Spelling suggestions: "subject:"psicanálise dde crianças"" "subject:"psicanálise dee crianças""
1 |
O atendimento psicanalítico de crianças em família: o sintoma familiar / Psychoanalytic attendance to children in family: the family symptomLima, Celia Maria Blini de 23 May 1997 (has links)
Propõe o atendimento psicanalítico de crianças, partindo da concepção de que o sintoma da criança está ligada às relações familiares, e da importância de \"separá-los\" de seus pais antes de iniciar um trabalho de psicoterapia individual com a mesma. Baseia o atendimento em três vértices principais: a referência e a criança; é realizado entre o diagnóstico e o possível encaminhamento individual para uma psicoterapia, podendo incluir a etapa diagnóstica; todo atendimento é tomado como uma sessão de análise. Utiliza 2 instrumentos: a pessoa do psicoterapeuta, sem desenvolvimento pessoal e profissional e o contexto, que segue as especificações do setting analítico. Analisa os conteúdos das expressões verbais e não-verbais, das relações transferenciais e da contratransferência do psicoterapeuta. Faz a pesquisa com 10 famílias de nivel sócio-econômico médio. Os Ss variam de 5 a 19 anos, apresentando sintomas do tipo: agitação, dispersão, irritabilidade, intolerância, dificuldades escolares e disturbios alimentares. Aponta que muitos fatores têm contribuído para a formação de sintomas na criança, para a perda de contato com a real identidade; incluem o instituído (o sócio-cultural), a condição pessoal dos pais, seus imagos parentais, as experiências da criança, sua própria constituição (física e psíquica), sua disposição pessoal, sua subjetividade. Os resultados indicam que a proposta recupera a força do encontro humano, que se dá em condições especiais (setting analítico) favorecendo o redespertar da individualidade, resgatar a autoridade parental, permitir o ressurgimento de afetos positivos. Sugere o uso desta metodologia dentro da família em caráter profilático, a partir do momento em que começam a se revelar os problemas de relacionamento / This work owes its origins to the concept that a child\'s symptom is directly related to family relationships and that one cannot begin an individual analysis without separating the child from his/her parents. It consists in attending to the family with an analytic methodology focusing on the child. It is a family-based work which rests on three main points: 1. the child is the main reference; 2. it is employed between the diagnostic and a possible start of personal analysis, and can include the evaluation stage; and 3. every attendance is taken to be an analysis session. Two principal instruments are considered: the person of the psychotherapist, with his or her personal and professional development, and the context, which follows the specifications of the analytic setting. The content to be analysed is made up of verbal and nonverbal expressions, of transferencial relations and of the psychotherapist\'s countertransference. The work is performed with families of average socio-economic level. The children were in a broad age range, from tive to nineteen years old, and presented symptoms such as agitation, inattention, irritability, intolerance, learning dificulties, eating disorders and others. Results reveal the possibility of attending to families, giving support to the following clinical claims: the family is always implicated in some manner with the child symptoms; the non-discrimination between child and parents inhibits understanding of what, from whom, and to whom one is speaking; the parents emotional immaturity is a factor favoring projections on to children, resulting in harm to them; the parents unresolved oedipus can create a hostile, competitive and disrespectful climate on the parents part, and may favour complications, halting children\'s development; the inability to live love within family relationships, specially in relation to children, does not favour the growth and blooming of their true selves. Moreover, results indicate that some relief of the child\'s symptoms is possible, and that the use of this methodology becomes possible to dispense with individual analysis, or even dismiss it, in cases where family influences were decisive in creating and/or maintaining the child\'s symptoms. This attending procedure reinforces the importance of the psychotherapist\'s development and the building of an adequate setting, emphasizing the care required on receiving a child for diagnosis, not to consider him/her immediately as the patient, given an explicit request by the family. It reinstates a legitimate parental authority, specially the father\'s, allowing the ressurgence of positive affects, putting hope in love and human relationships. Finally, brings a new meaning to the child\'s initial distress
|
2 |
Psicanálise para aqueles que ainda não falam? A imagem e a letra na clínica com bebêFernandes, Claudia Mascarenhas 03 May 2010 (has links)
