemelar monocoriônica e diamniótica com restrição de crescimento fetal seletiva e não seletiva: morbidade e mortalidade perinatais em relação aos padrões de dopplervelocimetria da artéria umbilical / Selective and non-selective intrauterine growth restriction in monochorionic diamniotic twin pregnancies: neonatal morbidity and mortality according to umbilical artery Doppler patterns

Rita de Cássia Alam Machado 20 March 2013 (has links)
As gestações gemelares monocoriônicas e diamnióticas (MCDA) apresentam maior risco de restrição de crescimento fetal (RCF) e complicações perinatais. O objetivo deste estudo foi avaliar a morbidade e mortalidade perinatal em gestações gemelares MCDA: na presença de RCF e dopplervelocimetria de artéria umbilical normal e anormal; nos diferentes padrões de dopplervelocimetria de artéria umbilical (doppler normal, índice de pulsatilidade aumentado, fluxo diastólico intermitente de artéria umbilical, diástole zero e diástole reversa) e na presença de RCF seletiva e não seletiva. Estudo retrospectivo, com levantamento dos casos no período entre 2004 e 2011, no Setor de Gestações Múltiplas da Clínica Obstétrica do HCFMUSP. Desta forma, foram inseridas 48 gestações gemelares, com 60 fetos abaixo do percentil 10 de uma curva específica para gêmeos. Casos que apresentaram malformações fetais (n=36) ou síndrome da transfusão fetofetal (n=43) não foram incluídos no estudo. O grupo com RCF e dopplervelocimetria anormal apresentou menor média de idade gestacional no parto (33,39 versus 35,48, p <0,001), menor média de peso ao nascimento (1137,12 gramas versus 1675,77 gramas, p < 0,001), maior frequência de internação em Unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal (69,23% versus 19,23%, p = 0,0003), maior frequência de doença respiratória (73,08 versus 34,62, p = 0,005) e maior frequência de óbito intrauterino e neonatal (p = 0,025). Na avaliação dos diferentes padrões de dopplervelocimetria da artéria umbilical (normal, índice de pulsatilidade aumentado, fluxo diastólico intermitente, diástole zero e diástole reversa), os grupos diferiram em relação à média da idade gestacional no parto (35,48; 34,22; 33,33; 33,15 e 32,45 semanas, p < 0,001), frequência de internação em UTI neonatal (19,23; 50,00; 50,00; 85,71 e 100,00%, p < 0,001) e desfecho com alta hospitalar (96,15; 100,00; 83,33; 71,43 e 25,00%, p < 0,001). O grupo com diástole reversa apresentou os piores resultados perinatais. Na avaliação da RCF seletiva, não foi observada diferença significativa em relação à idade gestacional no parto (33,4 versus 33,4, p = 0,953), mas houve maior necessidade de intubação orotraqueal (62,5% versus 32,3%, p = 0,001) e ventilação mecânica (75,0% versus 41,2%, p = 0,0006) em relação ao grupo de RCF não seletiva. No grupo RCF seletiva houve maior número de casos de dopplervelocimetria de artéria umbilical com índice de pulsatilidade aumentada, fluxo intermitente, diástole zero e reversa (p = 0,005). Como conclusão o estudo demonstrou maior morbidade e mortalidade perinatal no grupo com dopplervelocimetria anormal com diferença significativa em relação aos padrões distintos de dopplervelocimetria e piores resultados na presença de diástole reversa. O grupo de RCF seletiva apresentou maior frequência de anormalidades na dopplervelocimetria de artéria umbilical e morbidade neonatal em relação ao grupo com RCF não seletiva / Monochorionic diamniotic (MCDA) twin pregnancies have and increased risk for intrauterine growth restriction (IUGR) and perinatal complications. The aim of this study is to evaluate perinatal morbidity and mortality in MCDA twin pregnancies: in the presence of IUGR with normal and abnormal umbilical artery dopplervelocimetry; in different umbilical artery flow patterns (normal dopplervelocimetry, increased pulsatility index, intermittent flow pattern, absent end diastolic flow and reversed end diastolic flow) and in the presence of selective and non-selective IUGR. This was a retrospective study in the Multiple Pregnancy Unit at the Obstetric Clinic of HCFMUSP, between 2004 and 2011. The study included 48 twin pregnancies, where 60 fetuses weighted less than the 10th