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\"Alterações na imunidade inespecifica subsequentes à indução de estresse agudo em indivíduos com fobia social e pessoas sem patologias psiquiátricas\" / Alterations in inespecific immunity subsequent to the induction of acute stress in individuals with social phobia and persons without psychiatric disorders

Faustino, Alessandra Fernandes 18 April 2005 (has links)
As interações entre o sistema nervoso central e os sistemas imune e endócrino são o objeto de estudo da psiconeuroimunologia. Protocolos de indução de estresse têm sido amplamente utilizados como métodos confiáveis de investigação da relação entre transtornos psiquiátricos, aspectos psicológicos, traços de personalidade, ansiedade e a resposta imune. O procedimento de simulação de falar em público (SFP) é um protocolo experimental validado que reconhecidamente é capaz de ativar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e produzir respostas de estresse em sujeitos humanos. Esse método foi utilizado para: 1) Comparar a reatividade imunológica de indivíduos com diagnóstico de fobia social com a de indivíduos sem qualquer diagnóstico psiquiátrico; 2) Investigar se ocorrem alterações imunes subseqüentes à exposição a um estressor agudo induzido em laboratório e 3) identificar e correlacionar parâmetros imunológicos com traços de personalidade, humor, níveis de ansiedade e medidas fisiológicas. Os traços de personalidade foram investigados por meio dos seguintes instrumentos: Inventário de Temperamento e Caráter (TCI), Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS), Inventário de Ansiedade Traço (IDATE-T), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Estratégias de ?Coping? de Folkman e Lazarus e Adaptação da Escala de Percepção de Estresse (PSS). Os sintomas de ansiedade foram avaliados por meio da Escala Analógica Visual de Humor (VAMS), da Escala de Sintomas Somáticos (ESS) e do IDATE-Estado. As variáveis psicofisiológicas avaliadas foram pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), batimentos cardíacos (BPM), resposta galvânica da pele (GSR) e temperatura. Os níveis plasmáticos de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e hormônios do eixo HPA (cortisol e ACTH) também foram dosados. Realizou-se a contagem de células imunes polimorfonucleares e mononucleares no sangue periférico e mediu-se a atividade citotóxica de células NK e neutrófilos. Dosou-se proteínas de fase aguda e imunoglobulinas (A, D, G, M e E) a produção de citocinas no sangue por ELISA e RT-PCR. Os dados foram submetidos a análises de variância para dados com medidas repetidas testando efeitos de grupo, sexo, momento experimental e interações. As correlações entre as variáveis foram testadas por regressões múltiplas e coeficientes de correlação de Pearson. Os resultados apontam que o SFP foi eficiente para induzir estresse e produzir alterações detectáveis em diversos dos parâmetros investigados. As diferenças entre fóbicos sociais e controles são significativas para traços de personalidade e atuam ao longo do tempo para as medidas psicofisiológicas. Alterações imunes e hormonais estiveram mais frequentemente associadas ao gênero do que ao grupo experimental, e afetaram mais homens. Além disso, as alterações imunes foram de pequena magnitude afetando componentes inespecíficos da resposta imune. Conjuntamente, os resultados apontam uma relativa ativação do eixo HPA em fóbicos mas que não corresponde a alterações imunes de mesma magnitude. Mais estudos com uma amostra maior e a investigação de outros parâmetros são necessários para compreender melhor como a fobia social afeta o sistema imune de homens e mulheres e investigar se as alterações podem aumentar a susceptibilidade a doenças nesse grupo de sujeitos. Uma vez que essa interação seja melhor compreendida poderá subsidiar estratégias mais adequadas para abordar e elaborar estratégias de prevenção e intervenção capazes de promover comportamentos saudáveis. / Interactions among the nervous, immune and endocrine systems are the object of study of Psychoneuroimmunology. Stress protocols have been broadly used as reliable means to investigate the relationship among psychiatric disorders, psychological aspects, personality traits, anxiety and immune response has been studied using these interactions. The Simulated Public Speaking (SPS) is a validated experimental procedure known to activate the Hypothalamus-Pituitary-Adrenal (HPA) axis and produce stress responses in human subjects. This method was used to: 1) compare the immune reactions of individuals with a diagnosis of social phobia to that of individuals without any psychiatric diagnosis; 2) investigate if immune alterations occur subsequent to the exposure to an acute laboratory induced stressor; 3) identify and correlate immune parameters with personality traits, mood, anxiety levels and physiologic measures. Personality traits