A prática clínica com aqueles que não falam pode ser fundamentada no campo da psicanálise, ainda que com a criança, e mais especificamente com o bebê, ela tenha sido interrogada em seus fundamentos. A clínica com o bebê não somente pode ser lida pela psicanálise, como pode vir a ser sua forma mais radical de apresentação: a psicanálise como uma prática de discurso sem palavras. Para isso, contudo, é necessário que essa clínica possa ser pensada para além do espaço euclidiano, afastando-se da idéia biunívoca de um lado e outro lado entre personagens e passando para uma clínica que toma a transferência numa estrutura que inclui o analista. A imagem com apoio da letra são elementos da psicanálise imprescindíveis para a viabilidade das leituras dessa clínica. Algumas leituras como a tradução, a transcrição e a transliteração são efetivas em relação à imagem e à letra, e mais ainda: a transcrição transitiva é outra leitura que, do lado daquele que não fala, favorece o manejo clínico. Não se trata então de tomar o bebê como conseqüência das marcas de seus cuidadores, mas de verificar os efeitos de real que o bebê provoca em seus cuidadores que, tomados juntamente com o bebê em seu espaço também de não fala, marcam, de modo particular, o encontro do infans com a linguagem / The clinical practice with those who do not speak can be grounded in the field of psychoanalysis, even though it has been questioned in its fundamentals, when it refers to the child and more specifically, to the baby. Not only can the clinical practice with infants be read by the psychoanalysis, but it can also be presented in its most radical form: the psychoanalysis as a practice of discourse without words. However, for this to happen, it is necessary to conceive this practice beyond the Euclidean space, dismissing the biunivocal idea of one side and another side between people, and moving to a clinical practice that places the transference in a structure that includes the analyst. Imagery, with the support of the letter, is an indispensable element in psychoanalysis to make the readings in this clinical practice viable. Some readings such as translation, transcription and transliteration are effective in relation to the image and the letter, especially the transitive transcription, as another reading that, on the side of the one who does not speak, favors the clinical management. Its not the case of seeing the infant as a consequence of the marks caused by his or her caretakers. Rather, it should be considered what the infants effects of the real cause in his or her caretakers, who, taken together with the baby in his/her space of non-speech, indicate the encounter of the infans with the language in a particular way
|
3 |
O brincar e suas relações com a fantasia: um estudo teórico-clínico construído a partir das reflexões sobre o brincar e o estatuto da fantasia, categoria de análise da pesquisa IRDI / The play and its relationship to fantasy: A theoretical and clinical study constructed from reflections on \"The status of play and fantasy\" category of research analysis of search Risk indicators for child development (IRDI)Barros, Carolina Valério 31 March 2011 (has links)
A pergunta de pesquisa sobre a relação entre o brincar e a fantasia originou-se da confluência entre a prática clínica, especialmente a clínica psicanalítica com crianças, e a pesquisa acadêmica, que tem como desafio vincular Psicanálise e Universidade. Na prática clínica, observávamos o fenômeno do brincar via expressiva e de elaboração através da qual a criança \"coloca em jogo\" seu cotidiano, seu desejo, seu sintoma, seu sofrimento, etc. Essa \"força\" do brincar, na clínica, nos tomou de tal maneira que nos incitou a pensar sobre e empreender uma pesquisa teórica, sem abrir mão do material clínico (as entrevistas AP3) que tínhamos à nossa disposição. No que refere à pesquisa acadêmica, situa-se o trabalho como monitora na pesquisa IRDI (indicadores de risco para o desenvolvimento infantil), da qual foi extraído o material analisado. Este material é composto pelas entrevistas realizadas através do instrumento AP3 (avaliação psicanalítica aos três anos), o qual, por sua vez, foi elaborado com a finalidade de validar o instrumento IRDI. O instrumento AP3 contou com quatro categorias de análise, sendo que elegemos \"O brincar e o estatuto da fantasia\". Poderíamos ter escolhido outra categoria, mas, como assinalado, esta categoria nos capturava também na prática clínica. O primeiro questionamento foi: \"O brincar é um fenômeno restrito à vida fantasística?\". E essa questão foi sendo elaborada de modo a pensar o brincar para além da dimensão expressiva (no sentido de ser via de expressão da fantasia inconsciente), mas também em uma dimensão que denominamos de \"elaborativa\" e isto ia ao encontro daquilo que eu estava estudando sobre a criatividade em Winnicott. Para realizar este estudo, partimos de dois caminhos: (a) Um levantamento bibliográfico, e (b) uma releitura das entrevistas que, apoiada no levantamento bibliográfico realizado, privilegiasse a categoria de análise \"brincar e fantasia\". No primeiro, trabalhamos os três autores que, no campo psicanalítico, dedicaram-se de modo mais extensivo ao tema do brincar Sigmund Freud, Melanie Klein e Donald Winnicott , e que, igualmente, também construíram formulações acerca da fantasia, pois, a temática trata da relação entre brincar e fantasia, e não uma investigação dos fenômenos separadamente. Na releitura das entrevistas, tentamos, articulados ao levantamento bibliográfico, discutir: o fort-da, o uso do objeto transicional, o espaço cênico, a representação de \"brincar de ser o outro\" e a inibição no (e do) brincar. Alguns resultados apresentados neste trabalho são: (a) o brincar e a fantasia são fenômenos coincidentes, no entanto, a fantasia não é condição única para o brincar; (b) a qualidade da fantasia depende da qualidade da experiência de ilusão; (c) o brincar possui um lugar; (d) o modo como cada autor pensou a fantasia implica no modo como cada um pensou o brincar; (e) os três autores concordam com a proposição de que o brincar não pertence ao campo do alucinatório, pois, a dimensão da alteridade está presente no brincar: brincar é se relacionar / The research question about the relationship between playing and fantasy stemmed from the confluence of clinical practice, especially the psychoanalytic treatment of children, and academic research, which has the challenge of linking psychoanalysis and University. In clinical practice, we observed the phenomenon of play - and expressive way of preparation - through which the child \"puts into play\" their daily lives, their desire, their symptoms, their suffering, etc.. This \"strength\" of playing in the clinic, so we took that prompted us to think about and undertake a theoretical research, without compromising the clinical material (interviews AP3) we had at our disposal. In terms of academic research, the work lies in the research and monitors IRDI (risk indicators for child development), which was extracted from the analyzed material. This material consists of interviews conducted through the instrument AP3 (psychoanalytic assessment at three years), which, in turn, was prepared in order to validate the instrument IRDI. AP3 The instrument had four categories of analysis, and we chose \"The status of play and fantasy.