percentile according to twins charts. Cases with fetal malformation (n=36) or twin to twin transfusion syndrome (n=43) were not included in the study. The group with IUGR and abnormal umbilical artery Doppler presented lower mean gestational age at delivery (33.39 versus 35.48, p <0.001), lower mean birthweight (1137.12 g versus 1675.77 g, p < 0.001), higher need of neonatal intensive care unit (NICU, 69.23% versus 19.23%, p = 0.0003), higher frequency of respiratory disease (73.08 versus 34.62, p = 0.005) and higher incidence of intrauterine and neonatal death (p = 0.025). In the different umbilical artery flow patterns (normal dopplervelocimetry, increased pulsatility index, intermittent flow pattern, absent end diastolic flow and reversed end diastolic flow) the group differ in relation to gestational age at delivery (35.48; 34.22; 33.33; 33.15 and 32.45 weeks; p < 0.001), need of NICU (19.23; 50.00; 50.00; 85.71 and 100,00%; p < 0.001) and alive at hospital discharge (96.15; 100,00; 83.33; 71.43 and 25,00%; p < 0.001). The group with reversed and diastolic flow presented the worse perinatal outcome. In the selective and non-selective IUGR groups, no difference was observed in relation to gestational age at delivery (33.4 versus 33.4 weeks, p = 0.953), however there was higher need for orotracheal intubation (62.5% versus 32.3%, p = 0.001) and mechanical ventilation (75.0% versus 41.2%, p = 0.0006) in the selective IUGR group. Abnormal umbilical artery Doppler such as increased pulsatility index, intermittent blood flow, absent and reversed flow were more frequent in the selective IUGR group (p = 0.005). As conclusion, the study demonstrated higher perinatal morbidity and mortality in the IUGR group with abnormal umbilical artery Doppler with significant difference in relation to Doppler patterns and the worse outcome was related to reversed diastolic flow pattern. The selective IUGR group presents higher frequency of abnormal umbilical artery dopplervelocimetry and neonatal morbidity compared to non- selective IUGR group
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Gestações gemelares com pesos discordantes: estudo da predição ultra-sonográfica e dos resultados neonatais / Twin growth discordance: sonographic prediction and factors related to perinatal outcome

Rita de Cassia Alam Machado 01 November 2006 (has links)
A gemelaridade apresenta algumas intercorrências específicas, como a discordância de peso entre fetos e recém-nascidos (RNs). O objetivo do presente estudo foi predizer a discordância de peso do exame ultra-sonográfico comparada à do parto e avaliar a morbidade e a mortalidade neonatais nas gestações gemelares discordantes quanto ao peso. Este foi um estudo retrospectivo, com levantamento dos casos do período de 1998 a 2004, no Setor de Gestações Múltiplas da Clínica Obstétrica do HCFMUSP. Na avaliação da predição ultra-sonográfica, foram inseridas 221 gestações gemelares e, na avaliação da morbidade e da mortalidade, 151 gestações com partos nessa instituição. A discordância de peso foi definida como >= 20%, sendo excluídos os casos de malformações fetais (n=43) e da Síndrome da transfusão feto-fetal (n=24). Para análise da adequação do peso ao nascimento, utilizou-se a curva de Alexander et al., 1998, para gêmeos. No estudo da predição, foram utilizados quatro intervalos de tempo em relação ao parto (0 a 7 dias - n = 96; 8 a 14 dias - n = 66; 15 a 21 dias - n = 58; 22 a 28 dias - n = 59 gestações), somando 279 avaliações. No grupo de 0 a 7 dias, a estimativa da sensibilidade foi de 93,6%, especificidade de 79,4%, valor preditivo positivo de 89,2%, valor preditivo negativo de 87,1% e acurácia de 88,6%. Nos demais grupos, a sensibilidade e a acurácia foram de 95,8% e 84,9%, 95,6% e 84,5%, 90,9% e 84,8%, respectivamente. Em relação à morbidade, 111 gestações eram concordantes (73,5%) e 40 discordantes quanto ao peso. No grupo discordante, 75% das gestações gemelares apresentaram pelo menos um recém-nascido com Restrição de Crescimento Fetal (RCF). Nesta análise, as gestações gemelares concordantes monocoriônicas obtiveram menor média de idade gestacional no parto (34,3 versus 36,2 