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Da imagem ao símbolo: a escrita do nome próprio por crianças de três anos / From image to symbol: how three year old children write their proper names

Alencar, Claudia Maria Barbosa de 27 April 2012 (has links)
A presente dissertação parte da hipótese de que, por meio da análise do movimento entre o falar e o grafar, é possível entender os modos pelos quais a criança constrói o conceito do nome próprio. Ou seja, ela privilegia o estudo do momento no qual, para cada um dos informantes, o nome próprio deixou de ser uma imagem e passou a funcionar como um símbolo. A pesquisa teve por objetivo geral compreender como a simbolização do conceito de nome próprio se dá. Tomou como objeto de análise a produção de crianças em idade aproximada de três anos, alunos de uma escola pública de educação infantil de zero a três anos, no interior do Estado de São Paulo. Ao longo do ano de 2009, os informantes foram gravados em vídeo, com periodicidade mensal. As imagens foram tomadas durante a realização de uma atividade de escrita do nome próprio. A atividade teve por objetivo tanto registrar o ato da escrita do nome próprio pela criança quanto a fala produzida por ela durante a escrita. Assim, o corpus foi formado por gravações em vídeo, transcrições simples das falas nele contidas e pelas produções escritas de quatro crianças. Partindo da abordagem lacaniana, que considera o nome próprio como um traço que marca um corpo e, designando uma diferença, o inscreve em um lugar, a pesquisa procurou responder de que modo as crianças pequenas interpretam as marcas gráficas que produzem, de modo intencional ou acidental, ao serem solicitadas para escrever seu nome próprio. Na análise dos dados, buscou-se privilegiar os indícios das passagens que mostram a alternância entre os registros do psiquismo humano descritos por Lacan (real, simbólico e imaginário). Cotejando as produções das crianças, foi possível concluir que houve movimentos no e do escrito, tanto entre uma produção e outra quanto na elaboração de cada uma das produções. É possível afirmar que, aos poucos, os informantes atualizaram, no ato de escrever, seu assujeitamento às leis da linguagem e, por este motivo, puderam percorrer um caminho para se apropriar do sistema de representação escrita. Postulamos, portanto, que os traços e os riscos produzidos funcionam como significantes que interrogam a criança e a instigam a fazer reflexões a respeito da escrita. Nesse processo, a professora fez intervenções que potencializaram a reflexão a respeito da escrita e, assim, pôde sustentar o trabalho de reformulação das hipóteses a respeito da escrita como objeto do conhecimento. Com relação às alterações na relação dos informantes com o saber gerados pelo processo, pode-se dizer que eles passaram a buscar maneiras de se representar por meio de uma marca própria e singular. Concluímos, portanto, que o investimento necessário para realizar uma leitura mais atenta da escrita de crianças pequenas é válido, pois, potencialmente, pode proporcionar elementos para compreender os impasses na alfabetização dos mais velhos. / This work assumes that, through the analysis of the movement between speaking and writing, it is possible to understand the means by which the child builds the concept of proper name. In other words, it favors the study of the moment in which, to every one of the informers, the proper name was no longer an image and started operating as a symbol. The overall aim of this research was to comprehend how the concept of proper name symbolization occurs. The object of analysis was the written production of children around the age of three who are students at a nursery school in the countryside of São Paulo. During 2009, the informers were monthly recorded. The images were taken during a written activity in which the students were expected to write their own names. The aim of this activity was not only registering the act when the child writes her own name but also the speech produced while writing. Thus, the corpus was composed for video recording, simple transcriptions of the speeches recorded and four childrens written productions. We first consider Lacans approach, which considers the proper name a feature that creates a sign in a body and, as it designates a difference, signs it up in a determined place. Thus, this research aimed to answer how young children interpret the graphic marks produced by them, deliberately or accidentally, when they are asked to write their proper names. By the datas analysis, we intended to privilege the clues of the episodes that show the alternation between the human psychism registers described by Lacan (Real, Symbolic and Imaginary). By confronting the childrens productions, it was possible to conclude that there were movements in and from the written composition. It is possible to state that, little by little, the informers got up to date, when writing, their antipersonification to the language rules and, for this reason, they could cover a way in order to appropriate the written representation system. We assume, therefore, that the traces and lines produced work as significants that interrogate the child and instigate her to reflect on the written text. During this process, the teacher intervened, improving the reflection on the written text and supporting the hypotheses recast on writing as a knowledge object. In relation to the modifications in the relationship between the informers and the knowledge generated from the process, we could say that they started looking for ways to represent themselves through a singular and proper sign. We concluded, therefore, that the necessary investment in order to read more carefully young childrens productions is valuable, because it may give elements that will help comprehending the difficulties in teaching the older children how to read and write.
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Da imagem ao símbolo: a escrita do nome próprio por crianças de três anos / From image to symbol: how three year old children write their proper names