\" We could have chosen another class, but, as noted, this category also captured in clinical practice. The first question was: \"The play is a phenomenon restricted to life fantasmatic?\". And that question was being drafted to think beyond the playing expressive dimension (in the sense of being a means of expression of unconscious fantasy), but also in a dimension that we call \"elaborative\" - and this was a move in what I was studying creativity in Winnicott. To perform this study, we did two ways: (a) a literature review, and (b) a rereading of the interviews, supported by the literature review, analysis privilege the category of \"playing and fantasy.\" At first, the three authors who work in the psychoanalytic field, devoted themselves more extensively the theme of the play - Sigmund Freud, Melanie Klein and Donald Winnicott - and that, likewise, formulations also built on fantasy, because the theme addresses the relationship between playing and fantasy, not an investigation of the phenomena separately. In rereading the interviews, we try to articulate the literature, discuss: the fort-da, the use of transitional object, the scenic space, the representation of playing at being the other and the inhibition (and) play. Some results presented in this work are: (a) playing and fantasy are coincident phenomena, however, the fantasy is not a condition unique to the play, (b) the quality of fantasy depends on the quality of the experience of illusion, (c) play has a place, (d) how each author thought the fantasy involves the way each one thought the play, (and) the three authors agree with the proposition that the play does not belong to the realm of hallucination, because the dimension of otherness is present in the play: Play is to relate
|
4 |
Psicanálise e cidadania: correndo riscos e tecendo laços / Psychoanalysis and citizenship: running risks and weaveeing tiesRogone, Heloisa Maria Heradão 02 August 2006 (has links)
Este trabalho apresenta um relato e uma reflexão sobre uma clínica psicanalítica realizada fora do setting analítico tradicional, em uma instituição pública da Assistência Social. Esta prática clínica vem sendo desenvolvida em um projeto municipal de apoio sócio educativo aberto, destinado a atender crianças e adolescentes consideradas, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em situação de risco pessoal e social por estarem expostas a situações de riscos com conseqüências prejudiciais ao seu pleno desenvolvimento em múltiplas dimensões. Nesta instituição são realizados grupos-oficina com as crianças possibilitando um espaço de escuta analítica para a expressão do modo como estas incluem o significante situação de risco, em suas existências particulares. Parte-se da hipótese de que este significante, por ser um imperativo social, produz um efeito de aprisionamento" em uma única forma de subjetivação, impedindo-as de uma singularização da subjetividade. O objetivo do presente trabalho é, a partir desta prática, delinear uma clínica psicanalítica ampliada no referencial lacaniano da teoria dos quatros discursos. Os grupos-oficina, compreendidos como uma estrutura discursiva, visam possibilitar a construção de laços sociais coletivos através do dispositivo do Discurso do Analista. Nesta clínica o coordenador do grupo deve operar procurando situar-se no lugar do agente do Discurso do Analista a fim de provocar a produção de novos sentidos para o significante situação de risco a que estas crianças estão submetidas e possibilitar que a criança aproprie-se de significantes mestre (S1) e agencie seus discursos. / This study presents a reflection on a carried through psychoanalytical clinic of setting analytical traditional, in a public institution of the Social Assistance. This practical clinic comes being developed in a municipal project of support opened educative partner, destined to take care of to children and considered adolescents, for the Statute of the Child and the Adolescent, in situation of personal and social risk for being displayed the situations of risks with harmful consequences to its full development in multiple dimensions. Hypotheses initial is of that this significant one, for being a social imperative, produces an effect of "capture" in an only form of to become subjective, hindering them subjectivity. The objective of the present work is to delineate an extended psychoanalytic clinic in the Lacan referential of the theory of the four speeches. The group-workshop, understood as a speech structure, aims at to make possible the construction of collective social bows through the device of the Speech of the Analyst. In this clinic the coordinator of the group must operate looking for to place itself in the place of the agent of the Speech of the Analyst in order to provoke the production of new sensible for the significant situation of risk the one that these children are submitted and to make possible that the significant child assumes itself of master (S1) and articulate its speeches.