semanas, p=0,004), menor peso médio (2067 versus 2334 gramas, p=0,0016) e maior tempo de internação (10,6 versus 7,3 dias, p=0,0023) que as gestações concordantes dicoriônicas. Nas gestações discordantes, não houve diferença significativa em relação à corionicidade. As gestações discordantes, com pelo menos um RN abaixo do percentil 10, apresentaram menor média de idade gestacional (35,2 versus 36,8 semanas, p=0,009) e maior tempo de internação (17,5 versus 8,2 dias, p=0,026). Não foi observada diferença significativa de morbidade e mortalidade entre RNs concordantes e discordantes, com pesos entre os percentis 10 e 90. Os fetos menores das gestações discordantes demonstraram maior freqüência de índice de Apgar inferior a 7 (27,5% versus 7,5%, p=0,01). A avaliação da mortalidade não demonstrou diferença significativa em relação aos grupos concordantes (3,7%) e discordantes (4,5%; p = 1,00). No presente estudo, conclui-se que os quatro grupos apresentaram adequada correlação entre a discordância de peso à ultra-sonografia e no nascimento, porém com melhor predição até sete dias antes do parto. A morbidade neonatal esteve relacionada à RCF do menor feto. A discordância de peso e a corionicidade não interferiram na mortalidade neonatal. / The aim of this study was to evaluate the ability of prenatal ultrasound scans to predict fetal growth discordance in twin pregnancies and perinatal morbidity/mortality associated with these cases. This was a retrospective study (1998-2004) involving twin pregnancies that were scanned and had their delivery at our Institution (HCFMUSP). Cases with fetal malformations (n=43) or twin to twin transfusion syndrome (n=24) were excluded. The study of ultrasound scans consisted of 221 twin pregnancies. The final morbidity/mortality study group consisted of 151 twin pregnancies. Birth weight was evaluated based on twin growth charts published by Alexander et al (1998) and weight discordance as a difference >= 20%. Small for gestacional age (SGA) was defined as birth weight below the 10th centile. The study of ultrasonographic prediction of interwin discordance was made using four different intervals between ultrasound examination and delivery (0 to 7 days, n = 96; 8 to 14 days, n = 66; 15 to 21 days, n = 58; 22 to 28 days, n = 59 pregnancies), with a total of 279 ultrasound examinations. In group 0 to 7 days, the sensitivity was 93,6%, specificity was 79,4%, positive predicted values was 89,2%, negative predicted values was 87,1% and accuracy was 88,6%. In the groups 8 to 14 days, 15 to 21 days and 22 to 28 days the sensitivity and accuracy were 95,8% and 84,9%, 95,6% and 84,5%, 90,9% and 84,8%, respectively. Birthweight discordance was observed in 40 sets of twins (26.5%) and 12 cases were monochorionic MC (30%). Twenty five cases (22.5%) in the non discordant group were MC. In the non discordant group, monochorionic pregnancies showed lower gestational age at delivery (34.3 versus 36.2 wks, p=0.004), lower mean birth weight (2067g versus 2334g, p=0.0016) and longer length of stay in hospital (10.6 versus 7.3 days, p=0.0023) compared to dichorionic twins. In the group with twin birthweight discordance, there were no significant differences between MC and DC pregnancies and 75% of the cases had at least one newborn with SGA. These cases were showed lower gestational age at delivery (35.2 versus 36.8wks, p=0.009) and longer length of stay in hospital (17.5 versus 8.2 days, p=0.026). In the discordant group, the smaller twin had a higher frequency of first minute Apgar score < 7 (27.5% versus 7.5%, p=0.01). Perinatal mortality rate was similar in both groups (discordant 4.5% and concordant 3.7%, p=1.0). There were no significant differences in morbidity and mortality between concordant and discordant twins when birth weight was between the 10 th and 90 th centile. In conclusion, there was a good correlation between fetal growth discordance predicted by prenatal scan and actual birth weight discordance. Neonatal morbidity was related to SGA. Excluding fetal malformation and TTTS cases, birth weight discordance in twin pregnancies is not a significantly associated with neonatal mortality.