were investigated with Cloninger?s Temperament and Character?s Inventory (TCI), Positive and Negative Affects Scale (PANAS), State-Trait Anxiety Scale (STAI?T), Beck?s Depression Inventory (BDI), Lazarus?s Coping Strategies Inventory, Perceived Stress Scale (PSS). Anxiety symptoms were investigated along the procedure with the Bodily Symptoms Scale (ESS), STAI-E and the Visual Analogue Mood Scale (VAMS). Psychophysiologic variables assessed were Systolic (PAS) and Diastolic (PAD) Blood Pressure, Heart Rate (BPM), Galvanic Skin Response (GSR) and temperature. Plasmatic circulating levels of cathecolamines (Adrenaline, Noradrenaline and Dopamine) and HPA axis hormones (Cortisol, ACTH) were assessed. Peripheral blood cell population counts were obtained for polymorphonuclear (PMN) and mononuclear cells. Cytotoxic activity of neutrophils and NK cells was assessed, as well as cytokine production by ELISA and RT-PCR. Acute phase proteins and immunoglobulins (A, D, G, M, and E) were dosed on peripheral blood. Data was submitted to variance analysis for data with repeated measures testing effects of group, sex, experimental moment and interactions on variables. Correlations among variables were tested by multiple regressions and Pearson?s correlation deltas. The results show SPS was efficient in inducing stress and produce detectable alterations in several of the parameters investigated. Differences between social phobics and controls are significant for personality traits and, along time for psychophysiologic measures. Hormonal and immune alterations were more often associated to gender rather than to the group subjects belonged to, with men being more susceptible to the procedure. Also, immune changes were of small magnitude, usually affecting inespecific components of the response. Together, the results point to a relatively higher activation of the HPA-axis in social phobics, but one that does not correspond to immune responses of the same magnitude. Further studies with a larger sample and investigation of other parameters are necessary to better understand how social phobia affects the immune system of men and women and to investigate if the alterations can increase susceptibility to diseases in this group of individuals. Once this interaction is better understood it may provide the basis for an improved design to approach and elaborate prevention/intervention strategies and promote healthy behaviours.
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\"Alterações na imunidade inespecifica subsequentes à indução de estresse agudo em indivíduos com fobia social e pessoas sem patologias psiquiátricas\" / Alterations in inespecific immunity subsequent to the induction of acute stress in individuals with social phobia and persons without psychiatric disorders

Alessandra Fernandes Faustino 18 April 2005 (has links)
As interações entre o sistema nervoso central e os sistemas imune e endócrino são o objeto de estudo da psiconeuroimunologia. Protocolos de indução de estresse têm sido amplamente utilizados como métodos confiáveis de investigação da relação entre transtornos psiquiátricos, aspectos psicológicos, traços de personalidade, ansiedade e a resposta imune. O procedimento de simulação de falar em público (SFP) é um protocolo experimental validado que reconhecidamente é capaz de ativar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e produzir respostas de estresse em sujeitos humanos. Esse método foi utilizado para: 1) Comparar a reatividade imunológica de indivíduos com diagnóstico de fobia social com a de indivíduos sem qualquer diagnóstico psiquiátrico; 2) Investigar se ocorrem alterações imunes subseqüentes à exposição a um estressor agudo induzido em laboratório e 3) identificar e correlacionar parâmetros imunológicos com traços de personalidade, humor, níveis de ansiedade e medidas fisiológicas. Os traços de personalidade foram investigados por meio dos seguintes instrumentos: Inventário de Temperamento e Caráter (TCI), Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS), Inventário de Ansiedade Traço (IDATE-T), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Estratégias de ?Coping? de Folkman e Lazarus e Adaptação da Escala de Percepção de Estresse (PSS). Os sintomas de ansiedade foram avaliados por meio da Escala Analógica Visual de Humor (VAMS), da Escala de Sintomas Somáticos (ESS) e do IDATE-Estado. As variáveis psicofisiológicas avaliadas foram pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), batimentos cardíacos (BPM), resposta galvânica da pele (GSR) e temperatura. Os níveis plasmáticos de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e hormônios do eixo HPA (cortisol e ACTH) também foram dosados. Realizou-se a contagem de células imunes polimorfonucleares e mononucleares no sangue periférico e mediu-se a atividade citotóxica de células NK e neutrófilos. Dosou-se proteínas de fase aguda e imunoglobulinas (A, D, G, M