|
5 |
Tempo e linguagem na psicose da criançaChristian Ingo Lenz Dunker 16 October 1996 (has links)
Abordou-se o tema da psicose na criança a partir da teoria psicanalítica de Freud e de seu prolongamento em Lacan. Aspectos metodológicos do uso de descrições clínicas e seu fundamento numa dada concepção de linguagem foram tratados de forma a circunscrever o tempo como condição básica da construção clínica. Propõe-se uma perspectiva de leitura para algumas frações da metapsicologia das psicoses que visa tornar compatível a idéia de tempo como condição descritiva com a idéia da linguagem como modelo do aparelho psíquico. Denominamos tal perspectiva de multiestratificação linguística do psiquismo. Nela, procura-se ampliar a concepção de linguagem inicialmente suposta por Lacan (o estruturalismo saussureano), de modo a acolher algumas teses da filosofia da linguagem bem como valorizar a vertente da linguística da enunciação. O exame de alguns fragmentos descritivos, tendo em vista tal modelo, mostrou que a criança psicótica, entre 7 e 12 anos, mostra grande instabilidade em sustentar simultaneidades de significação. A brincadeira turbulenta foi usada como contexto exemplificador neste caso. A agressividade desta criança pode ser considerada em função da desarticulação da temporalidade. As relações entre satisfação, prazer e gozo encontramse alteradas em relação a neurose, o que se poderia constatar pela irreversibilidade das montagens pulsionais. Na esfera da fala e do ato de linguagem, o plano do significante, da proposição (frase) e da enunciação não se articulam em formações intermediárias. Sugere-se a valorização da prosódia, do ritmo e da temporalidade da enunciação como caminhos de eventual interesse terapêutico / The subject of a child psychosis was examined based on Freuds psychoanalytical theory and Lacan further studies on the matter. Methodological aspects regarding the use of clinical descriptions and their fundamental procedure according to a given conception of language were delt in order to circunscribe the time as a basic condition of the description as a clinical construction. A reading perspective is proposed for some aspects of the methapsychology of the psychosis which intended to make compatible the idea of time as a descriptive connection with the idea of the language as model of the psychic apparatus. Such a perspective is denominaded linguistic estratification of the psychic. In this they seek amplify the inicial conception of language presumed by Lacan (the structural conception derived from Saussure) in order to include some thesis of the philosophy of language as well as to valorize the side of the linguistic of enunciation. The examination of some descriptive fragments, considering such a model, showed that a psychotic child presents great instability in sustaining simultanious meanings contexts. The rough-and-tumble play was used as sample context. His agressiveness was considered as temporally unarticulated. The relation among jouissance, satisfaction and pleasure become altered in relation to neurosis which could be verified by irreversibility of the grammar of the drive (Trieb). Finally, in the sphere of talking and of the speach acts the plan of significant, the proposition and the ennunciation do not conect in intermediate formations. The value of the tone, the rythm and the temporal enunciation was suggested as the route to eventual therapeutic interest
|
6 |
O brincar e suas relações com a fantasia: um estudo teórico-clínico construído a partir das reflexões sobre o brincar e o estatuto da fantasia, categoria de análise da pesquisa IRDI / The play and its relationship to fantasy: A theoretical and clinical study constructed from reflections on \"The status of play and fantasy\" category of research analysis of search Risk indicators for child development (IRDI)Carolina Valério Barros 31 March 2011 (has links)
A pergunta de pesquisa sobre a relação entre o brincar e a fantasia originou-se da confluência entre a prática clínica, especialmente a clínica psicanalítica com crianças, e a pesquisa acadêmica, que tem como desafio vincular Psicanálise e Universidade. Na prática clínica, observávamos o fenômeno do brincar via expressiva e de elaboração através da qual a criança \"coloca em jogo\" seu cotidiano, seu desejo, seu sintoma, seu sofrimento, etc. Essa \"força\" do brincar, na clínica, nos tomou de tal maneira que nos incitou a pensar sobre e empreender uma pesquisa teórica, sem abrir mão do material clínico (as entrevistas AP3) que tínhamos à nossa disposição. No que refere à pesquisa acadêmica, situa-se o trabalho como monitora na pesquisa IRDI (indicadores de risco para o desenvolvimento infantil), da qual foi extraído o material analisado. Este material é composto pelas entrevistas realizadas através do instrumento AP3 (avaliação psicanalítica aos três anos), o qual, por sua vez, foi elaborado com a finalidade de validar o instrumento IRDI. O instrumento AP3 contou com quatro categorias de análise, sendo que elegemos \"O brincar e o estatuto da fantasia\". Poderíamos ter escolhido outra categoria, mas, como assinalado, esta categoria nos capturava também na prática clínica. O primeiro questionamento foi: \"O brincar é um fenômeno restrito à vida fantasística?