Claudia Maria Barbosa de Alencar 27 April 2012 (has links)
A presente dissertação parte da hipótese de que, por meio da análise do movimento entre o falar e o grafar, é possível entender os modos pelos quais a criança constrói o conceito do nome próprio. Ou seja, ela privilegia o estudo do momento no qual, para cada um dos informantes, o nome próprio deixou de ser uma imagem e passou a funcionar como um símbolo. A pesquisa teve por objetivo geral compreender como a simbolização do conceito de nome próprio se dá. Tomou como objeto de análise a produção de crianças em idade aproximada de três anos, alunos de uma escola pública de educação infantil de zero a três anos, no interior do Estado de São Paulo. Ao longo do ano de 2009, os informantes foram gravados em vídeo, com periodicidade mensal. As imagens foram tomadas durante a realização de uma atividade de escrita do nome próprio. A atividade teve por objetivo tanto registrar o ato da escrita do nome próprio pela criança quanto a fala produzida por ela durante a escrita. Assim, o corpus foi formado por gravações em vídeo, transcrições simples das falas nele contidas e pelas produções escritas de quatro crianças. Partindo da abordagem lacaniana, que considera o nome próprio como um traço que marca um corpo e, designando uma diferença, o inscreve em um lugar, a pesquisa procurou responder de que modo as crianças pequenas interpretam as marcas gráficas que produzem, de modo intencional ou acidental, ao serem solicitadas para escrever seu nome próprio. Na análise dos dados, buscou-se privilegiar os indícios das passagens que mostram a alternância entre os registros do psiquismo humano descritos por Lacan (real, simbólico e imaginário). Cotejando as produções das crianças, foi possível concluir que houve movimentos no e do escrito, tanto entre uma produção e outra quanto na elaboração de cada uma das produções. É possível afirmar que, aos poucos, os informantes atualizaram, no ato de escrever, seu assujeitamento às leis da linguagem e, por este motivo, puderam percorrer um caminho para se apropriar do sistema de representação escrita. Postulamos, portanto, que os traços e os riscos produzidos funcionam como significantes que interrogam a criança e a instigam a fazer reflexões a respeito da escrita. Nesse processo, a professora fez intervenções que potencializaram a reflexão a respeito da escrita e, assim, pôde sustentar o trabalho de reformulação das hipóteses a respeito da escrita como objeto do conhecimento. Com relação às alterações na relação dos informantes com o saber gerados pelo processo, pode-se dizer que eles passaram a buscar maneiras de se representar por meio de uma marca própria e singular. Concluímos, portanto, que o investimento necessário para realizar uma leitura mais atenta da escrita de crianças pequenas é válido, pois, potencialmente, pode proporcionar elementos para compreender os impasses na alfabetização dos mais velhos. / This work assumes that, through the analysis of the movement between speaking and writing, it is possible to understand the means by which the child builds the concept of proper name. In other words, it favors the study of the moment in which, to every one of the informers, the proper name was no longer an image and started operating as a symbol. The overall aim of this research was to comprehend how the concept of proper name symbolization occurs. The object of analysis was the written production of children around the age of three who are students at a nursery school in the countryside of São Paulo. During 2009, the informers were monthly recorded. The images were taken during a written activity in which the students were expected to write their own names. The aim of this activity was not only registering the act when the child writes her own name but also the speech produced while writing. Thus, the corpus was composed for video recording, simple transcriptions of the speeches recorded and four childrens written productions. We first consider Lacans approach, which considers the proper name a feature that creates a sign in a body and, as it designates a difference, signs it up in a determined place. Thus, this research aimed to answer how young children interpret the graphic marks produced by them, deliberately or accidentally, when they are asked to write their proper names. By the datas analysis, we intended to privilege the clues of the episodes that show the alternation between the human psychism registers described by Lacan (Real, Symbolic and Imaginary). By confronting the childrens productions, it was possible to conclude that there were movements in and from the written composition. It is possible to state that, little by little, the informers got up to date, when writing, their antipersonification to the language rules and, for this reason, they could cover a way in order to appropriate the written representation system. We assume, therefore, that the traces and lines produced work as significants that interrogate the child and instigate her to reflect on the written text. During this process, the teacher intervened, improving the reflection on the written text and supporting the hypotheses recast on writing as a knowledge object. In relation to the modifications in the relationship between the informers and the knowledge generated from the process, we could say that they started looking for ways to represent themselves through a singular and proper sign. We concluded, therefore, that the necessary investment in order to read more carefully young childrens productions is valuable, because it may give elements that will help comprehending the difficulties in teaching the older children how to read and write.

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