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Acompanhamento ultrassonográfico, análise da evolução das pieloectasias fetais leves bilaterais e proposta de seguimento pré-natal / Ultrasonographic follow-up, analysis of the evolution of mild fetal bilateral pyelectasis and proposed prenatal follow-up

Gustavo de Paula Pereira 04 December 2013 (has links)
OBJETIVO: Este estudo teve por objetivo descrever o resultado dos casos de pieloectasia fetal leve bilateral, encaminhados ao serviço de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), avaliados com ultrassonografias obstétricas dos rins e do trato urinário do feto e propor, com base nos dados, o melhor acompanhamento em termos de frequência de repetição de exames de ultrassonografia (US), no período pré-natal. METODOLOGIA: Pesquisa longitudinal prospectiva com 62 fetos com diagnóstico ultrassonográfico de pieloectasia leve bilateral (PELB), encaminhados de unidades de cuidados primários, realizada no HCFMUSP. PELB foi considerada quando o diâmetro anteroposterior da pelve renal (DAPPR), media >= 5,0 mm, >= 7,0 mm e >= 10,0 mm à US, respectivamente, em idades gestacionais <= 23 semanas (s) 6 dias (d), 24 s a 31 s 6 d e >= 32 s gestação, sem dilatação de ureteres e cálices. A cada 3 semanas, as US verificaram se a PELB havia progredido, regredido ou tinha ficado inalterada. Assim, quando possível, era realizada uma US de rins e vias urinárias neonatais para confirmação dos desfechos. A progressão foi considerada quando o DAPPR aumentou ou a imagem calicial foi encontrada em um ou ambos os rins. Regressão ocorreu quando os DAPPR entraram nos valores normais. A estabilidade foi considerada quando os DAPPR permaneceram dentro dos parâmetros considerados para pieloectasia leve. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A idade gestacional ao diagnóstico foi de 19,2 para 30,1 semanas (média de 23,2 s). Regressão ocorreu em 29 casos (46,7%). Em 24 casos (38,7%), encontrou-se estabilidade. Houve regressão e estado estabilidade em 53 casos (85,4%). Progressão ocorreu em nove casos (14,6%), sendo unilateral em todos. Não foram observados casos graves. Já na avaliação pós-natal, foram examinados 32 neonatos, com 20 casos (62,5%) apresentando regressão; seis (18,7%) de estabilidade da pieloectasia; e seis de progressão da lesão (18,7%). Desfechos de regressão e estabilidade da pieloectasia foram encontrados em 26 casos (81,2%). Os resultados sugerem que as US não devem ser realizadas com frequência em casos de dilatação leve das pelves renais, sem cálices ou ureteres. Uma avaliação ultrassonográfica no terceiro trimestre tardio pode ser suficiente como uma estratégia de acompanhamento rotineiro nesses casos e que essa informação é útil para cuidados pós-natais imediatos. CONCLUSÃO: Esta série indica que PELB fetal, sem cálices ou ureteres visíveis, pode ser controlada ultrassonograficamente no terceiro trimestre tardio e, como não há casos progredindo o suficiente para indicar intervenção fetal, os procedimentos devem ser deixados para o período neonatal. A realização de US seriadas pode ser estressante e inútil nesses casos particulares / OBJECTIVE: The objective of this study was to describe the outcome of cases of mild fetal bilateral pyelectasis, referred to the Fetal Medicine service of Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (HCFMUSP), assessed with obstetric ultrasound of the kidneys and urinary tract of the fetus in order to propose the best follow-up in terms of repetition frequency of ultrasound examinations in the prenatal period, based on the data. METHODOLOGY: A prospective longitudinal study of 62 fetuses from primary care units with mild bilateral pyelectasis (MBPE) diagnosed using ultrasonography (US) was carried out at HCFMUSP. MBPE was considered when anteroposterior renal pelvis diameter (APRPD) measured >= 5.0 mm, >= 7.0 mm and >= 10.0 mm in US at <= 23 weeks (w) 6 days (d), 24 w to 31 w 6 d and >= 32w gestational age (GA) respectively, with no ureteric and calyces dilatation. US every 3 weeks checked if MBPE had progressed, regressed or remained unchanged. When possible, a neonatal US of kidneys and urinary tract of the newborn was performed to confirm outcomes. Progression was considered when renal pelvis (RP) dilatation increased or visible calyces was found in one or both kidneys. Regression occurred when RP presented normal values. Stability was considered when APRPD remained within the parameters considered for mild pyelectasis. RESULTS AND DISCUSSION: GA at diagnosis was 19.2 to 30.1 weeks (mean 23.2w). Regression occurred in 29 cases (46.7%). In 24 (38.7%) RP dilatation remained unchanged. Regression and unchanged status occurred in 53 cases (85.4%). Lesions worsened in 9 cases (14.6%, unilateral in all cases). No severe cases were observed. 32 newborns already on postnatal evaluation were examined, 20 cases (62.5%) showed involution; 6 cases with stable pyelectasis (18.7%), and 6 cases of lesion progression (18.7%). Outcomes: pyelectasis regression and stability was found in 26 cases (81.2%). Results suggest that US should not be performed too often in cases of RP dilatation with no visible calyces or ureter. A late third trimester US scan could be a sufficient routine follow up strategy in such cases and information is useful to immediate postnatal care. CONCLUSION: This study indicates that fetal MBPE with no visible calyces or ureter could be controlled at late third trimester and procedures should be left to the neonatal period as no cases progressed sufficiently to indicate fetal intervention. Proceeding serial ultrasound scans could be stressful and useless in these particular cases

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