\". E essa questão foi sendo elaborada de modo a pensar o brincar para além da dimensão expressiva (no sentido de ser via de expressão da fantasia inconsciente), mas também em uma dimensão que denominamos de \"elaborativa\" e isto ia ao encontro daquilo que eu estava estudando sobre a criatividade em Winnicott. Para realizar este estudo, partimos de dois caminhos: (a) Um levantamento bibliográfico, e (b) uma releitura das entrevistas que, apoiada no levantamento bibliográfico realizado, privilegiasse a categoria de análise \"brincar e fantasia\". No primeiro, trabalhamos os três autores que, no campo psicanalítico, dedicaram-se de modo mais extensivo ao tema do brincar Sigmund Freud, Melanie Klein e Donald Winnicott , e que, igualmente, também construíram formulações acerca da fantasia, pois, a temática trata da relação entre brincar e fantasia, e não uma investigação dos fenômenos separadamente. Na releitura das entrevistas, tentamos, articulados ao levantamento bibliográfico, discutir: o fort-da, o uso do objeto transicional, o espaço cênico, a representação de \"brincar de ser o outro\" e a inibição no (e do) brincar. Alguns resultados apresentados neste trabalho são: (a) o brincar e a fantasia são fenômenos coincidentes, no entanto, a fantasia não é condição única para o brincar; (b) a qualidade da fantasia depende da qualidade da experiência de ilusão; (c) o brincar possui um lugar; (d) o modo como cada autor pensou a fantasia implica no modo como cada um pensou o brincar; (e) os três autores concordam com a proposição de que o brincar não pertence ao campo do alucinatório, pois, a dimensão da alteridade está presente no brincar: brincar é se relacionar / The research question about the relationship between playing and fantasy stemmed from the confluence of clinical practice, especially the psychoanalytic treatment of children, and academic research, which has the challenge of linking psychoanalysis and University. In clinical practice, we observed the phenomenon of play - and expressive way of preparation - through which the child \"puts into play\" their daily lives, their desire, their symptoms, their suffering, etc.. This \"strength\" of playing in the clinic, so we took that prompted us to think about and undertake a theoretical research, without compromising the clinical material (interviews AP3) we had at our disposal. In terms of academic research, the work lies in the research and monitors IRDI (risk indicators for child development), which was extracted from the analyzed material. This material consists of interviews conducted through the instrument AP3 (psychoanalytic assessment at three years), which, in turn, was prepared in order to validate the instrument IRDI. AP3 The instrument had four categories of analysis, and we chose \"The status of play and fantasy.\" We could have chosen another class, but, as noted, this category also captured in clinical practice. The first question was: \"The play is a phenomenon restricted to life fantasmatic?\". And that question was being drafted to think beyond the playing expressive dimension (in the sense of being a means of expression of unconscious fantasy), but also in a dimension that we call \"elaborative\" - and this was a move in what I was studying creativity in Winnicott. To perform this study, we did two ways: (a) a literature review, and (b) a rereading of the interviews, supported by the literature review, analysis privilege the category of \"playing and fantasy.\" At first, the three authors who work in the psychoanalytic field, devoted themselves more extensively the theme of the play - Sigmund Freud, Melanie Klein and Donald Winnicott - and that, likewise, formulations also built on fantasy, because the theme addresses the relationship between playing and fantasy, not an investigation of the phenomena separately. In rereading the interviews, we try to articulate the literature, discuss: the fort-da, the use of transitional object, the scenic space, the representation of playing at being the other and the inhibition (and) play. Some results presented in this work are: (a) playing and fantasy are coincident phenomena, however, the fantasy is not a condition unique to the play, (b) the quality of fantasy depends on the quality of the experience of illusion, (c) play has a place, (d) how each author thought the fantasy involves the way each one thought the play, (and) the three authors agree with the proposition that the play does not belong to the realm of hallucination, because the dimension of otherness is present in the play: Play is to relate
|
7 |
Bebês, crianças e seus pares: A participação do pequeno semelhante no desenvolvimento e na constituição subjetiva / Babies, children and their peers: Toddlers on human development and subjective constitutionKazahaya, Daniel 23 May 2014 (has links)
