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Seguindo Pinocchio: a ambientaÃÃo, o feminino e a fuga na obra fÃlmica de Roberto Benigni como elementos de ressignificaÃÃo da obra literÃria de Carlo CollodiSimone Lopes de Almeida Nunes 26 August 2016 (has links)
nÃo hà / Le avventure di Pinocchio à uma obra que dialoga intimamente com a traduÃÃo, pois desde o seu lanÃamento, em 1883, vem sendo traduzida para as mais diversas lÃnguas, e adaptada para diferentes formas artÃsticas. A obra à considerada uma narrativa infantil e fantÃstica de grande representatividade da literatura italiana do final do sÃculo XIX, porÃm, poucos falam dos relevantes aspectos realÃsticos, que mantÃm uma estreita relaÃÃo com os elementos fantÃsticos (CAMBI, 1985; GUERINI, 2009), significativos de um perÃodo histÃrico, econÃmico e social de muitas dificuldades que marcaram a pÃs-unificaÃÃo italiana, o que faz de Pinocchio um sÃmbolo de identidade nacional (ASOR ROSA, 1985). A nossa pesquisa pretende verificar como esses aspectos realÃsticos, e significativos de um especÃfico momento histÃrico italiano, foram ressignificados na adaptaÃÃo fÃlmica italiana Pinocchio, de Roberto Benigni, lanÃado em 2002. O conceito de ressignificaÃÃo remonta ao de ressemantizaÃÃo de Lotman (1982), o qual defende que o texto artÃstico, enquanto linguagem, tem a funÃÃo de produzir novos significados. De fato, teÃricos da adaptaÃÃo fÃlmica como Bazin (1977) e Cattrysse (2014; 1992) reconhecem a importÃncia do filme como um texto que traz suas prÃprias leituras e visÃes da obra literÃria, e, portanto, merece ser compreendido nas suas respectivas particularidades autorais e mercadolÃgicas. Nessa perspectiva, apoiamo-nos na teoria dos polissistemas cinematogrÃfico, de Cattrysse (2014), para compreender o filme como um produto em si. Sendo assim, elementos que sÃo significativos na obra literÃria como: a ambientaÃÃo, a figura feminina e a fuga; ao serem traduzidos para a narrativa fÃlmica serÃo ressignificados de acordo com as exigÃncias autorais, mercadolÃgicas e de recepÃÃo: a ambientaÃÃo que em Collodi retrata uma denÃncia social de pobreza e fome, em Benigni, ambienta um momento histÃrico, mas sem relevar a denÃncia social; a figura feminina à restrita à presenÃa da Fata, na obra literÃria, Benigni, porÃm, usa os espaÃos da narrativa fÃlmica para inserir a mulher nas mais diversas atividades cotidianas, atravÃs da figuraÃÃo; e o elemento fuga, que permeia toda a obra, serà analisado no que definimos a grande fuga, quando Pinocchio recebe as moedas do Mangiafoco atà o enforcamento do boneco. Collodi retrata-a de forma dura e violenta, caracterÃsticas dos contos infantis de outrora, jà Benigni ressignifica-a, utilizando elementos realÃsticos, mas nÃo tÃo violentos, jà que a narrativa infantil contemporÃnea procura suavizÃ-la. / Le avventure di Pinocchio is a work that closely interacts with the translation because since its launch, in 1883, has been translated to several languages and adapted to different artistic forms. The work is considered a fiction and children`s narrative of great representation of Italian literature of the late nineteenth century, however, few speak about the relevant realistic aspects, that keep a close relation with the fictional elements (CAMBI, 1985; GUERINI, 2009), significant of a historical, economical and social period of many difficulties that marked the Italian post-unification, what makes Pinocchio a symbol of national identity (ASOR ROSA, 1985). Our research aims to verify how those realistic aspects, and significant of a specific Italian historical moment, were resignified into the Italian filmic adaptation Pinocchio, from Roberto Benigni, launched in 2002. The concept of resignification goes back to the resemantization concept, theorized by Lotman (1970), who defends that the artistic text, as language, has the function to produce new meanings. In fact, theorists from filmic adaptation, like Bazin (1977) and Cattrysse (2014; 1992) recognize the importance of movies as a text that brings their own interpretations and views of the literary work and, therefore, deserves to be understood in its own copyright and marketing particularities. In this perspective, we support our study in the Polysystem Theory of filmic adaptations, from Cattrysse (2014) to comprehend the movie as a product itself. Thus, the elements that are meaningful in the literary work as: the embience, the female figure and the escape; when translated into the filmic narrative will be resignified according to the copyright, marketing and acceptance requirements: the ambience, that in Collodi portrays the social denounce of poverty and hunger, in Benigni, portrays a historical moment, but without highlighting the social denounce; the female figure is restricted to the presence of Fata, in the literary work, Benigni, however, uses the room in the filmic narrative to insert the woman in the most diverse everyday activities, through figuration; the escape element, that permeates all the literary work, will be analyzed in what we define as the great escape, when Pinocchio receives the coins from Mangiafoco until its hanging; Colodi portrays it in a tough and violent way, characteristics of children`s tales of once, yet Benigni resignifies it, using realistic elements, but not so violent, whereas the contemporary children`s narrative tries to soften it.
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