e E) a produção de citocinas no sangue por ELISA e RT-PCR. Os dados foram submetidos a análises de variância para dados com medidas repetidas testando efeitos de grupo, sexo, momento experimental e interações. As correlações entre as variáveis foram testadas por regressões múltiplas e coeficientes de correlação de Pearson. Os resultados apontam que o SFP foi eficiente para induzir estresse e produzir alterações detectáveis em diversos dos parâmetros investigados. As diferenças entre fóbicos sociais e controles são significativas para traços de personalidade e atuam ao longo do tempo para as medidas psicofisiológicas. Alterações imunes e hormonais estiveram mais frequentemente associadas ao gênero do que ao grupo experimental, e afetaram mais homens. Além disso, as alterações imunes foram de pequena magnitude afetando componentes inespecíficos da resposta imune. Conjuntamente, os resultados apontam uma relativa ativação do eixo HPA em fóbicos mas que não corresponde a alterações imunes de mesma magnitude. Mais estudos com uma amostra maior e a investigação de outros parâmetros são necessários para compreender melhor como a fobia social afeta o sistema imune de homens e mulheres e investigar se as alterações podem aumentar a susceptibilidade a doenças nesse grupo de sujeitos. Uma vez que essa interação seja melhor compreendida poderá subsidiar estratégias mais adequadas para abordar e elaborar estratégias de prevenção e intervenção capazes de promover comportamentos saudáveis. / Interactions among the nervous, immune and endocrine systems are the object of study of Psychoneuroimmunology. Stress protocols have been broadly used as reliable means to investigate the relationship among psychiatric disorders, psychological aspects, personality traits, anxiety and immune response has been studied using these interactions. The Simulated Public Speaking (SPS) is a validated experimental procedure known to activate the Hypothalamus-Pituitary-Adrenal (HPA) axis and produce stress responses in human subjects. This method was used to: 1) compare the immune reactions of individuals with a diagnosis of social phobia to that of individuals without any psychiatric diagnosis; 2) investigate if immune alterations occur subsequent to the exposure to an acute laboratory induced stressor; 3) identify and correlate immune parameters with personality traits, mood, anxiety levels and physiologic measures. Personality traits were investigated with Cloninger?s Temperament and Character?s Inventory (TCI), Positive and Negative Affects Scale (PANAS), State-Trait Anxiety Scale (STAI?T), Beck?s Depression Inventory (BDI), Lazarus?s Coping Strategies Inventory, Perceived Stress Scale (PSS). Anxiety symptoms were investigated along the procedure with the Bodily Symptoms Scale (ESS), STAI-E and the Visual Analogue Mood Scale (VAMS). Psychophysiologic variables assessed were Systolic (PAS) and Diastolic (PAD) Blood Pressure, Heart Rate (BPM), Galvanic Skin Response (GSR) and temperature. Plasmatic circulating levels of cathecolamines (Adrenaline, Noradrenaline and Dopamine) and HPA axis hormones (Cortisol, ACTH) were assessed. Peripheral blood cell population counts were obtained for polymorphonuclear (PMN) and mononuclear cells. Cytotoxic activity of neutrophils and NK cells was assessed, as well as cytokine production by ELISA and RT-PCR. Acute phase proteins and immunoglobulins (A, D, G, M, and E) were dosed on peripheral blood. Data was submitted to variance analysis for data with repeated measures testing effects of group, sex, experimental moment and interactions on variables. Correlations among variables were tested by multiple regressions and Pearson?s correlation deltas. The results show SPS was efficient in inducing stress and produce detectable alterations in several of the parameters investigated. Differences between social phobics and controls are significant for personality traits and, along time for psychophysiologic measures. Hormonal and immune alterations were more often associated to gender rather than to the group subjects belonged to, with men being more susceptible to the procedure. Also, immune changes were of small magnitude, usually affecting inespecific components of the response. Together, the results point to a relatively higher activation of the HPA-axis in social phobics, but one that does not correspond to immune responses of the same magnitude. Further studies with a larger sample and investigation of other parameters are necessary to better understand how social phobia affects the immune system of men and women and to investigate if the alterations can increase susceptibility to diseases in this group of individuals. Once this interaction is better understood it may provide the basis for an improved design to approach and elaborate prevention/intervention strategies and promote healthy behaviours.

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