Este trabalho busca investigar a participação dos pequenos semelhantes bebês, crianças e seus pares na constituição subjetiva e no desenvolvimento humano. Para isto, foi realizada uma revisão da teoria psicanalítica embasada em três principais autores: Freud, Lacan e Winnicott. Posteriormente, esta revisão foi confrontada com dados de observação da Psicologia do Desenvolvimento para verificar possíveis pontos de apoio na teoria psicanalítica. O pequeno semelhante ao qual este trabalho se refere é o semelhante que se apresenta para um bebê ou criança ainda no início de sua constituição subjetiva, e que apresenta características constitutivas similares à do sujeito. Foram eleitos três operadores de leitura sobre o tema: a identificação, a agressividade e a cooperação. Esses três operadores surgem ao longo de toda a problemática que envolve os pequenos semelhantes. Freud trabalha preferencialmente o semelhante inserido na lógica do complexo de Édipo e dá indícios sobre a participação do pequeno semelhante na constituição subjetiva. Lacan e Winnicott teorizam os primórdios da constituição subjetiva e atribuem ao pequeno semelhante uma primeira triangulação, considerada a gênese dos sentimentos sociais. A psicologia do desenvolvimento verifica interações entre bebês que confirmam a teoria winnicottiana e lacaniana sobre os pequenos semelhantes, além da teoria freudiana do semelhante. Conclui que o pequeno semelhante pode ter uma participação única e diferencial, ao introduzir o sujeito numa lógica inicial da inveja e ciúme, e contribuir para a integração da agressividade e do amor / This work aims to investigate the participation of toddlers - babies, children and their peers - in subjective constitution and human development. For this, a revision of psychoanalytic theory founded on three main authors was performed. They are: Freud, Lacan and Winnicott. Subsequently, this review was confronted with observational data of the developmental psychology to check for possible footholds in psychoanalytic theory. The toddler to which this paper refers is the toddler who presents itself for a baby or child still early in its subjective constitution, and has similar characteristics to the subject\'s constitutive features. Three reading operators were elected about the theme: identification, aggression and cooperation. These three operators appear throughout the problem involving toddlers. Freud preferably works the human similar inserted into the logic of the Oedipus complex, and provides evidences about the participation of the toddler in subjective constitution. Winnicott and Lacan theorize the primordium of subjective constitution and attribute to the toddler an initial triangulation, considered the genesis of social feelings. The Developmental psychology verifies interactions between babies confirming Winnicott and Lacan\'s theories on toddlers, and Freudian theory about the human similar. Conclude that toddlers can has an unique and differential participation, to introduces the subject in an initial logic of envy and jealousy, and contributes to the integration of aggression and love
|
8 |
O brincar na clínica psicanalítica de crianças com autismo / Playing in the psychoanalytic clinic with autistic childrenTavares, Talita Arruda 17 June 2016 (has links)
O presente trabalho tem como objetivo estudar o brincar como ferramenta para o analista na clínica psicanalítica de crianças com autismo. Autores como Winnicott, Rodulfo e Guerra defendem que o brincar acompanha pari passu o desenvolvimento subjetivo, de forma que as perturbações que aparecem na estruturação psíquica do bebê podem ver-se refletidas no desenvolvimento da capacidade para o brincar. Essas dificuldades são observadas de forma clara nas crianças com autismo, que apresentam tanto a incapacidade para o brincar quanto perturbações em sua constituição subjetiva. Dessa maneira, o tratamento psicanalítico visa o desenvolvimento do brincar dessas crianças, tendo em vista seus efeitos constitutivos. Este trabalho analisou vinhetas clínicas de crianças em atendimento onde se puderam verificar possibilidades do desenvolvimento do brincar. O material clínico discutido foi organizado em três grandes eixos teóricoclínicos: encontro analítico, estereotipias e objeto tutor (conceito formulado por Victor Guerra e apropriado neste trabalho como elemento que inauguraria a possibilidade do brincar no encontro analítico). O eixo vinculado ao encontro analítico buscou discutir a importância da constância do setting para o atendimento de crianças com autismo. O eixo ligado às estereotipias abordou a importância de intervenções analíticas que propiciam desdobramentos e continuidades em relação a movimentos inicialmente repetitivos e disfuncionais, apresentando a dimensão do novo e da criatividade, além de trazer a abertura para a presença do outro (analista) e do brincar compartilhado. Além disso, apresentamos a ideia de que as estereotipias apresentam alguma complexidade, podendo ser identificadas como uma forma da criança investigar o mundo à sua volta, responder à demanda do analista ou ainda de propor a retomada de brincadeiras. O último eixo de discussão apresentou alguns caminhos que poderiam levar à criação do objeto tutor na clínica do autismo, seja por meio da transformação do objeto autístico ou de propostas de continuidades para os movimentos estereotipados, levando em consideração a presença e a participação ativa por parte do analista. As vinhetas analisadas mostraram caminhos possíveis para a criação do brincar compartilhado por meio de intervenções terapêuticas. Pudemos observar que o desenvolvimento do brincar compartilhado no encontro analítico é um importante aspecto constitutivo no processo de estruturação psíquica das crianças com autismo / This study aims at investigating the role of playing as a clinical tool for the psychoanalyst in his practice with autistic children. Authors such as Winnicott, Rodulfo and Guerra state that playing progresses alongside emotional development, and thus disturbances in the babies psychical structure development will reflect in his capacity to play. These difficulties are clearly observed in children with autism, who present both the incapacity to play and the disturbances in their subjective constitution. Thus, psychoanalytical treatment aims at developing the capacity to play in these children, bearing in mind its aforementioned effects to healthy subjective constitution. The author studies clinical scenes of children undergoing clinical treatment in which possibilities for the development of the capacity to play are present. This clinical material was discussed and organized in three major theoreticalclinical axes: the analytical encounter, stereotypes and tutoring object (the latter being a concept developed by Victor Guerra and mobilized in this study as an element that would develop the capacity to play in the analytical encounter). In the axis concerning the analytical encounter we propose to discuss the importance of the settings constancy for the clinical treatment of children with autism. In the second axis, regarding stereotypes, we evaluate the importance of the analytical interventions that make it possible for stereotypical behavior to develop out of its initial dysfunctionality and purposelessness into communicative and relational behavior, presenting thereby the possibility of innovation and creativity and the openness to the presence of the analyst and to shared play. We present additionally the idea that stereotypes present complexity, being potentially a means for the child to investigate the world, to answer to an appeal or even to propose an engagement in interactive play. The last axis of investigation presented some strategies that could lead to the establishment of tutoring objects in clinical practice with children with autism, might it be through the transformation of an autistic object into a tutoring object or through the proposition of enactments that emerge from the stereotypical behavior into meaningful and communicative behavior, always bearing in mind the active presence and participation of the analyst. The clinical scenes presented aim at shedding light into possible paths for the creation of shared play activity, developed by therapeutic intervention. The author considers that the development of the capacity by the child to engage in shared play activities with the analyst in the clinical encounter is a crucial aspect in the process of psychical development of children with autism
|
9 |
Tempo e linguagem na psicose da criançaDunker, Christian Ingo Lenz 16 October 1996 (has links)
Abordou-se o tema da psicose na criança a partir da teoria psicanalítica de Freud e de seu prolongamento em Lacan. Aspectos metodológicos do uso de descrições clínicas e seu fundamento numa dada concepção de linguagem foram tratados de forma a circunscrever o tempo como condição básica da construção clínica. Propõe-se uma perspectiva de leitura para algumas frações da metapsicologia das psicoses que visa tornar compatível a idéia de tempo como condição descritiva com a idéia da linguagem como modelo do aparelho psíquico. Denominamos tal perspectiva de multiestratificação linguística do psiquismo. Nela, procura-se ampliar a concepção de linguagem inicialmente suposta por Lacan (o estruturalismo saussureano), de modo a acolher algumas teses da filosofia da linguagem bem como valorizar a vertente da linguística da enunciação. O exame de alguns fragmentos descritivos, tendo em vista tal modelo, mostrou que a criança psicótica, entre 7 e 12 anos, mostra grande instabilidade em sustentar simultaneidades de significação. A brincadeira turbulenta foi usada como contexto exemplificador neste caso. A agressividade desta criança pode ser considerada em função da desarticulação da temporalidade. As relações entre satisfação, prazer e gozo encontramse alteradas em relação a neurose, o que se poderia constatar pela irreversibilidade das montagens pulsionais. Na esfera da fala e do ato de linguagem, o plano do significante, da proposição (frase) e da enunciação não se articulam em formações intermediárias. Sugere-se a valorização da prosódia, do ritmo e da temporalidade da enunciação como caminhos de eventual interesse terapêutico / The subject of a child psychosis was examined based on Freuds psychoanalytical theory and Lacan further studies on the matter. Methodological aspects regarding the use of clinical descriptions and their fundamental procedure according to a given conception of language were delt in order to circunscribe the time as a basic condition of the description as a clinical construction. A reading perspective is proposed for some aspects of the methapsychology of the psychosis which intended to make compatible the idea of time as a descriptive connection with the idea of the language as model of the psychic apparatus. Such a perspective is denominaded linguistic estratification of the psychic. In this they seek amplify the inicial conception of language presumed by Lacan (the structural conception derived from Saussure) in order to include some thesis of the philosophy of language as well as to valorize the side of the linguistic of enunciation. The examination of some descriptive fragments, considering such a model, showed that a psychotic child presents great instability in sustaining simultanious meanings contexts. The rough-and-tumble play was used as sample context. His agressiveness was considered as temporally unarticulated. The relation among jouissance, satisfaction and pleasure become altered in relation to neurosis which could be verified by irreversibility of the grammar of the drive (Trieb). Finally, in the sphere of talking and of the speach acts the plan of significant, the proposition and the ennunciation do not conect in intermediate formations. The value of the tone, the rythm and the temporal enunciation was suggested as the route to eventual therapeutic interest
|
10 |
Psicanálise para aqueles que ainda não falam? A imagem e a letra na clínica com bebêClaudia Mascarenhas Fernandes 03 May 2010 (has links)
A prática clínica com aqueles que não falam pode ser fundamentada no campo da psicanálise, ainda que com a criança, e mais especificamente com o bebê, ela tenha sido interrogada em seus fundamentos. A clínica com o bebê não somente pode ser lida pela psicanálise, como pode vir a ser sua forma mais radical de apresentação: a psicanálise como uma prática de discurso sem palavras. Para isso, contudo, é necessário que essa clínica possa ser pensada para além do espaço euclidiano, afastando-se da idéia biunívoca de um lado e outro lado entre personagens e passando para uma clínica que toma a transferência numa estrutura que inclui o analista. A imagem com apoio da letra são elementos da psicanálise imprescindíveis para a viabilidade das leituras dessa clínica. Algumas leituras como a tradução, a transcrição e a transliteração são efetivas em relação à imagem e à letra, e mais ainda: a transcrição transitiva é outra leitura que, do lado daquele que não fala, favorece o manejo clínico. Não se trata então de tomar o bebê como conseqüência das marcas de seus cuidadores, mas de verificar os efeitos de real que o bebê provoca em seus cuidadores que, tomados juntamente com o bebê em seu espaço também de não fala, marcam, de modo particular, o encontro do infans com a linguagem / The clinical practice with those who do not speak can be grounded in the field of psychoanalysis, even though it has been questioned in its fundamentals, when it refers to the child and more specifically, to the baby. Not only can the clinical practice with infants be read by the psychoanalysis, but it can also be presented in its most radical form: the psychoanalysis as a practice of discourse without words. However, for this to happen, it is necessary to conceive this practice beyond the Euclidean space, dismissing the biunivocal idea of one side and another side between people, and moving to a clinical practice that places the transference in a structure that includes the analyst. Imagery, with the support of the letter, is an indispensable element in psychoanalysis to make the readings in this clinical practice viable. Some readings such as translation, transcription and transliteration are effective in relation to the image and the letter, especially the transitive transcription, as another reading that, on the side of the one who does not speak, favors the clinical management. Its not the case of seeing the infant as a consequence of the marks caused by his or her caretakers. Rather, it should be considered what the infants effects of the real cause in his or her caretakers, who, taken together with the baby in his/her space of non-speech, indicate the encounter of the infans with the language in a particular way
|
Page generated in 0.1103 seconds